Melhor que Pizza escrita por wateru


Capítulo 3
Donzela é a mãe




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/75331/chapter/3

– Mas... Mas você disse que era... – Ao ouvi-lo falar, ela parou de andar e virou-se para ele, sorridente.

 

– Virgem? E o que isso importa? Vocês homens são todos iguais, mesmo... Hum, como se isso importasse pra vocês... Esse é só mais um fetiche doentio! Todo homem sonha em desvirginar uma mocinha inocente. E, para o seu governo, eu sou virgem, sim!

 

Ele não sabia o que achar: aquilo era bom ou era ruim? Pelo jeito que ela falava, COMO ela poderia ser virgem? Como? Para descobrir a resposta, Lelouch sabia que precisava unir forças e falar alguma coisa. Mas aquele instante estava sendo tão especial para ele... Parecia que, enfim, ele veria os próximos minutos daquele filme erótico que não passava da introdução. Tentando ser irônico naquele momento de contemplação hedonística, ele deu a cartada final:

 

– Eu tenho lá minhas dúvidas quanto a isso... – ele não parecia confortável com aquela situação, principalmente depois que C.C. deu uma gargalhada.

 

– Nunca duvide de uma bruxa cinquentenária com poder de cicatrização... – C.C. foi se aproximando lentamente de Lelouch, que ainda estava deitado. Ele parecia amedrontado, mas havia entendido tudo. Então, de certa forma, ela era mesmo virgem.

 

– Acho que você não sabe o quanto isso soou...

 

– Excitante? – C.C completou.

 

– Na verdade, estava pensando em algo como “depravado”, “pervertido”...

 

– Dá no mesmo – ela debochava, enquanto subia na cama e envolvia os joelhos dele com os seus. – Mas quer saber o que eu acho? Que você é um cara muito do sortudo! Afinal, quem é o outro homem que tem à disposição uma virgem experiente como eu? E o melhor de tudo: não importa o que aconteça, eu continuarei sendo. Tecnicamente, é claro, porque atualmente a classificação que me define se baseia...

 

– Menos falatório e mais ação – Lelouch pensou, apenas. Mas C.C. parou de falar, semi-cerrou os olhos e deu um sorriso.

 

– Como quiser. Não podemos perder mais nenhum minuto. Com uma noite perfeita como essa... – Lelouch sentiu um quê de zombaria em suas palavras.

 

– Andou vistoriando meus pensamentos, sua bruxa?

 

– Desde o começo, Lulu. Agora tira essa roupa e me beija.

 

------------------

 

Foi como Lelouch havia sonhado, literalmente. Pela primeira vez, ele pôde colocar em prática aquilo que vinha fantasiando desde que aquela mulher havia entrado em sua vida.

 

– Tenho que confessar uma coisa – Lelouch dizia, olhando para cima, como se estivesse em um divã – eu sempre esperei pelo dia em que iria receber uma grande descarga de ocitocina, mas nunca imaginei que ela viria acompanhada de...

 

– Ah, deixa de ser nerd pelo menos um pouco, caramba! – C.C. disse, dividindo a boca entre a conversa e o grande pedaço de pizza que devorava – Você não curtiu? Não foi especial pra você?

 

Lelouch virou o rosto para ela, e, antes de responder, devolveu:

 

– E pra você, foi? – C.C. largou a pizza em cima da caixa de papelão, limpou as mãos, lambeu o queijo que estava no anelar e no indicador, e disse:

 

– Ah, você sabe, eu já vi muita coisa por aí esse tempo todo, então não é tão fácil me surpreender. Mas... Sabe, até que você deu conta do recado direitinho! – Lelouch esperou que ela terminasse de falar – Eu sei o que você tá pensando...

 

– Eu sei que você sabe o que eu tô pensando. Você sempre sabe – Lelouch cortou, sorrindo sinceramente para ela.

 

– Mas isso não é verdade. Eu não estou dando colher de chá só porque você é virgem. Quer dizer, era virgem. Afinal, se for falar em virgindade, eu sempre vou sair perdendo.

 

Lelouch tentou se conter ao ouvir isso, mas não segurou a gargalhada. Nem C.C.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!