Duas semanas haviam passado e eu estava passando as férias na casa do meu padrinho o morcegão da Sonserina (Apelido dada pelo Simas Finnigan), era meio estranho conviver com ele, não me demostrávamos muito afeto um pelo outro mas no fundo eu sabia que ele gosta de mim, nas poucas vezes em que nos comunicamos ele disse que eu me pareço com a minha mãe Eleanor.

E a Iris teve que ficar no porão porque nas palavras do Snape ele não queria uma cobra passeando pela casa dele ( Fresco na minha opinião), então eu não a via na maior parte do meu dia só para ir lá levar comida e conversar um pouco mesmo mas era a noite.

 Então vocês devem estar se perguntando, o que diabos eu fiquei fazendo em todos nesses dias? Bem aquela prova em que eu tirei nota alta me deu um gostinho de quero mais, gostei de me sentir inteligente ao invés de uma aluna mediana, então para isso passei decidi passar todas as minhas férias com a cara enterrada nos livros colocando em dia o conteúdo do 2 ano e adiantando o conteúdo do próximo ano, tinha certeza que isso me tornaria simplesmente brilhante.

— Expelliarmus - lancei o feitiço de forma perfeita o que desarmou o Snape, coisa essa que não é fácil. Então sorri satisfeita comigo mesmo.

Sabia que Rony, Fred e Jorge tinham dificuldades com esse feitiço em especifico, e realiza-lo assim tão facilmente me deixou feliz. Minha família adotiva, os Weasley eram conhecidos como a ralé do mundo bruxo, não eram conhecidos como bruxos realmente talentosos ou poderosos.... Já eu serei diferente, serei algo maior, já estou no caminho para ser algo maior, eu me recuso a ficar na lama.

—Muito bem Isabelle- Snape disse me tirando do meu devaneio- Consigo ver o brilho de ambição nos seus olhos.

Me olhei no espelho, realmente ele estava certo percebi que este era o meu primeiro olhar de pura ambição e mesmo não sendo muito legal.... Eu gostei.

—Padrinho- comecei ainda um pouco hesitante- Posso te pedir um favor?

—Depende

—Na câmara secreta por meio do diário To...Voldemort me ensinou...- Comecei, mas ele levanta a mão me interrompendo.

—Primeiramente não fale o nome dele- Ele diz e eu me irrito.

—È só um nome idiota: Voldemort- Falo revirando os olhos o desafiando e ele notou.

—Isabelle, eu não quero saber, na minha casa eu não quero ouvir esse nome entendido?

Assenti a contragosto, tinha vontade de falar o nome dele mais uma vez, mas eu me conti, queria que ele atendesse meu pedido que não era nada simples. Então voltei a falar assim que ele fez sinal pedindo para que eu continuasse.

—Então ele me ensinou um pouco de legilimência, e eu queria aprender mais.

—Quer que eu te dê aulas de legilimência Isabelle? - Ele pergunta e eu concordo com a cabeça – Veremos se você dá conta.

***

Alguns dias depois estava dando uma olhada no trabalho dos alunos da Grifinória na mesa do Snape e eu fiquei impressionada com tanta nota negativa, mas assim que eu olhei algumas respostas entendi porque o Snape chamava os Grifinórios de bando de cabeças ocas.

As aulas de legilimência estavam me deixando cada vez mais animada, eu tinha uma facilidade impressionante quando se tratava de ler e invadir a mete dos outros até mesmo Snape ficou impressionado com o meu desempenho.

Enquanto mexia nas coisas da mesa dele, eu me deparei com um jornal do Profeta Diário, na primeira página estava uma notícia que me perturbou: Sirius Black havia fugido de Azkaban, me sentei em choque. Todos já tínhamos ouvido falar de Sirius Black, o seguidor mais leal de Voldemort, assassino cruel que havia causado um alvoroço que matou uma dúzia de trouxas e seu próprio amigo Pedro Pettigrew, e o que mais me deixou foi o fato de ele ter conseguido fugir de uma prisão considerada impossível de se escapar. Mas voltei e li com mais atenção.

“BLACK AINDA FORAGIDO

Sirius Black, provavelmente o condenado de pior fama já preso na fortaleza de Azkaban, continua a escapar da polícia, confirmou hoje o Ministério da Magia.

“Estamos fazendo todo o possível para recapturar Black” disse o Ministro da Magia, Cornélio Fudge, ouvido esta manhã. “E pedimos à comunidade mágica que se mantenha calma.

Fudge tem sido criticado por alguns membros da Federação Internacional de Bruxos por ter comunicado a crise ao Primeiro-Ministro dos Trouxas.

“Bem, na realidade, eu tinha que fazer isso, ou vocês não sabem?” comentou Fudge irritado. “Black é doido. É um perigo para qualquer pessoa que o aborreça, seja bruxo ou trouxa. O Primeiro-Ministro me garantiu que não revelará a verdadeira identidade de Black. E vamos admitir, quem iria acreditar se ele revelasse?

Enquanto os trouxas foram informados apenas de que Black está armado (com uma espécie de varinha de metal que os trouxas usam para matar uns aos outros), a comunidade mágica vive no temor de um massacre como o que ocorreu há doze anos, quando Black matou treze pessoas com um único feitiço”

Olhei para foto do assassino Black, ele parecia um maníaco gritando enlouquecido e olhando para os lados. Aqueles olhos sombrios e rosto encovado me arrepiaram a alma mais até do que quando eu havia passado por aquela experiência com a lembrança do meu pai, de Tom Riddle.

Até que perto do jornal eu me deparei com um livro de opções do 6 ano, abri e na primeira folha estava escrito: Este livro pertence ao Príncipe Mestiço e ao Lord das Serpentes.

—O que está olhando? - Snape me perguntou do nada me fazendo pular de susto e eu tento pensar rápido.

—Vendo os trabalhos dos meus amigos, queria saber porque eles tiram notas tão baixas em poções- Respondi com a voz calma e controlada, e até eu por um momento acreditei na minha própria mentira, mas ele apenas franziu as sobrancelhas.

—Você é uma ótima mentirosa Isabelle, puxou isso dele- Ele diz olhando para o segundo nome do livro aberto que eu não tive tempo de esconder.

—Espera vocês dois se conheciam? - Pergunto hesitante- Mas é claro que se conheciam o suficiente para compartilharem um livro no 6 ano- cruzo os braços indignada- Vamos lá negue isso.

—È verdade- Ele diz simplesmente- Seu pai era muito bom em poções, até mais do que eu. Você herdou o talento dele, e foi ele também que me ensinou legilimência – Seria bastante engraçado ver o meu professor de poções se enrolar todo com as palavras se eu não estivesse deveras confusa.

—Eram amigos? – O Interrompo ainda de braços cruzados- Espera você já foi um comensal da morte? Quero a verdade padrinho ou eu mesmo invado a sua mente e descubro.

—Relativamente, está mais para um não do que para um sim. Pode ficar com o livro se quiser.

—Não obrigada- Falo o jogando dentro de uma gaveta bem longe de mim- Eu já tive uma má experiência suficiente com materiais escolares pertencentes ao meu pai.

—Falando em materiais escolares, você já escolheu as matérias desse ano para comprar os livros?

—Não- Falo frustrada- São tantas matérias interessantes, mas os horários delas ficam se colidindo, isso me deixa indecisa não queria ter que ficar selecionando.

—Queria fazer todas? - Ele pergunta surpreso e eu confirmo com a cabeça- Talvez aja um jeito.

***

Estava no beco diagonal, havia terminado de comprar todos os meus materiais, era a primeira vez que eu fazia isso sozinha e estava contente com essa sensação muito nova de liberdade, poder passar na sorveteria e comer tanto sorvete quanto quisesse e admirar a nova Firebolt na vitrine. Apesar de o Snape ter hesitado muito em me deixar sair sozinha, algo sobre o assassino Sirius Black estar à solta, mas eu não escutei nem metade, teimosa do jeito que eu sou acabei conseguindo vir.

E foi muito bom ver a cara do balconista na Floreio e Borrões quando eu disse a ele que queria todos os livros do 3 ano, eu sabia que seria muitos livros porque graças a ideia do Snape eu iria conseguir assistir todas as aulas, só não contava com o peso mesmo, tive até que usar um Wingardium Leviosa nos mais pesados como o de Runas Antigas e Aritmância.

E estava assim bastante toda contente da vida quando eu tomei um dos maiores sustos da vida: Um cachorro preto enorme com olhos enormes e brilhantes, foi isso que mais me paralisou ele me olhava assim como se quisesse ver fundo na minha alma quase como o olhar do meu Basilisco que poderia matar instantaneamente, mesmo sendo o cão mais assustador que eu já vira na vida, tinha algo nele que me fazia ter vontade de me aproximar, um pressentimento esquisito, como se ele me fosse familiar.