O Sangue do Mestiço escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 21
Linhagem perdida


Notas iniciais do capítulo

Confesso que foi um capítulo difícil de escrever (não me perguntem o porquê) hahaha

Espero que gostem. Boa leitura :D



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Tomado pela agonia, Edward Muller era carregado por dois homens. A batalha já havia cessado, mas não era seguro ficar por ali. Com a perna transpassada por uma flecha, o ricaço de Roanoke se contorcia de dor e medo. Lembrava-se da morte agonizante de Rico e de todo sofrimento que o envenenamento causou. Estaria ele também envenenado? A mesma ideia passava pela cabeça de Muralha, que carregava o seu chefe com o auxílio de outro homem. Estavam cruzando os densos bosques e logo se depararam com a tribo em chamas. O lugar brilhava na escuridão e o trio não pôde desviar da imensidão de corpos que ali se espalhavam. Não só isso: o cheiro de madeira, palha e carne queimadas invadiam os pulmões e faziam seus estômagos se revirarem. Se o inferno existia, certamente seria como aquele lugar.

Apesar de estar com os olhos quase fechados, Muller conseguia enxergar tudo aquilo. Via o solo encharcado de sangue, cultivado pela morte e pisado por seus cavaleiros. Ao mesmo tempo, ele sentia como se toda aquela morte se concentrasse em sua panturrilha, onde a flecha jazia fixa. O pouco sangue que saía dali não se comparava com a dor que ele transbordava. Entretanto, não tinha mais forças para gritar, estando quase pronto para desmaiar.

Muralha usava toda sua força para dar largas passadas. Ao contrário de qualquer pessoa normal, o gigante sorria com aquela cena de pura carnificina. E seu sorriso se tornava ainda mais largo ao lembrar de cada uma das mortes que causou. Ah, ele lembrava bem. Não era só um homem forte com os punhos e bom manejador de armas brancas, mas também entendia de disparar praticamente qualquer arma de fogo. Matar era como se fosse brincadeira para ele e, dessa maneira, divertia-se.

Lembrou-se do olhar desesperado do mestiço enquanto aquela índia estava sob a mira de sua arma. “Homem corajoso”, Muralha admitiu mentalmente. Saltar na frente de uma bala não era algo para qualquer um. Ainda que, dessa maneira, tenha deixado de matar aquela arqueira, o gigante se viu satisfeito por ver o tão odiado mestiço sangrar no chão. Uma pena que teve que abandonar a ação para prestar socorro ao seu chefe.

— Essa flecha é envenenada? — Quem fazia a pergunta era o homenzinho rechonchudo que auxiliava Muralha a carregar Edward.

— Acredito que sim — o gigante respondeu sem cerimônia. — Não sei se ele vai durar muito.

— Eu soube o que houve com o outro guarda. Acho que posso dar um jeito.

Muller ouvia tudo com dificuldade. Escutava gritos, passadas pesadas, som de armas sendo recarregadas ou ainda disparadas. Entretanto, as palavras também chegavam aos seus ouvidos.

— Deixem-me... — disse com fraqueza, tendo dificuldade para concluir. — Deixem-me aqui... Não durarei muito.

Muralha olhou-o com estranheza. Não esperava que o todo poderoso de Roanoke falasse algo do tipo. O homenzinho também não viu nenhuma normalidade naquilo.

— Ele está delirando — arriscou. Trazia consigo um machado e um revólver. Era um simples lenhador.

Muralha seguia carregando seu chefe sem dizer uma palavra. No entanto, a realidade era óbvia: não teriam tempo para chegar na cidade. Ela ficava horas dali a pé. Carregando um homem levaria muito mais tempo. Com tudo isso, o veneno já teria se espalhado e condenado Edward para sempre.

— Não dá. Simplesmente é impossível — o gigante alertou. — Estamos longe. Acabou.

Em sua mente, Muralha já havia aceitado que a vida que Edward Muller havia encontrado o seu destino. No entanto, o lenhador rechonchudo enxergava de outra forma.

— O veneno — sua voz estava trêmula, mas compreensível. — Talvez o veneno não tenha se espalhado. Talvez possamos interromper o fluxo.

Dando uma pausa na caminhada apressada, Muralha encarou o homenzinho com um olhar de estranheza. Voltou os olhos para o ferimento de Muller e logo em seguida para o machado de seu momentâneo aliado.

— Você não está pensando em... — Muralha nem sequer chegou a terminar sua pergunta.

— Sim — o lenhador respondeu com entusiasmo. — É o único jeito!

Colocando Edward na terra úmida, o gigante retirou uma corda de sua pequena bolsa e amarrou firmemente acima do ferimento de seu senhor.

— O que vocês... — a enfraquecida voz de Muller soltava algumas palavras. — O que estão pensando?

Muralha encarou o lenhador, que assentiu com a cabeça.

— Segure-o — ordenou ao homenzinho.

O gigante recebeu o machado em suas mãos. Analisou a lâmina: estava incrivelmente afiada. Provavelmente ainda não havia sido usada para cortar as grossas árvores da ilha.

— Não, não — Edward começou a entender o que aconteceria. — Não façam isso. Deixem-me!

A voz do poderoso de Roanoke adquirira força. Era como se o medo de sentir mais dor reacendesse algum tipo de força remanescente em seu âmago.

— Já fiz o que deveria ser feito — suplicava enquanto via Muralha surgir em meio a escuridão e erguer o machado. — Só quero ver minha filha e minha mulher! Deixem-me ir!

Muller já havia aceitado a morte. Em sua mente, já tinha cumprido sua missão. Jessica já estaria descansando em paz enquanto seus algozes queimavam no inferno. Aquele era um bom momento para morrer, de maneira que não haveria chance de sua consciência remoer todos os seus erros e pecados. No entanto, o seu próprio empregado estava para roubar essa paz que ele tanto almejava.

— É pelo seu bem, senhor Muller — disse o lenhador enquanto agarrava o homem por trás, impedindo que ele se debatesse.

— Não! Por favor, não! — Edward gritou, mas foi em vão.

Os ruídos da noite logo foram ofuscados pelo grito de dor de Edward Muller. O homem mais poderoso da ilha teve parte da sua perna arrancada de maneira brutal. Muralha desceu o machado com força um pouco acima da panturrilha do homem. A lâmina rasgou carne e ossos com certa facilidade. Sangue espirrou por todo o lado quando a arma finalmente travou. Levantando-a mais uma vez e ignorando os apelos e gritos de seu senhor, o gigante fez a lâmina rasgar mais carne novamente. Finalmente, Edward estava separado de seu membro envenenado. Sangue em excesso ainda jorrava e ele havia desmaiado. Agora o lenhador e o gigante teriam o trabalho de manter o homem vivo.

Longe dali, os nativos também faziam de tudo para sobreviver. Dentro da densa floresta e sob o olhar do céu estrelado, davam rápidos passos sobre a terra fria e úmida. Ignoravam arranhões, pedras em que pisavam ou até mesmo pequenos cortes ao longo do trajeto. O som dos tiros já havia cessado, mas eles lutavam bravamente pela vida. O aviso de Patwin, Eyanosa e Adaky foi primordial: ele permitiu que os mais inaptos para o combate corressem para longe dali, além de garantir a formação de algum tipo de defesa contra os homens fortemente armados que vinham da vila. Ainda assim, muitas vidas foram perdidas.

Demorou um bom tempo para que a correria desse uma trégua. Com o silêncio que se seguiu, os nativos começaram a olhar para trás. Antes, o puro medo tomava conta de seus corações e mentes. Imaginavam que encontrariam alguma espécie de demônio caso virassem o olhar. Estariam eles errados, afinal? O que Edward Muller e seus homens fizeram não foi um simples ato de vingança: foi violência gratuita e do jeito mais covarde. Tudo foi escolhido a dedo: o local, o horário, as armas. Como não sentir puro pavor?

O céu já apresentava as cores da madrugada quando os irmãos de tribo começaram a se unir novamente. Estavam dispersos, longe de tudo e do mundo. Juntos, puderam compartilhar um pouco do alívio e sofrimento por estarem vivos, enquanto lamentavam a perda de tantos. Alguns até pararam de caminhar para despejar lágrimas, mas Mahpee ordenou que continuassem andando. O rosto do índio veterano estava impassível, mas sua alma sofria. “Devo me manter forte”, pensava enquanto segurava as lágrimas.

O grupo caminhou mais algumas horas. A grande maioria não sabia para onde iam, mas o que importava? Quanto mais longe dos demônios brancos, melhor. Mahpee, por outro lado, sabia bem qual caminho seguir. Respirando fundo e controlando suas emoções, conduziu o seu povo como nunca antes acreditou ser possível. Sempre sofrera muito com a discordância de muitos anteriormente, mas agora o sofrimento havia gerado algo bom: união.

Mas nem todos estavam na mesma conexão. Os passos de Adaky estavam mais afastados do grupo. O garoto olhava para o chão e encarava seus próprios pés. “O que estou fazendo aqui?”, questionava-se mentalmente. Ele não fazia ideia da resposta. Olhou para os lados, procurou por Eyanosa, Patwin. Nada. Não vira o seu amigo ser baleado ou a moça fugir em prantos. Havia se perdido de seus verdadeiros aliados pouco antes de tais eventos. Culpava-se por tê-los perdido de vista. “Devem estar mortos”, uma voz em sua cabeça dizia, ao mesmo tempo em que outra rejeitava tais palavras pessimistas. “Fugiram e estão bem”, ela dizia.

Não importava. Os fatos não eram discutíveis: sua tribo havia sido massacrada. Ele vira com os próprios olhos crianças chorando de dor enquanto jorravam sangue. “E nós que somos os selvagens”, pensou com raiva. Aquilo tudo era pura injustiça em uma escala imensurável. Como aqueles animais poderiam se dizer os portadores dos valores, da justiça e de tudo mais? Acusavam os nativos de terem assassinado brutalmente Jessica Muller, mas faziam coisas bem piores com todo um povo. “Cada um deles merece uma morte lenta e dolorosa”, refletiu sombriamente.

Vendo o jovem afastado, Macawi aproximou-se lentamente. O nativo que sempre aparentava estar calmo e pensativo, agora tinha um olhar abatido. Observava a multidão que se estendia pela floresta e pensava “O que poderá ser feito?”. Dúvidas pairavam pela sua cabeça e o medo havia se tornado uma constante. Ainda assim, não podia deixar seus irmãos de tribo sem ajuda ou aconselhamento.

— Um dia duro — ele buscou melhores palavras, mas não as encontrou. — Eu não sei o que dizer.

Adaky encarou o veterano com um olhar de descrença. Nunca vira Macawi ficar sem ter o que falar, nem que fosse um lugar-comum. Nunca faltavam palavras ao homem mais sábio e respeitado da tribo.

— Estamos perdidos — o jovem falou com o coração. — Acabou, Macawi. Eles venceram.

Macawi queria dar uma resposta que levantasse o astral do garoto, mas não havia nada para ser dito. “Você está certo”, pensou. Eles haviam perdido tudo: suas casas, suas terras, suas vidas. Quase todas as famílias haviam sido extirpadas, com a morte de pais, mães, filhos e irmãos. Linhagens inteiras foram perdidas. Não havia como se recuperar perante tantas baixas.

Mais a frente, conduzindo o povo sofrido, Mahpee mantinha sua postura ereta. Apesar de sua mente triste e sombria, ele lutava para passar um ar de força e esperança. Entretanto, sentia a mais profunda culpa. “Não fui capaz de salvar a minha tribo”, pensou com o mais profundo pesar. Tantos avisos, tantos alertas. Ele não foi forte o bastante, ou ao menos pensava não ter sido. “Cometi erros demais. Isso custou nossa tribo. Tenho que trazer algum tipo de reparação”, refletiu.

— Mahpee — uma voz de criança se ergueu atrás dele. Olhando para trás, o índio viu uma garotinha se aproximar com o olhar assustado. Ela segurou sua mão. — Eu não encontrei meus pais.

Dessa vez, não havia pose que escondesse o desespero e a tristeza. Caindo em lágrimas, Mahpee se ajoelhou e deu um tenro abraço na garotinha. Ela também chorava, pois havia entendido a mensagem sem que nenhuma resposta verbal fosse necessária. Vendo a cena, Adaky comentou com Macawi:

— “Daremos um jeito”. Isso é o que o Patwin diria. Mas nem mesmo ele está aqui. Deve estar morto junto da Eyanosa — ao invés de lágrimas, a pura raiva se formava no olhar do jovem.

— Talvez eles estejam vivos. Talvez tenham escapado e possamos reencontrá-los em breve — Macawi disse, apesar de não acreditar em qualquer uma de suas palavras. Acreditava piamente que todos haviam perdido suas vidas.

— Eu vi corpos serem queimados — Adaky lembrou-se do incêndio causado durante o caos. — O que será das almas deles?

O garoto também se preocupava com os mortos. Os rituais da tribo eram precisos. Queimar um corpo não era algo bom para o espírito do falecido. Ainda assim, Macawi manteve a compostura:

— Os homens têm os seus problemas. Os deuses têm os deles. Que cada um cuide dos seus.

Dito aquilo, o velho afastou-se do jovem e caminhou lentamente até onde se encontrava Mahpee. Àquela altura, o grupo já havia deixado para trás as densas florestas e caminhava por uma bela planície, onde tudo que existia a frente era o mar e uma formação rochosa singular. Pedra e musgo se misturavam, dando um misto de tons verdes e azulados. Além disso, a umidade da região fazia com que a mesma brilhasse perante os primeiros raios de sol que perfuravam os céus. O lugar já era conhecido pelos índios e brancos, mas não passava de uma bela visão para os que se atrevessem circular pela ilha.

— Aqui é seguro? — Uma voz trêmula questionou.

Parando de caminhar e encarando a rocha, Mahpee ergueu a voz e respondeu:

— Se não for, tornaremos.

A criança permanecia ao seu lado e isso servia para dar mais motivação para o velho índio. Macawi finalmente esteve próximo o bastante para conversar.

— Eu estive pensando — a voz do homem tinha baixa intensidade, quase num sussurro, como se estivesse prestes a contar um segredo. — Não revidar foi um erro. Eles passaram de todos os limites. Diálogo não é mais uma opção.

Mahpee encarou o chão com descrença. Balançou a cabeça negativamente e respondeu seu irmão de tribo:

— E de que adianta agora? Perdemos tudo — o pesar era uma constante em sua voz. — Os deuses mais uma vez não nos ajudaram.

— Os deuses? — Macawi questionou. — Há um que pode nos ajudar.

Mahpee encarou o homem com descrença. Não poderia ser verdade que ele estava insinuando utilizar a ajuda do deus protetor.

— Eu pensei que você achasse isso loucura — comentou.

— E é — Macawi assentiu. — Mas precisamos dele. Ele é o nosso deus ou não é? Agora é a hora, Mahpee.

— Sim, mas temos problemas mais urgentes — olhou para a multidão que se espalhava pela planície. Suas curtas vestes estavam rasgadas, seus corpos manchados de sangue e seus estômagos vazios. — Nosso povo precisa de ajuda. Estamos sem armas, precisamos improvisar e caçar. Precisamos também coletar água e matar a sede de cada secotan. Só então poderemos pensar em justiça.

Ele estava certo. O povo nativo não havia apenas passado por uma provação físico-emocional: haviam perdido também seus utensílios mais básicos de sobrevivência. Um ou outro ainda contava com arcos, lanças e flechas. No entanto, as canoas usadas para pescaria haviam se perdido, além de todas as sementes e frutos que estavam estocados. Mais do que isso: também não era seguro buscar água no rio como de costume. E se houvessem brancos por lá? O medo, sem dúvidas, era um limitante na procura de suprimentos.

— Nosso povo já sofreu demais. Não merece passar fome ou sede — Mahpee dizia com legítima preocupação. — Sei que estamos destruídos e a justiça é algo que eu sempre almejei. Bem, você sabe melhor que qualquer um: sempre quis combater nossos algozes. Mas agora? Não temos esse poder. De que adianta o deus-protetor aparecer e nos ajudar se a tribo toda perecer em sofrimento?

Macawi admirou com grande sinceridade as palavras do índio a sua frente. Ele não esperava tamanha maturidade e sabedoria, ainda mais diante dos eventos hediondos tão recentes. “Eu mesmo não havia pensado nisso”, refletiu.

— Há algo em que eu possa ajudar? — Adaky se apresentou espontaneamente, chegando até mesmo a assustar Mahpee.

Enquanto a maioria da tribo esperava uma ordem, o trio formado ali à frente assumia as rédeas da situação.

— Você cresceu muito, Adaky — Mahpee elogiou. — Temos uma longa missão pela frente. Sei que você é jovem e talvez não tenha muita experiência. Mas agora preciso que você se faça um homem completo, um verdadeiro guerreiro secotan. Acredito plenamente em você

Olhando para o jovem nativo, Macawi se iluminou com uma ideia e disse:

— Eu tenho um plano.

Ao ver os olhares atentos de Adaky e Mahpee, o velho continuou:

— Mahpee, você é um líder forte e a tribo te escuta. Seja a voz que precisamos. Ajude-os na caçada, na obtenção de recursos e na construção de abrigos. Adaky é jovem, é forte e eu consigo ver um certo ímpeto em seus olhos. Ajude-me, garoto! Iremos trabalhar para invocar o deus-protetor.

Adaky assustou-se com a ideia.

— O deus protetor? — Ele estava incrédulo. — Já ouvi falar dele, mas como faremos isso?

Mahpee sorriu. Por um momento, uma certa esperança iluminou o seu coração. Explicou:

— O deus protetor só pode ser invocado em um lugar específico — olhou para a formação rochosa diante deles. — Dizem as histórias que existe uma entrada oculta. Algo descoberto e escondido por nossos antepassados. Lá é onde o deus mora. O que acha, Adaky?

Motivado pela mais pura raiva que invadia seu ser, o jovem nativo respondeu:

— Faremos isso. Que o deus protetor nos traga justiça!

Tendo aquilo combinado, Mahpee virou-se mais uma vez para seu povo. Trouxe potência para sua voz e disse com uma coragem que ele mesmo desconhecia:

— Povo secotan! — Apenas o vento e os animais ousavam emitir sons. — Fomos atacados da maneira mais vil e covarde. Nossos algozes não tiveram a honra e a coragem que tivemos ao longo dos tempos. Mais uma vez, a história se repete: nosso lar se torna cinzas. E, mais uma vez, a história se repetirá: o deus-protetor nos trará justiça!

As pessoas apresentaram olhares de dúvida e medo. No entanto, Mahpee manteve sua fala segura:

— Dois heróis da tribo irão nos possibilitar isso: Macawi e Adaky. E eu, meus irmãos de tribo, irei dar o meu sangue para que possamos sobreviver durante esses tempos difíceis. Não faltará comida, não faltará água e, principalmente, não faltará coragem!

Dito aquilo, foi impossível para os ouvintes conter os gritos de apoio. Macawi e Adaky estavam sendo vistos como aquilo que Mahpee os chamou: heróis. Ao mesmo tempo, o líder da tribo via a ocasião como algo único e especial, quase profético: o renascimento das cinzas da tribo secotan.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado pela leitura :D

E assim começamos a metade final de "O Sangue do Mestiço"!
Quais as expectativas?
O que estão achando da obra como um todo?

Um forte abraço e tudo de bom!



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