31 de Outubro de 1981

Casa dos Potter

— Acho melhor não sairmos hoje, Almofadinhas — James bocejou — Lily não está muito bem hoje, diz que está com um pressentimento ruim.

— Tudo bem — Sirius sorriu — Você está com uma cara péssima, te darei um desconto por isso.

James desferiu um soco no ombro do amigo, rindo da situação.

— Preciso tentar colocar Harry para dormir, amigão — o Potter se espreguiçou e sorriu — O cabeçudo está meio agitado. Quer ficar para o jantar conosco?

— Não, cara, vou ficar muito bêbado agora — riu — Mande lembranças a Lily — Sirius depositou um beijo na bochecha de Harry, que riu quando a barba do padrinho roçou em seu rosto — Boa noite meu cabeçudo favorito, até amanhã.

Sirius subiu em sua moto e sobrevoou a casa dos Potter. Não quis admitir a Pontas, mas assim como Lily, também estava com um pressentimento ruim.

James trancou a porta com a ajuda da varinha e entregou Harry para a esposa. Com um aceno de varinha começou a preparar o jantar.

— Ele está inquieto, James — Lily estava sentada ao lado de Harry no chão, o garoto brincava com uma varinha de brinquedo. James sentia algo no peito, mas não entendia o que era, pensava apenas em tranquilizar a esposa.

— Nunca o vi acordado até tão tarde — James suspirou.

Naquele momento, o Lorde das Trevas se aproximava de Godric’s Hollow e mais tarde, Lily só conseguia pensar em como James e Harry deveriam ter saído para passear de moto com Sirius.

Antes de morrer, Lily reconheceu um pequeno rato do lado de fora do quarto e questionou a si mesma se era Peter, mas achou que não poderia ser, afinal, ele jurou solenemente que protegeria os Potter.

Casa dos Meadows

Dorcas Meadows estava morta¹ e estava nos braços de Remo Lupin. Por meses Remo sonhou com a garota em seus braços novamente, e era ali que ela repousava agora, mas não do jeito que deveria.

Quando os aurores chegaram a casa dos Meadows e encontraram toda a família morta, vasculharam a casa em busca de pistas sobre qual dos Comensais poderia ter matado-os. No quarto de Dorcas Meadows encontraram uma carta endereçada a Remo Lupin.

Os aurores entraram em contato com ele para que pudesse reconhecer os corpos sem vida, pois seus rostos estavam dilacerados. E agora ela estava em seus braços, o rosto manchado com as lágrimas dele e com seu próprio sangue. Havia sido torturada antes de ser morta, a julgar pela varinha ao lado do corpo, deveria ter defendido os pais antes de morrer.

— Senhor, encontramos isso no quarto dela, talvez queira ler.

Remo segurou o papel amassado em mãos e tentou lê-lo por trás das lágrimas.

31 de Outubro de 1981

Caro Remo,

Depois de tanto tempo afastados, é de se admirar que ainda o amo tão incondicionalmente. Esta manhã acordei com a sensação de que deveríamos conversar, que eu deveria correr atrás de você onde quer que você estivesse. Me lembro bem da última conversa que tive com Marlene McKinnon, ela sempre me instruía a conversar com você, dar continuidade a nós.

E eu acreditava cegamente em Marlene, como não acreditar? Ela se casaria com Sirius Black, o garoto mais rebelde de toda Hogwarts, se ela não soube como lidar com um homem complicado, então ninguém mais saberia.

Pensei em te chamar para sair depois do velório de Lene, mas fui covarde, provavelmente por não tê-la ao meu lado me apoiando. Depois desse incidente, passei a observá-lo de longe, assim como sempre fiz em Hogwarts, antes do nosso primeiro beijo.

Eu sei o que você é, Remo. Eu percebi, e sinceramente não sei como conseguiu esconder de mim e de toda a escola por tanto tempo, me pergunto se seus amigos sabem, mas... Eu descobri e pensei muito sobre isso. Por fim, isso acaba por não importar nem um pouco.

Espero que possamos conversar e nos en

A carta acabava ali e a perspectiva de Remo de conseguir viver depois daquilo, havia acabado também.