O Despertar escrita por Nani Milani


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753345/chapter/1

RENESMEE

Acordei assustada com o som da repentina chuva a bater na janela do carro e chateei-me ao perceber que ainda estávamos na estrada.  Olhei para os lados e tentei me localizar, procurando por alguma placa ou sinal indicativo de nosso paradeiro, mas foi em vão, pois tudo que nos rodeava eram árvores, matos e musgo, que podia ser sentidos sem esforços. Estiquei-me no banco de trás e escutei meus ossos estralarem como uma garrafa de plástico, tentando ser aberta por alguém fraco – o som poderia facilmente ser comparado a tal ato.  

— Boa Noite. – Saudou Bella, no banco da frente da Mercedes preta.

— Oi. – Retruquei com a voz fanhosa, após passar horas sem se comunicar. – Ainda falta muito para chegar?

— Só mais alguns quilômetros. – Respondeu Edward com uma das mãos no volante e a outra na perna de Bella.

— Como é Forks? – Perguntei ansiosa.

— É incrível, um dos melhores lugares onde já morei. – Ele tirou os olhos da pista e me encarou. Como sempre, poderia ficar me olhando a viagem toda e mesmo assim não passar por um buraco na pista. – Faz quase uns cinqüenta anos que nos mudamos de Forks. Espero que nossa casa ainda esteja conservada. O lugar tem potencial. – Ele sorriu.

Peguei um livro em minha bolsa, acendi a luz do teto e comecei a ler. Isso potencialmente me ajudou a dispersar-me e ver o tempo correr rapidamente. Passaram-se mais alguns minutos e ao anoitecer, avistei a placa de saudação da cidade. Não demorou muito para que as pessoas começassem a reparar os três carros luxuosos da família, e mesmo com a chuva a cair, eu podia ouvi-las sussurrarem as hipóteses embaixo de seus guarda-chuvas, de como teríamos tanto dinheiro. Algumas pessoas achavam que éramos parentes do prefeito, outras, que mexemos com algo “sujo”, mas poucas sabiam que um novo médico conceituado, se mudaria para a cidade.

— Quer parar para comer alguma coisa? – Perguntou Bella a mim.

— Um café seria ótimo.

Edward estacionou em uma conveniência e desceu para pegar o café, enquanto eu e Bella continuamos no carro. Enquanto fechava o livro em minhas mãos, escutei alguém bater na janela e ao me virar enxerguei Alice a acenar – descer do carro seria uma boa opção para esticar as pernas.

— Já se acostumou com a chuva? – Perguntou ela, enquanto eu me levantava. – Porque será assim pelos vinte anos que morarmos aqui.

— Eu me acostumo fácil com a umidade, já meus fios rebeldes em minha cabeça...

— Seu cabelo é lindo, deixe de manha.

Olhei para ela e seu cabelo curto, estava ainda em perfeita harmonia, como da ultima vez que havia o visto há dois dias. Olhei para meu reflexo na janela do carro e encarei meu cabelo desarrumado no rabo de cavalo, com maios fios soltos do que preso, percebendo o quão mentirosa ela era.  

— Aqui está seu café. – Disse Edward, entregando o copo quente em minhas mãos. – Comprei também algumas coisas para você comer amanhã pela manhã, pois acredito que viremos para cidade apenas de tarde.

— Obrigada.

Chegamos a casa por perto das 10:00PM. Ao olhar para a estrutura, tive que concordar com Edward, pois a mesma, possuía três andares em janelas de vidro, contando apenas com algumas paredes de gesso. Mal podia esperar por um dia de sol e observar o brilho dos reflexos por todas as partes.  

Desci do carro animada e peguei minha mochila sobre o banco. A chuva, que já havia parado, ajudou para que eu não ensopasse, enquanto babava em nossa nova casa.

— Eu disse que você gostaria. – Comentou Edward ao ler minha mente e abrindo o porta malas.

— Até que não está tão danificada. – Escutei Emmett resmungar.

Tentei desviar das poças de lama e ao chegar à escada, esfreguei os pés no chão, para não escorregar na madeira envernizada. Subi três degraus e o foi o suficiente para deslizar a sola da bota e me preparar para cair no chão, mas antes que pudesse relar a superfície dura, Edward me pega pelos braços.

— Acho que precisaremos colocar algo antiderrapante nessas escadas. –Disse ele.

— Obrigada. – Agradeci envergonhada. – Eu sou um desastre natural.

— Digamos apenas, que você tem muito da sua mãe como uma humana.

— Hey! – Exclamou ela ao escutar. – Eu não era tão desastrada assim.

— Você sim era um desastre natural. – Alice entrou no meio. – Começando por seu gosto por roupas.

— Argh. – Bufou Bella.

Ainda com cuidado, terminei de subir os degraus e fiz a honra de abrir a porta. O cômodo de entrada possuía um interessante cheiro cítrico, que ao misturado com o cheiro exterior da floresta, poderia encantar até a pessoa mais irascível existente. Como em nossa antiga casa, as únicas paredes eram coloridas em suas telas modernas e ao chão, esculturas antigas. O segundo andar era formado por uma sala de estar, um escritório, uma sala de jantar e uma cozinha. Já o terceiro, possuía quartos, banheiros e mais uma sala de estar.

Escolhi um dos quartos e passei algumas horas tentando organizar minhas roupas dentro da cômoda rústica. Apenas me dei conta do meu cansaço, ao deitar na cama e apagar com sapatos no pé. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Despertar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.