Bring Me To Life escrita por Fui embora


Capítulo 2
2/4


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é bastante fiel aos acontecimentos de Villains, mas com algumas modificações.
A parte em itálico é um flashback, do final de Entropy (6X18).



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/75369/chapter/2

Willow Rosenberg estava de pé, em frente uma pilha de livros de magia negra. A expressão em seu rosto não traduzia toda a raiva e a decepção que tomavam conta de seu ser. Ela não podia agüentar, quanto mais expressar, a dor de ter perdido seu amor mais uma vez, e agora de forma tão definitiva, que nem mesmo o deus Osíris pudera reviver Tara.

“Ele podia sim, mas não quis”, Willow pensou com amargura. Estendeu os braços.

Ignorando a presença de Anya, que estava contida por mágica, a ruiva colocou as mãos sobre os livros, e começou a absorver o conteúdo de todos.

Não queria saber: havia perdido Tara, e daria um jeito de trazê-la de volta, ainda que Osíris houvesse lhe dito que aquilo era impossível.

Tara, em sua forma de fantasma observava a cena, chocada. Os feitiços subiam pelos braços da outra bruxa, em direção a sua cabeça.

-Will, não... –A loira gritou, mas não foi ouvida.

Em pânico, Tara observou os olhos verdes de Willow escurecerem; o mesmo acontecendo ao seu cabelo ruivo. A dor de Willow não se demonstrava em seu rosto sem expressão, mas podia ser sentida no ar, afetando tudo e todos, e Tara entrou em desespero.

-Assim está melhor. –Willow disse, sem emoção, quando terminou de absorver toda a magia contida nos livros de magia negra da Magic Box.

-Willow... Amor, não... –Tara chamou, assustada, mas sua voz ficou perdida.

A bruxa, com seus cabelos agora negros, começou a caminhar, decidida. Foi na direção de Tara, mas sem vê-la ou senti-la, Willow atravessou o fantasma de sua namorada, e abriu a porta, deixando Anya ainda paralisada perto do caixa.

Chegando à rua, ela soltou um rosnado baixo:

-Warren... você me paga.

Ainda na Magic Box, Tara estava abalada. Finalmente havia entendido o que Willow havia feito, e sabia que as consequências seriam terríveis. A ruiva não tinha controle sobre a magia, e com todo aquele sofrimento, ela nem ao menos se importaria com as suas ações.

-Não... –Tara disse, enquanto uma lágrima surgia em seu olho. Era um fantasma, mas todas as sensações lhe atingiam da mesma forma que se estivesse viva. –Will, você não pode fazer isso.

Ela saiu da Magic Box, sem tentar se fazer ouvida por Anya. A bruxa sabia que a outra mulher não lhe ouviria. Os outros não haviam escutado, nem mesmo os seus gritos foram ouvidos. E Tara não poderia fazer nada para libertar Anya da magia que Willow havia jogado sobre a demônio da vingança, então não havia motivo para se demorar na loja.

Estava de volta na rua, o sol brilhava como se o dia fosse só mais um dia comum. Tara não conseguia mais ver Willow.

-Onde você está? –Ela perguntou, aflita. Era verdade que não havia forma de se comunicar com sua amada, mas Tara precisava ficar ao lado de Willow. Algo gritava dentro de seu coração, e Tara não podia lutar contra aquele sentimento. Mais uma vez ela sentiu seu corpo sendo puxado para frente, e cedendo àquela força, Tara foi guiada com velocidade até o hospital de Sunnydale.

A energia elétrica estava oscilando, como se houvesse uma sobrecarga. Tara começou a andar rapidamente pelo corredor do hospital, e chegou na área de emergência. Médicos e enfermeiros saiam de uma das salas de emergência, como se estivessem hipnotizados.

-Ela vai morrer! –Tara reconheceu a voz de Xander, vindo de dentro da sala da emergência.

-Não, não vai. –A voz de Willow respondeu.

Tara correu até a sala. Deslizou através da porta, e viu Xander em pé ali perto. Willow caminhava para frente, em direção à maca no centro da sala. Buffy estava deitada, inerte e ensangüentada, ligada a aparatos médicos que registravam os sinais vitais da caçadora. Um apito avisava que a loira estava em uma situação extremamente delicada.

Willow estava encarando Buffy. Tara se aproximou, e enxergou o que sua namorada estava fazendo: lentamente a bala que havia perfurado o peito de Buffy estava saindo do corpo da caçadora, subindo no ar, dourada e vermelha.

-É tão pequena. –Willow disse, enquanto estendia a mão e apanhava a bala. Quando abriu a mão novamente, a bala havia sumido.

Tara observava a cena, apavorada. Ela sentia as ondas de revolta que emanavam da outra bruxa, e sabia que Willow planejava vingança. E, como conhecia a forma que sua namorada pensava, Tara deduziu o que ela pretendia fazer. Isso só aumentou a sua angústia, porque a loira não queria ver a mulher que amava se tornando uma assassina. Ainda pior, uma assassina por causa de sua morte.

-Will... –Tara chamou, desconsolada, sabendo que Willow não conseguiria ouvi-la.

A outra bruxa estava impassível.

Xander aproximou-se de sua amiga no mesmo instante em que Buffy começou a abrir os olhos, acordando.

Buffy levantou-se, perguntando o que havia acontecido. Xander, emocionado, abraçou a amiga. Tara sentiu-se um pouco aliviada ao ver que Buffy estava bem. Pena que não pudesse dizer o mesmo sobre si própria.

A caçadora olhou para o lado, e viu Willow.

-Willow?

-Buffy. Ei.

A loira percebeu que havia algo de errado com sua amiga.

-O que está errado?

-Eu explicarei. Mas agora temos que ir. –Ela disse, sem emoção.

-Por quê?

-É hora de encontrar o Warren. –Willow respondeu, saindo da sala.

Tara sentiu um aperto no coração. Então ela estava certa: Willow estava desejosa de vingança.

Buffy, Xander e Willow seguiram a pé até a Revello Drive. Tara os acompanhou por todo o caminho, tentando, desesperadamente, fazer Willow ouvi-la. Mas tudo era em vão. Suas palavras ficavam perdidas, antes de ultrapassarem a barreira invisível que separava o mundo dos vivos e o limbo em que o fantasma da bruxa loira se encontrava.

-Willow, amor... Por que você não consegue me ouvir? –Tara dizia, aproximando-se de Willow. Era difícil fazer isso. Mesmo morta, a loira ainda possuía sua sensibilidade, e conseguia perceber a aura de sua namorada. Willow estava envolta em uma massa de energia opaca e pesada, e toda vez que Tara se aproximava, ela sentia-se estranha, como se ficasse fora de ar. Então ela precisava se afastar, mas continuava chamando pelo nome de seu amor. –Will, me escute...

Nada.

Finalmente estavam de frente a casa das Summers. Buffy fez menção de entrar na casa, mas Willow disse.

-Não. Vamos atrás do Warren.

-Will, como você pretende fazer isso? –Xander perguntou. –Você está abalada, não sabe onde ele está, e nem tem meios de procurar...

A bruxa estendeu a mão na direção do seu melhor amigo, e a chave do carro de Xander voou até a mão de Willow.

O rapaz ergueu as sobrancelhas, assustado.

-Eu... eu dirijo. –Ele disse, resignado.

Ele abriu a porta do carro.

-Buffy, você vem?

A loira suspirou, contrariada. Willow estava usando magia, e Buffy sabia o quanto isso era perigoso. Mas, se havia perigo, o mais certo era que ela estivesse perto de sua amiga, para tentar controlar a situação. Buffy acenou com a cabeça, e entrou no carro, sentando no banco do carona. Willow sentou-se atrás. Tara entrou no carro, e sentou-se ao lado de sua namorada. Estendeu a mão na direção da mão de Willow. Tinha uma vontade incontrolável de tocá-la, mas sabia que sua mão atravessaria a mão de Willow. Mesmo assim, aproximou-se dela.

Foi nesse momento que Tara percebeu: ela não podia sentir o calor da pele de Willow, e assim seria até o dia que a outra bruxa também morresse. Esse pensamento só a deixou mais triste.

-Vamos para a rodovia. –Willow disse, seca. -Warren está tentando escapar da cidade.

Xander deu a partida, e logo o carro estava em movimento. Mas Tara ficou para trás, parada onde antes estava o carro de Xander.

-Mas o que...?

Antes que Tara pudesse entender o que havia acontecido, ela ouviu um barulho vindo de dentro da casa das Summers. Era um som baixo e abafado de alguém chorando.

-Dawn...

Tara correu para dentro da casa, ultrapassando portas e paredes. Estava começando a se acostumar com seu novo estado, por mais que odiasse estar morta e sem poder entrar em contato com as pessoas que amava. O choro vinha do quarto de Willow, e ela podia antecipar a cena que encontraria no momento em que atravessasse a porta que, só dois dias antes, ela havia atravessado depois de tomar a decisão mais importante da sua vida...

---

Tara parou na porta do quarto de Willow. A ruiva estava deitada na cama, lendo. O coração da loira começou a bater rápido. Tara inspirou profundamente, encostando-se na porta, antes de começar a falar aquele texto, quase completamente decorado, que ela havia passado a tarde e a noite inteira querendo dizer. Finalmente ela estava ali, com a cara e a coragem, pronta para tomar atitude. Ela inspirou mais uma vez, e começou:

-As coisas se quebram. Elas se quebram tão rápido...

-Tara? –Willow desviou os olhos do livro e sentou-se na cama ajeitando a saia e olhando para a loira.

-...você não consegue fazer as coisas voltarem a ser como eram.

-Você está bem?

-Desculpa. Eu só... –ela deixou a frase suspensa no ar. Tara afastou-se da porta, soltando o ar. Ela entrou no quarto, continuando. –Sabe, isso leva tempo... você não pode só tomar café e esperar. –Tara virou-se para encarar Willow.

-Eu sei.

-Tem tanta coisa pra resolver. A confiança tem que ser reconstruída, dos dois lados. Você tem que descobrir se... se nós somos as mesmas pessoas que éramos, se uma pode se encaixar na vida da outra... É um processo longo e importante... Podemos apenas pular isso? Você pode... pode só me beijar agora?

Um sorriso iluminou o rosto de Willow, que se levantou rapidamente e se jogou nos braços de Tara, beijando-lhe apaixonadamente, depois de tantos meses afastadas...

---

Dawn estava sentada no chão, com as costas apoiadas na parede. Seu rosto estava escondido, pressionado contra suas mãos, e o choro fazia seu corpo tremer convulsivamente. A poucos passos de distância, o corpo de Tara estava caído no chão.

Tara observou a cena, com o coração apertado. Dawn era uma espécie de irmã para ela. Mais que isso: a jovem Summers era como uma filha para Tara. A bruxa sentia um carinho especial pela irmã mais nova de Buffy, e vê-la naquele estado, chorando por causa de sua morte, era de cortar o coração. A loira aproximou-se da adolescente, e mesmo sabendo que Dawn não lhe ouviria, Tara disse, estendendo a mão para afagar os cabelos castanhos da menina.

-Dawnie... eu estou aqui.

-Tara? –Dawn perguntou, assustada, sentindo a mão da bruxa no alto de sua cabeça.

-Dawn, você consegue me ouvir? –O coração de Tara começou a bater rápido.

-Tara, é você? –A garota perguntou com a voz fraca de tanto chorar.

-Sim, Dawnie, sou eu... –A emoção era tanta, que Tara começou a chorar. –Você... você está bem?

Dawn balançou a cabeça, concordando.

-Eu pensei que você estivesse... –A adolescente disse, com os olhos ainda fechados.

-...morta? –Tara completou a frase para Dawn.

-Sim. –Ela respondeu, abrindo os olhos para enxergar a sua amiga.

Mas Dawn não conseguiu ver Tara.

-Tara? Você está... invisível?

A bruxa suspirou.

-Eu estou... estou morta. Acho que virei um f-fantasma. Ninguém consegue me ver, ou escutar... Quero dizer, ninguém menos você.

-Por que? –Dawn perguntou fechando os olhos. Era estranho ouvir Tara sem vê-la. De olhos fechados, pelo menos, parecia existir uma explicação para isso.

-Não sei, Dawnie... –Tara olhou em volta, tentando não enxergar seu próprio corpo ainda caído no chão do quarto e falhando miseravelmente. Sentiu uma tristeza súbita. –Tem muito tempo que você está aqui?

-Desde que cheguei da escola. Estava tudo quieto... vim até o quarto, para ver se... se estava tudo bem entre você e a Will. Mas você estava... caída. –Dawn tentou segurar o choro, mas não conseguiu.-Eu não queria deixar você sozinha...

-Shhh.. eu estou aqui. –Tara abraçou a mais jovem, para confortá-la. Mas o abraço também serviu para confortá-la. As sensações estranhas daquele dia foram passando, enquanto as duas amigas estavam abraçadas.

-Dawn, você precisa avisar que eu... eu morri. Ligue pra polícia.

-Mas, Tara... –a menina disse, exasperada.

-Não há nada que possa ser feito, Dawn. Por favor.

A mais jovem concordou com a cabeça, e saiu do quarto, para fazer a ligação.

Sozinha, Tara se perdeu em pensamentos: por que é que Dawn era capaz de ouvi-la e senti-la, mas Willow não conseguia?

-Willow!

A bruxa pensou, voltando a se preocupar. Willow ainda queria vingança, e Tara podia sentir a vibração produzida pela magia negra de sua namorada. No mesmo instante, a já conhecida sensação de estar sendo arrastada, inexoravelmente, começou, e Tara foi levada até o seu quarto no dormitório da UC Sunnydale.

Willow, em pé no meio do quarto, estava segurando a blusa branca, manchada com o sangue de Tara. Ela colocou a blusa no chão, e começou o encantamento:

-Sangue da assassinada, me escute. Guie-me ao assassino de Tara.

Tara se aproximou e viu que o sangue desenhava um mapa na blusa.Uma luz vermelha se movimentava na região do bosque nos arredores de Sunnydale.

A loira ajoelhou-se ao lado de Willow, e olhou nos olhos dela. Era assustador. Antes, eles eram verdes, brilhantes e cheios de vida. Mas, naquele momento, os olhos de Willow estavam completamente negros e duros. Mesmo assim, uma lágrima se formava no canto do olho esquerdo da bruxa.

-Will... por favor. Pare com isso. Não vá atrás de vingança!...

Mas a outra mulher não ouviu a súplica.

Levantou-se, decidida, e saiu andando apressada. Tara foi atrás dela, mas no momento em que chegaram no corredor, Willow sumiu.

Um segundo depois, Tara estava sendo puxada de novo por aquela força desconhecida. Viu a cidade passar rapidamente por seus olhos, até que chegou à floresta. Willow andava apressada, e Tara precisou correr para alcaçá-la.

As plantas dobravam-se para os lados, abrindo caminho para Willow.

“Isso não é bom.” Tara pensou. “As plantas estão sentindo a energia da Willow... isso significa que é muito forte. E ruim.”

Chegaram a uma clareira. Calmamente, Willow disse:

-Pode correr a noite toda, Warren. Eu ainda te encontro.

Nesse instante, Tara viu que Warren se aproximava por trás, com um machado nas mãos, pronto para atacar Willow.

-WILLOW!

Mas a bruxa não ouviu, e Warren acertou o golpe. Willow caiu de cara no chão.

-Will... –Tara disse, se aproximando de seu amor, dividida entre tristeza pelo golpe mortal que Willow havia recebido, e a esperança de poder voltar a abraçá-la e beijá-la, mesmo que as duas estivessem mortas.

Mas um segundo depois, Willow se erguia, com o machado cravado nas costas.

Horrorizados, Warren e Tara viram Willow tirar a arma de suas costas. Ela disse algo que Tara não foi capaz de entender, de tão assustada que estava. Warren saiu correndo.

Calmamente, Willow começou a seguir o rapaz, e Tara foi junto, chamando, desesperada, tentando fazer sua namorada ouvi-la, assim como Dawn podia.

-Will... me escute! Eu estou aqui!

Uma caixa voadora se aproximou de Willow e explodiu no ar. Usando magia ela congelou o fogo, que explodiu em vários pedaços. Impassível, ela continuou sua caminhada.

Willow transportou-se, e surgiu em frente a Warren.

Tara logo estava ali, chamando por Willow. Ela conseguia sentir a raiva que emanava da mulher que tanto amava, e sabia que Willow estava prestes a fazer uma grande bobagem...

-Will! Estou aqui!

-Foi um acidente. –Warren disse.

-Em vez de matar a minha melhor amiga, matou a minha namorada.

-Não foi pessoal.

-Isso é.

Warren saiu correndo, e Willow lançou um feitiço, que o derrubou no chão. Ele se virou, e jogou uma espécie de geléia na direção da bruxa. A gosma envolveu a bruxa, mas Tara nem teve tempo para se preocupar. A magia de Willow rapidamente derreteu a engenhoca do nerd.

Poucos segundos depois, Willow lançou um feitiço:

-Irretite.

Tara fechou os olhos, sabendo que Warren estava sendo preso pelas plantas da floresta. Willow caminhou até o local em que ele estava preso, e Tara, lentamente, quase sem vontade, foi atrás, torcendo para que sua namorada não se precipitasse e não fizesse algo de que futuramente ela se arrependesse.

Foi então que ela viu Xander, Buffy e Anya andando pela floresta. Anya ia na frente, como se guiasse os outros dois. Tara correu até seus amigos. Ela sabia que Xander e Buffy não podiam ouvi-la, mas ela não havia tentado se comunicar com Anya. Talvez acontecesse o mesmo que havia acontecido com Dawn.

-Anya! Sou eu, Tara... Consegue me ouvir?

Mas a demônio da vingança não ouvia.

-Por favor, parem a Willow antes que ela faça alguma besteira...

De repente, Tara foi levada ao local onde Warren estava preso, sendo torturado por Willow. Ela pode ver a bala que Willow havia retirado de Buffy. A pequena peça de metal lentamente perfurava a carne de Warren, que berrava.

-...destruirá seus órgãos internos. Seu pulmão desmorona. É como se estivesse afogando. –Willow dizia, com a voz sem emoção.

-Por favor! Não...

-Quando finalmente chegar à sua espinha, fundira seu sistema nervoso central.

Aquilo era muito para que Tara continuasse a ver. Ela virou-se para fugir. Não podia fazer nada para impedir que Willow continuasse, e vê-la naquela situação era doloroso e fazia Tara sentir-se extremamente infeliz. Ela começou a correr pela floresta, fugindo. Os berros de Warren ficavam abafados à medida que Tara se afastava...

Mas aquela sensação de ser puxada por uma força invisível dominou a bruxa loira, e por mais que ela lutasse para ir embora, ela continuava a ser puxada para perto de Willow.

-...destrói tudo.

Warren estava com a boca fechada magicamente, e gemia assim mesmo.

-A rasgou por dentro... levou embora a luz dela. Levou embora de mim. Do mundo. A pessoa que devia estar aqui, foi embora.

O coração de Tara doía ao ouvir as palavras de Willow.

-Will... eu estou aqui. Não fui embora. Jamais poderia deixá-la.

Mas Tara não foi ouvida, mais uma vez.

-E um desperdício como você está vivo.

Tara fechou os olhos e tentou fugir daquele lugar, mais uma vez. Aquilo era o inferno. Ser obrigada a ver a pessoa mais doce e mais gentil do mundo tornando-se alguém tão cruel, e por causa dela, Tara... Era a pior sensação do mundo.

Enquanto fugia, viu Buffy, Xander e Anya se aproximando. E então, mais uma vez foi levada para perto de Willow.

Queria fugir, mas sabia que seu esforço era inútil. Começou a chorar. Não havia mais o que fazer, exceto chorar e rezar para que a deusa impedisse que Willow concretizasse aquela loucura.

-Willow! –A voz de Buffy chamou.

Tara, chorando, desabou de joelhos no chão, tentando não ouvir ou ver mais nada a sua volta. Estava acabada. Toda a sua força tinha lhe abandonado. Tudo o que ela queria naquele momento era ser levada para longe... Queria reencontrar-se com sua mãe, que havia morrido quando ela tinha 17 anos.

Mas, ao invés disso, ela continuava caída na floresta, chorando e rezando.

Foi então que ouviu:

-Entediada agora.

Tara ergueu os olhos, e viu Willow estender a mão na direção de Warren. A pele do nerd foi arrancada fora, e em um último momento de agonia, ele gemeu. E então morreu.

Buffy, Xander e Anya se aproximaram, um deles até mesmo passou através de Tara.

Momentos depois, Willow usava magia para desaparecer com o corpo de Warren.

-Um a menos. –Tara ouviu Willow dizendo.

No momento seguinte, Willow desapareceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero suas teorias: Por que Dawn consegue ouvir e tocar em Tara, mas os outros não?
E por que Tara está presa na Terra?