Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 13
Capítulo 93


Notas iniciais do capítulo

fotos do capítulo 93:
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Horas mais tarde – é um longo vôo de Seattle ao Rio de Janeiro - mamãe percebe que eu estou cabisbaixa e introspectiva, ainda mais do que já sou:

— Tudo bem querida? – Esme me pergunta percebendo que eu estou pensativa em minha poltrona.

— Sim, mamãe. Estou assim porque sei que vou sentir saudades dos meus irmãos. Quando eu for uma vampira não poderei desfrutar da companhia deles do mesmo jeito...

Ela me responde sabendo que eu me refiro ao fato de que nos primeiros tempos como vampira recém-criada não sentirei o mesmo que agora, a mais forte sensação será a sede.

— Por algum tempo, mas depois você ficará bem, não se preocupe sweetie.

...XXX...

Quando chegamos ao aeroporto Santos Dumont fico surpresa quando Carlisle diz que não vai conosco.

— Você não vem, papai?

— Não posso ir querida, tenho que voltar para o hospital.

— Ah... abaixo a cabeça triste.

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Sei que meu pai não é meu e eu não posso ser egoísta ao ponto de não deixar ele cuidar dos seus pacientes e fazer o trabalho que tanto ama. Afinal quem veio primeiro é o hospital e eu cheguei a menos de um ano. Não posso me meter na vida dele tanto assim e querer mudar tudo só por minha vontade. Nem tudo pode ser do jeito que eu gostaria, tenho que aceitar e me adaptar. Eu sempre tive que engolir mi

— Não posso ficar, criança – ele me faz um cafuné. – Mas vá para a ilha com sua mãe e eu prometo que virei quando puder. Divirta-se.

— Mamãe vai ficar muito triste sem você...

— Eu vou sobreviver, querida – diz Esme. - Já ficamos anos separados... O que são alguns dias apenas? Sei que depois iremos nos rever, ao contrário de no passado.

— E eu?

— Você queria que eu ficasse, filha? – Carlisle toca meu queixo gentilmente.

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— Sim, papai. Eu queria que fossemos todos juntos, nós três.

— Eu vou voltar e vamos passar alguns dias na ilha, eu juro.

— Eu acredito, papai. Não quero impedir você de fazer seu trabalho. É por isso que eu admiro você também.

— Oh querida. Eu vou ficar pensando sempre em vocês duas.

— Eu também vou ficar pensando em você, pai.

Carlisle me abraça como nunca antes

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 E depois beija mamãe.

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— Se cuidem meus amores – ele diz ao se afastar para pegar seu outro vôo.

Esme vem ao meu lado e me conduz para a Marina da Glória onde pegamos um pequeno barco:

— Você sabe pilotar isso, mamãe?

— Sei, vi seu pai dirigindo diversas vezes e creio que aprendi.

Embarcamos e zarpamos. Algumas horas depois chegamos a uma pequena porção de terra, Esme pára o iate junto ao porto:

— Chegamos, querida! Bem vinda à Ilha Esme.

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Ela sorri orgulhosa por termos conseguido vir, pois ela disse que nunca havia conduzido um barco antes, mas ela conseguiu. Suponho que não seja tão difícil, mas eu não me arriscaria a tentar dirigir tendo apenas visto alguém pilotar uma embarcação. Acho que ela se saiu bem porque foi muitos anos que ela viu papai fazendo isso.

A praia é de uma areia tão branca e linda na luz do crepúsculo. A pele dela também brilha um pouco por causa dos raios do sol que está se pondo:

— É linda! – digo fascinada e de boca aberta de deslumbramento.

Ela me ajuda a pegar as malas e eu insisto em levar ao menos uma enquanto ela leva a outra para dentro da casa. Eu sei que ela poderia facilmente ter levado as duas malas, mas eu não quis me aproveitar do fato de ela não ser tão fraca como pode parecer à primeira vista.

— Hoje já está escurecendo, mas amanhã eu vou levar você para nadar e ver os corais. Você vai gostar! – ela diz colocando a minha mala sobre a cama do quarto azul.

...XXX...

Guardei as minhas roupas nas gavetas como Esme tinha me orientado antes de sair para preparar algo para mim, pois sabia que eu deveria estar faminta. Ela me deu um beijo maternal na testa e foi para a cozinha, eu fiquei arrumando o quarto que eu ocuparia pelo próximo mês.

                Olhei ao redor quando terminei e percebi um computador ali sobre a mesa. Não sei se eu poderia usar, mas fui até lá. Me detive alguns minutos observando à máquina. Parecia mesmo muito moderno, deveria ser de última geração, mas não fui intimidada por isso e aperto o botão para ligá-lo. E nem hesitei por causa do meu histórico de não me relacionar bem com a tecnologia e acabar sempre quebrando o que eu tocava. Mas eu superei isso.

                Clico então no ícone do navegador para começar a usar a internet. Não que eu seja uma viciada, mas eu gostava de surfar na rede. Acho que é uma característica da adolescência. (Eu ainda gosto, sempre vou adorar porque sempre serei adolescente para sempre.) A home page estava demorando muito para carregar e antes que ela abrisse mamãe chega ao quarto com um prato nas mãos – claro que mesmo estando quente a temperatura não a incomoda:

— Seu jantar querida.

— Pega em flagrante, assustada como se eu estivesse cometendo um crime viro rapidamente para a porta na direção onde Esme está – agora eu sei que eu pensava que estava fazendo algo errado por causa do meu passado, mas não precisava porque meus pais agora são muito amáveis. Esme e Carlisle são tão gentis que até compreendiam porque eu era como era.

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Virei a cabeça tão ligeiro que por pouco não fui para o chão com computador e tudo. Mamãe teria vindo me acudir. Talvez brigasse comigo por quebrar a máquina. Mas não, ela não faria isso. Essa é minha memória novamente. Essa é o único exemplo de pais que eu tenho, a qual eu possa recorrer, não tive outro e eu imagino como devem ser pais de verdade, mas eu não tive então não poderia ter outra lembrança. Sempre o que eu quebrava era muito mais importante do que se eu estava bem. Como no caso do copo que escorregou das minhas mãos ensaboadas e desencadeou tudo isso:

— Mãe, desculpe.

Esme se segura para não rir. Sabe que eu ficaria decepcionada e muito magoada se o fizesse. Tenta levar o assunto com seriedade e naturalidade.

— Tudo bem filha, não precisa ficar assim. Não é nenhum crime o que você está fazendo. Qualquer pessoa faria quanto mais uma jovem! Não se preocupe, querida. Se acalme.

— Você não está brava comigo, então? – não que eu gostaria que ela estivesse, mas eu quero ter certeza de que ela não está. Vivi tantos anos com os nervos à flor da pele, porque não sabia quando meu pai iria explodir. Vivia em constante tensão e deveria estar sempre preparada. Como se pudesse estar preparada para apanhar.

— Oh Carol, claro que não filha! Fui eu quem pediu para que Carlisle mandasse instalar os computadores aqui na ilha. Tem esse aqui e outro no outro quarto. Eu sabia que você iria gostar de poder usar a internet aqui.

— Sim, mamãe – admito ainda um pouco acanhada e pergunto. – Aqui não pega internet?

— Tem sim, querida, mas demora um pouquinho. Enquanto isso você pode jantar.

— Está bem – olho mais uma vez para a tela que indica vinte por cento e carregando... Então ainda vai demorar, eu não preciso ter pressa.

...XXX...

Depois que eu terminei a refeição e Esme foi levar o prato na cozinha, ainda deu tempo de escovar meus dentes e quando eu voltei para o quarto a internet já estava funcionando.

Mamãe disse que precisava caçar e iria ao continente e por isso demoraria um pouco. Ela relutou em sair e me deixar sozinha – ela disse que poderia ser muito perigoso e o cheiro dela atrair algum outro vampiro até mim e meu sangue tendo um gosto bom não iria terminar bem para mim... Me deu até um calafrio de medo quando ela falou, mas eu insisti que ela fosse, eu estaria bem aqui na Ilha. Sabia ficar sozinha, eu iria apenas usar o computador e depois dormir.

...XXX...

Algum tempo se passou e eu já estava dormindo quando percebi que Esme chegou. Seus braços frios me envolveram e me puxaram delicadamente mais para cima de si. Não havia problema como teve nos EUA, pois estávamos no verão aqui no Brasil. Quando é verão no hemisfério sul é inverno no hemisfério norte e vice versa. Eu estava acostumada com a sensação da pele dela na minha, o que segundo me disseram não seria mais assim quando eu fosse uma vampira também.

— Mamãe! – digo ainda meio entorpecida pelo sono.

— Sim querida, sou eu – é claro que eu sei que é ela porque se não fosse não teria o cuidado ao me segurar. – Volte a dormir, sweetie.

— Mãe, eu quero conversar.

— Não dá para deixarmos para amanhã... – ela percebe que hoje, agora já é amanhã. - Ou melhor, para depois que você acordar? A não ser que você esteja com medo de mim...

— Não é isso – como sempre eu minto tão mal que ela percebe.

— Não se preocupe filha. Isso é normal. Na verdade eu já esperava que você ficasse reticente depois do que aconteceu; por isso fui caçar. Jamais colocaria sua vida em risco. Eu sei disso. Eu quase matei você, não quero correr esse risco novamente.

— Esme, não quero ser rude, mas estamos sozinhas aqui e ninguém pode impedir se você me atacar...

— Não tenha medo filha, eu sabia disso e por isso fui caçar para ter minha sede sob controle.

— Esme, quer dizer que meu sangue não é mais tão apelativo para você? Desde quando? Por quê?

— Eu estou dessensibilizada, digamos, desde quando eu pensei que a mataria. Eu não poderia viver sabendo que fiz isso. Entende por que é tão arriscado transformá-la? Não quero que você morra sweetie.

— Mas se você não me transformar mãe eu vou morrer como todos os humanos. Pode acontecer algum acidente quando nem papai nem você estiver por perto... Eu não vou me machucar de propósito, mas pode acontecer enquanto eu for humana. A única chance é se você me tornar uma vampira. Pode dar errado, mas pode dar certo. É a única chance que temos. Eu quero ser feliz com você papai, mamãe, por favor, me dê essa chance. Se dê essa chance. Garanto que você não vai se arrepender. Serei uma boa filha.

— Carol, querida, eu não tenho nenhuma dúvida que você será uma boa filha. Eu temo que você não consiga passar pelo processo de mudança. Embora geralmente jovens conseguem.

— Mãe por favor, eu imploro me dê essa chance. Eu não tive uma vida humana feliz, quero ter a oportunidade de ser feliz.

— Oh querida, eu vou pensar e vamos tentar.

Me aninho no peito dela e volto a dormir.

...XXX...


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