31 de Outubro escrita por Karry


Capítulo 13
31 de Outubro de 1982


Notas iniciais do capítulo

Hoje chegamos ao fim de 31 de Outubro. Obrigada a todos que leram e comentaram, eu adorei escrever sobre esses personagens que amo tanto.
Para aqueles que querem mais fics de Harry Potter, em breve postarei uma fic sobre a Walburga Black, digníssima mamãe do Sirius e do Régulo.
Boa leitura ♥



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31 de Outubro de 1982

Azkaban

Sirius Black estava deitado. Seus olhos enxergavam os dementadores através das grades de sua cela, mas nem mesmo eles se importavam com o homem moribundo, magrelo e desacreditado que estava trancafiado ali.

Sirius havia matado James, Lily e Peter. Deveria ter matado Remo também, e provavelmente Marlene. Será que Harry também estava morto? Não conseguia se lembrar direito. Suas memórias estavam turvas. Deitado ali, naquele chão imundo, Sirius lembrou-se de Hagrid ter ido embora com sua moto e com um pacote em mãos… Não! Era Harry.

A risada de Bellatrix ecoou por sua cela, Sirius fechou os olhos e inspirou profundamente. A mulher, na cela ao lado da sua esticou a mão para fora das grades, tentando tocar o primo, mas sem sucesso.

— Sirius… — cantarolou — Sabe que dia é hoje?

O rapaz não respondeu. Sua garganta estava tão seca que mal conseguia engolir a própria saliva. Bellatrix riu novamente, um outro Comensal que Sirius havia esquecido o nome riu também. Seriam os Carrow? Ou os Malfoy? Isso importava?

Sirius torceu as mãos, tentando reorganizar seus pensamentos. Sim, James e Lily estavam mortos, Marlene também, Remo havia sobrevivido, mas e Peter? Ele havia tirado a vida de Peter?

Um rato passou por cima do Black.

— Avada Kedavra — esbravejou Bellatrix — Oh, cadê minha varinha?

— Cale a boca, Bella — murmurou Sirius, a própria voz falhando, quase não a reconheceu, fazia tanto tempo que não a usava.

— Oh meu priminho — gargalhou — Está com saudade de seu amiguinho Potter, está? 

Sirius fechou os olhos novamente. Sentia vontade de chorar, mas estava tão desidratado que seus olhos apenas arderam. Seu coração bateu descompassado, estava com saudades do Potter.

— Aquele rato infeliz, você o matou, Sirius?

— Sim — sussurrou em resposta, Pettigrew lhe veio a mente

— Você é um verdadeiro Black — ela murmurou, agora deitada de bruços, os braços ainda para fora das grades da cela — Eu sabia que você iria nos orgulhar. Ao contrário de Régulo que fugiu.

Sirius inspirou profundamente. As imagens do dedo de Peter em sua mão, aquilo o alimentava diariamente. Ele estava morto, não estava? Sirius matou o traidor de James e Lily. Os momentos seguintes daquele dia estavam turvos demais em sua mente. Mas no silêncio daquela noite de Halloween, quando Bellatrix e os outros Comensais dormiram, Sirius prometeu a si mesmo que se aquele rato imundo não estivesse mesmo morto, ele se vingaria.

*

Três Vassouras

Mais uma garrafa de cerveja amanteigada havia acabado e Remo Lupin ainda não estava bêbado. O mesmo olhou para as próprias mãos cheias de cicatrizes e suspirou. A antiga casa de Sirius havia sido vendida e Remo estava decidido a usar o dinheiro da venda para viajar pelo mundo, conhecer as maravilhas do mundo bruxo, ser alguém depois de perder tanto.

Peter, James, Lily, Marlene e Dorcas. Todos mortos. Remo ainda não podia acreditar que Sirius Black havia os traído. Sentia nojo de ter sequer trocado uma palavra com ele. Ele era um Black, afinal de contas, e provou isso da pior maneira.

— Um whisky de fogo, por favor! — pediu a madame Rosmerta.

Rosmerta entrou no estoque para preparar a dose, ao mesmo tempo que uma garota morena sentava ao seu lado no balcão. Tinha sardas espalhadas pelo nariz e bochechas, usava um batom vermelho tão escuro que deixou Remo hipnotizado.

— Por que essa cara? — sorriu para ele

— Não tenho muito o que comemorar — Rosmerta lhe entregou o whisky de fogo e foi atender outro cliente — E você? O que está comemorando?

— Hoje faz um ano que aquele-que-não-deve-ser-nomeado caiu — o sorriso dela aumentou — E que o pequeno Harry Potter o venceu.

— Desculpe, o que?

— Harry Potter, o menino que sobreviveu!

Remo tomou a dose de whisky de fogo e pagou a madame Rosmerta, ainda em choque, saiu do bar e comprou uma edição do Profeta Diário. A notícia da primeira página confirmava:

“Hoje comemoramos um ano da queda do Lorde das Trevas, graças ao pequeno Harry Potter”.

*

Casa dos Weasleys

— É minha hora de brincar com Perebas — gritou Percy Weasley para Free

— Mamãe, Percy não me deixa continuar a brincadeira com Perebas! — Fred gritou, correndo em direção a cozinha onde a mãe e o irmão Ron estavam. George corria logo atrás dos irmãos.

— Chega de brincar com esse rato — esbravejou — Bill, leve-o agora de volta para o seu quarto, vocês dois estão de castigo por não deixarem o pobrezinho respirar em paz.

Molly Weasley observou o filho mais velho levar o rato embora consigo. Poderia respirar aliviada agora. Bill levou Perebas para seu quarto e o colocou na gaiola, Charlie estava deitado na cama lendo um livro sobre dragões.

— Mamãe pediu para não deixar ninguém pegar o Perebas — instruiu ao irmão.

— Tudo bem — concordou, sem tirar os olhos do livro.

Assim que Bill desceu as escadas, Charlie fechou o livro e se ajoelhou diante da gaiola do rato. Perebas se inclinou sobre as duas patas traseiras e observou o garoto, de todos os irmãos Weasley, Charlie era seu preferido. Gostava muito de animais e nunca brincou com ele de forma violenta, como os gêmeos faziam.

— Como você está, Perebas? — Charlie enfiou o dedo indicador na gaiola, o rato lhe permitiu fazer carinho em sua cabeça.

Não era tão ruim quanto poderia ser, mas Peter sentia que, algum dia, O Lorde das Trevas voltaria, e ele poderia deixar para trás os Weasleys e aproveitar a glória e o mérito que receberia por ser tão leal ao seu mestre.

Afinal, não havia traído seus amigos a troco de nada.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar o que acharam, até a próxima história.
Byeeee~



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