Candy Boy escrita por Moony Is Tired


Capítulo 6
C06. Amor de Amigo vs. Perseguição do Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Paramos no último capítulo com Sam e Nathaniel oficializando sua amizade (de uma forma um tanto quanto adorável, vamos admitir.);
Eles também decidiram que iriam passar o horario do almoço juntos, é claro, como amigos fazem.
Então agora, lá vão eles, dois amigos seguindos suas aventuras completamente amigáveis e com zero pensamentos não-platônicos! O que poderia dar errado?



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Sam foi para a biblioteca logo depois do almoço. Não teve muita dificuldade de encontrar Nathaniel. Ele estava sentado em uma mesa próxima à entrada, com alguns vários livros em sua frente. O rapaz sorriu quando notou que Samuel havia chegado, chamando a sua atenção.

“Você disse que gostava de livros de fantasia,” Nathaniel começou a dizer enquanto ele sentava-se ao seu lado, admirando a pequena pilha de livros. “Eu encontrei alguns romances policiais com fantasia!” Ele sorriu, claramente orgulhoso consigo mesmo de ter encontrado alguns livros na biblioteca que poderiam encaixar em ambos os seus gostos literários. Sinceramente, Sam se sentia lisonjeado que ele havia tomado parte do seu tempo para procurar por aquilo tudo.

“Oh!” Sam pegou o livro que estava no topo da pilha, intitulado ‘o guardião’. “Eu não esperava que a biblioteca fosse ter livros desses gêneros. Quero dizer, minha escola antiga nunca tinha muito mais do que livros acadêmicos...”

“Como líder do grêmio estudantil... Eu posso ou não ter influenciado um pouco com o fato de havermos livros de literatura na biblioteca de Amoris.”

“Sinceramente, isso é incrível.” Sam começou a ler as sinopses de alguns dos livros, pensando em qual o interessaria mais de fato.

“Eu admito que ainda não li nenhum desses, entretanto. Apenas peguei os que pareciam mais interessantes.” Ele riu de nervoso, coçando a nuca. “Mas talvez pudéssemos escolher algum para lermos ao mesmo tempo e discutir sobre eles depois.”

“Parece uma boa ideia... Apesar de que acho que ficaria para trás rapidamente. Eu gosto de livros mas... Não tenho muito costume de ler, provavelmente acabaria muito lento.” Levantou um dos livros da pilha cujo a sinopse parecia mais interessante. “Esse aqui parece ser bom, de qualquer modo. Vamos ler ele.”

Nathaniel parecia querer dizer algo — provavelmente sobre o tempo de leitura de Samuel —, mas acabou apenas concordando com um meio sorriso. O entusiasmo de Sam, mesmo que não tão alto assim, parecia deixá-lo feliz também. Ainda assim, ele continuava parecendo bastante cansado.

Ele não estragaria isso tão cedo, entretanto. Acabaram decidindo que iriam começar a ler essa noite, podendo usar o resto do horário do almoço para conversar. Sam estava interessado em ir ao clube de jardinagem, mas Nathaniel educadamente respondeu que não era uma boa ideia por causa de sua alergia a pólen.

Acabaram sentando em um canto do primeiro andar — próximo à sala de ciências, onde teriam a próxima aula. Após alguns minutos, Sam decidiu que aquela conversa precisava de um pouco mais de assunto.

“Como?” O rapaz perguntou, meio surpreso.

“É simples! Eu te faço três perguntas, você me faz três perguntas. A gente sai daqui sabendo mais um sobre o outro... E vai ser divertido!” Ele sorriu, claramente entusiasmado com a sua ideia.

“Uhm... Tem alguma espécie de tema? Algum limite?”

“Os nossos únicos limites aqui são as nossas imaginações e as regras morais da sociedade. Talvez. Eu recomendaria deixar as mais interessantes pro final.” Nathaniel, entretanto, ainda parecia um tanto quanto atordoado. “Talvez eu devesse começar primeiro?”

Nathaniel apenas assentiu. Sam hesitou por um instante, pensando se deveria começar com alguma pergunta mais leve ou pular direto para as que seriam realmente divertidas.

“OK, vamos uma fácil...” Ele sorriu, apesar de Nathaniel ainda possuir uma expressão meio apreensiva no rosto. “Eu prometo! OK, hm... Você prefere cães ou gatos?”

O rapaz parecia ainda mais confuso agora. Provavelmente porque, pela descrição que Sam havia dado do “jogo”, aquela pergunta parecia... Inocente demais. Ainda assim, ele foi rápido em responder “Gatos.”

“Interessante...” Sam riu. “Eu encontrei Castiel esse final de semana com o cachorro dele. Eu já tinha percebido que vocês eram meio opostos, mas eu não esperava que fosse tanto!”

“Não é nem ao menos tão engraçado assim!” Ele protestou, corando um pouco.

“Desculpa, desculpa.” Respondeu, apesar de que Samuel sempre tivera uma certa dificuldade em segurar o seu riso. Péssimo defeito para alguém que adora contar piadas. “OK, faça uma pergunta para mim agora. Pode ser no mesmo nível ou mandar direto para as alturas.”

“Bem, então... Para ser justo, irei fazer uma pergunta leve também.” Fez uma breve pausa. “Certo, certo... Algo que gostaria de aprender?”

“Fazer roupas.” Respondeu de imediato. “Quero dizer, eu gosto de desenha-las... Mas eu não tenho a menor ideia de como costurar...”

“Você já tentou?” Ele levantou uma sobrancelha.

“Uh... Uhm... Não.” Sam corou um pouco. “É só que... Eu nem ao menos sei por onde começar! Se bem que meu primo Alma conseguiu aprender a tricotar sozinho... Não acho que seja a mesma coisa, entretanto...” acabou percebendo que estava divagando, e tomou sua compostura de volta. “De qualquer modo! Eu deveria fazer minha próxima pergunta, certo? Prepare-se, o nível vai piorando.” Abriu um largo sorriso, o que claramente só deixou Nathaniel ainda mais nervoso.

“Uhm... Certo.” Ele concordou mesmo assim.

“A segunda pergunta é... Você diria algo embaraçoso para um estranho?”

“Que... Tipo de coisa embaraçosa?” Ele inclinou a cabeça.

“Algo como... Tem um cara na sua frente que tu nunca viu na vida. Tem algo obviamente errado na aparência da pessoa, como chiclete no cabelo ou catarro escorrendo pelo nariz, mas ele não parece estar notando. Você avisaria?”

“N-não!”

“Cruel.” Sam riu novamente, cobrindo a boca dessa vez.

“Isso só atrairia atenção das outras pessoas para ele, não? Eu acho que eu preferiria ficar sem saber.”

“Ah, sim, nada melhor do que a doce ignorância.” Finalmente conseguira controlar o seu riso de melhor forma. “OK, pode fazer a sua próxima pergunta.”

“Bem... Já teve uma conversa longa com um estranho?”

“Você conta?” Perguntou quase que de imediatamente.

“Rude!”

“Ah, sejamos francos! Eu não tinha a menor ideia de quem você era no primeiro dia de aula mas ainda tive que ficar indo e voltando de todo canto pra falar com você por causa da maldita folha de inscrição.”

“Não, eu não conto. Nós já sabíamos o nome um do outro.” Ele franziu o cenho.

“Essa é a sua definição de não-estranhos? OK, parece que eu vou ter que pensar de verdade.” Passou alguns segundos quieto, tentando lembrar de alguma coisa. “Ah, sim. Alguns meses atrás, eu estava na praia com o meu irmão. Eu conheci esse cara surfista, ele tava reclamando da falta de ondas no mar e a gente acabou conversando por... Uma hora? Só sei que eu só descobri o nome dele quando precisamos ir embora. Eu acho que ainda tenho o número dele...”

“Seria o nome dele Dakota?” Sam apenas assentiu. “Eu conheço ele. Não acho ele um cara muito legal. Ele parece ter uma espécie de interesse exagerado por Kymo, não importa quantas vezes ela o rejeite.”

“Oh. Eu tinha achado ele até que um cara bem OK. Hm... Não se pode estar certo sobre tudo na vida.” Deu de ombros. “Bem, vamos para minha última pergunta então! Você beija bem?”

“Quando foi que a gente chegou nesse nível?” Nathaniel corou fortemente dessa vez; estava quase tão vermelho quando o cabelo de Castiel. Sam, novamente, não conseguiu segurar a sua risada.

“Eu disse! Cada vez fica pior! Vamos lá, responda a pergunta. Eu estou curioso agora.” Respondeu, agora tentando parar de rir.

“Eu... Ah... Eu não sei? Quero dizer, não é como se eu nunca tivesse beijado ninguém antes, mas não é como se depois disso eu perguntasse como foi. Eu acho que cortaria todo o clima.”

“Hm. Parece que eu vou ter que ficar com essa dúvida por algum tempo então. Me faz o favor de descobrir isso por mim da próxima vez que você beijar alguém.”

“Pra que você ao menos quer saber disso?”

“Sei lá. Bateu a curiosidade.” Deu de ombros, como se não fosse nada demais. Nathaniel continuava vermelho o bastante para ser comparado com um morango. “Vamos lá, faça a sua última pergunta. Te deixo ser tão direto quanto eu.” Sorriu, claramente se divertindo com aquilo.

“OK, então... O que te atrai em uma pessoa?”

“Vozes.” E mais uma vez, a impulsividade de Samuel o trai pelas costas. “Quero dizer... Por algum motivo, eu realmente sinto algum tipo de atração por pessoas com vozes mais agradáveis. Sua voz é na verdade muito boa de se ouvir.” Ataque duplo da impulsividade! Sam já se consegue imaginar ficando tão vermelho quanto Nathaniel está agora mesmo, mas precisaria de um espelho para ter certeza.

“Ah, uhm... Obrigado...” Ele respondeu, seu tom de voz muito baixo, como se não tivesse certeza de como responder àquilo. Sam também não conseguia pensar em nada que pudesse ‘consertar’ aquela situação.

Novamente com um timing digno de um programa de TV, o sinal para a próxima aula tocou antes que qualquer um dos dois pudesse dizer qualquer outra coisa. Ambos levantaram-se do chão e foram para a sala de ciências em um silencio levemente constrangedor, e dirigiram-se às suas cadeiras.

Após o final das aulas do dia, Sam foi diretamente ao clube de jardinagem. Como esperado, Dahlia e Jade estavam ali, conversando:

“Eu lembro de Kymo ter comprado um daqueles ‘dispositivos’ para evitar perder coisas... Eu sinceramente acho que eu deveria fazer o mesmo por você. Os dois perdem o bloco de notas com tanta frequência que me admira que eles não acabem se misturando.”

“Dahlia, eles são completamente diferentes.”

“Ainda assim! Como você consegue perder ele tão longe daqui? Você nem ao menos entra dentro do colégio com frequência.” Ela parecia levemente frustrada.

“Oi, Sam!” Jade parecia ter decidido que não valia muito a pena discutir com Dahlia e chamou a atenção de Samuel.

“Olá, Jade. Dahlia.” Se aproximou dos dois.

“Sammy, sua expressão está cheia de ‘vergonha’ e ‘vontades autodepreciativas’, o que houve? Se declarou pra crush e foi rejeitado? Acontece o tempo todo.”

“Dahlia, ele estuda aqui há uma semana.”

“Amor à primeira vista é uma realidade, Jade! Além disso, eu nunca disse que tinha que ser alguém daqui.” Ela cruzou os braços.

“Bem, uh... Não exatamente?” Sam respondeu.

“Oh! Se é não exatamente, isso significa que ainda tem algo relacionado!” Dahlia se aproximou dele, colocando um de seus braços por cima de seu ombro — sem qualquer dificuldades, considerando que ela é uma garota relativamente alta — com alta intimidade. Perguntava-se se ela era assim com todo mundo. Provavelmente, considerando como ela fala com Jade. “Vamos lá, fale sobre isso, bota tudo pra fora, sempre ajuda.”

Jade parecia querer falar alguma coisa — contra ou a favor, nunca saberemos —, mas acabou decidindo por não dizer nada. Pegou a sua pá menor, que estava deitada sobre a terra, levantando-se em seguida.

“Bem, não posso dizer que estou realmente interessado na vida privada alheia, então... Irei deixar vocês dois tranquilos. Se precisarem de mim para alguma coisa, estarei tomando conta das plantas na estufa.”

“OK. Só tenha certeza de que eu definitivamente vou aparecer lá daqui a uns dez minutos para te incomodar.” Dahlia deu um sorriso travesso. Pela primeira vez, Sam viu Jade de fato retribuir o sorriso dela, o que o fez pensar que talvez eles tivessem o mesmo tipo de relação de provocações amigáveis de Castiel e Kymo. “Bem... De volta ao assunto. O que houve?”

“Certo, uhm... Eu estava com Nathaniel, e ainda faltava algum tempo antes da aula após o almoço, então... Eu pensei em jogar alguma coisa com ele? Tipo... Um jogo onde você faz três perguntas sobre a pessoa e ela tem que responder.”

“Acompanhando.” Ela apenas estava concordando com a cabeça.

“Então... A última pergunta que ele me fez foi algo como... ‘o que te atrai em uma pessoa’ e... Eu meio que fui impulsivo demais para não responder que vozes agradáveis me atraem...”

“E... ? Não parece ser nada demais.”

“E que eu por acaso acho a voz dele muito boa!” Sam respondeu tão rápido que as palavras quase se atropelavam uma na outra.

“Oh!” Ela arrumou sua postura imediatamente, mas ainda praticamente se recostando em Sam. “A resposta dele foi boa ou... ?”

“Bem, ele disse obrigado... Mas foi num daqueles tons bem esquisitos que a pessoa usa quando sente que deveria dizer algo, mas não quer de verdade?” Sam fez uma longa pausa. “Eu achei que a gente estava indo bem pro caminho da amizade mas eu acidentalmente alavanquei a gente pro lado do ‘romance completamente não planejado’ e agora eu acho que estraguei tudo.” Sam já conseguia sentir uma vontade de começar a chorar subindo pelo seu ser; porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, Dahlia se colocou bem na frente do seu corpo e colocou as mãos em seus ombros.

“Wow, wow, wow. Sem drama.” Seu olhar conseguia ser ao mesmo tempo ameaçador e reconfortante e ele não tinha a menor ideia de como aquilo ao menos funcionava. “Eu te conheço faz tipo, nem uma semana... Mas eu conheço Nathaniel há mais de um ano. Se eu consegui aprender alguma coisa com todas as merdas que Kymo acaba gerando, sem querer ou de propósito, é que ele esquece dessas coisas bem rápido.”

“Wow, obrigado.” Respondeu em um tom sarcástico. Dahlia suspirou.

“O que eu estou dizendo é, ele provavelmente só não estava preparado para esse tipo de resposta. Tenho certeza de que amanhã ele já vai ter deixado a memória se assentar no cérebro nerd dele e já vai estar de boas.” Ela sorriu, dando um leve tapinha em um de seus ombros.

Sam não tinha muita certeza sobre isso, mas provavelmente deveria tentar acreditar. Ele também não conhecia Nathaniel muito bem ainda. Não sabia o que esperar de suas reações e muito menos que efeitos isso teria a longo prazo. Esperava no mínimo poder fingir que isso nunca tinha acontecido no dia seguinte.

Suas atenções foram desviadas para som de vozes vindo da entrada do jardim. Como da última vez, Kymo, Kentin e Alexy haviam chegado juntos, conversando.

“Vocês estão atrasados!” Foi a primeira coisa que Dahlia disse ao vê-los.

“Dahlia!” Kymo correu em direção da garota. Sam não pensou duas vezes antes de sair do caminho.

“Kymo, nós já nos vimos hoje, você não pode usar a mesma tática que usa com Castiel comigo!” Ela protestou, apesar de ter devolvido o abraço sem problemas.

“Abraço em grupo!” Alexy abraçou as duas ao mesmo tempo sem problemas.

Restando apenas Kentin, Sam cometeu o erro de ter contato visual com ele. Kentin lhe deu um sorriso cheio de si, mas Samuel se decidiu por apenas cruzar os braços e desviar o olhar. Após algo que pareceu uma eternidade — mas provavelmente não fora mais do que cinco segundos —, Dahlia chamou a atenção de todos.

“OK, OK, acho que deveríamos começar nossas atividades do clube. Kymo, Jade foi para a estufa, poderia ver se ele precisa de algo? Alexy, você vem comigo checar as plantas do interior do colégio. Kentin, poderia ajudar Samuel a plantar umas sementes novas? Iris lembrou de trazê-las hoje.”

“Com prazer.” Novamente ele abriu um largo sorriso, e Sam não conseguiu evitar fazer contato visual com ele mais uma vez.

“Ótimo! OK, quero todos de volta aqui daqui a meia hora, certo? Agora vamos fazer nossas atividades de clube.”

Samuel não conseguiu abrir a boca para falar. Ele podia ser impulsivo, mas sabia que nesse caso, qualquer coisa que ele dissesse seria inútil. Seguiu Kentin para qualquer que fosse o lugar que eles deveriam ir para plantar as sementes novas.

Esse dia só tinha mais uma hora mas seria o mais longo de sua vida.


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Notas finais do capítulo

Sam realmente estragou tudo? É um mistério. Mas definitivamente não seria uma boa ganhar e perder um amigo no mesmo dia. Quanto azar. Bem, agora temos preocupações mais importantes para se lidar com no momento: Kentin. Afinal, o que poderia acontecer se ele e Sam fossem deixados sozinhos, mesmo que apenas meia hora?
E a pergunta de interação do capítulo é: Sam x Nathi, OTP ou NOTP?
* nota: essa pergunta definitivamente não tem nada a ver com o futuro da fanfic. nah. nem um pouco *



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