SAGA HP; Sob uma Nova Visão escrita por DarkyPhoenix


Capítulo 19
Devastada


Notas iniciais do capítulo

Preciso avisar que esse é o capítulo mais triste da história, então espero que eu consiga passar toda a tristeza que nossa Isabelle sente nesse capítulo.

Falta apenas um capítulo capítulo para encerrar Cálice de Fogo e estou ansiosa para começar Ordem da Fênix pq é o filme em que nossa Isabelle tem uma mudança bem brusca de personalidade.

Boa Leitura



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—Já encontrei esse paspalho em Azkaban uma vez- Bartô Crouch Jr disse com claro desgosto.

—Você é irmão da Mérope não? - Perguntei em ofidioglossia já que era como ele queria se comunicar

—Mérope? Aquela traidora de sangue, tudo culpa dela, misturou o sangue de Slytherin com o de um trouxa maldito, soube que ele a abandonou grávida e achei muito bem feito. Você não estaria aqui se a praga da minha irmã não tivesse desonrado toda nossa família.

—Se já terminou de reclamar por nada- revirei os olhos- Apreciei sua historinha, mas ainda não entendi o que fazia no meu quarto.

—Não é óbvio? Recuperar o que por direito me pertence- ele sibilou irritado mantendo os olhos fixos no meu medalhão.

—Você achou que seria tão fácil assim? Esse medalhão não vai sair do meu pescoço titio- gotejei a voz com veneno.

—Não quer saber como conseguiu esse medalhão em primeiro lugar? Mérope foi idiota o suficiente para vender por uma pechincha e o anel dentro dele era meu, foi exatamente o que o filho daquele trouxa imundo roubou de mim.

—Espera? Tom Riddle Junior roubou o anel da ressurreição de você?

—Não só roubou, como também matou me incriminou pelo assassinato daqueles trouxas imundos.... Não que eu não quisesse mata-los, mas meu sobrinho saiu na frente assassinando todos os parentes trouxas.

Por um momento senti pena daquele velho maltrapilho, cuja barba e cabelos cobriam quase todo o rosto, afinal apesar de ser um preconceituoso de araque, ele fora enviado injustamente para Azkaban, assim como Sirius.

Até que eu me concentrei em usar legilimência para invadir a mente dele novamente e fui bombardeada com lembranças de uma vida inteira em uma casa pequena, suja e escura.... Vários flashes dele e de meu bisavô maltratando Mérope Gaunt tanto psicologicamente quanto fisicamente, o que eu vi fez a minha bile subir de pura raiva e nojo.

—Você é asqueroso- ralhei enjoada apontando minha varinha para ele- Todo o tempo que passou em Azkaban foi pouco comparado ao inferno que você fez na vida dela.

—O que vai fazer com ele? – Perguntou Crouch visivelmente excitado- Sabe que é melhor se livrar de vez do estorvo do que arriscar perder essa belezinha no seu pescoço, ou pior, ser exposta.

—Avada Ke- minha língua travou na hora e eu não consegui terminar o feitiço- Obliviate!

Foi aí que eu percebi que não importava o quanto eu estivesse me afundando na arte das trevas, ainda não era capaz de matar alguém e talvez nunca seria, pelo menos não de matar alguém que querendo ou não possui o meu sangue.

—Por que você fraquejou Isabelle? - Crouch perguntou bufando- Era para você garantir que ele nunca mais a incomodaria de novo.

—E eu garanti- apontei para o velho desacordado- Alterei a memória dele e apaguei qualquer vestígio da minha existência, os anos em Azkaban e como ele foi parar lá em primeiro lugar.... Não vai procurar mais vingança e vai viver o resto da vidinha miserável naquela casinha suja como se nada tivesse acontecido.

—Você foi muito misericordiosa com esse imbecil- reclamou e aparatou junto com o velho para obedecer minhas ordens e deixa-lo em casa.

Percebi que ele estava certo, mas não conseguia me sentir arrependida, e sim aliviada, eu havia recuado antes de fazer algo irreversível...E de quebra eu havia aprendido muito sobre a minha família paterna, sabia o quanto Mérope havia sofrido para chegar ao ponto de estar desesperada o suficiente para fugir com alguém sob o efeito de uma poção do amor.

Jamais permitiria a mim mesma, o luxo de me apaixonar desse jeito, pois só levaria a minha própria autodestruição.

***

—Isabelle, sobre o que aconteceu na noite do baile- Cedrico começou muito hesitante e nervoso.

—Você quer dizer isso? - Perguntei com um sorriso antes de pega-lo desprevenido com outro beijo na boca, um beijo suave e doce que foi se tornando cada vez intenso e apaixonado, de uma maneira que fez o meu coração bater descompassado.

—Você é incrível Isabelle- ele disse quando nos separamos para respirar- Quer namorar comigo?

—Cedrico! Você me conhece tão bem, acha mesmo que vai conseguir essa resposta tão fácil? - Falo o provocando- Eu vou pensar no seu caso, depois de terminamos a terceira tarefa, eu te dou uma resposta.

—Sempre sendo tão difícil não é Izzy? - Perguntou escovando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha com um sorriso divertido- Acha que foi por isso que eu me apaixonei por você.

Santo Merlin! Como Cedrico Diggory conseguia me deixar tão facilmente sem palavras?

—Hoje o Professor Moody colocou a Taça Tribruxo no interior do labirinto e só ele conhece a localização exata- Proclamou Dumbledore para os campeões- Como a senhorita Isabelle, o senhor Diggory estão empatados em primeiro lugar, serão os primeiros a entrar no labirinto, seguidos pelo Senhor Krum, senhorita Delacour e por último o Senhor Potter...O Primeiro que conseguir tocar a taça, será o vencedor.

Mais aplausos, eu apenas alcancei o fecho do medalhão com os meus dedos, o tirando e entregando discretamente a Cedrico que apenas o colocou em segurança no bolso como havíamos feito nas outras duas tarefas.

—Em caso de desistência, o campeão ou campeã terá que disparar faíscas vermelhas com sua varinha- saiu do palanque tirando a atenção da multidão e voltando para nós- Competidores, venham cá.

—No labirinto não haverá nenhum dragão nem criatura aquática! Em vez disso enfrentarão uma coisa ainda mais perigosa, sabem as pessoas mudam no labirinto. Achem a taça se puderem, mas estejam atentos porque podem acabar se perdendo no caminho.

Percebi que estava segurando a mão de Cedrico com força, um péssimo pressentimento sobre o que nos aguardava naquela prova me atingiu com força total, olhei para ele temerosa.

—Calma Izzy- ele disse segurando a minha mão e plantando um beijo carinhoso nela- Eu te garanto que não importa quem vença no final, não vou deixar nada de ruim acontecer com você.

Ofereci um sorriso forçado para tentar não o preocupar, não estava com medo por mim mesma, nem com medo da tarefa, por algum motivo estava com medo por Cedrico...Ele percebeu que eu ainda não estava mais calma, então me deu um beijo carinhoso na testa, sentir aqueles lábios quentes contra a minha pele em um gesto carregado de ternura, foi o que me fez sentir melhor.

Precisei deixar esses pensamentos de lado e recuperar o foco quando ouvi o canhão disparar anunciando a partida, então Cedrico e eu corremos para entrar no labirinto em direções opostas, senti um frio percorrendo minha espinha quando vi a entrada se fechar com árvores crescendo na frente.

Comecei a andar usando a varinha para dispersar a neblina que dificultava meu senso de direção.

—Algo me diz que vai acabar mau- escutei uma voz em ofidioglossia me dizer.

—Iris? O que diabos você está fazendo aqui?

—Achou que eu iria te deixar sozinha nessa tarefa? Nananinanão

—Você não toma jeito mesmo- revirei os olhos, mas não resisti a um sorrisinho, a lealdade da minha cobra de estimação é algo admirável.

Até que eu escutei um grito feminino, se não era meu, a única outra garota nesse labirinto era Fleur Delacour.

—Vamos atrás dela para ajudar? - Iris perguntou apreensiva

—Não- Dou de ombros indiferente- Não sabemos nem onde estamos nesse labirinto, se formos atrás dela, aí que vamos nos perder mesmo.

Me concentrei em tentar me localizar em todas aquelas curvas aparentemente sem sentido. Crouch havia me oferecido um mapa e a ordem das direções para seguir, mas eu fui orgulhosa e moralista e recusei dizendo que seria uma baita trapaça, havia entregado o meu medalhão nas mãos de Cedrico exatamente para não trapacear.

Ao fazer uma cura acabo encontrando Vitor Krum apontando uma varinha para mim, o brilho do feitiço Lumus me permitiu ver o estado dos olhos dele, estavam avoados, cobertos e cinzentos. Assim como os olhos dos sereianos depois que eu havia os colocado sob a maldição Imperio.

—Isso só pode ser coisa de Crouch- ralho irritada

Ele apenas abaixa a varinha e passa por mim calmamente, então eu volto a realidade afinal não demora muito tempo até o caos me alcançar, e quando eu digo caos, quero dizer um vento forte que saiu do além fechando as paredes do labirinto de plantas.... Então eu e a Iris fizemos o mais sensato a se fazer, correr como se nossas vidas dependessem disso, o que não deixava de ser verdade.

Até que eu me deparei literalmente com uma luz no fim do túnel, corri em direção até a taça Tribruxo enquanto as paredes se fechavam ao meu redor. Até que eu percebi mãos fortes me puxarem pela cintura para trás como uma forma de proteção.

—Se abaixem- Cedrico ordenou para mim e para Harry que chegou de outra curva do labirinto, estava me mantendo protegida atrás de si enquanto trocava feitiços com Vitor Krum- Expelliarmus.

Krum caiu inconsciente no chão e eu percebi que Cedrico estava tenso, então o abracei por trás apoiando a minha cabeça no ombro dele, aproximando meus lábios de seus ouvidos.

—Eu vi o brilho da maldição Imperio nos olhos dele, ele não estava no controle de si mesmo- sussurrei de forma a tranquiliza-lo, o que pareceu funcionar porque eu senti seus músculos relaxarem.

Virou o rosto para o meu e eu lhe recebi com um sorriso tranquilizador. Porém tivemos o momento interrompido por uma tosse fingida e incomodada de Harry que nos olhava com um olhar nada amigável e completamente enciumado.

Não demoramos muito a recuperar o foco quando as paredes se dedicaram a nossa esmagar e impedir de chegarmos até a taça, então Cedrico segurou a minha mão e começamos a correr deixando o Harry com seu ciúme para trás, que começou a correr e tentar nos empurrar para chegar à frente

Até que um dos cipós agarrou as pernas do Cedrico o puxando para longe de mim e vários cipós diferentes foram para cima dele o prendendo.... Olhei para frente, a taça do torneio estava tão próxima, conseguia sentir o seu poder magnético me atraindo, me tentando com o gostinho da vitória.... Não precisava de espelho para saber que aquele brilho de ambição havia tomado conta dos meus olhos verdes.

— ISABELLE! HARRY! - Cedrico nos gritou por ajuda.

Harry também parou em suas trilhas e trocamos olhares contraditórios...Ambição era uma característica Sonserina no final das contas e havia um motivo para eu não ter ido para Sonserina em primeiro lugar.... Meu apego e cuidado para com aqueles que eu amo, eu simplesmente não conseguiria ignorar os apelos por ajuda dele, nem mesmo se me garantisse a vitória.

Apontei minha varinha para os cipós proclamando um feitiço que as cortou e fez as raízes recuarem e eu corri na direção dele o ajudando a levantar...Tomei uma baita surpresa quando Harry também voltou estendendo a mão e o puxamos para ficar em pé de uma vez só.

—Por um momento eu achei que me deixariam preso aqui.

—Eu quase deixei- confessei envergonhada- Me desculpe.

—Está tudo bem- me respondi com um sorriso- Que Prova!

—Pois é- concordou Harry rindo, ele parecia começar a lidar melhor com a minha proximidade com Cedrico, o que levou um sorriso ao meu rosto, queria tanto que os dois se dessem bem.

Até que o momento fofo foi arruinado novamente por aquele vento dos infernos que começou a tentar nos empurrar para a direção oposta da taça, apenas corremos resistindo a ventania e com um baita esforço conseguimos chegar perto da Taça.

—Vocês me salvaram- disse Cedrico empurrando Harry e eu para pegar a taça- Peguem!

Harry e eu trocamos um olhar, e por legilimência eu consegui ver que ele estava pensando a mesma coisa que eu...Erámos os três de Hogwarts, não importa quem pegasse, iria garantir a vitória para a nossa escola, então por que não pegar os três juntos?

—Juntos- Harry e eu respondemos em uníssono- Um! Dois! Três!

Assim que deu o três, pegamos nas arestas da taça, vendo o mundo inteiro a nossa volta perder o foco e sermos sugados para um portal.

***

Lembrei o quanto eu odiava viajar por chaves de portais porque eu sempre sujo minha roupa ao cair de baque no chão.

—Mal posso esperar para aprender a aparatar- resmungo me levantando batendo nas minhas roupas para tirar a sujeira.

—Aonde estamos? - Cedrico perguntou perdido olhando tudo ao redor.

Senti como se um balde de água fria tivesse me atingido e um nó pesado se formou no meu estômago quando eu vi um nome gravado nas lápides: Riddle

Passei a mão pela lápide fria dedilhando os nomes escritos na pedra:

Thomas Riddle

Mary Riddle

Tom Riddle

Eram simplesmente as lápides da minha família por parte de pai, não fazia a menor ideia do porquê de estar aqui, com certeza não estava pensando em trazer flores para os meus parentes falecidos quando encostei na Taça, pensei ironicamente.

Até que do nada meu medalhão começou a brilhar, um brilho verde ofuscante que parecia atravessar a barreira do tecido do bolso de Cedrico, e no mesmo instante Harry colocou a mão na cicatriz e começou a gritar de dor.

—Isabelle, tire eles daqui- Senti a cauda de Iris se enroscar na minha perna

—Não posso Iris- murmurei impotente sem saber o que fazer

O Caldeirão no centro do cemitério se acendeu sozinho, de alguma forma, eu sabia o que estava acontecendo, só não conseguia acreditar.

—Deus me defenderei- murmurei ao ver o maldito Pedro Pettigrew, mais conhecido como Rabicho surgir com um embrulho nos braços.

—Seu rato covarde e desgraçado- disse sibilando com nojo para Pettigrew que apenas apontou a varinha para mim- Por que não tenta não ser um covarde pelo menos uma vez na vida?

—Ela não- ele entrou na minha frente de novo, como sempre com sua mania estúpida de me proteger- Quem é você e o que quer?

—Mate-o- ouvi a criatura do embrulho sibilar, meu coração deu uma guinada desesperada e tudo ficou em câmera lenta.

—Avada Kedavra- murmurou o feitiço que acertou Cedrico, cujo corpo caiu falecido e de olhos arregalados no meu colo.

—NÃO! - Gritei usando toda a força dos meus pulmões tentando acorda-lo a todo custo, lágrimas picaram meus olhos quando percebi que a vida já havia deixado os olhos dele- NÃO PODE SER!

Chorei desesperada, sentindo como se mil adagas fossem cravadas no meu coração, acariciei o cabelo dele devagar já sabendo que ele não sentia mais as minhas carícias.... Tudo o que eu conseguia pensar era que não teria mais seus sorrisos reconfortantes, não teria mais seus gestos carinhosos para comigo, não teria mais seus beijos, não teria mais ele.... Eu o perdi e não tive nem a oportunidade de lhe dar uma resposta.

—Eu aceitaria- respondi entre soluços abraçando-me ao seu corpo sem vida com todas as minhas forças, molhando sua roupa com as minhas lágrimas- Porque eu também estou apaixonada por você.

Sussurrei a última parte como uma confissão entre nós dois, com algum restante de esperança de que ele ainda pudesse me ouvir, mas a realidade era cruel.... Eu havia me apaixonado por Cedrico Diggory, apesar de não querer admitir para mim mesma antes, agora que eu havia perdido, agora que era tarde demais, pelo tamanho da dor no meu coração, sabia que era verdade.

—Traga-a- ouvi a voz em ofidioglossia daquela criatura no embrulho novamente.

Rabicho simplesmente se aproximou e tentou me puxar pelo braço a força para longe do corpo de Cedrico, mas não, eu me agarrava com toda as minhas forças ao corpo daquele que amei não cedendo por nada, porém quando um lapso de razão me atingiu, coloquei a mão no bolso dele e tirei de lá meu medalhão caso precisasse lutar, e quando disse lutar quis dizer me vingar do maldito Pettigrew por ter tirado alguém que eu amava sem hesitar.

Até que ele me puxou pelos cabelos para longe dele, senti uma dor e raiva imensuráveis, ele arrancou vários fios do meu cabelo guardando em um paninho cuidadosamente.... Senti meu sangue ferver de ódio daquele rato imundo, ter a audácia de encostar a mão em mim.

—Já consegui o que queria mini Ventania- disse ríspido e depois me arremessou de uma vez no chão como se eu não fosse nada.

Me encolhi no chão, furiosa e com um coração partido, assim que eu achasse minha varinha, ele veria a quão poderosa é a minha maldição cruciatus.

Percebi que ele havia prendido Harry, imponente contra uma gárgula do cemitério, e aquela vozinha ofídica irritante dizia o tempo todo: “Faça”...Rabicho se aproximou do caldeirão, jogando a criatura horrenda de dentro do embrulho lá dentro e começou um ritual macabro no meio do cemitério.

—Osso do pai tirado sem consentimento- disse enquanto levitava um osso humano para dentro do caldeirão.

—Carne do servo dada de bom grado- murmurou e se automutilou, cortando a própria mão e jogando-a no caldeirão.

—Cabelo da prole, arrancado a força- disse enquanto desembrulhava do pano os fios de cabelos que havia arrancado da minha cabeça a força, jogou-os no caldeirão.

—Sangue do inimigo, tirado a força- disse enquanto cortava o braço do Harry, fazendo o sangue descer pela faca brilhante, derramou as gotas no caldeirão- O Lorde das Trevas renascerá.

De repente todo o caldeirão começou a pegar fogo e uma névoa negra tomou conta do ambiente trazendo uma figura tudo menos humana, um ser de aparência ofídica, sem nariz, e francamente macabro.... Porém o meu instinto não me falhou, eu sabia exatamente quem era.

Até Rabicho estava assustado, parecia estar se dando conta da burrada que acabou de fazer.

—Minha varinha Rabicho- ordenou com a voz rouca e o idiota entregou- mostre seu braço.

—Mestre! Obrigado Mestre!

—O outro braço Rabicho- diz cuspindo desprezo e outro pareceu se encolher.

Olho para o céu observando a marca negra assumir o ambiente, novamente eu sinto aquela adrenalina gostosa tomando conta das minhas veias, como o veneno da Iris entrando na minha corrente sanguínea, aquilo era uma belamente mortal.... Até que vultos negros saem da boca da caveira, virando os comensais ao pousarem no solo, não demorei a colocar o medalhão de volta no meu pescoço, pressentindo o perigo que estava por vir.

—Bem-vindo meus amigos- a criatura medonha proclama para eles.

—Está mais para lacaios- desdenhei friamente com repugnância fazendo a atenção de todos se voltarem para mim.... Oh por que eu não controlei a minha língua? Não tinha como voltar atrás, então apenas me levantei com o queixo erguido e encarando a todos com um olhar fulminante.

—Então está aí Isabelle- diz a criatura me analisando de cima a baixo- Você é inteligente, aposto que já percebeu quem eu sou.

—Você é Voldemort- respondi falando o nome dele sem hesitar, o que pareceu surpreendê-lo pela minha ousadia.

—Apenas Voldemort? - Me questionou com olhar gélido o qual eu retornei com um olhar mais frio ainda.

—Meu pai biológico- as palavras custaram a sair da minha língua mas consegui dize-las com a maior indiferença possível.

—Muito bem, cuidarei de você depois- depois se voltou para os comensais da morte novamente- Treze anos se passaram, contudo, aqui estão vocês diante de mim, como se tivesse sido ontem mesmo! Confesso que estou decepcionado- diz o final com desprezo- Nenhum de vocês tentou me encontrar.

Começou a arrancar as máscaras de todos os comensais, expondo-lhes as identidades, até que se virou de um específico.

—Nem mesmo você Lúcio- diz ele arrancando a máscara do outro aos seus pais revelando o pai de Draco Malfoy.

—Olha na defesa da Doninha Pai- digo sabendo que era para manter a minha boca calada- Ele me entregou um diário que quase me matou e trouxe você de volta. Então eu não diria que é bem não tentar lhe encontrar, mas era Tom Riddle, a lembrança de um diário, então dá para relevar.

Lúcio Malfoy me lançou um olhar confuso por eu estar tentando ajuda-lo, eu apenas respondi com um sorriso malicioso.

—Mas como ele falhou, eu sugiro um bom Avada Kedavra nele- sugeri com uma risada, vendo como os olhos dele saltarem assustados, percebendo a pegadinha.

—Mini Ventania se parece com você Mestre- Rabicho acrescentou meio desnecessariamente- Não se esqueça que eu voltei.

—Voltou por medo, não por lealdade- fala com desprezo fazendo o outro se encolher- E para mim isso não serve.

—Isabelle- se aproximou de mim devagar e assustadoramente, me entregou minha varinha- Eu até consigo sentir toda a raiva que você está sentindo desse rato, ele te tirou alguém que você ama, não acha que ele merece sofrer?

—Crucio- murmurei apontando minha varinha para Rabicho que começou a se contorcer e urrar de dor aos meus pés.... Senti um sorriso brotar nos meus lábios, estava sentindo prazer em vê-lo sentir dor, a mesma dor excruciante que eu senti no meu coração quando ele matara Cedrico na minha frente.

—Por Favor Isabelle- me implorava, fraco, como sempre- Eu não pretendia machucar você, sua mãe era minha amiga lembra? Ela não iria querer que você me matasse.

—A Amiga que você traiu e que morreu por sua causa- rosnei aumentando ainda mais a intensidade do meu cruciatus vendo- gritar a plenos pulmões sentindo seus nervos arderem em carne viva pela tortura.

—Implore por misericórdia a ela Rabicho- Voldemort disse e parecia estar apreciando bastante o show à sua frente.

—Eu imploro a sua misericórdia Isabelle- ele implora gaguejando antes de voltar a se contorcer e gritar de dor.

—Você é um verme- cuspi com nojo- Não é digno de misericórdia...Avada Kedavra.

Observei com um sorriso o corpo daquele covarde despencar no chão, desprovido de vida, ele nunca mais tiraria nada de mim, porque eu havia o eliminado para sempre.

—ISABELLE- Harry gritou horrorizado- O QUE VOCÊ FEZ?

—Harry- murmurou Voldemort voltando a atenção para ele- Quase esqueci que estava aí, em pé ao lado dos ossos do meu pai.

—Pai esse que você matou- murmurei com ironia- Eu sei a verdade, Morfino Gaunt me fez uma visitinha “agradável” recentemente.

—Aquele velho decrépito- Voldemort murmurou com desprezo- Você o matou, não?

—Não, deixei para outro dia- respondi com indiferença

—Que decepção Isabelle!

—Eu o apresentaria a você mas soube que é tão famoso quanto eu hoje em dia: O Menino que sobreviveu- disse Voldemort sarcástico observando a cicatriz de Harry- Como as mentiras aumentam a lenda Harry! Eu devo contar o que realmente aconteceu naquela noite a treze anos? Devo divulgar? Como realmente perdi os meus poderes?

—Se não fosse pela mãe dela- se afastou de Harry e apontou para mim- Se não fosse por Eleanor, que se sacrificou levando o golpe do meu feitiço junto com a amiga, sua mãezinha de sangue ruim.... Foi o maldito amor! O Amor de uma amizade genuína unido ao amor de duas mães pelos seus filhos, foi muito forte, criou uma proteção máxima...Magia antiga! Uma coisa que eu deveria ter previsto.

—Amor, uma coisa que você nunca sentiu, não é? – Disse com uma certa pena dele.

—Está enganada, eu também já pensei assim- me explicou calmamente- Ser fruto de uma poça de amor verdade te impossibilita de compreender o amor...

—Mas não de sentir- completei lembrando de quando Snape havia me explicado sobre os efeitos da Amortentia durante as férias.

—Mas não importa- disse tocando a cicatriz do Harry fazendo o gritar de dor- Agora eu posso toca-lo o quanto quiser, incrível o que umas gotas de sangue e uns fios de cabelo podem fazer não?

—Pare- murmurei lançando um feitiço para soltar Harry daquela prisão, o puxei para trás de mim o protegendo e apontando a varinha para Voldemort- Não encoste nele!

—Olha o que temos aqui- disse com desprezo- Você me lembra sua mãe naquela noite, querendo proteger a amiguinha sangue ruim a qualquer custo.... Tão estúpida quanto.

—Não fale da minha mãe assim- digo com os dentes trincados lançando um Expelliarmus com a minha varinha, do qual ele facilmente fez um escudo para se proteger- Se ela não foi forte o suficiente para te enfrentar, eu sou.

—Parece que eu tenho uma cria rebelde aqui- Afirmou me analisando com sarcasmo- Mas eu vou te ensinar um pouco de respeito. Crucio

—Não- Harry entrou na minha frente recebendo o crucio no meu lugar e eu senti um aperto no coração ao vê-lo se contorcer de dor...O que diabos esses dois viram hoje para entrarem na minha frente sob qualquer perigo iminente?

—Ótimo, é com você mesmo que eu quero lutar- Disse Voldemort esperando Harry pegar a varinha- NÃO ME DÊ AS COSTAS HARRY POTTER! QUERO QUE OLHE PARA MIM QUANDO EU MATAR VOCÊ! QUERO VER A LUZ DEIXANDO OS SEUS OLHOS!

—Como queira- retrucou Harry ríspido saindo de onde havia se escondido e encarando-o de frente.

—EXPERLLIARMUS

—AVADA KEDAVRA

Por um longo momento eu fiquei maravilhada, eles haviam formado um Priori Incantatem, aquele espetáculo de luz verde e vermelha era simplesmente magnífico de ser ver pessoalmente.

Estava tão perto que consegui ver os espíritos de fumaça que haviam saído da varinha de Voldemort, pertencentes as pessoas que ele havia assassinado, entre eles estavam Lilian Potter e James Potter conversando com Harry, Cedrico e a minha mãe que saíram da varinha para falar comigo.

Eu vi a mão espectral de Cedrico encostar na minha bochecha carinhosamente, mas eu não consegui sentir nada, não era um toque físico no final das contas.... Todavia o olhar era tão intenso quanto era em vida, me olhava com ternura e um amor incondicional.

—Eu te amei em vida Isabelle.... Ainda amo na morte.

—Eu também.... Ainda amo- respondi soluçando com as lágrimas caindo sem pudor sob o meu rosto.

—Tenho um último pedido, pode levar meu corpo de volta para o meu pai? - Apenas concordei com a cabeça e ele me ofereceu um último sorriso reconfortante antes de desaparecer.

—Isabelle- a voz carinhosa da minha mãe me chamou a atenção- Meu Deus! Minha Filhinha linda!

—Mamãe- disse soluçando ainda mais, era muita emoção para um momento só.... Encontrar o garoto que eu amava e havia perdido e a mãe que me dera a vida, mas eu nunca tivera a oportunidade de conhecer, eu me sentia um trapo emocional, tanto sentimento de perda.

—Isabelle precisa sair daqui, precisa se salvar agora- Eleanor me disse com ternura- Harry vai soltar o feitiço, enquanto isso nós vamos segurar Voldemort, para que vocês consigam escapar entendeu?

—Tenha uma ótima vida minha filha- ela me desejou quando eu assenti com a cabeça.... Até que Harry soltou o feitiço e ela assim como os outros foram para cima de Voldemort o distraindo o suficiente para escaparmos.

Me reuni de volta abraçada ao corpo de Cedrico, enquanto Harry correu em nossa direção, murmuramos: “Accio” juntos fazendo a Taça do Torneio Tribruxo voar para nós, nós seguramos um no outro enquanto o portal nos levava de volta para a escola.

***

Foi difícil ouvir todos aqueles aplausos quando pousamos, afinal eu estava agarrada ao corpo de Cedrico Diggory chorando novamente igual uma desesperada.... Eu havia me apaixonado por ele e o tiraram de mim sem mais nem menos, mesmo que eu já tivesse matado o assassino, a dor avassaladora no meu ponto não ficara melhor...Cedrico está morto e nada vai trazê-lo de volta.

Harry já havia se afastado para avisar a todos o que tinha acontecido e Dumbledore correra na minha direção e tentava me puxar de cima do copo do Cedrico, mas eu não deixava, me segurava a ele com todas as minhas forças, como se minhas lágrimas pudessem trazê-lo de volta a vida como naqueles contos idiotas de contos de fadas.

—Ele voltou- Harry anunciou aos quatro ventos- Voldemort voltou!

—Cedrico me pediu para trazer o seu corpo de volta- murmurei com a voz rouca de tanto chorar- Eu não poderia deixa-lo lá, ainda não posso deixa-lo.

—Está tudo bem Isabelle- Dumbledore tentou me confortar sem sucesso.

—NÃO! NÃO ESTÀ- gritei irritada quando senti aquela dor se tornando cada vez mais forte- NADA JAMAIS VAI FICAR BEM DE NOVO!

—È o meu filho- murmurou o Senhor Diggory quando viu a minha situação deplorável- È O MEU GAROTO! MEU FILHO! NÃO! NÃO!

Permaneci lá até que Crouch disfarçado de Alastor Moody praticamente me arrastou para longe de lá, dizendo algo sobre o senhor Diggory precisar de um tempo a sós para processar a morte do filho ao lado do cadáver, mas eu francamente não estava escutando uma palavra.

Andava sem a mínima vitalidade carregando o fardo mais pesado de todos: Um Coração Dilacerado.... Nada conseguia melhorar a minha dor, nem quando Crouch preocupado me deitou no sofá da sala dele, me cobriu com o cobertor e me entregou uma xícara de chocolate quente.

Naquele momento eu me sentia culpada de estar viva. Eu, uma bastarda assassina enquanto um garoto gentil e puro de coração que tinha a vida inteira pela frente estava morto.... Não apenas isso, mas o garoto que em pouquíssimo tempo havia conseguido derrubar todas as minhas defesas e ganhar o meu coração....E Agora eu estou simplesmente devastada.


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Notas finais do capítulo

I'm devasted too



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