Candy Boy escrita por Moony Is Tired


Capítulo 4
C04. Desculpas Inocentes e Encontros Inesperados


Notas iniciais do capítulo

Ai mano, postar esse capítulo foi uma verdadeira corrida contra o tempo. Fiquei sem computador por esses últimos dias e estava com medo de que não pudesse postar esse aqui a tempo. Mas sem preocupações! Hoje é Sábado e o capítulo quatro de Candy Boy está aqui!
No ultimo capítulo, paramos com Nathaniel e Kentin disputando a corrida de resistência, e as apostas pelo amante de biscoitos estão altas. Também percebemos que Sam possui alguns leves "problemas respiratórios". Eles se mostraram um empecilho nesse novo capítulo?
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O resto do dia foi bem normal. Como já esperava, Kentin vencera a corrida, mas Nathaniel parecia já bastante feliz de ter vencido contra Castiel. Os dois almoçaram juntos e conversaram antes da aula. Nath quase não parecia mais tão estressado depois de algum tempo.

As aulas também se passaram com relativa calmaria. Sam já estava pensando sobre o que ele faria esse final de semana. Provavelmente passaria um bom tempo no parque. Sua respiração merecia essa calma.

Costumava não se afastar muito de casa quando não se for necessário; Entretanto, Samuel havia notado um grande parte perto da escola nos dias em que viera de ônibus. Imaginava que seria um bom lugar para correr e depois descansar com seu caderno de desenhos. Sim, certamente passaria por ali no dia seguinte.

Ao final das aulas, estava quase indo em direção ao clube de jardinagem quando Dahlia chamou a sua atenção.

“Samuel!” Ela acenou, correndo em sua direção. “Esqueci de lhe avisar ontem, mas não possuímos atividades de clube nas sextas-feiras. Gostamos de ir para casa mais cedo para o final de semana... E cá entre nós, até eu concordo que Jade precisa de uma folga de nós de vez em quando.”

“Oh. Certo então. Hm, então até segunda-feira, eu acho?”

“É claro!” Ela sorriu gentilmente, algo que contrastava com seu eterno olhar travesso. “Ah, aliás, se você vir Lysandre, poderia entregar esse bloco de notas para ele por mim?” Ela o entregou o pequeno bloco, com uma capa preta e uma pequena assinatura — ‘Lysandre Valois’ — na borda. “Kymo o encontrou, e ela realmente precisava ir logo. Alexy estava ficando impaciente. E eu tenho que passar na escola do meu irmão hoje. Se não for muito incomodo, você poderia me fazer esse favor?”

“Ah, não... Sem problemas.” Sorriu de volta. Imaginava se Lysandre não estaria no porão esta hora?

“Obrigada! Até segunda-feira, Sam!” Ela acenou ao sair, os longos cabelos ondulando atrás de si.

Perguntava-se se devia arriscar procurá-lo lá embaixo. Castiel provavelmente estaria ali também, e ainda sentia um certo medo dele. E, considerando que estava ficando amigo de Nathaniel e esses dois não se gostavam, isso provavelmente não daria muito certo.

Ainda assim... Ele meio que queria uma desculpa para pelo menos trocar umas duas ou três palavras com Lysandre. Talvez porque gostasse de sua voz. Talvez porque claramente o achasse consideravelmente atraente. Talvez porque queria ter mais gente com quem conversar. As opções são infinitas.

Foi em direção ao porão. Já conseguia ouvir alguns barulhos vindo de baixo. A porta foi deixada destrancada; Entrou ali dentro e em seguida batera na segunda porta, deixando que eles soubessem que estava ali antes de abri-la.

“Lysandre,” Sam chamou a atenção do rapaz, que estava em um canto ao lado de Castiel, que tocava algumas notas em uma guitarra. “Eu, uhm... Me pediram para lhe entregar algo.”

“Ah, meu bloco de notas!” Ele se levantou quase que de imediato, dirigindo-se em direção a Samuel, que lhe entregou o caderninho. “Quem o encontrou? Foi Kymo, não foi? Ela tem um dom para encontrar coisas. Assim como eu tenho o dom para perde-las.”

Samuel assentiu com a cabeça. “Sim, mas ela teve que ir logo por causa de Alexy, então entregou para Dahlia, que entregou para mim porque ela também tinha que ir embora. Eu... Imaginei que estaria aqui embaixo.”

“De qualquer modo, obrigado por trazê-lo.” Ele hesitou por um instante. “Você não abriu ele, certo?”

“Não, não.” Sam balançou a cabeça em negação. “Vim para cá imediatamente após Dahlia entrega-lo para mim. Não olhei nem atrás da capa.”

“Ah, bom.” Ele parecia consideravelmente aliviado, mesmo não tendo mudado seu tom em nenhum instante. Ele desviou o olhar para Castiel, que tinha uma expressão de mistura entre tédio e impaciência no rosto. “Bem, obrigado novamente. Te vejo semana que vem?”

“Ah, claro.”

Lysandre sorriu, voltando então a sentar-se do lado de Castiel, agora folheando seu bloco de notas. Agora estava consideravelmente curioso sobre o que havia escrito ali. Se ele nunca tivesse perguntado se Sam havia lido ou não, ele provavelmente nunca mais pensaria sobre isso. Agora provavelmente devanearia diariamente sobre que tipo de segredos haviam naquele caderninho.

De um modo ou de outro, acabara saindo da escola logo em seguida, esperando pelo ônibus que o deixaria perto de casa chegar no ponto de ônibus. No final das contas, essa semana acabara sendo melhor do que muitas outras que tivera em sua antiga escola.

Quando Sam acordou no dia seguinte, seu corpo estava doendo ainda mais do que no dia anterior após a aula de educação física. OK, era bem óbvio: Ele tinha sido estúpido em se forçar tanto, ainda mais considerando seu estado.

Ele realmente devia ter tomado algum tempo extra para se trocar também.

OK, definitivamente não iria conseguir correr nesse estado... Mas uma visita ao parque não seria ruim, certo?

Poderia tomar um bom ar, e desenhar ao ar livre, e talvez tomar sorvete mais tarde... Sim, parecia uma boa ideia ainda. Samuel levantou-se com certa dificuldade, a mão no peito dolorido, suas costelas realmente precisavam de um descanso também. Arrastou-se até o banheiro e tomou uma breve ducha, vestindo uma calça e moletom largos assim que voltara para o quarto, em seguida descendo para a cozinha.

“Oh, Samuel, não esperávamos ver você acordado tão cedo hoje.” Sua mãe estava tomando café da manhã na mesa. Seu pai parecia já ter terminado, mas continuava sentado ali com uma revista de notícia em mãos. “Parecia tão cansado ontem quando voltou da escola.”

“Foi só a aula de educação física, eu estou bem!” Sentou-se à mesa, pegando alguns pães na cesta em sua frente e colocando leite em uma xícara de café. “Oh, eu posso sair hoje de manhã? Eu vi um parque bonito perto da minha nova escola, eu gostaria de passar por lá.”

“Sem problemas. Só lembre de voltar antes do almoço. Seu irmão disse que iria vir aqui hoje, lembra?” Ela sorriu gentilmente.

“Ah, é claro!” Como poderia esquecer? Cédric raramente os visitava, isso era algo que se marcava em calendários. Mas é OK. Ele está na faculdade, não é como se tivesse tempo de vir para a cidade o tempo todo.

Sam continuou comendo; Seu pai acabara decidindo perguntar sobre a sua semana, e se já havia feito algum amigo. Samuel se perguntava se já deveria considerar Nathaniel como um... Parecia... Rápido demais. Talvez seja apenas gentileza obrigatória, não?

Voltara ao seu quarto para calçar seus tênis e pegar uma bolsa onde pudesse guardar seu caderno de desenhos, lápis e borrachas. Pegou um pouco de dinheiro — o sorvete é algo muito importante — e deu um abraço em ambos os seus pais antes de sair, pegando o ônibus que o deixaria o mais próximo o possível do parque.

Quase podia sentir sua respiração melhorar de verdade, mas sabia que isso não era nada mais do que uma sensação que o ar fresco lhe proporcionava. Bem, ainda assim, poderia sentar-se em um banco e aproveitar a brisa calma passando pelo seu rosto.

Já havia removido seu materiais e estava quase começando a desenhar, quando um cachorro consideravelmente grande veio em sua direção. Seu primeiro instinto foi, obviamente, encolher suas pernas e tentar proteger o seu caderno. Não podia arriscar que ele fosse completamente detonado tão cedo.

Ouvira alguém se aproximando, rindo. A figura do ruivo mais conhecido como Castiel apareceu em sua frente, com uma expressão de quem estava achando muita graça da situação.

“Você realmente está com medo dele?” Castiel continuava a rir. O rosto de Sam ficou vermelho fogo.

“Não!” Seu tom estava levemente mais agudo do que o normal. “Só estou tentando proteger as minhas coisas das patas desse cachorro facilmente animado.” Tentou relaxar a sua postura, com certa hesitação. “O que você está fazendo aqui, aliás? Não me parece ser do tipo que levantaria cedo num final de semana.”

“Oh, por mim eu dormiria até o meio dia.” Deu um meio sorriso, chamando seu cachorro em seguida, e afagando atrás de suas orelhas. “Mas Dragon aqui se recusa a ficar sem um passeio toda manhã.”

“Nome maneiro pra um cachorro.” Admitiu. “Meu irmão tinha um também. O nome dele era Marshmallow. Ele era um total badass.”

“Sendo honesto, eu realmente chamaria um cachorro durão de ‘Marshmallow’. Dragon, por exemplo, é adorável.”

Pra ser sincero, talvez Sam tenha tido um breve medo de Dragon à primeira vista. Mas vendo ele ali, abanando o rabo com a expressão mais feliz que um cachorro daquele porte poderia expressar, talvez ele fosse realmente fofinho. Perguntava-se qual a chance de Castiel ser igual ao seu cachorro nesse quesito.

“Tenho que ir agora, esse garoto aqui precisa extravasar a energia.” Deu um sorriso largo. “Sam, certo? Tenta não interromper mais um dos meus ensaios que talvez até mesmo fiquemos em bons termos, novato.”

Samuel voltou ao que ele queria fazer desde que chegara ali assim que Castiel e Dragon seguiram seu caminho: Desenhar. Fizera em sua maioria alguns rabiscos e rascunhos aleatórios, nada muito impressionante para ser honesto. Mas era agradável ficar por ali.

Por volta das dez da manhã, comprara um sorvete, decidindo passear um pouco ao redor do parque. Se não podia correr, no mínimo poderia caminhar um pouco.

Era bem calmo. Perguntava-se quando fora a última vez que ficara assim tão despreocupado. Raramente saia sozinho em finais de semana. Parecia quase algo não natural agora.

Por algum motivo, isso lhe dava a estranha sensação de que algo terrível estava para acontecer.

Era como se esperasse que Kentin aparecesse ali, do outro lado do parque, o encarando. Possuía certo medo da chance disso realmente acontecer. Não poderia ser tão azarado, podia?

Imaginava, porém, quem poderia realmente estar por ali a essa hora. Talvez Kymo ou Dahlia, as duas parecem ser do tipo que apreciariam uma manhã no parque. Infelizmente — ou felizmente, depende do ponto de vista —, acabara não encontrando ninguém conhecido além de Castiel.

Decidira voltar para casa antes que seus temores tivessem a mínima capacidade de se tornarem realidade.

Ao chegar em casa, não vira seus pais em lugar nenhum. Provavelmente teriam saído também ou estavam ocupados em algum cômodo que não decidira procurar, como o escritório ou a pequena sala que ele gostava de chamar de “zona da criatividade”. Se eles estivessem ali, provavelmente não gostariam de ser interrompidos em suas atividades profissionais ou artísticas.

Decidira então ir diretamente ao seu quarto. Talvez pudesse trocar-se para os seus pijamas pelo resto do dia. Seria algo confortável para se usar com o seu corpo dolorido e respiração ainda não totalmente estável.

Ao abrir a porta, porém, encontrara ali, relaxado em sua cama, um rapaz alto de cabelos loiro acobreados, mas os mesmos seus olhos arroxeados e pele morena que via todo dia no espelho. Sam se orgulhava de sempre se lembrar de datas importantes e eventos raros, mas por um instante, quase havia esquecido que Cédric estava vindo.

“Samuel!” Ele imediatamente levantou-se de onde estava, deixando o livro que tinha em mãos em cima do criado mudo, e foi lhe dar um abraço. “Você cresceu bastante desde a última vez que eu te vi! Pelo menos uns cinco centímetros.”

“Não fale comigo assim, eu vou acabar me sentindo como se estivesse passando pela puberdade tudo de novo.” Sam protestou, apesar de estar rindo, e devolveu o abraço.

“Heh, desculpa. Mas você está realmente crescendo bastante recentemente. Lembro que até alguns meses atrás, você não tinha muito mais do que um metro e meio.” Ele bagunçou seus cabelos com afeição, separando-se do abraço. “Nossos pais me contaram que você mudou de colégio. Isso é ótimo! O que acha de conversarmos sobre a sua primeira semana depois do almoço?”

Samuel hesitou por um instante. Por um lado, sabia que Cédric realmente gostava de saber sobre os seus dias e o que andava fazendo, especialmente porque assim ele sempre teria algo para comentar ou dar conselhos sobre. Ele sempre era de grande ajuda quando o assunto era romance ou amizade, especialmente. Se tinha alguém que já havia sido traído e enganado o suficiente na vida, esse era Cédric, e agora ele era mais do que especialista em evitar esse tipo de furada.

Entretanto...

Isso também significava que, no momento que ele mencionasse o nome de Kentin, Cédric iria surtar. Ele estava muito bem acostumado com coisas ruins acontecendo nos próprios relacionamentos, e faria de tudo para que o de seu jovem irmão mais novo não tivesse que lidar com o mesmo.

E Kentin era alguém que certamente era especialista em fazer Sam lidar com o mesmo.

“É claro.” Decidiu por final. Kentin não seria motivo o bastante para evitar que ele tivesse uma boa tarde de conversas com o seu irmão. “Agora... Poderia sair por um instante? Eu preciso me trocar.”

Cédric apenas concordou com a cabeça, dando um último abraço curto no irmão antes de sair e fechar a porta atrás de si, deixando Samuel livre para tirar as suas roupas e vestir um confortável pijama.

E talvez, possivelmente, planejar essa conversa.


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Notas finais do capítulo

E hoje nos encontramos pela primeira vez com o irmão mais velho de Samuel: Cédric Marie Roux! Um jovem muito parecido com nosso querido Sam, porém com algumas características especiais. Isso inclui, é claro, sua grande experiencia com problemas em relacionamentos.
Então, o que acharam desse capítulo? Sua parte favorita?
E, claro, como não poderia deixar de ser, a pergunta de interação da semana! Como acham que essa conversa vai fluir? Bem? Mal? Bem mal?
Deixando de aviso que, em comemoração ao fato de que não terei aulas/trabalho nos próximos dias porque * carnaval *, o próximo capítulo não sairá no sábado, mas sim na quarta-feira! Estejam atentos!



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