Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 44
Capítulo 124


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 124

17 de outubro de 2008

Horas depois, Esme entra no meu quarto com um copo de metal nas mãos, que contém um líquido que o faz ficar todo suado por fora devido ao frio.

— O que é isso mãe?

— Seu presente de aniversário.

— Um copo? – não que eu não gostaria de qualquer coisa que ELA me desse.

— Não o copo em si, mas o que tem dentro do copo...

Subitamente eu me lembro de meu pedido no aniversário do ano passado. A vida com eles estava tão boa, os dias ocorriam normalmente – ou tão normalmente quanto possível quando se tem pais vampiros- que eu até havia deixado isso um pouco de lado. Não que eu tivesse desistido é claro, mas não ficava insistindo com Esme, pois eu sabia que se ela havia dito é porque ela faria o que disse. Eu sou libriana assim como ela é e sempre cumpro o que eu disse, se sei que não vou cumprir não prometo. Não quero decepcionar ninguém, eu sei como se sente.

A vida com meus pais adotivos é uma demonstração do que pode ser a eternidade se eu aceitar beber o veneno da minha mãe. É claro que eu tive essa ideia, pois não quero fazê-la sofrer para me transformar. Eu não faço questão da marca de mordida no pescoço. O importante é ter ela como minha criadora. Se nós sabemos disso, é o que importa; não algum sinal externo nem fazer exibição para que os outros saibam.

Eu não queria que ela sofresse ao me morder, pois eu sei que depois de provar sangue humano seria mais difícil para ela voltar à dieta de sangue animal. E eu não poderia causar isso. Ela é quem é, uma boa vampira, adorável e admirável, exatamente por não matar as pessoas e eu não poderia conviver sabendo que por minha causa ela se desviou do caminho correto.

Ao menos é difícil para os vampiros ‘vegetarianos’, os outros vampiros nem sequer se dariam ao trabalho de parar de sugar o sangue para mudar alguém. Quando eles transformam alguém é apenas por acaso como no caso de papai, o vampiro que o atacou estava sedento de mais para parar, só parou porque os outros estavam se aproximando e ele teve que fugir.

Agora imagino que deve ser muito mais difícil, pois soube que sou a cantante dela. Meu sangue é tão, digamos, apetitoso para ela que seria difícil ela parar. E ela ficaria muito mal se me matasse. Eu não quero fazer com que ela fique triste; eu só quero vê-la feliz.

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Esme sorri e após uma breve pausa acrescenta:

— Isso é o que você sempre quis, querida: meu veneno.

— Mas como você conseguiu tirar? De onde? – não que eu esteja hesitando agora e sendo a covarde que sempre fui, mas eu quero saber de onde ela tirou.

— Bem, você vai achar um pouco estranho... Mas eu tirei do meu peito.

— Ahn?! – digo mais surpreendida do que não querendo. Eu nunca falei isso para Esme porque ela poderia pensar que eu sou algum tipo de pervertida. Mas é melhor do que eu pensava... Pensando em todas as vezes que me deitei no colo dela, eu estava tão perto do que eu sempre quis! Oh My God!

— Não sei como meu filho fez, sei que foi com uma seringa de metal, porque o plástico derreteria com a corrosão... Eu percebi que em alguns dias meu sutiã estava um pouco molhado. Nunca senti dor, é claro, mas de algum modo tinha que escorrer o excesso de leite; Talvez seja porque eu havia acabado de ter um filho antes de ser transformada...

Se acontece isso com Esme será que também aconteceu com Bella? Ou no caso Esme foi congelada depois de ter um filho humano e minha irmã digamos que foi depois de ter tido uma filha híbrida com um vampiro e isso é diferente?

— Graças a Deus... Com todo respeito ao Collin, é claro. Eu adoro meu irmãozinho mesmo sem ter a honra de tê-lo conhecido.

— Ele era muito parecido com você. E você era minha filha na vida passada então teria sido amamentada por mim se tivesse nascido.

— É verdade. E papai me disse que eu sou parecida com você, mamãe.

— Tem razão, talvez por isso também vocês dois se parecem... Eu tenho um desenho dele que eu fiz lá em casa nos Estados Unidos, depois eu te mostro se você quiser quando estivermos lá.

— Claro que sim, mamãe. Com certeza adoraria... Mas você tem certeza que eu posso tomar seu leite, mãe? Não é meio estranho? – vou parecer um bebê, mas não me incomoda. Na verdade, eu fico feliz em ter uma relação tão íntima com minha mãe. O veneno dela é o que vai nos unir para sempre. Um vínculo mais forte do que a morte.

— Estranho é sim, mas você vai ter de se acostumar que como vampira irão acontecer muitas coisas estranhas em nosso mundo. São estranhas para os humanos, se eles soubessem, mas para nós é normal e faz parte do nosso cotidiano. E se eu me incomodo? De maneira nenhuma. Para mim será uma honra se você aceitar. A menos que agora você não queira mais ser uma vampira...

— Não mãe. Tudo bem. Eu ainda quero ser uma de vocês. Eu quero ser imortal. Não quero morrer e nem ter medo de que isso possa ocorrer. Não quero deixar você e papai. Não quero que fiquem tristes por me perder. Quero ser uma Cullen de verdade.

— Oh, meu bem! Você sempre foi.

— Não é verdade, mamãe. Desculpe discordar, mas só me tornando uma vampira eu serei totalmente uma Cullen.

— Você sabe que ser uma Cullen não é fácil, nós somos desprezados até mesmo por outros vampiros.

— Eu sei mãe. Eles acham que vocês são mais fracos. Mas eu penso o contrário. É preciso ter muita força de vontade para se abster de ingerir sangue humano e sobreviver apenas de sangue animal.

— Exatamente, querida. Você está consciente disso. Mas está preparada? Não quero ver você sofrendo. Sei que primeiro será doloroso o processo de mudança e eu tenho me preparado psicologicamente para ver você gritando de dor e saber que é por minha causa e não posso fazer nada.

'E depois provavelmente não será tão fácil para você como foi para sua irmã controlar a sua sede. A sua garganta irá sempre ter uma leve ardência que se aplaca quando bebemos sangue, mas logo volta a se manifestar. É nossa sina sem fim.

— Eu sei mãe. Vou tentar. Eu posso, eu sei que posso. E quando à dor, não se preocupe. Eu vou lidar com ela melhor ainda sabendo que você não vai sofrer também para voltar à dieta de sangue animal. Eu não me perdoaria se fizesse você se tornar um monstro.

— Você não imagina quanta dor é. É muito mais do que você pode imaginar.

— Você vai me dar morfina também, não é?

— É claro, querida, eu não deixaria você passar por isso totalmente sem nada. Mas a morfina apesar de ser um analgésico potente não pode aplacar toda a dor causada pela transformação.

— Mas então eu posso tomar já?

— Sim. Depois eu vou colocar o soro em você.

— Eu confio em você, mãe.

Me levanto e vou em sua direção e ela me estende o copo com o leite.

— Achei que você não iria querer depois de saber de onde eu havia tirado.

— Eu pensei que seria algo como tirar o veneno de uma cobra – espero que Esme não se sinta ofendida, eu não a considero assim dessa maneira como um animal asqueroso. - Que você tivesse alguma glândula na boca. Que você teria que morder alguma coisa... Eu achava que seria saliva e até tinha me acostumado com a ideia apesar de ser um pouco anti-higiênica.

— Na verdade não seria anti-higiênico e não teria nenhum problema se fosse a minha saliva, filha. Eu disse que algumas coisas estranhas para as pessoas, são normais para nós. Ou ao menos não tão esdrúxulas como parece. Os germes não sobrevivem em nossa boca e em nenhuma outra parte de nós. Somos totalmente assépticos.

— Uau! – não tem mais o que eu dizer a não ser ficar maravilhada.

— Mas o que eu queria lhe dizer, querida, é que nós não temos presas como as serpentes; então não daria certo de qualquer maneira fazer o que você disse. Nossos dentes afiadíssimos é que cortam a pele de nossas presas e podem abrir passagem para nosso veneno incapacitante e letal.

— Hum. Obrigada por cumprir sua promessa, mãe.

— Por nada, sweetie. É claro que eu não iria te decepcionar. Só espero que seja o suficiente.

Respiro fundo para tomar coragem e bebo de um só gole todo o conteúdo do recipiente. O líquido é denso e já começa a corroer minha garganta assim que o engulo. Como se fosse soda cáustica, apesar de eu nunca ter feito isso de tomar soda, sei por ouvir falar que é um potente corrosivo. Ao mesmo tempo sinto como se tivesse tomado uma água fervendo que desce queimando, ao contrário da azia que é uma queimação estática ou mesmo vômito que é o refluxo do ácido do estômago que irrita a garganta, pois não deveria estar ali (nunca gostei disso).

Posso sentir por onde o veneno passa em meu corpo a cada instante. Ele vai fazendo uma trilha como se estivesse passando uma navalha. Agora vai, não há mais escapatória. Eu escolhi passar por isso, eu quero. Por fim o líquido tóxico chega ao meu estômago e de lá se espalha pela corrente sanguínea por todo o meu corpo.

Ainda bem que hoje já é sexta-feira, o que quer dizer que domingo, ou no mais tardar segunda-feira de madrugada, eu já vou acordar para a minha nova vida. Já estou praticamente formada no ensino médio. Apesar de não poder ir para a festa de colação de grau porque eu não estarei muito sociável, haha. Será melhor para a segurança de meus colegas e seus familiares e também porque eu não gostaria de machucar ninguém. Nem hoje, nem nunca.

Já não sinto mais dor o que eu não esperava assim tão depressa. Esme deve ter cumprido a sua promessa e me dado mais morfina. Eu esperava que ela cumprisse. Fiquei completamente em suas mãos e não fui desamparada.

...XXX...

 

Esme PDV

Segurei minha filha no colo amparando sua queda e coloquei-a em sua cama delicadamente.

Image 2

Algum tempo depois que Carol tomou meu veneno – ela foi muito corajosa e determinada, nada covarde como ela se dizia ser- uma transformação misteriosa ocorreu. Um relâmpago aconteceu dentro do quarto dela como se tivesse acontecido sobre a cama. Depois que passou dois segundos eu olhei novamente para ela e ela não estava mais do jeito que era. Ela havia diminuído de tamanho!

Me aproximei cautelosamente da cama e vi que ela não era mais uma menina adolescente, mas um bebê de colo. Uma recém-nascida. Literalmente como são chamados por nós os vampiros recém criados.  Olhei para ver se ela estava bem e ao que parece sim, só o tamanho que mudou.

Mas porque será que aconteceu isso? Será que foi porque ela tomou não meu veneno puro, mas meu leite envenenado? E isso significa que ela não será completamente uma vampira por causa disso?

Eu admito que eu estou feliz é claro, vou ter um bebê novamente para cuidar depois de tantos anos. Eu perdi meu filho tão novo, ele tinha acabado de nascer a dois dias apenas quando morreu, e ter novamente a oportunidade de criar um bebê é sublime. Isso é um milagre! Fui abençoada.

Será que ela vai ficar assim para sempre ou vai crescer até a idade que tinha ontem?

E será que Carlisle vai aprovar? Ele concordou ainda relutante que eu a transformasse. Ele ainda tem muito receio de que os Volturi retornem. Eles virão um dia, não há dúvida. Será que encontrarão Caroline assim?

Foi muito arriscado para nós confrontar os Volturi com o nascimento de Renesmee. Mesmo que essa nunca foi nossa intenção, ela não é uma Criança Imortal. Mas até eles entenderem, quase fomos dizimados mesmo sendo inocente e não tendo feito nada do que nos acusavam. Vai ser difícil para nós esquecermos esse mal-entendido (culpa da Irina, se ela tivesse chegado mais perto para ver e não tivesse tirado conclusão precipitada) que quase custou nossas vidas.

E a Carol? Será que ela vai crescer? Ou vamos ter que encarar novamente os Volturi? Como explicar para eles o que aconteceu? Eu não quero que eles matem minha filha, não vou permitir.

Isso só o tempo poderá dizer, só resta agora esperar a transformação se completar. Não deve demorar muito, uma vez que ela não é mais tão grande.

Troco a roupa dela que agora ficou muito grande e a enrolo numa manta. Seus anéis também ficaram caídos e eu os recolhi e guardei para que ela possa usar novamente um dia quando for maior.

Volto a me sentar na poltrona ao lado da cama cuidando da minha bebê enquanto espero meu marido chegar do trabalho no hospital.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

como Edward fez para colocar seu veneno dentro da seringa: http://keepingupwiththecullens.tumblr.com/post/149577110428/edward-how-exactly-did-you-get-your-venom-into#Notes
tradução: ele fez como se faz para a tirar o veneno das cobras (mesmo sem ter presas)



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