Pov's Jin

— E então, Jin? Queremos saber qual será a sua decisão. – Namjoon me perguntou, impaciente.

— Se todos estão de acordo, acho que eu posso ficar por mais alguns meses, até minha barriga ficar aparente.

— Mas, hyu…

— Certo, faremos assim então. Caso você mude de ideia até lá, pode continuar conosco. – Namjoon falou, interrompendo Jimin.

— Qualquer coisa, podemos dizer que você só está um pouco acima do peso, hyung. – Jungkook sugeriu, quebrando o clima tenso… nos fazendo gargalhar.

— Mas e então, hyung, de quanto tempo você está? – Taehyung perguntou, curioso.

— Pelo exame de sangue, seis semanas.

— Quantos meses é isso? – Jungkook perguntou, mais para si do que para os outros.

— Um mês e meio. – Respondi.

— O médico já te disse todos os cuidados que devemos tomar? – Namjoon perguntou para mim, olhando fixo nos meus olhos. Neguei em resposta, cabisbaixo.

— Não, ele ainda não me disse nada.

— Então chamarei uma enfermeira. – Namjoon disse, logo saiu do quarto. Foi só ele sair que os meninos voltaram os olhares para mim.

— Namjoon-hyung parece bastante bravo. O que ele tem, hyung? – Jungkook perguntou, novamente.

— Acho que ele está bravo por eu querer sair do grupo. – Respondi, e todos permaneceram em um silêncio agonizante.

— Jin… – Taehyung me chamou, fazendo com que eu voltasse minha atenção a ele. – eu posso tocar?

— O quê? – Lhe questionei, confuso. Taehyung então apontou para a minha barriga, ainda sem volume, o que me fez corar levemente. – Mas você não vai sentir nada. Ele ainda é muito pequeno.

— Mesmo assim, hyung, ele está aí. – Taehyung me respondeu, com uma expressão tímida na face. Eu não sabia como recusar tal pedido, então coloquei minha mão por debaixo da camisa e a ergui, lentamente. Aproveitou e também acariciei de leve a região. Taehyung se aproximou e, devagar, se sentou na cama, pôs sua mão com cuidado sobre minha barriga ainda lisa e começou a acaricia-la com delicadeza. Taehyung observava meu abdômen com um olhar carinhoso. Ele realmente adora crianças, até mesmo aquelas que ainda nem nasceram. O olhava curioso. Por um momento, imaginei Namjoon aqui, em vez de Taehyung. Acabei saindo de meus devaneios quando a porta do quarto foi aberta bruscamente por Namjoon, que trazia consigo uma enfermeira. Ela estava um tanto chocada com a cena.

— Bem, eu vim lhes informar sobre… – Ela arregalou os olhos ao ver os outros quatro meninos no quarto. – as recomendações do médico. – Concluiu.

— Será que posso falar apenas com os pais do bebê? – A mulher perguntou, e quatro dos garotos foram de olhares curiosos e atenciosos para resmungos e bufadas. Taehyung se levantou da cama e olhou para mim, sorridente. Parecia sair dali satisfeito com algo. Após a enfermeira ficar a sós comigo e Namjoon, começou a falar das recomendações do médico. O mesmo médico que sequer deu as caras novamente. – Você não poderá fazer muito esforço nesses primeiros meses, deve tomar cuidado com a sua alimentação também. Vou lhe passar uma receita que o médio me entregou, aqui tem todas as vitaminas que você deverá comprar e tomar diariamente. Pela análise do doutor, essa não é uma gravidez de risco. Mas como você já deve saber, a gestação que pessoas como você levam pode ser mais complicada.

— Uma pergunta. – Namjoon se manifestou. – O hospital não poderá informar o estado dele à mídia, certo?

— De maneira alguma, todos aqui são tratados igualmente. Por isso vocês não receberam nenhum tratamento especial por serem famosos. Sabemos quem são. Não se preocupem, ninguém aqui poderá revelar o estado do seu… amigo.

— Obrigado. – Namjoon agradeceu e reverenciou a moça. Ela fez o mesmo e lhe entregou a receita, juntamente a um cardápio alimentar. Assim que ficamos a sós, começamos a dialogar.

— Você está bravo comigo, não é?

— Bastante…

— É por que eu quero sair do BTS?

— Também. – Namjoon respirou fundo e sentou-se na cama, ao meu lado. – A notícia de você estar esperando um filho meu não foi algo ruim para mim, Jin, apenas surpreendente. Você ter me dado essa notícia e logo depois me dizer que planeja se afastar completamente que foi algo péssimo. Foi como se você tivesse dado um doce gigante e colorido a uma criança e, logo depois, o tirou dela. Você não acha que essa criança ficaria no mínimo chateada e irritada? Irritei-me mais ainda quando você falou que esse bebê era um fardo, e que era só seu. Poxa, Jin, você em nenhum momento sequer me perguntou como eu me sentia ou o que eu gostaria de fazer.

— Me desculpe, Nam, não pensei que você o quisesse tanto quanto eu.

— Você chamá-lo de fardo não demonstra muito que o quer, Jin. Pense mais no que fala. – Namjoon me sugeriu, ríspido.

— Mas você sabe que nunca te impediria de vê-lo, não é?

— Mas eu quero ver vocês dois... todos os dias. – Eu não sabia como agir ou o que responder, apenas olhava para Namjoon com um semblante triste na face. – Jin, você não gosta mais de mim? É por isso que quer se afastar?

— Não! Tudo bem você me culpar por não ter pensado em você da maneira que queria. Mas não faça teorias malucas, Namjoon. É óbvio que eu ainda amo você. Pensei que me afastando, você poderia seguir com a sua carreira normalmente. Então sim! Eu pensei em você… e sim, foi um erro eu ter chamado nosso filho de fardo. Mas poxa, você sabe que eu estou confuso com tudo isso, você deveria ser mais compreensivo comigo. – Ficamos encarando um ao outro por alguns instantes. – Eu amo você, e te quero ao meu lado… sempre. – Eu tremia, estava no ápice do meu nervosismo, não me contive e comecei a deixar algumas lágrimas cair. – Me desculpe, Nam. Eu sei que posso estar confuso sobre muitas coisas. Mas não sobre amar você, disso eu tenho certeza.

— Desculpe, Jin. – Pediu, depois de uma pausa, me abraçando. – Eu também amo você, ok? – Depois de ouvir suas palavras, me aconcheguei sobre o seu peito, já que ele seguia me abraçando.

~*~*~

Estavamos todos a caminho do dormitório, dentro de uma das vans da empresa. Namjoon e eu estávamos lado a lado, de mãos dadas. Por mais que nós quiséssemos ter um contato mais próximo, não podíamos. Tínhamos sempre que priorizar esconder nosso relacionamento, até mesmo do motorista que nem prestava atenção em nós. Apenas por garantia, preferíamos ter contatos mais afetuosos somente em casa. Eu estava sonolento, era compreensível já que se passavam das onze horas da noite. Quando estávamos perto do dormitório, Namjoon percebeu que eu repousava com a cabeça escorada sobre o seu ombro. Enquanto eu estava quase dormindo… ele se distraia, pensativo, observando a paisagem. Como eu estava sonolento o bastante para não querer sair da van, Namjoon tomou a liberdade e me pegou no colo. Ele me levou até o quarto. Namjoon teve que subir vários degraus comigo nos braços, já que o elevador seguia em manutenção. Certamente, ele ficará com os braços dormentes mais tarde. Ele parecia cansado, deitou-se ao meu lado e adormeceu em seguida. Antes de dormir, me aproximei dele e me encolhi perto do seu peito. E assim… dormimos até o amanhecer.