Save me escrita por KimSorawriter


Capítulo 4
Capítulo 4




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Já tinha uma semana que eu estava lá, eu falava com meus pais todos os dias, já que eu queria voltar logo pra casa. Eu nunca tive uma semana tão agitada quanto aquela. Quando algumas garotas do colegial viram que eu era americana ficaram me fazendo muitas perguntas e todos os dias elas iam até lá. Aquela cidade nunca dormia. Sempre tinham luzes acesas e carros nas ruas. Os lugares mais tranquilos que se encontrava naquela cidade eram os bairros familiares e os mais afastados do centro. Eu morava exatamente no centro, numa loja que ficava aberta durante a tarde e só fechava na manhã seguinte. Eu tinha pausas de 1h30, mas ainda assim era puxado. Pelo menos eu ganhava bem. Lá não era uma loja de conveniências, estava mais para um Café.
Quando eu cheguei lá, não tinha muitas roupas pra mim. A senhora que limpava o Café tinha pego umas roupas de sua filha e levado pra mim. No andar de cima da havia uma kitnet, era onde eu ficava.
Numa tarde qualquer, recebi uma ligação pedindo pra que eu reservasse o Café por algumas horas, pois pessoas de alguma fundação iriam lá para uma reunião. O horário marcado era meia noite, achei extremamente tarde para uma reunião, até sugeri outros horários, mas o cliente disse que ele não tinha mais horários disponíveis. Eu marquei e aguardei assim como foi pedido.
Quando foi dando meia noite, foram parando carros na porta do café, e um homem muito bem aparentado, de baixa estatura, mas com muita presença entrou e pediu que eu fechasse as venezianas para que eles não tivessem distrações.
Eu fiz o que pediram. Tinham 3 carros parados na frente do café, todos carros de luxo e havia apenas uma mulher entre os vários homens que desceram do primeiro carro. Estava garoando, e havia um segurança segurando um guarda-chuva para as pessoas que estavam descendo do carro. Como percebi que eram pessoas importantes, eu fui logo preparar o melhor café que pude. Já deixei alguns sucos prontos no jeito, pra que qualquer que fosse o pedido deles, eu atendesse depressa.
Foram entrando uns rapazes e eu não sabia pra qual olhar, eram todos tão lindos que eu mal podia acreditar. Dois deles eram bem altos, haviam três deles de estatura média e outros dois eram mais baixos, pouco maior do que eu. Logo que eles entraram os carros foram embora, e aquelas pessoas sentaram e começaram a discutir sobre alguma doação pra alguma fundação de alguma coisa sobre violência infantil, eu não entendi muito bem.
No meio da conversa um deles levantou a mão para mim e disse:
— Por favor, você pode me trazer um suco de laranja? - a voz dele era inesperadamente grossa, seu rosto delicado não fazia sentido com sua voz.
E fui levei o suco pra ele. Ele me olhou no fundo dos olhos e me agradeceu. Eu me senti muito constrangida. Ele era mais bonito do que eu podia imaginar. Eu notei que ele tinha uma pinta na ponta do nariz que deixava ele mais charmoso. Quando eu estava voltando para o balcão um rapaz com o cabelo quase branco e com uma voz preguiçosa me pediu um café, ele nem sequer olhou pra mim pra pedir, apenas levantou a voz e pediu. Ele parecia mal-humorado. Eu levei o café e ele me agradeceu com um tom seco e frio. Me senti intimidada.
As horas passaram voando, e eu estava entediada e no mundo da lua pensando em quando voltaria pra casa. Quando uma mão estalou na frente dos meus olhos; era um rapaz com os cabelos negros e os olhos grandes tão negros quanto seus cabelos, ele me perguntou onde era um banheiro. Ele estava com um sorriso no rosto já que ele percebeu que eu estava viajando em meus pensamentos. Eu devia estar com uma expressão engraçada. Eu disse pra ele
—É logo ali, à esquerda.
— Ok, obrigada.
Ele foi ao banheiro e quando voltou, sentou em um dos bancos do balcão à minha frente e ficou desenhando em um guardanapo com uma caneta que estava em cima do balcão.
— Você conhece a fundação UNICEF? - ele falou comigo enquanto rabiscava o guardanapo.
— Não, do que se trata?
— É uma fundação que combate a violência contra crianças e adolescentes e ajuda os mesmos.
— Ah entendi, poxa que bacana, eu realmente acho muito bonito esse tipo de ação.
— É verdade. Meus hyungs estão discutindo sobre isso, mas minha cabeça dói tanto que não consigo pensar.
— Você quer uma aspirina? Eu tenho alguma coisa na minha bolsa, deixe-me ver, já volto.
Eu fui até a pequena dispensa onde guardávamos algumas coisas, eu guardava minha bolsa lá. Eu estava procurando o remédio na bolsa, e quando finalmente achei me virei para levar o remédio, o que eu não esperava é que o rapaz estivesse parado atrás de mim. Quando me virei, dei de cara com ele bem próximo a mim eu me assustei e bati as mãos no peito dele mas não teve muito efeito pois ele era bem forte. Ele começou a rir de constrangimento e pediu desculpas eu também pedi desculpas e entreguei o remédio. Ele agradeceu e saiu.
De volta no balcão, um dos rapazes mais alto, com o cabelo cinza, chegou até mim e pediu um copo de água. Ele parecia muito intelectual, ainda mais com os óculos que usava. Eu ainda estava meio atordoada pelo incidente na dispensa, e travei quando ele me pediu a água. Ele sorriu e uma covinha no lado esquerdo se sua bochecha apareceu. Meu coração parou. Ele apontou para a torneira e disse
— Pode ser da torneira mesmo, não tem problema.
Eu acordei do meu transe e fui pegar a água pra ele. Quando olhei para mesa onde as pessoas estavam sentadas percebi que eles estavam juntando as papeladas e assinando coisas, eles haviam terminado a reunião. Eram 2h da manhã.
— Aqui está o copo, muito obrigada. Quanto deu a conta?
— O aluguel do lugar, mais um suco, um café deu 158,00.
— Não incluiu a água?
— A água é por conta da casa.
— Nossa, esse é o primeiro lugar que vejo que não cobra água.
Eu sorri pra ele em agradecimento. Inesperadamente ele sorriu de volta e me estendeu a mão pra mim. Eu timidamente respondi o cumprimento e peguei em sua mão. Ele agradeceu o atendimento e foi em direção à porta. Saindo do local todos os rapaz fizeram uma curta reverência em agradecimento e saíram. Quando eles estavam saindo, os carros de luxo chegaram novamente. Eu peguei minha bolsa, recolhi os copos, apaguei as luzes e tranquei a porta. Quando eu saí do Café percebi que um carro ainda estava lá, e o rapaz mal-humorado estava sentado na frente enquanto os outros estavam atrás conversando. Eu subi a escada lateral indo pro meu quarto e o tal rapaz me observou até o final. Eu fiquei meio assustada. Depois que eu entrei olhei pela janela. Eles ficaram lá mais uns 15 minutos e saíram. Esta tinha sido uma das primeiras noites que eu tinha ido dormir antes das 5h da manhã.


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