Um suspiro cálido deixou os lábios rubros de forme delicada, ecoando pelo cômodo silencioso. Alguns olhares passaram a fitar a dona dos lábios com Sr de reprovação, fazendo-a encolher ligeiramente na cadeira de espaldar. Sentia-se deveras desconfortável em tal ambiente intimidador. Os dedos, alvos e esguios como o restante de seu corpo, dedilhavam nervosamente o tecido do vestido de seda que se acumulava em seu colo. Normalmente, a sensação delicada do tecido contra sua pele teria um efeito relaxante. Porem desta vez as propriedades calmantes da seda, tão suave ao toque nervoso, pareciam não ter efeito algum, para seu extremo desconforto.

Os olhos castanhos percorreram a sala, fitando os homens vestidos a rigor com certa hesitação. Eles murmuravam entre si, alguns apenas assentindo com a cabeça enquanto outros pareciam indiferentes ao que se tratava. Porem a grande maioria apenas crispava os lábios de forma reprovadora. Isabella Swan tinha plena consciência do que se tratava o assunto. Oh sim, o nome que os homens mastigavam por entre a conversa dissimulada era justamente o seu. E pareciam confortáveis com a idéia de que o alvo daquela reunião estava ali, observando tudo com os olhos cautelosos.

- Muito bem – a voz daquele que a moça julgava como o chefe ecoou de forma autoritária, calando imediatamente os sussurros que vagavam pela mesa de reuniões – acho que todos chegamos a mesma decisão quanto ao destino da Srta. Swan.

Todos assentiram, apenas alguns demonstrando certa relutância. A jovem crispou os lábios finos em uma atitude de reprovação silenciosa. Estava cansada de homens decidindo seu futuro. Estavam no inicio do século 21, pelo amor de Deus!

- Muito bem. – prosseguiu, abstraindo a expressão de reprovação da moça – como é do conhecimento de todos, Charlie Swan deixou em seu testamento que gostaria que o futuro de sua filha única, Isabella, fosse decidido por seus colegas de trabalho. Discutimos as melhores opções, até chegarmos a conclusão de que um tutor até os vinte e cinco anos seria a melhor opção.

- E se eu me recusar a ser criada por algum idiota com um diploma de Harvard? – Isabella perguntou em um sussurro, contendo sua raiva pressionando as unhas recém feitas contra a delicada palma da mão – já tenho dezoito anos, é a maior idade legal. Posso simplesmente assumir os negócios de Charlie.

- E você está pronta para tal responsabilidade? – indagou o homem com um brilho cruelmente divertido nos olhos escuros – não há discussão. Toda a papelada está planejada. Em três dias, será encaminhada para a casa de Edward Cullen, filho de um amigo intimo de Charlie. Ele cuidará dos negócios do seu pai por você, ensinando-a tudo que precisa fazer para seguir a vida sozinha.

- Isso é completamente ridículo! Me recuso a morar com Edward Cullen.

- Não está em discussão, Srta. Swan. Apenas recomendo que esteja disposta a aprender algo com o Sr. Cullen.