O Despertar escrita por Nani Milani


Capítulo 2
Capitulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753345/chapter/2

 

 

Levantei-me pela manhã e torci para que ao abrir as cortinas, o sol estive posto no topo das compridas árvores, mas ao puxar o pesado tecido até a aresta de gesso, encantei-me com a demasiada floresta, que contrariamente do que gostaria de ter enxergado, mostrou-me sua imensa nigromancia em seu estado levemente escuro e úmido, pelo chuvisco que caia. Ainda sonolenta, troquei de roupa e caminhei até o corredor, a procura do banheiro mais próximo – jogar um pouco de água no rosto seria a melhor solução, para quebrar o marasmo dentro de mim. Ajeitei meu cabelo em um coque, escovei os dentes e após trocar de roupa, desci a escada pronta a parecer.

A casa estava silenciosa, o que facilitava escutar o som da televisão passando uma reprise de beisebol na sala e alguns gemidos de Emmett, e Jasper, jogados ao sofá. Com um pouco mais de esforço, conseguia escutar o som do lápis a desenhar em um papel branco, guiado pelas delicadas mãos de Alice em seu quarto, Esmee desencaixotando o restante dos enfeites no escritório de Carlisle e Rosalie perdida em algum romance no seu notbook. Na cozinha, pude escutar Edward e Bella conversarem, a quase sussurrar, enquanto as palavras saiam de suas bocas. Os segui até o cômodo e o cheiro de café exalou em meu nariz.

— Bom dia. – Os cumprimentei, enquanto procurava uma xícara.

— Bom dia, Nessie. – Retrucou Bella em um lindo sorriso, ainda sentada na banqueta, ao lado de Edward. – Como passou a noite?

— Bem, eu acho. – Com a xícara cheia em minhas mãos, encostei-me no balcão e forcei meu pescoço, para que o mesmo estralasse. – Na verdade, desmaiada. – Brinquei.

— Não é por menos, a viagem foi longa e extremamente cansativa.

Concordei com a cabeça, enquanto tomava um gole do líquido quente.

— Qual a nossa programação de hoje? – Perguntei ansiosa, no intuito de conhecer mais sobre a cidade.

— Carlisle vai levar nossos documentos à escola hoje. – Respondeu Edward, com sua voz gentil. – Provavelmente, voltaremos a estudar amanhã.

— Oh. – Me surpreendi. – Achei que levaria mais alguns dias para isso.

— Você sabe quanto mais cedo chegarmos a um lugar...

— Mais tempo podemos ficar. – O interrompi. – Já pode virar uma poesia. – Sorri e eles me acompanharam.

— O que você gostaria de fazer hoje? – Ele me perguntou, enquanto brincava com a mão de Bella.

— Ouvi falar que Rialto Beach, fica há alguns minutos daqui. Podíamos passar por lá mais tarde.

No mesmo instante sua feição mudou.

— O que foi?

Ele olhou para Bella e tentando disfarçar, voltou sua atenção a mim.

— Digamos que nós não podemos ir até lá. – Ele respondeu em seco. - Temos um tratado, feito por algumas pessoas que sabem sobre nós.

— Achei que ninguém pudesse saber da nossa existência, caso contrário os Volturis, o mataria.

— Eles são diferentes. – Ele tentou explicar. – Uma tribo indígena, com alguns conceitos. – Venha. Vou lhe mostrar.

Curiosa, o segui até o escritório. Cumprimentei Esmee em um abraço e arrepiei-me com seu toque gelado.

— Aqui. – Ele pegou um livro em suas mãos e o trouxe até a mim, na poltrona. – Você vai entender um pouco melhor.

Abri o livro em minhas mãos e tomei cuidado ao folhear as folhas antigas, que pareciam rasgar a qualquer momento. Nas páginas amareladas, haviam várias figuras, mais o que chamou mais a minha atenção, era que em quase todas elas existia lobos.

— Os Quileutes, que são descendentes dos lobos. – Olhei para eles, após me lembrar. – Ouvi sobre eles, em uma aula de história.

— Eles não apenas descendem dos lobos.

— Espera. – Bella pediu o livro com as mãos. – Isso é novo até para mim, achei que nós fossemos o único ser sobrenatural existente.

— Infelizmente, não.

— Eles são como lobisomens? – Perguntei confusa. – Do tipo que é o único e ultimo filho homem, após seis filhas e se transforma na lua cheia?

— Não, é um ritual que os transforma, após isso, eles podem se transformar a qualquer momento.

— Isso é incrível.

— Eles não são cachorros dóceis e domesticados. – Lentamente ele se sentou ao meu lado e fez me olhar em seus olhos. – Você tem que me prometer que não irá cruzar o território deles. Eles são perigosos e não querem saber sobre o nosso regime.

— Tudo bem, não irei incomodá-los.

— Obrigado, pois eu não posso me imaginar em um mundo sem você. – Delicadamente ele me puxou em um abraço e beijou minha testa.

Ainda era um choque, acreditar que existia outro tipo de sersobrenatural. Não que saber disso, iria me fazer acreditar em papai Noel ou contos de fadas, mas ainda assim era estranho para mim.

O dia se passou lentamente, enquanto maior parte do tempo, passei em meu quarto vendo filmes na televisão ou mexendo em alguma rede social.

Depois de algum tempo, a noite chegou prematuramente, escurecendo ainda mais o tempo soturno e junto dela trouxe a brisa gelada novamente – mas naquela noite, eu não iria perdê-la. – Jantei alguns pedaços de pizza, restantes do almoço, banhei-me por alguns minutos no furo de cerâmica e voltei para meu quarto, onde me certifiquei de que as janelas estavam abertas.

Após vestir minha camisola, deitei-me na cama novamente e tornei a colocar um filme para rodar. Tão pouco bocejando, meus olhos começaram a se fechar e então adormeci.

Acordei assustada no meio da noite, com o som da janela a bater. Olhei para os lados e o quarto estava escuro, a não ser pela luz da televisão que estava ligada, a passar um filme sequente na televisão a cabo. Calmamente, levantei-me e segui em direção da televisão. Desliguei no botão e com a luz do celular em minhas mãos, voltei para a cama.

Cobiçosa a dormir novamente. Joguei o edredom sobre minhas pernas, virei-me para o lado e fechei os olhos, mas antes que pudesse pensar em algo alegre para sonhar, escutei o pisar em galhos na floresta, ao lado do meu quarto. O que fez repensar a presença de apenas minha família, sendo que os mesmos caminham tão silenciosamente, quanto a uma borboleta a voar.

Cismática levantei-me novamente e caminhei até a janela. Com um pouco de custo, forcei minha visão e aos poucos avistei uma silhueta em meio à floresta.

— Pai? – O chamei com a esperança de ser realmente ele. – O que você está fazendo ai?

Sem resposta, a sombra começou a caminhar em minha direção e aos poucos se agachar, como se fosse engatinhar nas folhas. Quase que em um instante a coisa desapareceu na escuridão e fez me respirar novamente.

Aliviada, passei a mão sobre meu rosto e impressionei-me por não ter percebido que estava suando. Respirei fundo e virei-me para direção a cama. Ao focar o espaço para não trombar em nada, reparei em dois olhos brilhosos que vinham de minha cama. Não eram olhos humanos.

— O que você quer? – As palavras saíram rasgando em minha garganta, e isso foi o pavio acesso para que ele mostrasse as suas presas esbranquiçadas.

Lentamente, pude observar o lobo pular da minha cama e seguir em minha direção, como um cão em alerta.

— O que você está fazendo aqui! Esse é o nosso território!

Sem dar atenção ele continuou até pular com os dentes no meu rosto.

— Pai! – Gritei angustiada. – Pai!

— Renesmee! – Ele me acordou a me chacoalhar, sem me lembrar se o que me despertou, tinha sido suas mãos geladas ou a pressão em meus braços. – Você está bem? – Continuou ele, com olhar preocupado e Bella ao meu lado.

— Eu estou. – Retruquei com lágrimas no rosto.

Olhei em volta e o dia já estava a nascer, como sempre em seu tom turvo.

— Tem certeza?

— Sim.

Lendo minha mente, ele podia visualizar claramente o que eu havia sonhando, o que facilitava para que eu não precisasse repetir a dose. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Despertar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.