Dias Ensolarados escrita por Clarinna


Capítulo 3
Você não precisa me provar nada


Notas iniciais do capítulo

Alô!

Espero que vocês gostem :) Obrigada a todos que comentaram!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753489/chapter/3

 

— Você precisa relaxar. - ele disse com uma sobrancelha erguida - Sério.

Ginny estava sentada sob a sombra de uma árvore frondosa onde eles gostavam de se encontrar; ela levava um livro de Herbologia nas mãos e tinha os olhos cravados na pagina que lia freneticamente. A chegada de Harry a sobressaltou, e ela levantou a cabeça para encara-lo.

— Até que enfim. - o livro foi fechado e lançado para o lado, ao levantar uma mão Ginny puxou a gravata de Harry delicadamente até que seus rostos estivessem colados para ela beija-lo.

— Certo, me deixe sentar antes. - ele disse rindo quando ela soltou a gravata.

— Desculpe. - ela pareceu levemente envergonhada e aborrecida, então Harry puxou-a para outro beijo assim que se sentou, fazendo com que  suspirasse de satisfação.

Aquela era a hora do dia pela qual eles mal podiam esperar, e quando não havia oportunidade para estarem juntos era claramente um dia decepcionante. Harry havia saído da aula de Transfiguração e subido para torre da Grifinória, a fim de deixar a mochila no dormitório, e ele não imaginava o desespero da namorada. Ginny há dias estava com a cara enfiada em livros, passava horas na biblioteca e na sala comunal, sentada no chão entre as pernas de Harry com uma variedade de anotações espalhadas.

As vezes, se compadecendo dela, Harry simplesmente continuava ali mesmo que terminasse suas tarefas, chegando  até a dormir na poltrona sem que ela notasse, mas sempre era acordado com carinhos, ou com a sensação quente dela em seu colo se aninhando como se pretendesse passar a noite na sala comunal, mas também já era comum que ela cochilasse com a cabeça deitada na perna dele, segurando um livro aberto nas mãos.

Com a aproximação dos exames Ginny estava estressada e exausta, mesmo que continuasse linda, e eles passavam menos tempo juntos, então quando se encontravam ela se enroscava em Harry como se ele fosse um bote salva vidas, e quando ele se atrasava era uma angustia.

— Não sei o quê seria de mim em Herbologia sem Luna e Neville. - ela estava contando sobre seus progressos e balançava na frente dele um livro sobre ervas venenosas que Neville tinha indicado.

— Eles são ótimos, mesmo. - Harry respondeu, lembrando de como Neville e sua inclinação para a matéria quase foram usados para ajuda-lo a vencer o Torneio Tribuxo.

Eles conversavam com os rostos próximos, como se fosse fisicamente impossível se manter afastados.

— Chega de falar disso. - ele pegou o livro dela e jogou numa pilha de outros livros não muito longe deles - Você já está parecendo a Hermione.

— Isso é assustador. - ela concluiu com um olhar vidrado, antes de ser puxada pela mão para se levantar da grama - Onde está me levando?

Harry andava a frente e a guiava pela mão, não parecia ser outra caminhada sem rumo certo.

— Tem um lado onde o lago é vazio. - disse com simplicidade, e ela franziu a testa.

Andaram poucos minutos, até desembocarem na margem do lago, que realmente estava vazia. A luz do sol incidia sobre a água e fazia brilhar. Eles pararam e observaram, e Ginny pensou que sabia o quê Harry pretendia.

— Eu topo. - ela soltou a mão dele e começou a desabotoar a camisa.

— Topa o qu... Porquê está tirando a roupa? - um rubor subiu até as bochechas dele e seu rosto apresentava confusão.

— Você não quer mergulhar no lago? - questionou, sem parar de arrancar a camisa de dentro da saia.

— Não. - Harry nunca lhe parecera tão vermelho na  vida - Só queria um lugar diferente.

— Feche os olhos. - ela disse quando ia tirar a camisa e sentiu o olhar dele, cada vez mais atordoado - Harry Potter!

— Tá, tudo bem, tudo bem! - ele fechou os olhos com relutância e ouviu o barulho das roupas dela caindo no chão de terra fofa, e depois um som de água quando ela entrou no lago - Espere, a Lula Gigante!

— Relaxe, ela nunca fez nada de mal para ninguém. - podia imagina-la dando de ombros - Pode abrir agora.

Seus olhos se abriram e focalizaram Ginny mergulhada no lago até os ombros cobertos de sardas, seus cabelos estavam presos e não tocavam na água, Harry imaginou ela como uma sereia, do tipo que os trouxas acreditavam, muito belas e com poder de enfeitiçar homens.

— Vem cá. - disse de mansinho, chegando perto da borda sem tirar os olhos dele.

Harry não discutiu, já estava sob efeito do feitiço, apenas tirou as roupas e os sapatos, deixando ao lado das dela na terra, e caminhou de cueca até a água, mergulhando devagar para sentir a temperatura e depois nadando para se aproximar da garota, mantendo a cabeça fora da água o tempo todo.

— Está bom, não é? - ela perguntou, fechando os olhos prazerosamente e abrindo ao notar que ele não correspondia - Agora é você quem precisa relaxar.

— Tô ótimo. - respondeu e desviou os olhos da curva entre o pescoço e a clavícula nua dela.

Ginny se aproximou perigosamente dele, até seus rostos estarem colados como antes, mas com uma distância maior entre os corpos.

— Calma. - ela sorriu minimamente e beijou os lábios dele, e antes que pudesse se controlar, suas mãos pequenas já transitavam na pele de Harry, querendo descobrir como seria o toque embaixo da água - Você é tão corajoso, mas as vezes parece tão vulnerável.

Ela se sentia grata porquê ele mantinha as mãos flutuando na água, não tinha tentado toca-la, mesmo que quisesse muito, tinha receio de fazer um movimento incerto e destruir o momento.

— Isso é bom? - os lábios dele se encostavam ao falar.

— Quando está comigo, sim. - ela se afastou um pouco, tirando as mãos dele com relutância - Você não precisa me provar nada.

— Nada? - ele questionou, as sobrancelhas erguidas.

— Nada, exceto que... - ela mergulhou um pouco mais o corpo na água – Que você me ama.

Eles se encararam longamente, pareciam estar tendo uma conversa silenciosa, mas não conseguiam compreender quais pensamentos pipocavam em suas mentes, no lago estava tudo muito calmo e plácido.

Com um movimento só, sem ser bruto, Harry pegou o rosto dela com as duas mãos e tascou o beijo mais apaixonado que já tinha lhe dado, desde o primeiro. Ela segurou as mãos dele com firmeza, pois não teve coragem de encostar em seu corpo, uma vez que a aproximação já tinha causado isso, mas foi tão intenso que eles não se importaram, mesmo que embaixo da água os bicos dos seios pequenos e rosados de Ginny estivessem roçando o peito magro dele e as pernas se encontrassem.

Se separaram com certo constrangimento, porém ainda ardendo com os sentimentos tão aflorados por dentro.

— Não sou muito bom em falar. - ele encolheu os ombros - Você sabe.

— Sim. - um sorriso contido tremia a boca dela - Eu sei.

Mas não tiveram tempo de falar ou pensar demais, viram uma movimentação incomum na água, mais para o centro do lago, e resolveram sair com medo de que a Lula Gigante não apreciasse adolescentes apaixonados.

— Vamos voltar. - ela pegou a mão dele depois que se vestiram e o puxou em direção a trilha que levava de volta para árvore frondosa.

O caminho até lá foi em silêncio confortável, e regado de pequenos carinhos e risadinhas bobas.

Ao chegarem, Harry se esticou na grama e apoiou as costas no tronco da árvore, e Ginny se esticou ao seu lado, deixando que ele passasse um braço por seus ombros, ela pegou seu exemplar sobre ervas venenosas e desatou a ler. Eles se sentiam satisfeitos como nunca, não precisavam nem conversar naquele momento, apenas estar na presença um do outro.

Mais tarde, ao adormecer na poltrona com ela sentada em seus pés, Harry achou ter escutado um sussurro baixo.

"Eu te amo."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dias Ensolarados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.