Accomplished Woman escrita por AliceFelton


Capítulo 11
Capítulo 11




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Chegamos em Darcy e acordei com um sobressalto, batendo a cabeça na parede da carruagem. Eu havia acordado naquele dia mais cedo com o rebuliço de minhas irmãs andando pelo nosso quarto. Petúnia tirava todos os seus vestidos da cômoda, enquanto Rose a seguia feito uma patinha.

— O que vocês duas estão fazendo? - perguntei, cobrindo os olhos com as mãos. - Combinamos de não fazermos barulho no quarto enquanto alguma de nós estiver dormindo.

Rose veio até mim e deu um beijo em minha testa.

— Hoje é um dia especial, Lils! - ela disse - Nós vamos para Darcy, se lembra?

Olhei pela janela e vi James e Sirius acenando para nós. Os dois estavam muito bem lavados e exibiam sorrisos radiantes.

Mamãe, Túnia e Rose saíram correndo da carruagem, sem nem mesmo esperar que meu pai estacionasse corretamente. Olhei para a mansão e dei um suspiro. Suas enormes janelas e cor creme faziam com que ela aparentasse ser extremamente confortável e eu me perguntei se morar nela seria.

— Está imaginando como deve ser morar ai? - ele perguntou

Assenti.

— Na verdade, estou. - respondi

Remus riu.

— Com Jaaaaames… - ele continuou

Fechei a cara, mas logo deixei escapar uma risada.

— Remus, você é tão bobo. - murmurei, saindo da carruagem.

Fui até James e Sirius, que cumprimentavam minha mãe e minhas irmãs com animação.

— Oi. - James disse, se aproximando de mim.

— Oi. - respondi - Sua casa é muito bonita.

Ele sorriu.

— Muito obrigado. - ele disse - Fico muito feliz de ouvir isso.

Olhei para Sirius, que piscou para mim.

— James! - exclamou Petúnia - Você poderia nos mostrar os jardins?

James sorriu.

— É claro! - ele respondeu

Ele fez uma leve reverência com a cabeça.

— Boa sorte. - sussurrei

James deu o braço a Petúnia e Rose, que por sua vez segurava em minha mãe, e os quatro seguiram para a lateral da mansão, que ostentava diversos tipos de flores e cores.

Meu pai, que havia enfim estacionado a carruagem, observou o estranho grupo de pessoas e deu uma risada.

— Petúnia é a pessoa mais exigente que eu já conheci, mais do que minha própria esposa. - ele disse - O Sr. Potter é muito paciente.

Sirius deu uma gargalhada.

— Eu o admiro por isso. - murmurou

Meu pai concordou.

— Bom, acho que irei com eles. - meu pai continuou - Remus, você me acompanha?

Remus assentiu e os dois se colocaram a andar na direção que James e o resto da minha família havia ido.

— Lily, você gostaria de conhecer a casa? - Sirius me perguntou - James comentou que você provavelmente gostaria de conhecer o corredor com as grandes pinturas.

Uma parte de mim ficou levemente chateada, por não ser a biblioteca o cômodo que James havia relacionado à mim. No entanto, um corredor com quadros também me parecia.

— Eu adoraria. - sorri

Sirius sorriu.

Segurei em seu braço e seguimos para a entrada de Darcy. Só o hall da mansão já me parecia ser maior do que o meu quarto inteiro. Tudo estava perfeitamente arrumado, cada coisa em seu lugar.

— Você gosta de morar aqui? - perguntei

— Gosto. - Sirius respondeu rapidamente - Mas James e eu concordamos que Darcy talvez seja grande demais.

— Grande demais? - debochei

Sirius riu.

— Nós somos apenas dois. Nós não temos muita utilidade para a maior parte dos quartos. - ele disse - Nós também não temos muitos serviçais.

Assenti.

— A Sra. Potter nos disse que logo, logo James irá encher a casa com herdeiros e que todos os quartos serão preenchidos com risadas de crianças. - disse ele, revirando os olhos - Mas nós dois sabemos que ele está tendo alguns problemas no que se trata de se relacionar com moças.

Dei uma risada.

— Petúnia me parece muito interessada nele. - eu disse

Sirius riu.

— Você é malvada, Lily Evans. - ele murmurou

Ele soltou o meu braço para abrir uma grande porta, depois que havíamos andado por alguns corredores. Ele a puxou com leve dificuldade, revelando um corredor gigante, com um teto muito alto.

— Uau. - eu disse

Sirius sorriu.

Diversas pinturas cobriam toda a mansão, mas as daquele corredor possuíam o triplo do tamanho, no mínimo. Cenas de batalhas, jardins e amor preenchiam as paredes.

— Essas pinturas são incríveis. - eu disse

Sirius assentiu.

— Eu também acho. Esse é o meu cômodo favorito da casa inteira, e é apenas um corredor. - ele disse - De vez em quando, eu gosto de me deitar no chão. Faz com que eu me sinta uma criança novamente.

Sorri e fui até o centro da sala, me deitando no chão.

Os quadro pareceram ficar ainda maiores e era como se a sala fosse me engolir.

Sirius veio até mim e se deitou ao meu lado.

— Que tipo de criança era você? - perguntei a ele

— O pior tipo. - ele riu - Meus pais enlouqueciam com todas as travessuras que eu aprontava. Uma vez, eu coloquei um sapo vivo no armário de camisolas de minha mãe.

Ri.

— Por que?

— Eu não sei. - ele continuou rindo - Talvez eu estivesse tentando chamar a atenção dela.

Assenti.

— E você? - ele perguntou

Suspirei.

— Eu era calma. Gostava de ler. Falava muito. - eu disse - Nada muito diferente do que eu sou hoje, agora que eu parei para pensar. Porém eu era mais gentil.

Sirius sorriu.

— Eu queria ter te conhecido antes, então.

Dei uma risada.

— Você é bem legal, Lily. - ele sorriu - É uma pena que James monopolize todo o seu tempo.

Sorri.

— Ele gosta muito de você. - ele disse - Como amiga, é claro.

— Eu gosto muito dele também. - murmurei - Como amigo.

— Sim, claramente.

Ri.

Ouvimos a porta abrir e James enfiou a cabeça para dentro do corredor.

— Eu não acredito que você a obrigou a deitar no chão, Sirius. - ele grunhiu, porém com uma expressão divertida em seu rosto.

— Eu não obriguei ninguém! - Sirius disse, rindo.

— O almoço está pronto. - disse James, dando uma piscadela para mim.

Sirius se levantou e estendeu a mão para mim. Com sua ajuda, me levantei e seguimos pelos caminhos tortuosos de Darcy, que mais pareciam um labirinto.

 

 

O banquete posto na mesa de jantar parecia ter sido feito para alimentar vinte pessoas, no mínimo. Minha mãe me pareceu extremamente razoável na quantidade de comida que ela fazia, coisa que nunca havia acontecido antes. Nos sentamos e logo começamos a nos servir, James disse que não era preciso fazer cerimônia alguma.

Ele se levantou, porém, e pegou um pequeno prato em um dos móveis da sala de jantar. O encarei, curiosa, mas ele se sentou novamente ao meu lado e colocou o prato perto de mim. Tirei a tampa e deixei escapar uma leve risada, ao ver o seu conteúdo.

— Ovos mexidos. - murmurei

Ele sorriu.

Peguei um pouco com meu garfo e comi. Demorei muito tempo para mastigar, por perceber que James me observava atentamente – esperando o veredito sobre os ovos.

— Você não precisa comer o resto, se tiver achado os ovos ruins.

Sorri.

— Esses são os melhores ovos que eu já comi. - sussurrei

Ele sorriu, mas voltou sua atenção para o próprio prato. Coloquei todos os ovos no meu próprio, e seguimos o almoço sem nem ligar para a confusão das outras pessoas que estavam conosco.

 

 

— Um piano! - exclamou Rose

Havíamos terminado o nosso almoço e Sirius havia sugerido que fôssemos para a sala de estar com vista para os fundos da mansão, onde ficava um lindo e imponente lago.

Senti meu sangue gelar quando ouvi as palavras recém proferidas por Rose, pois eu sabia que não conseguiria escapar caso mamãe me pedisse para cantar alguma coisa.

— Lily, filha, por que você não canta uma canção para nós?

Suspirei e ouvi Remus soltar uma risada baixa.

— Mãe, faz tanto tempo… - sorri - Eu nem conseguiria tocar e cantar simultaneamente.

— Eu toco para você. - James disse, rapidamente.

— Você sabe tocar? - perguntei

— Eu não acho que exista alguma pessoa em Londres que não saiba tocar piano. - ele riu

Sorri. Coincidentemente, havia sido minha tia Minerva, que mora em Londres, que havia nos ensinado a tocar.

Encarei minha mãe, que parecia determinada na ideia de que eu não sairia daquela sala sem cantar pelo menos uma música, e me levantei. James também se levantou de sua cadeira e nós dois sentamos no banquinho do piano.

— O que você quer que eu toque? - James me perguntou

— A música mais rápida que você conhecer. - sugeri

— Como se sua mãe fosse deixar você cantar apenas uma música. - ele sorriu

— Se eu cantar mal, talvez. - ri

James deu uma risada e tocou algumas notas.

— Você conhece essa? - ele perguntou

Assenti.

Quando ele recomeçou a música, fechei os olhos e respirei fundo. Ao abri-los novamente, comecei a cantar a melodia que James talentosamente tocava e foi como se ninguém mais estivesse na sala.

Tudo que eu conseguia olhar e perceber eram James e sua melodia. Eu mal prestava atenção para as notas que saiam de minha boca, embora eu soubesse que estavam todas certas.

James sorriu para mim e emendou a música em outra, relaxando seus próprios ombros e se permitindo se divertir enquanto tocava. Ele mal prestava atenção no movimento de suas mãos enquanto me olhava.

Depois da terceira música de James, suas mãos finalmente pararam de se mover pelas teclas brancas e pretas. Continuamos nos olhando, com a respiração mais rápida devido à adrenalina da breve apresentação. Eu perdi a noção de tempo em que ficamos ali. Apenas parados. Ouvindo ainda o ecoar da última nota.

Remus pigarreou e me virei para as outras pessoas, que haviam escapado da minha lembrança por aqueles momentos anteriores. Minha mãe estava com lágrimas nos olhos, enquanto Rose abraçava uma almofada com uma expressão sonhadora.

— Isso foi incrível. - disse Sirius. - Vocês dois deveriam se inscrever em algum concurso de talentos.

James riu e se levantou.

— Bobagem. - ele murmurou

— Você toca muito bem, James. - disse Petúnia

Ouvi Sirius e Remus deixarem escapar uma gargalhada, de alguma piada interna que eu não conhecia no momento. E talvez nunca conheceria.

 

A hora de partir chegou mais rápido do que todos nós gostaríamos. Meu pai parou a carruagem na frente das principais escadas externas de Darcy. Petúnia e minha mãe se despediram logo dos dois rapazes. Eu sabia que elas pretendiam entrar primeiro na carruagem para não correrem o risco de serem obrigadas a ir no banco de fora.

Rose deu um abraço apertado em James e Sirius, que a olharam com ternura. Rose tinha um jeito especial de fazer com que todo mundo gostasse dela. Eu vi nos dois o mesmo olhar fraternal que Remus lançava, olhando para a nossa irmã caçula.

Remus se despediu rapidamente e sentou junto com nosso pai, ele até preferia não ter que ficar confinado em um espaço apertado com todas nós. Me despedi de Sirius, que disse que eu poderia voltar e deitar no chão do corredor sempre que quisesse.

Ao me despedir de James, nossas mãos se tocaram por alguns minutos. Eu tive a impressão de conseguir sentir toda e qualquer textura da mão de James. Cada franzido e cada maciez. Sirius pigarreou e percebi que talvez estivéssemos segurando as mãos por tempo demais.

James piscou para mim e soltou minha mão. Eu rapidamente entrei na carruagem, olhando para trás apenas quando os dois já estavam tão pequenos que a vista mal alcançava. No entanto, me parecia que uma parte de mim havia ficado em Darcy, eu só não consegui entender que parte seria essa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de mais um capítulo. Estamos entrando na reta final da história, mas ainda temos mais algumas reviravoltas a caminho.

Deixem comentários pra mim, por favor!!!!!!! Percebam que esse capítulo está maior que o comum, então eu mereço saber o que vocês acharam durante a leitura.

Um outro aviso: eu acabei começando uma fanfic. Também é Jily mas essa não se passa em nenhuma época antiga ou reino encantado. Quem se interessa por comédias românticas água com açúcar provavelmente vai gostar muito dela.

Beijos. Até o próximo!



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