Lexi estava fora resolvendo algumas coisas e Enzo não me deixava em paz se queixando de tédio. Acabei aceitando sair depois do pouco da paciência que me restava foi consumida. Fomos ao famoso Grill, estávamos à pelo menos quase um mês na cidade e ainda não tinha vindo a este lugar, preferia os bares mais afastados da cidade, principalmente o do campus, afinal comida a vontade é sempre bem-vinda não?

Enzo estava no bar e eu me acomodei em uma mesa um pouco mais afastada, mas ainda sim tinha uma visão de tudo, ouvi uma risada que me soou familiar, meus olhos percorreram o local a procura de sua dona e a encontrei perto das mesas de sinuca. Estava para me levantar e ir até ela quando ouvi outra voz “ Está tão ansiosa para perder Gilbert? ”, Matt, presumi ao vê-los aos beijos e abraços.

— O que está olhando Damon? Lembra-se do que Lexi disse certo? Nada de comer os moradores

— O que? N-Não, são crianças Enzo! Não seria baixo a esse ponto

— Então tu ainda tens uma alma? – debocha

— Não me provoque – o fuzilei

Eu mal a conhecia, eu sei, mas era estranho vê-la assim com alguém. Eu sei que pode ser só a minha mente perturbada e confusa dizendo, mas eu senti uma certa ligação com Elena desde a primeira vez que nos vimos. E não, não acho que seja pelo fato dela se parecer com Katherine.

Não sabia o porquê, mas vê-los assim tão felizes... Algo me incomodou, mas porque diabos eu estaria incomodado com a relação de uma garota que eu mal conheço? Eu deveria estar ficando maluco ou algo do tipo. Resolvi deixar Enzo se divertir e voltei para a pensão, no caminho voltei a pensar em Elena, pensei em como nos conhecemos, nosso encontro no cemitério, em como nos demos tão bem em pouco tempo. Quando cheguei ao pensionato espantei tais pensamentos e fui direto para o meu quarto. Fui até a sacada e fiquei observando a noite em seu esplendor, quando voltei a mim vi que uma coruja me observava do salgueiro a frente. A observei e presumi que era a mesma coruja de antes, acabei por ignorar, estava cansado então apenas fechei a cortina e me deitei.

**

Eu o observava todas as noites desde que o seguimos para esta cidade, não porque eu o amava, mas para ficar a par de tudo que ele fazia. Há alguns dias confirmei um boato que havíamos ouvido em Atlanta, uma garota que se parecia comigo, não, ela não se parecia, ela era um clone quase perfeito. Porque quase? Oras porque eu sou mais bela, ele concorda comigo, concorda que devemos dar um fim na garota antes que seja tarde demais antes que ele retorne. Voltei a mim quando senti uma presença no salgueiro, procurei e logo o vi, em uma de suas formas mais majestosas, o falcão.

— Ainda aqui? Tens de tomar cuidado ou logo ele perceberá que não és uma simples coruja – ouvi suas reclamações em minha mente

— Eu sei o que estou fazendo, precisamos ficar de olho nele. Não quer que ele atrapalhe nosso plano, quer?

— Claro que não, ainda acho que sua morte deveria ser providenciada, assim não correríamos riscos.

— Não seja tolo, ele pode servir de alguma forma para nós...

— Você quer dizer servir para você. Já se cansou de mim? Quem sabe deve voltar para o... – o interrompi

— Não mencione o nome de você sabe quem, seus seguidores podem estar por perto, por isso precisamos logo dar um fim a garota. Se estamos aqui, pode ter certeza que eles também já a encontraram.

— Então deveremos agir logo, poderíamos acabar com isso hoje...

— Nem comece, eu já disse que não é tão simples assim, precisamos esperar a hora certa ou se esqueceu da profecia?

— Não, não esqueci, só quero acabar logo com isso.

— Vem, vamos sair daqui antes que ele o veja.