31 de Outubro escrita por Karry


Capítulo 1
30 de Outubro de 1981


Notas iniciais do capítulo

Ué? 30 de Outubro? Tá errado não?? Não!! Quero começar com o dia 30 justamente pra gente saber como estavam nossos marotos um dia antes da morte dos Potter, mas relaxem, isso tá longinho de acontecer. O próximo capítulo sera justamente o Halloween de 1971 (primeiro ano dos marotos), então aproveitem ♥



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30 de Outubro de 1981

Casa dos Potter

— Caralho, Pontas, olha esse moleque — riu Sirius.

James e Sirius olhavam do sofá o pequeno Harry Potter subir em cima de sua vassoura infantil e voar pela casa. O gato dos Potter estava com os pelos eriçados e escondido embaixo de uma poltrona, longe de Sirius. Os dois não se davam muito bem.

— Nós não deveríamos estar perto dele? — questionou James — E se ele cair da vassoura e bater a cabeça? Pode morrer!

— Olha o tamanho da cabeça dele, Pontas, sinceramente, é preciso mais do que uma quedinha da vassoura para morrer.

— Ainda não sei de quem ele puxou esse cabeção.

— Se olhe no espelho e vai descobrir — Sirius levou a garrafa de cerveja aos lábios enquanto James argumentava a todo custo que sua cabeça tinha um formato perfeitamente normal e super atraente, e que a cabecinha avantajada de Harry viera de Petúnia com toda a certeza.

Lily saiu do banheiro, os cabelos enrolados numa toalha e quase morreu do coração ao ver seu precioso bebê voar livremente pela sala, sem que nenhum adulto o supervisionasse.

— Vocês estão malucos — berrou — James, eu te disse para segurar Harry enquanto ele estivesse na vassoura.

— Qual é lírio, ele tem que aprender a voar.

— Ele não sabe falar ainda e você espera que ele aprenda a voar, James, sinceramente.

— Auado — gritou Harry quando a mãe o tirou da vassourinha. James e Sirius largaram as cervejas abruptamente e olharam para Harry. Os três pareceram não acreditar por um momento que Harry realmente tivesse dito algo, e tentavam racionar o que ele havia pronunciado até gritar novamente: — Auado!

O rosto de Sirius ficou vermelho como um pimentão.

— Eu não acredito! — bufou — Seu testudo, eu te dou uma vassoura e você chama por Remo?

Lily gargalhou tão alto que assustou o próprio filho. James tentou acalmar o melhor amigo, mas a tarefa parecia mais árdua do que realmente era. Sirius, no entanto, parecia não achar graça alguma, como aquela criança cabeçuda ousava preferir Remo Lupin? Ah, mas Remo iria ver uma coisa quando voltasse.

— Então… cadê o Rabicho? — perguntou Sirius, quando Lily sumiu com o pequeno Harry nos braços.

— Não sei, provavelmente em alguma missão da Ordem, estava todo estranho essa semana, quase não conseguiu conversar conosco — James bufou, os olhos castanhos focados na televisão da sala. Nunca ficava desligada pois o rapaz tinha medo que alguém morresse e ele e a esposa não soubessem. Desde a profecia, o casal não saia de casa, tinham até mesmo pedido ao professor Dumbledore que criasse um feitiço Fidelius de onde estavam escondidos, Sirius, no entanto, continuava com as missões para a Ordem da Fênix e trazia as notícias para o melhor amigo.

— Tenho medo de fazerem alguma coisa com ele, James — murmurou baixinho — Nunca foi segredo para ninguém que nós quatro fomos amigos em Hogwarts, eu ainda acho que Dumbledore deveria ter sido o fiel do segredo, podem torturar Peter e…

— Sirius, não me faça imaginar coisas — respondeu James sombriamente — Já é ruim o suficiente me preocupar com você toda vez que sai por essa porta, Peter está ficando maluco, me implorou para não ser o fiel do segredo — James ergueu a mão para o Black, que já abria a boca com a intenção de interrompê-lo — Eu quero que um de vocês seja o fiel, você era a minha primeira opção, Sirius, mas eu sabia que se os Comensais da Morte soubessem que estamos na proteção de um fidelius, você seria o primeiro que iriam atrás, por isso deixei você falar para um caralho e me convencer de que não deveria ser o encarregado disso, mas sinceramente, só nós sabemos o quanto Peter é habilidoso em se camuflar e fugir, é óbvio que ele não se permitiria ser pego — James sorriu triunfante.

Sirius sorriu, convencido.

— Você está certo.

— Eu sempre estou! — riu — Como estão Frank e Alice? Você sabe?

— Estão bem, na medida do possível — Sirius deu de ombros — Mas não quiseram usar um Fidelius, acho que só estão protegidos por uns feitiços, Dumbledore que os conjurou, é claro, mas ainda assim estão menos protegidos do que vocês, ah sim, Neville é a criança mais gorda que já vi.

Os dois amigos gargalharam e bebericaram suas cervejas mais uma vez.

— Rabicho me contou sobre os McKinnon…

— Não quero falar sobre ela, James — o sorriso de Sirius sumiu do rosto no mesmo instante.

Já era suficientemente doloroso falar de qualquer um de seus amigos de Hogwarts que haviam morrido, mas falar sobre Marlene era o ápice da dor, ela havia morrido à mais de um mês e a dor que isso lhe causara não parecia que iria cicatrizar tão cedo. Marlene, ao contrário de qualquer outra, fora sua, completamente sua, da cabeça aos pés. Era inteligente, engraçada, guerreira, determinada, corajosa e talentosa, eram tantas qualidades que Sirius nunca conseguia enumerá-las de uma vez só. A garota McKinnon representava tudo que acontecera de melhor na vida do Black. Era a luz em meio a sua escuridão.

— Só imaginei que… — James suspirou — É difícil para mim também, eu também amava a Marlene, ela era tão… Você lembra quando Marlene não conseguia rebater o balaço durante os treinos e o acertou na cara de Remo que ricocheteou direto para cara de Peter?

— Acho que essa foi a única cicatriz na cara de Remo que ele gostou — riu Sirius, com os olhos na cerveja, ainda não conseguia voltar a encarar James — Eu tinha planos com ela, James, nós planejamos voar em minha moto por todo o país quando isso acabasse, acho que deveríamos ter feito isso assim que terminamos Hogwarts.

— Estou com ciúmes, pare — riu James — Você nunca me levou para voar na moto, sabe quão injusto é isso? Eu dividi meus pais com você Sirius Black.

Sirius levantou os olhos para o melhor amigo. Ali restava sua última esperança em meio a todo o cáos. Ser Sirius Black só passou a fazer sentido quando James Potter entrou em sua vida, eram um só. James e Sirius, Sirius e James. Parecia um poema propositalmente incompleto, e ainda assim, se encaixavam como se fossem um só. Os famosos irmãos de famílias diferentes que só se encontraram em Hogwarts. Os imortais Almofadinhas e Pontas.

James e Sirius.

Sirius e James.

— Amanhã é Dia das Bruxas, quem sabe Lily não nos dá uma folga para sairmos com Harry?


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Notas finais do capítulo

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