Crime das Flores escrita por LaviniaCrist


Capítulo 11
Flor de Pêssego




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O sol brilhava no topo do céu, indicando que já era meio dia. As ruas do pequeno vilarejo estavam se esvaziando enquanto os lugares onde havia comida estavam enchendo. Mesmo com tudo apontando para a hora de almoço, Ino parecia bem longe de querer comer alguma coisa, enquanto fazia suas compras pessoais.

A ideia era fazer encomendas e compras relacionadas apenas à floricultura, mas bastou passar na frente de uma loja em liquidação que a sede por compras da Yamanaka falou mais alto. Nem mesmo Choji conseguiu controlar a amiga, ela já estava na quinta loja enquanto ele apenas suspirava e tentava enganar a fome com suas batatinhas.

— Ei, Ino... Essa vai ser a última, não é? — o rechonchudo ainda tinha esperanças de almoçar.

— De roupas sim, depois vem as de maquiagem, soube que aqui eles usam estratos naturais. — ela respondeu sem nem mesmo olhar para o amigo, analisando as peças de roupa e se decidindo sobre quais iria levar.

— As máscaras daqui são maravilhosas... — uma mulher comentou, apesar de não aparentar ter notado o que falou.

Ino e Choji olharam para a tal mulher. Bonita, cabelos castanho avermelhado e parecia estar entretida no meio das compras também, já que um homem alto segurava várias bolsas aparentemente dela. Os dois se entreolharam depois de alguns segundos de análise.

— Mizukage Mei Terumi... — os dois murmuraram ao mesmo tempo.

A mulher apenas olhou para eles, sorriu por ser reconhecida e depois voltou a escolher as peças de roupa.

— Uma Mizukage deveria estar fazendo coisas mais relevantes do que comprando estas bobeiras... — o homem alto, Ao, começou a falar um tanto irritado.

A Mizukage na mesma hora largou as peças que tinha escolhido, pensando se realmente teria ouvido algo como “irrelevante”.

— Viemos reforçar laços com o País do Fogo! — ele parecia nem ao menos notar a mudança drástica nas feições de Mei, que havia entendido somente a palavra “laços” dessa vez. — ou pretende ficar fazendo compras? — antes de conseguir terminar, ele foi interrompido.

Agora, a palavra que recebeu atenção foi a “pretende”, que na mente da Mizukage soou como “pretendente”. Ela se virou para Ao, com um olhar demoníaco, enquanto se aproximava lentamente dele.

— Está falando que eu criar laços com um pretendente é algo irrelevante? — a voz saiu fria enquanto ela apertava o ombro esquerdo dele.

— O-O que!? — ele não ousou se mover — Isso não tem cabimento, não falei nada disso!

— Fale mais uma palavra e eu te mato... — soava mais como um aviso do que uma ameaça ao pé do ouvido de Ao, principalmente porque ela entendeu “casamento” ao invés de “cabimento”.

A Yamanaka e o Akimichi assistiam tudo em silencio, apesar das risadas quererem escapar. Depois do aviso "gentil", Mei voltou a escolher as peças de roupa como se nada tivesse acontecido, chegando a sorrir, mas era melhor evitar provocações.

O silencio permaneceu enquanto Ino recolhia tudo o que já havia escolhido, pronta para ir pro caixa, quando o estomago de Choji deu um aviso alto, para que todos ouvissem, que estava com fome. Aquele ronco fez com que Mei encarasse os dois novamente.

— Ah! Sabia que eu lembrava de vocês dois! — ela sorriu, parecendo doce e incapaz de cumprir a ameaça feita a Ao — Foram vocês que me guiaram quando fui à Konoha na última reunião, certo?

— Sim — Ino respondeu, um tanto tímida.

— Ótimo, podem me guiar por aqui também! — ela chega a levantar uma das mãos, animada com a ideia.

— É que estávamos indo almoçar agora... — Choji disse em uma tentativa tanto de ir almoçar como de fugir de responsabilidades extras naquela vila.

— Nós também! E depois vamos partir para Konoha, certo? — a mais velha olhou para Ao, que acenou positivamente.

— Antes precisamos rever as encomendas de sementes para Kirigakure... — o acompanhante tentou avisar.

— E quem melhor do que a Yamanaka para nos ajudar? Além de ser uma das discípulas de Tsunade, ela também trabalha em uma floricultura, não é? — a mulher encarou a loira.

A jovem Yamanaka estava prestes a recusar, mas receber um comentário que mais parecia um elogio e vindo de alguém tão poderoso como uma Kage mexeu com o ego de Ino. A loira sorriu corada de leve e concordou na mesma hora.

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Não foi tão ruim afinal: almoçaram todos em um restaurante que Chojuro havia reservado brevemente, Ino ajudou Ao e a Mizukage a fazerem as encomendas necessárias e ainda deu conselhos sobre quais plantas sobreviveriam melhor ao clima úmido.

Agora, estavam todos prestes a seguir rumo a Konohagakure. Ao e Mei estavam indo na frente enquanto Chojuro cochichava algo de forma tímida com Ino e Choji se deliciava com algumas balas que havia comprado.

— Mizukage-sama... — Chojuro chamou baixo, depois de ir apressado até ela.

— Está cansado? — a mulher sorriu gentilmente, parando de andar.

— Mal começamos a caminhar, não tem como ele estar cansado! Mima demais este garoto... — Ao começou a resmungar — na minha época as coisas eram mais duras...

— Para a senhorita... — Chojuro estendeu uma flor rosa, com todo cuidado do mundo — Espero que goste... — ele sorriu, apesar de estar tímido.

— Uma flor de pêssego! — a mais velha sorriu, pegando a flor e prendendo no cabelo — Ficou bom?

— Ficou muito bonita... Eu acho. — a resposta saiu ainda mais tímida.

— Então era isso o que você estava cochichando com ele? — Choji perguntou baixo para a amiga e recebeu um aceno positivo em resposta.

— Ele não é fofo? — a loira comenta, sorrindo — Aposto que se o Ao fosse assim, a Mizukage-sama não ficaria irritada com ele...

— Será? — O amigo retrucou, observando os três indo mais à frente enquanto ele terminava de comer a última bala.

— E por que escolheu essa flor, Chojuro? — a voz de Mei chegava a ser melodiosa, devido ao bom humor que o presente causou.

— Porque ela representa a generosidade, então achei que combinaria com a senhorita... — a resposta saiu quase em um fio de voz, enquanto o jovem atingia o ápice da timidez.

— Também representa a esperança de ser noiva, não é? — Ao comentou e olhou para Ino, sem notar no que havia acabador de dizer.

— S-Sim. — a loira confirmou, acelerando o passo assim como Choji e Chojuro, deixando os mais velhos para trás.

— Ao... — a voz da Kage era fria e seca — Eu vou matar você. — ela o encarou com um olhar vazio e assustador, enquanto segurava novamente no ombro dele.

Todos continuaram andando apressadamente, sem coragem de olhar na direção de onde vieram. Momentos depois, Mei alcançou os mais jovens e seguiu a caminhada como se nada tivesse acontecido.

Realmente, nada aconteceu. Depois da ameaça, Ao ficou paralisado enquanto todos seguiam a viagem, mas depois de certo tempo conseguiu alcança-los, sem ousar dar um pio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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