Can I Crash Into Your Life? escrita por andeinerseite


Capítulo 10
Capítulo X - Rette Mich


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo triste e depressivo T_T

As coisas vão melhorar para eles, tenham paciência!

Eu estava pensando em fazer um capítulo, não o próximo, mas o outro, em que é o Bill que está narrando. O que vocês acham? Deixem sua opinião nos reviews, se a maioria das leitoras concordar eu faço!

Ah, eu mudei a capa de novo, rs. Essa aí é a permanente, eu acho, rs.

Leiam ouvindo Rette Mich, deixei o link do vídeo abaixo, é a música que combina perfeitamente com esse capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/75350/chapter/10

http://www.youtube.com/watch?v=ZOM3B0ukSrM&feature=related

Eu me machucava freqüentemente quando era criança. Caía de bicicleta, ralava o joelho, saía um pouco de sangue e eu chorava, aflita, chamando pela minha mãe. Então, minha mãe aparecia e me pegava no colo, fazia um curativo, passava a mão nos meus cabelos e me dizia: “Vai sarar”.

 

Um joelho ralado é insignificante se comparado a um coração partido. Emocionalmente falando, é claro. Porque joelhos machucados podem ser curados com band-aid e merthiolate, enquanto corações partidos só podem ser curados com o amor. Agora que o meu coração estava machucado, quem iria me pegar no colo, me abraçar e dizer que “vai sarar”? Ninguém.  A única pessoa que podia realmente me fazer feliz havia ido embora, me deixando sozinha, mais uma vez. E ele só fez isso porque me amava, o que só torna tudo ainda pior.

 

Zum ersten mal alleine

Primeira vez sozinhos

in unserem Versteck

Em nosso esconderijo

Ich seh noch unsre Namen an der Wand

Ainda vejo nossos nomes na parede

und wisch sie wieder Weg

E os apago novamente

 

Por um momento, eu tinha certeza de que era feliz. Eu o amava e ele me amava também, não havia dúvidas disso. Haveria felicidade maior do que essa? O vazio no meu peito havia sido finalmente preenchido, Bill estava lá. Mas toda aquela felicidade que eu sentia, fora arrancada de mim com a mesma rapidez com que havia aparecido. Por que tinha que ser assim? Por quê?

 

Ich wollt dir alles anvertraun

Queria te contar tudo agora

Warum bist du abgehaun

Por que você foi embora?

Komm zurück, nimm mich mit

Volte, e me leve com você

 

Como eu queria que ele voltasse. Que ele aparecesse naquele quarto frio, me abraçasse e dissesse, “está tudo bem”. Ou que nem dissesse nada, só o fato de ele estar ali já seria o suficiente.

 

Komm und rette mich

Venha e me salve

ich verbrenne innerlich

Estou queimando por dentro

Komm und rette mich

Venha e me salve

ich schaffs nicht ohne dich

Não dou conta sem você

Komm und rette mich

Venha e me salve

rette mich, rette mich

me salve, me salve

 

Vampiros idiotas da realeza. Eu poderia culpá-los por isso. Eu também poderia culpar a mim mesma, ora, por que fui me apaixonar justo por um vampiro? Poderia culpar o mundo, a vida, a morte, a verdade, o amor. Mas culpar algo ou alguém não faria as coisas melhorarem. Não mesmo.

 

Unsre Träume warn gelogen

Nossos sonhos foram mentiras

und keine Träne echt

e nenhuma lágrima verdadeira

Sag dass das nicht war ist

Me diga que isso não é verdade

Sag es mir jetzt

Me diga agora

Viellecht hörst du irgendwo

Talvez você ouça em algum lugar

mein SOS im Radio

meu SOS no rádio

Hörst du mich?

Você me ouve?

Hörst du mich nicht?

Você não me ouve?

 

Quando eu ainda estava no Brasil, eu não me sentia feliz. Então, viajei até Hamburgo, onde estou agora, e mudei completamente. O amor me trouxe a felicidade que eu procurei por tanto tempo. E agora, nada.

 

Komm und rette mich

Venha e me salve

ich verbrenne innerlich

estou queimando por dentro

Komm und rette mich

Venha e me salve

ich schaffs nicht ohne dich

não dou conta sem você

Komm und rette mich

Venha e me salve

dich und mich

você e eu

dich und mich

você e eu

dich und mich

você e eu

dich und mich

você e eu.

 

***

 

Meu pai estava sentado no sofá da sala, assistindo a um jogo de futebol.

 

- Pai, eu preciso falar com você.

 

Depois de alguns segundos de espera, ele tirou o olhos da televisão e olhou para mim.

 

- Não pode ser durante os comerciais? Eu não posso perder esse lance e...

 

- Não, pai  - interrompi. - Tem que ser AGORA.

 

Ele encheu um copo de coca-cola e tomou um gole.

 

- Tá bem. O que foi? - perguntou, desligando a TV.

 

- Eu vou voltar para o Brasil. - falei, firme e determinada.

 

- Como? - ele quase cuspiu a coca-cola, foi cômico. - Mas por quê, você parecia tão feliz aqui... Você havia mudado, até sua mãe me disse isso. Estava feliz, diferente. Por que quer ir?

 

Papai estava certo. Eu estava feliz. Claro que ele não sabia o que havia acontecido ontem à noite.

 

 Eu havia decidido que o melhor seria ir embora, fugir daquelas lembranças. Eu deveria voltar para o Brasil e recomeçar a minha vida. Eu já havia feito isso tantas vezes, por que não dessa vez?

 

Ok, chega de me iludir. Eu jamais esqueceria o Bill, isso era óbvio. Ele era uma tatuagem em mim, uma marca impossível de ser removida. Voltar ao Brasil não me livraria da dor. Talvez pudesse até atenuá-la, mas não a apagaria por completo.

 

- Eu sei pai... Eu realmente estava feliz, mas...

 

- Você não quer ir embora por causa daquele castigo que eu havia lhe dado, não é? Eu já te liberei do castigo e...

 

“Bem que eu queria que fosse por causa do castigo”, pensei.

 

- Não. Não é por causa do castigo. - eu disse.

 

- Então, por quê quer ir, afinal? - meu pai já estava ficando confuso.

 

- E-eu... - inventei uma desculpa. - Eu resolvi pensar no meu futuro, é isso. Preciso terminar os estudos, fazer vestibular, arrumar um emprego decente. Não posso ficar aqui dependendo do senhor.

 

Mentiras, mentiras... Como era ruim ter que dizer aquilo.

 

- Mas eu posso matricular você em uma das escolas aqui de Hamburgo! - disse papai.

 

- É, só que é mais difícil estudar em alemão. Imagine uma aula de matemática inteira em alemão! Eu surtaria! Embora eu saiba falar fluentemente a língua, não entenderia os termos técinicos... - menti.

 

Meu pai se sentou no sofá e bebeu um pouco mais de coca. Coçou a cabeça, pensativo. Depois de alguns minutos, se levantou novamente e finalmente disse:

 

- Você tem razão. - ele estava desanimado. - Quando quer partir? Preciso avisar sua mãe, além de comprar a passagem e tal.

 

- Semana que vem, se possível.

 

Por trás daquela minha pose de “garota forte e determinada”, havia um coração queimando, abalado pela dor do amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews, e não esqueçam de deixar sua opinião sobre a idéia do capítulo narrado pelo Bill! bjs :*