Dias de Maroto - 1ª Temporada escrita por grangerpwr


Capítulo 5
Capítulo 5 - Reuniões




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753999/chapter/5

===> Duas semanas depois

 

~James P.O.V ON

 

Por favor” digo em voz baixa. “Não estrague essa poção. Ela substitui as provas finais desse ano.”

Sirius acena com a cabeça e vai em direção a biblioteca encontrar com Marlene e Pedro. Remo também já tinha começado a trabalhar na poção do Morto-Vivo, mas essa era uma das mais simples de ser preparada. Quanto à minha, eu não podia dizer a mesma coisa.

O que me deixava com mais raiva era que Lily sabia disso, e ela não havia marcado nenhuma reunião, nem comigo e nem com Ranhoso – graças a Deus. Mas eu queria que aquilo desse certo. Nossas notas finais do sexto ano dependiam disso e ela sabia muito bem. Apesar de tudo, eu continuava a gostar dela mais e mais.

Naquela tarde, pego o Mapa do Maroto e procuro por ela. Vejo seu ponto no Mapa, andando em direção ao banheiro dos monitores. Saio correndo para alcançá-la no caminho. Corto corredores e pulo degraus. Encosto na parede ao lado da porta e espero por ela. Cinco segundos depois ela chega.

“Lírio” cumprimento.

“Pare de me chamar assim, Potter!” Ela disse brava.

“Então, Lírio” ela revira os olhos. “Eu estive pensando, quando nós vamos começar a fazer o trabalho de Poções? Todo mundo está trabalhando nele, só o nosso” frisei a palavra, enquanto desarrumava meu cabelo “ainda não se reuniu.”

“E quem disse que eu quero que nosso grupo se reúna, Potter? Está tudo indo bem, pelo o que eu saiba. Snape me mandou a primeira parte da pesquisa terça-feira, e eu já a passei a limpo em um rolo de pergaminho. Vou começar a preparar a poção semana que vem. Só a sua parte é de que eu não venho tendo notícias” ela termina a frase e olha com um ar superior para mim.

“Bom, Lil...”

“Evans” ela me corta.

“Bom, Evans, eu já estou na metade” minto. “Mas eu ainda acho melhor você fazer a poção com um de nós dois, caso precise de ajuda.”

“Não vou precisar, Potter.”

“Em todo caso, é o que eu faria se fosse o ‘líder’ do grupo. Dizem que as notas do sexto ano contam para os N.I.E.M.’s, e eu sei que você não quer manchar seu boletim.”

Ela tenta passar pela porta e eu me coloco em seu caminho e sorrio.

“Não é verdade?” pergunto.

Ela me xinga baixinho e me empurra da frente da porta, entrando no banheiro. Antes da porta se fechar, eu grito:

“Bom banho, Ruivinha!”

Ouço-a gritar de volta.

“Vai polir sua vassoura, Potter!”

 

~James P.O.V OFF

~Snape P.O.V ON

 

Eu estava na biblioteca, lendo sobre os ingredientes do trabalho quando ouço uma voz dizendo meu nome. Tento me concentrar na leitura. Tinha que terminar aquela redação logo para ficar livre do trabalho, e assim, talvez, e só talvez, Lily ficasse com menos raiva de mim. É claro que aquilo não iria acontecer, mas eu tinha que tentar.

Desde o ano anterior ela se recusava a falar comigo, e eu não a culpava, porém eu já havia pedido desculpas milhões e milhões de vezes desde então, e ela continuava a mesma. A única coisa que ainda me fazia sentir melhor era o fato de ela agir do mesmo jeito com o idiota do Potter. 

Mas eu ainda gostava dela. Os anos que havíamos passado juntos em Hogwarts tinham sido os melhores anos de minha vida. Éramos melhores amigos na época, e eu adorava a ouvir falar mal das atitudes e das coisas que Potter e os amigos dele faziam pela escola. E o fato de termos nos tornado monitores, nos fazia passar mais tempo juntos, pelo menos no começo.

“Alguém viu o Snape?” Ouço a voz novamente, mas agora mais perto. Volto a tentar me concentrar no livro quando sinto um par de olhos em minha nuca.

“Oi, Ran... Quero dizer, Snape.”

Era o desprezível.

“O que quer?” pergunto a ele.

“Nada... Só conversar um pouco” diz Potter, mexendo nos cabelos. “Papo de homem sabe como é, né?”

“Não” digo.

Ele me ignora e puxa uma cadeira ao meu lado.

“Então, cara” ele continua irritantemente educado. Havia algo por trás daquilo.  “Eu estive pensando sobre o trabalho, e você não acha melhor o grupo se reunir para discutirmos como vamos fazer as coisas?”

“Achei que Lily tinha sido bem clara com o que cada um iria fazer” falo em um tom irritado. Como ele se atrevia a vir falar comigo sobre isso?

“É que todos os outros grupos fazem reuniões semanais e eu parei pra pensar...”

“Foi difícil?” pergunto.

“Para pensar” ele continua, como se nada houvesse acontecido. “Se não seria bom para o grupo se reunir semanalmente.”

Olho para ele com incerteza.

“Não que eu queira ficar preso com você numa sala uma vez por semana, mas talvez se eu sentasse com meu Lírio e você também poderia sentar com ela, poderíamos discutir melhor as ideias e tal.”

“Seu Lírio?” Pergunto.

“A Lily” ele diz enquanto revira os olhos e passa a mão pelos cabelos novamente.

“Você pode parar de mexer nesse maldito cabelo?”

“Claro, foi mal” ele passa a mão por eles de novo, sorrindo desafiador.

“Então você quer que eu concorde em você ir e se reunir com Lily para ‘fazer’ o trabalho?”

“Você também, cara. Tudo pelo grupo, não é?”

Respiro fundo. É claro que era ‘pelo grupo’. O grupo de dois que ele queria formar com Lily.

“E aí, topa?” ele pergunta.

“Você já falou com Lily sobre isso?” pergunto, desconfiado.

“É claro” ele diz. “Ela falou que topava, mas não com nós dois ao mesmo tempo. Ela disse algo como 'eu não já não aguento você, imagina vocês dois juntos então’."

“OK” digo, indiferente.

“Beleza, Ranhoso. Então amanhã na aula você conta pra ela? Vou ter que chegar um pouco atrasado.”

“Claro.”

Ele sai da biblioteca, sorridente novamente. Ele realmente era um preguiçoso prepotente, e a cada segundo ele conseguia me convencer mais e mais disso.

Se bem que a ideia dele era boa. Faria com que Lily ficasse pelo menos meia hora comigo e eu poderia tentar melhorar a nossa situação, confessando o que eu realmente sentia por ela.

 

~Snape P.O.V OFF

~Lily P.O.V ON

 

Eu estava meio acordada, meio dormindo, quando Dorcas vem me chamar.

“Vamos, Lily! A gente vai se atrasar!”

Dou uma olhada em meu relógio. Eu realmente não queria ir para a aula de poções hoje. Coloco meu travesseiro sobre minha cabeça, rezando para que as meninas se esquecessem de mim, e porém, mais uma vez, meus desejos não se realizaram. Alguém me puxa para fora da cama e eu caio no chão em meio as cobertas.

“Eu não quero ir para poções” digo. Alice, Marlene e Dorcas me olham.

“Como assim a Princesinha das Poções não quer ir para o reino?” Marlene me caçoa.

“Não enche!” digo, me irritando.

“Relaxa, Ruiva” ouço Dorcas dizer.

“E qual seria a razão que faria você desistir de ganhar um ‘O’ nos exames?” pergunta Alice.

“São duas” digo de mau-humor.

Marlene joga meu uniforme em cima de mim e si do dormitório. Pego as cobertas e volto para a cama. As meninas não fizeram nenhum ruído até eu ouvir Marlene voltar, cinco minutos depois.

“Lily Evans” disse ela, agora com raiva. “Você vai levantar dessa cama agora!”

“Ou o quê?” Meu tom de desafio é abafado pelos travesseiros.

Levicorpus” é só o que ela diz.

E subitamente eu estou pendurada de cabeça para baixo, pelo tornozelo à deriva, em cima de minha cama.

Emmeline voltara ao dormitório e ela, junto com as outras duas, ria de mim. Marlene me olhava, com um sorriso malicioso no rosto.

“O que está acontecendo!?” Eu pergunto, elevando a voz. “Me coloque de volta na cama!”

“Não” Marlene sabia ser firme.

“EU SOU MONITORA, MARLENE!” grito. “ME COLOCA AGORA NO CHÃO OU VOU LHE DAR UMA SEMANA DE DETENÇÕES, MARLENE MCKINNON!”

“Só solto se você disser que vai para a aula” ela diz, se divertindo com a situação.

“OK, eu vou” eu disse com vontade de matá-la.

Ela me coloca no chão, ou melhor, eu caio no chão logo em seguida. Pego meu uniforme e começo a vesti-lo, contra a minha vontade. Ouço-a dizer para mim algo como: “você não é do tipo que mata aula, Lily, muito menos por causa de garotos...”. Pego minha mala e minha varinha e descemos juntas as escadas. Sirius e Potter esperavam por nós ao pé da lareira. Para variar, Marlene e Black saem juntos na frente, me deixando sozinha com Potter. Seguimos os dois, a uma distância considerável, pra o Grande Salão. Tentando quebrar o silêncio constrangedor que se formara entre nós, Potter começa:

“O que foi que aconteceu com a minha Lily?”

“Como assim?” pergunto de modo frio.

“O que foi que Marlene fez com você, Ruivinha?”

“Primeiro, eu já falei que não quero que você me chame assim. Para você eu me chamo Evans. E segundo, como você sabe que ela fez alguma coisa?”

“Ahn, me deixa ver... Você não para de olhar com raiva para ela e eu posso ter ouvido os gritos...” ele sorri com a última palavra, como se o fato de eu gritar com mais alguém, que não ele, fosse engraçado.

Fico em silêncio.

“Calma, Ruivinha!”

“Evans!” Digo irritada.

“O que foi que ela fez para você?”

Eu o encaro, enquanto ele desarrumava os cabelos pretos rebeldes.

“Levicorpus?” pergunta. Faço que sim com a cabeça, já sem paciência. “Relaxa, Lírio. Sirius me acorda com esse feitiço sempre... Mas se a minha Lily quiser, posso pedir para o casal Sirlene se desculpar e parar de mexer com você...”

“Potter, eu não sou sua ‘Ruivinha’, sua Lily, sua nada! Não existe nada, absolutamente nada entre a gente! Eu já disse milhares de vezes que eu preferiria sair com a lula gigante do lago do que sair com você. Nós não somos nem amigos, pra começo de conversa!”

Ele me olhou. Tínhamos parado no meio do corredor. Outros alunos olhavam para nós dois. Ele estava processando o que eu acabara de dizer. O corredor inteiro prendera a respiração.

“Então nós, quer dizer, eu, não chego nem a ser seu amigo?” Ele pergunta. Eu podia sentir toda a dor que aquelas palavras carregavam.

“Não” digo.

“OK” diz ele. Eu podia ver ele tentar esconder as lágrimas que se formavam em seus olhos castanho-esverdeados. “Vejo você em poções então…” E ele sai andando, com a cabeça baixa. Eu sentia todos os olhos do corredor em minha nuca.

“James!” grito, tentando chamar sua atenção. “James!” mas ele continuava andando, sem responder aos meus chamados. Agora quem estava chorando era eu. O que eu tinha feito? O que tinha acabado de acontecer?

Tento limpar as lágrimas de meu rosto com as costas de minhas mãos, sem sucesso. Elas continuavam a rolar, uma após a outra. Eu tinha perdido a fome, então resolvi ir direto para as masmorras. Sento-me na bancada de nosso grupo e espero até a aula começar. Eu não tivera noticias de James desde então. Snape chega e se senta à minha esquerda. As lágrimas iam e voltavam quando ouvi Severo falar:

“Lily, perdão. Evans” ele começa desajeitado. “Ontem o Potter veio falar comigo sobre o trabalho e eu também acho boa a ideia de fazermos reuniões. Quando você vai querer começar?”

“Começar o quê?” pergunto distraída.

“As reuniões. Ele disse que você também tinha concordado” responde ele, calmamente.

“Ele quem?”

“O Potter.”

Penso por alguns instantes. Eu não havia concordado com o que James havia dito, mas se Severo e ele tinham conseguido concordar em alguma coisa, ela não poderia ser de todo ruim. Ele me passa alguns pedaços de pergaminho em silêncio, e eu começo a passar a caligrafia a limpo. Faltando apenas vinte minutos para o final da aula, James entra na sala e se senta ao meu lado. Para fazer eu me sentir ainda pior comigo mesma, eu procurava por algum traço do sorriso irritante que ele sempre tinha estampado no rosto, mas em vão. O cabelo parecia menos desarrumado também, como se ele não mexesse nela já a algum tempo.

Assim que o sinal toca, ele é o primeiro a sair, sem ao menos dizer uma palavra.

 

~ Lily P.O.V OFF


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sexta que vem tem mais!
Estou no twitter: @grangerpwr



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dias de Maroto - 1ª Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.