O sol ardia nas costas de Naruto enquanto ele treinava. Seu avô, Kaito Uzumaki era um super herói de classe lendária que o forçava a treinar todos os dias. Ele estava de cabeça para baixo enquanto precisava subir e descer de forma constante. O objetivo era fazer dez mil flexões e Naruto já tinha feito pouco mais de oito mil. Já passava das três horas da tarde quando Naruto terminou a sessão de treinamento passado pelo avô. De acordo com ele treinar seu corpo era a chave para melhorar ainda mais sua individualidade: Tayoko (Luz solar). Que consistia em acumular energia do sol para atacar ou defender. Naruto deitou assim que terminou e ficou encarando suas mãos calejadas pelo esforço, deixando o sol bater no rosto.

Naruto Uzumaki era filho de Minato Namikaze e Kushina Uzumaki. Ambos heróis de profissionais e muito poderosos. A individualidade de seu pai se chamava Storm (Tempestade), com ela Minato podia controlar o tempo como bem queria. A individualidade sua mãe se chamava Denryu (Corrente), com ela sua mãe podia criar uma corrente inquebrável em seu corpo que podia ser usada para atacar e defender ao mesmo tempo. Nem mesmo o avô de Naruto conseguia quebrar a corrente. O sonho de Naruto era ser capaz de igualar aos seus pais.

Naruto era um rapaz alto com um 1,70 de altura, ombros largos, olhos azuis mar, fisionomia trabalhada mas sem exagero. O que ficava mais visível nele era as três marcas em cada lado da bochecha. Suas vestimentas se consistiam em uma calça laranja e uma camisa de manga curta branca. Naruto estava com a camisa suada e respirava com esforço.

— Terminou as dez mil flexões? – Uma voz poderosa perguntou por cima da cabeça do loiro, cobrindo o sol.

— Sim, eu terminei. – Naruto responde ainda com a respiração pesada. – Será que eu posso relaxar, agora, vovô? Eu estou treinando nesse ritmo há quase uma década. – Se sentando no chão, completou. – Eu não vou ter problemas para entrar na U.A.

— A questão nunca foi entrar. Com suas habilidades tenho certeza de que é capaz de tal façanha com facilidade. – Começa o avô de Naruto. – Se um dia quiser ultrapassar os seus pais ou a mim, você precisará de algo muito mais importante do que a formação.

— O que quer dizer? – Naruto pergunta confuso.

— Porque você quer se tornar um super herói? – Kaito pergunta serenamente. – O que é um super herói para você? O que é um vilão para você? Você realmente quer se tornar um herói ou só está fazendo isso para responder as expectativas das pessoas ao seu redor? – Naruto não tinha respostas para as perguntas do avô, por isso, ficou em silêncio. – Quando tiver uma resposta, você se tornará mais forte.

— Eu não entendi nadinha do que disse, vovô! – Naruto responde fazendo careta. – Seja mais claro ao explicar. – A única reação do homem foi dar as costas para ele.

— Vamos para o subsolo. – Ordenou Kaito calmamente.

— Não! Tudo menos o subsolo, eu imploro! – Naruto implora desesperado. Sempre que o avô falava de ir para o subsolo, era seguido por um treino de combate e ele não era uma pessoa que sabia pegar leve. – Eu vou morrer!

— Silêncio! – Ordena Kaito fortemente criando uma coluna de ar dentro do pátio da casa. Naruto passou a segui-lo em silêncio depois disso. Aquela combate ia acabar com ele.

Naruto e Kaito andaram até um elevador e entraram nele. Naruto notou seu avô apertar o botão do subsolo calmamente. Mesmo com medo, Naruto pensava em uma forma de lidar com a individualidade do avô: Jishin. A habilidade consistia em criar terremoto a partir do choque de seus punhos. Naruto sabia que ele era forte demais e a única forma de vencer seria acertá-lo enquanto ele estivesse distraído.

— Espero que seu desempenho seja melhor do que na semana passada. – Comenta Kaito distraído. – Foi vergonhoso. Você foi derrotado em um minuto.

— Não há muito o que fazer! – Naruto devolve irritado. – Eu não conseguia acompanhar sua velocidade! E quanto mais eu tentava me aproximar mais você criava correntes de ar! É insano pedir que eu consiga derrotar você!

— Desculpas de um perdedor. – Afirma o avô deixando Naruto queimando de raiva. – Quando você se tornar um herói de verdade, irá encontrar adversidades. Vai desistir e inventar desculpas porque perdeu? – Naruto nada disse mas sabia que o avô tinha razão. – Chegamos.

Naruto e Kaito entraram na arena do subsolo onde eles treinavam o combate corpo-a-corpo há muito tempo. Mesmo que Naruto não gostasse de lutar com o avô ele reconhecia que ambos os poderes eram destrutivos demais para serem usados sem o devido cuidado.

— Kaito-sama. Naruto-sama. A sala está pronta para o combate. – Nana, a secretária de Kaito na agência de super heróis falou calmamente. Ela era um garota um pouco mais baixa do que Naruto com os olhos verdes e cabelo azul. Qualquer problema na agência, Nana resolvia com precisão.

— Obrigado, Nana. Pode se retirar. – Encarando Naruto, falou. – Se você conseguir me atingir pela menos uma vez, encerramos por hoje. Caso contrário eu vou dobrar a sua carga de treino. – Kaito nem olhou para a garota. Nana acenou e, em seguida, saiu da sala. – Pronto para o combate, Naruto?

— Não poderia dizer que sim. Eu estaria mentindo. – Naruto confessa serenamente. – Ninguém vai estar pronto para combater você, vovô.

— Boa resposta! – Kaito responde acima de Naruto pronto para acertar um soco nele. Seus olhos não mostravam piedade.

— Rápido! – Pensa Naruto, mas agiu bem a tempo. Ele juntou as mãos abertas na frente do corpo e disparou a luz para frente, tirando-o do caminho do soco do avô um segundo antes do golpe dele abrir uma enorme cratera. – Você não abre uma brecha, não é?

— Não pare por motivos fúteis. – Novamente Kaito estava acima dele pronto para mais um potente soco. Naruto se repreendeu por se deixar levar e baixou a guarda. Aquele soco com certeza quebraria alguns ossos se acertasse em cheio. Levando isso em conta, Naruto se cobriu com seu poder rapidamente. O soco acertou com tudo e criou uma cratera ainda maior que a anterior, mas surpreendentemente a esfera de luz aguentou, mas se espatifou logo em seguida em vários pedaços que sumiram no ar. – Você está totalmente aberto.

— Será mesmo? – Naruto pergunta estando acima do avô. – O que você está vendo é apenas uma miragem. Kannon Hikari! (Canhão de Luz). – Das mãos de Naruto uma grande quantidade de luz saiu em disparada como um canhão na direção de seu avô. Uma enorme explosão cobriu a visão que Naruto tinha.

— Já te ensinei várias vezes que você nunca deve perder seu oponente de vista. – Kaito estava novamente acima de Naruto ainda ileso. Como o loiro não tinha tempo de lançar um ataque colocou ambos os braços na frente do corpo para se defender. Uma pena que foi inútil, Kaito desfez sua defesa com um potente chute que o fez girar no ar sem sair do lugar. E, para finalizar agarrou ambas as pernas e voltou a girá-lo em alta velocidade e o lançou para uma parede com violência. Kaito pouco no chão calmamente, apenas esperando pela reação do neto. – Você precisa de um amplo campo de visão. Se for capaz disso não haverá situação na qual não poderá se virar.

Naruto ainda estava meio zonzo com a batida violenta na parede. Sua visão mais parecia subia e descia sem parar. Levou alguns segundos para ele se estabelecer de novo e sair da parede, mas ainda sentia dor. Mesmo erguendo uma barreira no fim não foi suficiente. Naruto passou a encarar a muralha que era seu avô. Nem em sonhos, Naruto imaginava conseguir vencê-lo.

— Você não pega leve comigo mesmo, não é? – Naruto perguntou mas já sabia a resposta.

— Está me dizendo que isso é tudo que pode fazer? – Kaito perguntou. – Nesse nível você não pode fazer nada.

— Cala a boca! Eu já sou mais forte do que a maioria das pessoas da minha idade! – Naruto devolve irritado animadamente. – Não me compare com você! Nem todo mundo tem um avô que pode se igualar ao All Might lutando!

— São suas últimas palavras? – Kaito perguntou com um olhar cruel. O ar ao redor do subsolo ficou instável e Naruto sentiu o súbito desejo de matar de seu avô.

— Ele realmente está pensando em me matar! Isso não é brincadeira! Como eu posso combater um monstro desses?! Pare de tremer, droga! Suas habilidades de reagir e de pensar vão diminuir em 50% se isso acontecer! Acalme-se! Acalme-se! Eu não posso vencer em um combate direito! Ele é muito superior a mim em todos os sentidos! Só tem um jeito de acertar ele! — Pensa Naruto rapidamente enquanto suor descia pelo rosto.

— Está desistindo? – Pergunta Kaito ao notar Naruto parado.

— Não. Apenas me preparando para lidar com você. – Naruto falou e seu corpo começou a adquirir uma coloração amarelada e listras vermelhas cobriram seu corpo. – Vamos!

Kaito se surpreendeu quando Naruto sumiu de sua vista e apareceu do lado esquerdo pronto para acertar um soco nele, mas Kaito conseguiria revidar sem problemas. Naruto desapareceu e mudou de lado novamente, mas outras vez o avô conseguiria revidar. Naruto aparecia e sumia tentando achar algum local desprotegido para socar, mas ele não tinha nenhum lugar que se Naruto tentasse ele não levaria um belo soco. Kaito notando a velocidade de Naruto passou a ser mais veloz também. Por mais que Naruto tentasse não conseguia encontrar um lugar para socar sem sofrer um contra-ataque. Ou assim ele pensou.

— Te peguei! – Naruto estava em êxtase. Seu tempo limite de três minutos naquele modo estava terminando e ele conseguiria acertar o avô. Usando uma miragem na frente, o verdadeiro queria socar abaixo do braço direito. Ele só não contava que Kaito fosse se defender com o cotovelo direito, onde na ponta ele criou um pequeno terremoto que jogou Naruto com violência no chão abaixo de si. Aquele modo de Naruto desapareceu assim que caiu. – Droga! Eu estava quase lá...

— Não chegou nem perto, mas devo parabenizá-lo. – Kaito elogia com um pequeno sorriso. – O que foi aquele aparência de agora há pouco? Você ficou mais rápido de repente.

— Como se eu fosse dizer para você... – Pouco depois de dizer isso, Naruto desmaiou. A cotovelada do avô foi muito forte. Kaito deixou o subsolo e foi embora. As empregadas desceram logo depois e levaram Naruto para seu quarto.

No dia seguinte, Naruto assistiu de seu quarto os testes da U.A. Seu avô tinha dito algumas horas mais tarde naquele mesmo dia que ele havia entrado por recomendação. Ao que parece dezoito professores foram a favor da entrada de Naruto. O loiro não gostou disso. Ele queria fazer o teste por conta própria.

O teste escrito foi uma piada na opinião de Naruto. Ele conseguiria gabaritar sem problemas. O que Naruto queria ver era o teste prático. Havia inúmeras pessoas ali, mas Naruto podia que nem um terço deles passaria apenas pela postura arrogante e pelo fato deles já considerarem um a menos ao olhar o nervosismo de um garoto de cabelo verde bagunçado.

O teste se baseava em pontuação. Eram quatro robôs diferentes com diferentes pontos, mas apenas três tinham ponto, o último era para ser evitado porque não valeria nada. Acabou que o garoto de cabelo verde chamado Midorya Izuku se desesperou e não destruiu nenhum robô, mas quando o robô que não valia pontuação alguma apareceu e um garota estava em apuros Izuku não hesitou em destruí-lo, tamanha força demonstrada, mas suas pernas e o braço que socou quebraram no ato. No fim ele passou porque salvou alguém em perigo e isso valia sessenta pontos.

— Uma individualidade reforço? – Naruto se perguntou confuso. – É o que parece mais...é quase como se ele não estivesse acostumado com seu poder. É melhor eu ficar de olho nele.

— Naruto-sama. Eu trouxe um lanche para você. – Mia, uma das empregadas da casa Uzumaki e amiga de infância de Naruto adentrou o quarto. Ela tinha olhos cor de mel e cabelos curtos azul numa tonalidade mais escura e vestia o típico traje das empregadas da casa.

— Obrigado, Mia. – Agradece Naruto sem tirar os olhos da tela.