~James P.O.V ON

Largo Snape no chão e sigo meu caminho para o Grande Salão. Os corredores estavam cheios. Todos rumavam para o jantar.

Eu estava devastado. Quem mais, em sã consciência, faria isso com Lily e eu? Era algo doentio e eu não suportava mais essa angústia. Muito menos essa novela que virara minha vida. Eu iria jantar e falar com os Marotos. Talvez se eu contasse a eles, eles pudessem ajudar.

Desaponto-me assim que chego à mesa da Grifinória. Sirius não estava lá. Pedro estava sozinho. Lupin provavelmente se atrasaria por conta do trabalho de monitor. Sento-me com Pedro e ele parecia preocupado com algo. Não ouso perguntar.

Os minutos passavam e nada do Aluado. Depois de meia hora, eu desistira de vê-lo.

Muitos alunos me olhavam e cochichavam. É claro que a notícia se espalhara rápido. Minha única preocupação era que isso não chegasse aos professores e muito menos ao diretor. 

Tento não me preocupar. Era a hora das sobremesas. Nada tiraria minha atenção da torta de framboesas que aparecera na minha frente. E, enquanto penso nisso, uma mão toca meu ombro.

— Oi, James! Sou Suzana! – era uma primeiranista da Corvinal.

— Oi.

— Tenho esse pergaminho do Professor Dumbledore. Ele me pediu para te entregar.

Ela me passa o pergaminho e sai saltitando. Abro-o e leio-o.

“James, 

Venha à minha sala assim que terminar de comer essa maravilhosa torta.

A senha é ‘Varinha de Alcaçuz’”

Então, ao terminar de comer, e sem a menor pressa, eu me levanto e sigo pelos corredores até a sala do diretor. Minhas expectativas eram baixas. Provavelmente duas semanas de detenção, que era o tempo que nos restava em Hogwarts este ano. Talvez ele estendesse isso para o ano seguinte.

Cada pensamento me deixava ainda mais ansioso e preocupado. Paro em frente à porta da sala e digo a senha:

— Varinha de Alcaçuz.

As escadas surgem e com grande esforço, eu as subo. Quando chego, bato à porta e Dumbledore me recebe. Ele não parecia muito animado.

— James...

— Diretor – eu o cumprimento.

Ele se levanta de sua cadeira e vem em minha direção.

— Escutei uns boatos a seu respeito, meu jovem. Queria que me explicasse o que andou fazendo nessas últimas semanas.

Eu fico mudo.

— Não se acanhe – ele me guia para a escadinha que levava à sua mesa e nos sentamos em um dos degraus.

— Bem, nem sei por onde começar, senhor...

— Comece por Lily. O que sente por ela?

— Eu a amo, senhor – digo, sem hesitar.

— E quanto a ela? O que sente por você? – ele pergunta.

— Eu não sei. A cada dia que passa ela tem uma postura diferente em relação a mim... Eu tento ser gentil e amigável, mas ultimamente ela só tem sido gélida e distante.

— E isso te dá motivos para dar Amortentia à ela?

— Senhor?

Ele me encara com os olhos azuis terrivelmente calmos.

— Eu não dei nada a ela. Tudo o que faço, eu faço por merecer. Acho uma atitude horrível essa de forçar as pessoas a serem e fazerem o que não querem. Eu nunca faria isso com ela e com ninguém, senhor – digo firmemente.

— Sabe, James, isso é algo muito sério.

— Estou falando verdade, senhor – afirmo.

— Eu acredito que sim. Não creio que seja de seu comportamento isso, no entanto, eu tinha que ter certeza.

— Tudo bem, senhor.

— Pode vir falar comigo quando precisar, James. A porta estará aberta.

— Sim, senhor.

— Creio que pode voltar para o seu dormitório. Sei que o dia não foi fácil.

— Obrigado, senhor.

E, com isso, saio da sala e rumo para o Salão Comunal da Grifinória.

No meio do caminho, me lembro que Lily não fora jantar, então eu dou meia volta e pego uns bolinhos na cozinha. Já no salão comunal, peço que uma das alunas mais novas que entregue à Lily a comida e vou me deitar.

A cesta de piquenique fora revirada e Sirius dormia segurando parte de um sanduíche. Pulo na cama e nem me dou o trabalho de me cobrir. O verão estava chegando e as noites não eram mais tão frias.

~James P.O.V OFF

~Lily P.O.V ON

Alguém me acorda. Uma menina do segundo ano com os braços cheios de bolinhos.

— Me pediram para entregar pra você, já que não foi jantar.

Ela despeja os bolinhos na minha cama.

— Obrigada – digo, ainda acordando.

Eu não imaginava quem poderia ter sido.

~Lily P.O.V OFF