Dias de Maroto - 1ª Temporada escrita por grangerpwr


Capítulo 3
Capítulo 3 - Não Chame




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~James P.O.V ON

 

Acordo com apenas dez minutos faltando para o início da aula de Feitiços. Eu tinha esquecido completamente de organizar como eu daria a roseira para Lily, mas tentei não me preocupar com isso enquanto me vestia. Jogo um travesseiro em Almofadinhas para acordá-lo. Nós chegávamos atrasados praticamente todos os dias. Pego minha capa e minha mochila e puxo Sirius pelo braço. Descemos as escadas correndo e assim que passamos pelo retrato da Mulher Gorda, aceleramos de verdade. Chegamos na sala junto com o tocar do sinal.

Sento-me ao lado de Sirius, no fundo da sala. Remo e Pettigrew não demoram a chegar, assim como Lily, Marlene, Alice e o pessoal da Lufa-Lufa. Flitwick sobe na mesa para começar a aula. Como sempre, ele nos manda retomar a aula anterior, em que estávamos praticando como conjurar água. Taças apareceram nas mesas e todos na sala começaram a conversar e praticar. Toco no ombro de Aluado que se vira junto com Pedro, e colocam suas taças na minha mesa e de Sirius.

“Como foi ontem à noite? Vocês nos viram?” pergunto a ele. Ele pensa por alguns instantes e diz:

“Ela, pra sua sorte, não viu nada, mas foi difícil ignorar o fato de dois pares de pés estarem subindo a escadaria no meio da noite. Achei que você tivesse ido sozinho para Hogsmeade”.

“Ele foi sozinho” Sirius se intromete e não me deixa falar. Ele sabia que aquilo me deixava irritado. “Não quis nem chamar o melhor amigo...” ele simula um choro.

“Achei que eu também fosse seu melhor amigo” Pedro resmunga.

“Todos são” digo, despenteando os cabelos.

“Fiquei procurando por você, mas você tinha desaparecido. Procuro pelo Mapa, ele tinha desaparecido. A capa, adivinha onde estava? Não era no malão. Presumi que você tinha ido a Hogsmeade, então fui até a Bruxa de Um Olho Só e fui andando pelo túnel, quando eu, sem querer” disse ele num tom sarcástico, “esbarrei nele”.

“É” concordei enquanto enchia minha taça com água.

“E como você pretende entregar a roseira para ela, Pontinhas?” Remo pergunta. Pedro prepara-se para ouvir a resposta.

“É, Pontas, como você vai entregar?”

Antes de eu responder, Flitwick se aproxima para checar como estávamos nos saindo. É claro que eu, Lupin e Black já dominávamos o ‘Aguamenti’, mas Pettigrew, coitado, ainda tinha que praticar muito. Flitwick percebeu isso e mandou dever de casa para ele, dizendo que esperava que houvesse melhoras significativas para a próxima aula. Ele sai, e continuamos nossa conversa.

“Ainda não sei...” admito. Eles me olham, ainda curiosos. "Queira entregar de tarde, mas não sei como posso arranjar isso."

O sinal tocou e todos nós fomos em direção ao Salão Comunal. Tínhamos o período livre antes do almoço e da dobradinha de História da Magia. Cheguei no dormitório do sexto ano e me jogue na cama, pretendendo tirar um cochilo. Fechei os olhos e adormeci logo em seguida. Não me lembro de ter sonhado. Acordo de repente, com alguém me cutucando com o mínimo de delicadeza que existia. Resmungo algo e tento voltar a dormir. Ele volta a me cutucar e eu troco de posição na cama. Senti um forte tapa em minhas costas e em seguida ouvi:

“Acorda, Potter!” Sirius se divertia. E ele aproveitava cada oportunidade que tinha para me bater. “Encontrei alguém para te ajudar! Will Collins! Terceiranista!”

Sento-me na cama e coloco meus óculos. Will estava parado ao lado dele. Sorrio de leve para os dois e passo a mão por meus cabelos. Lily simplesmente odiava quando eu fazia aquilo.

“E aí, cara?” Digo para Will. “Beleza?” Ele se aproxima de mim e damos um aperto de mãos. “Então,” continuo “eu estava precisando de um favor seu. Teria como você levar esse vaso” aponto para a roseira “para a sala do Binns em um dos períodos da tarde? Eu tenho período duplo de História da Magia depois do almoço.”

“OK” ele falou. Sirius já saíra do dormitório. “Mas para quem devo entregar?

“Lily Evans”

“Então eu simplesmente entro na sala e dou isto para ela?”

“É” confirmo. “Vou escrever um cartão, mas ninguém além de nós dois e ela deve saber que fui eu que mandei, OK? Ninguém.”

“Certo. Eu passo aqui mais tarde então para pegar o arranjo.”

“Valeu, cara” agradeço.

“Você me deve uma” ele me diz.

Will sai do dormitório e dou uma olhada em meu relógio. Já estava na hora do almoço. Coloco meus sapatos e desço para o Grande Salão para comer alguma coisa. Encontro os meninos sentados juntos, comendo. Ajusto meus óculos e dou uma afrouxada na gravata. Um grupo de meninas da Corvinal estava me olhando, então sorrio e dou uma piscadela para elas. Me junto a eles e me sirvo de bacon e ovos. Remo falava de como Sirius e Pedro deveriam começar a prestar mais atenção em História da Magia, porque ele já estava ficando cansado de ter que ensinar tudo para nós três.

Comemos a sobremesa e fomos matar o tempo que nos restava andando pelo castelo. Era engraçado como aquilo funcionava. Sirius ficava à minha esquerda e Lupin à minha direita, enquanto Pedro ficava em alguma das beiradas. O nosso grupo, os Marotos, era conhecido pelo colégio inteiro, como era de se esperar. Nós três – Pedro não se incluía nesta categoria – éramos os caras mais, como posso dizer, desejados de Hogwarts e tirávamos proveito disso, quer dizer, eu e Black tirávamos, porque Aluado ficava mais na dele. Black era pior do que eu nesse quesito. Sempre que estava brigado com Marlene, ele procurava alguém para dar uma distraída. Eu nunca fizera isso, é claro, mas mesmo assim, Lily ainda só enxergava meus defeitos.

Cruzamos a escola, indo em direção à sala do Professor Binns, onde seriamos torturados por três horas de absoluto tédio. Entramos na sala e vi Lírio, já sentada ao lado de Marlene, no centro da sala. Sento ao lado de Remo, na mesa dupla atrás das duas meninas. Lily finge não me ver e começa a trançar os cabelos ruivos. Faz uma trança de lado e a deixa cair no ombro esquerdo, enquanto conversa com Marlene.

Binns ‘entra’ na sala e começa a falar sobre a Revolução dos Centauros e, após alguns minutos, mais da metade da sala já havia caído no sono, inclusive Sirius. Vejo que Lupin não parava de escrever nas bordas do livro, assim como Lily fazia. O tempo naquela sala se arrastava. Olho pela janela e avisto o lago e a entrada da floresta. Alguns pássaros passam perto de nossa torre, cantando. Era fácil para eu me perder em pensamentos enquanto Binns falava. Sua voz era monótona e me deixava sonolento. Penso sobre o trabalho de poções e no fim de semana em Hogsmeade no final do semestre. Apoio minha cabeça em mus braços cruzados em cima da mesa e fico fitando os livros no fundo da sala. Quando o primeiro período já está no final, alguém bate na porta, fazendo com que todos acordem repentinamente. Binns, que não estava acostumado em ser interrompido, para de falar e Will entra na sala carregando a roseira. Ele anda com cuidado e cerca de vinte pares de olhos o seguem, até ele chegar em frente à Lily, quando ele coloca o vaso na mesa dela.

“Me pediram para entregar isto a você” ele diz à ela.

“Quem mandou entregar?” alguém da Sonserina pergunta em meio aos murmurinhos.

Sinto meu coração dar uma acelerada, mas me contenho. Desarrumo meu cabelo e começo a observar Lily. Todos tinham parado de prestar atenção nela, que pega o cartão que eu tinha cravado na terra e lê. Em seguida ela vira em minha direção discretamente e eu sorrio de orelha à orelha.

 

~James P.O.V OFF

~Lily P.O.V ON

 

Pego o cartão em meio às flores e leio: 'Rosas para um Lírio'. Todos na sala sussurravam a meu respeito. Viro-me discretamente para Potter e o encontro sorrindo para mim. Legal... O papel do cartão se queima assim que eu o coloco na mesa, como um berrador faria.

A aula volta ao normal, se você considerar normal o fato de todos os alunos estarem dormindo e apenas dois prestarem atenção na matéria. O resto da hora demora a passar. Marlene, agora acordada, trocava bilhetinhos com Sirius. Alice voltara a dormir, então minha única distração seria olhar minhas flores. As rosas eram brancas e delicadas, aparentavam terem sido escolhidas a dedo para serem plantadas naquele vaso. Pego minha varinha e desenho nele, até o período acabar.

A maioria sai de sala apressado, para tentar aproveitar o resto de tarde que ainda tínhamos. Marlene sai com Sirius, de braços dados, me deixando para trás. Quando me levanto da carteira, ouço uma voz vinda de detrás de mim.

“Eu...” começa James, e pela primeira vez desde que eu o conhecera, usando um tom mais tímido. “Eu queria agradecer por você tem me ajudado ontem…” o vejo corar um pouco.

“Não tem problema” digo secamente.

“Não, sério” ele continua. “Obrigado mesmo.”

Olho fixamente em seus olhos.

“Eu faria por qualquer um” penso alto, desviando o olhar. Coloco a alça de minha bolsa em meu ombro direito e arrumo minha trança, me virando para ele. Estávamos próximos um do outro. Cruzo os braços. Ele tem uma das mãos segurando a alça da mochila e com a outra ele despenteia o cabelo. Reviro os olhos com desgosto e ele sorria levemente, cada vez menos.

”É…” ele diz depois da pequena pausa, desmanchando o sorriso, que logo desaparece. “Por qualquer um…”

Eu via dor em seus olhos castanho-esverdeados.

“Sim” confirmo.

“Quer ajuda para carregar os livros?” oferece.

“Não precisa, Potter” sou fria quando digo seu nome.

“Como quiser, Lírio” ele diz delicadamente.

“Quer me fazer um favor?” pergunto a ele, que faz que sim com a cabeça. Respiro fundo e digo “Pare de me chamar de Lírio, ou Lily.”

Ele parece ficar confuso por alguns segundos, como se eu pedisse algo supercomplicado ou coisa assim.

“E quer que eu a chame como?”

“Não chame” falo me virando para a mesa. Pego minha varinha e faço com que os livros e o vaso flutuem e comecem a me seguir a cada passo que dou. “Mas” continuo ao sair da sala. “Se precisar me chame de Evans.” Saio para o corredor, deixando ele para trás.

 

~Lily P.O.V OFF


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Notas finais do capítulo

Espero muito que estejam gostando!
Capítulos novos toda sexta feira! Avisarei tudo no twitter: @grangerpwr

Beijos de luz!



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