A consciência além do tempo. escrita por Julia Leicester Sotero


Capítulo 1
A volta ao pesadelo




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O jovem Harry Potter terminara o terceiro ano letivo da escola de magia e bruxaria de Hogwarts.

Ele estava em seu dormitório fazendo as malas e preparando-se para deixar o castelo mais uma vez. Depois de toda a confusão que acontecera ao longo do ano, Perebas ser na verdade um sujeito imundo e seguidor de Voldemort, Lupin ser um lobisomem e a existência de um padrinho foragido pelo ministério causaram tanta dor de cabeça ao menino que ele mal acreditara que havia conseguido realizar os exames finais. Harry se perguntava como Hermione conseguiu estudar em meio àquilo tudo.

Mas ao voltar para a casa dos Dursley, Harry sabia muito bem que encontraria o oposto de paz e tranquilidade. A proposta de Sirius ainda ecoava em sua mente: Você viria morar comigo, Harry? Sim, ele iria com prazer. Teria finalmente uma família e seria um ótimo recomeço para o padrinho. Contudo, com a fuga do rato, não havia como Sirius ser inocentado e era preferível que permanecesse escondido. Harry teria que permanecer com os Dursley.

Enquanto embarcava no expresso de Hogwarts junto com Rony e Hermione, o jovem Potter ocupou sua mente com o que lhe aguardava na casa número 4 da rua dos Alfineiros. Ele ainda pagaria por ter transformado tia Guida em um balão.

Absorto nesse triste pensamento, Harry demorou a perceber que Hermione o chamava:

— Harry? Por Merlin, será que você pode me ouvir?

O garoto piscou algumas vezes tomando consciência de que o trem já começara a andar. Percebera também que Rony havia ido atrás do carrinho de doces.

— Desculpa, Hermione. Estava distraí­do.

— Percebi. Escuta, você não pode contar ao Rony sobre o vira-tempo.

— Ok, Mione. Mas eu não entendo ainda como foi possível o que aconteceu.

Sim, Potter não entendia a lógica de um vira-tempo, mas sem dúvida nenhuma voltar algumas horas no passado foi uma das melhores experiências mágicas que já havia tido. Sem dúvida fora a coisa mais divertida que fizera em seu terceiro ano, junto com voar nas costas de um Hipogrifo.

— Bem, Harry é um tipo de loop sabe? Tentando resumir, a hora em que voltamos meio que se deslocou da linha temporal - Hermione mexeu no colar que usava e revelou o que o vira-tempo permanecia escondido em seu pescoço - Por causa desse colar.

Hermione tirou o vira-tempo do pescoço e o entregou a Harry, dizendo para o mesmo segurar com cuidado enquanto continuava a explicar:

– Agora, sempre terá uma versão minha e sua voltando ao passado. Nesse exato momento, um Harry e uma Hermione estão, às sete e meia, correndo para a casa do Hagrid. Nós saímos do loop quando o relógio bateu o horário em que decidimos voltar, mas outra versão entrou nesse ciclo. E ao saírem, outras versões virão. Está conseguindo entender?

Harry nunca havia sido tão sincero antes:

— Não.

Hermione revirou os olhos e deu uma risadinha. Por que ela ainda tentava? Pelo menos Harry tinha a curiosidade de aprender, diferente de Rony.

— Hermione - o moreno analisava a ampulheta erguendo-a com muito cuidado - como você sabe dessas coisas, hein?

— Depois que eu usei o colar pela primeira vez, fiquei tão maravilhada que saí­ pesquisando tudo que podia sobre vira-tempos. é um assunto realmente fascinante.

— É confuso, isso sim.

Hermione abrira a boca para protestar, mas os dois jovens escutaram a voz de Rony se aproximando. A menina pediu para Harry esconder o vira-tempo e o moreno o colocou em seu pescoço, dentro da camisa, no mesmo instante em que o ruivo entrara na cabine.

Hermione suspirou aliviada, mas o Weasley não percebeu pois mal sentou e começou a falar:

— Eu falei com os gêmeos. Papai enviou uma carta a eles há uns dias atrás falando sobre a copa mundial de quadribol. Disseram que era para convidarmos vocês.

Hermione encostou-se no banco e falou:

— Eu tenho que conversar com os meus pais, mas acho que não terá problema.

O ruivo concordou com a cabeça e repetiu a pergunta a Harry:

— E você, cara?

O moreno deu de ombros, um pouco triste:

— Eu tenho que ver com os meus tios...

Ambos os amigos fizeram uma careta.  Como estava sempre rindo e arranjando problemas, às vezes eles esqueciam que Harry passava o verão com os tios cruéis e ignorantes.

— Ah cara, não se preocupe. Eu posso arrancar as grades da sua janela e te sequestrar sempre que quiser.

Todos deram risada, com a referência de Rony sobre o que acontecimento que ocorrera um pouco antes de voltarem a Hogwarts para o segundo ano.

O resto da viagem seguiu tranquila, com o trio criando expectativas para a copa mundial e jogando conversa fora com assuntos banais. Ao chegarem na estação King's Cross, os amigos se despediram, logo após a Sra. Weasley fazer Harry prometer que iria visitá-los nas férias. Prometeram trocar cartas e cada um seguiu em uma direção diferente.

Harry estava em frente à casa dos tios, pagando o taxi que o levara até al¡. Nunca que Valter Dursley sairia do conforto de sua casa apenas para buscar o sobrinho esquisito que possuía, então o garoto sempre tinha que lembrar de converter uma parte de seu dinheiro bruxo em moeda trouxa para voltar para casa.

Assim que desejou boa noite ao motorista, o jovem moreno pegou a bagagem e suspirou ao tocar a campainha. Tia Petúnia não demorou a abrir.

— Ah, é só você. Ande, entre logo!

Harry logo tratou de obedecesse a mulher e colocou suas malas para dentro. Não esperava receber ajuda e rapidamente começou a transportar tudo escada acima. Ah, seria tão mais fácil com um feitiço de levitação...apenas uma girada e sacudida da varinha, um wingardium leviosa, e tudo já estaria no quarto. Mas Harry não era louco de usar magia dentro daquela casa.

Assim que guardou as malas no quarto e colocou  a gaiola de Edwiges sobre a cômoda, Harry desceu para a cozinha. Sabia que a famí­lia Dursley tinha jantado há  algumas horas, mas eles sempre faziam questão de deixar a louça de todo o dia para o menino lavar quando voltasse da escola para aberrações. Dito e feito, uma enorme pilha de pratos, talheres, panelas e copos esperavam o moreno.

Já era bem tarde quando Harry terminou de arrumar a cozinha. Tudo que ele queria era tomar um banho e descansar, mas o universo conspirava contra. Assim que Harry passou pela sala, sentiu um puxão violento em seu cabelo fazendo-o girar a cabeça dando de cara com a figura feia de Tio Válter.

— Como ousa voltar aqui depois do que fez com a Guida, seu pivete ingrato?!

Harry não sabia se devia responder ou não. Resolveu permanecer calado, torcendo para que aquela fosse uma pergunta retórica.

— O que você pensou quando fez aquela esquisitice, Hein?! – As mãos gordas de Dursley puxaram o cabelo do jovem com mais força, o que Harry respondeu com uma careta de dor – Responda!

— Não foi proposital, a minha magia se descontrolou!

— E você acha mesmo que eu vou acreditar nisso, pivete?

 

Harry não tentou se explicar. Ele sabia que era inútil. Então, ele apenas seguiu o homem quando este o puxou escada acima, tirando o cinto. Duda que estava na sala, podia ouvir o estalo do mesmo sobre o corpo do primo antes deles chegarem no quarto, mas nunca que ele levantaria sua bunda gorda do sofá para tentar ajudá-lo.

E esse foi a primeira noite de Harry na rua dos Alfineiros, de volta a seu pesadelo. Era realmente uma pena que as férias estavam só começando.


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Notas finais do capítulo

A imagem da capa não é minha. Fonte:https://res-5.cloudinary.com/enjoei/image/upload/c_fill,f_auto,fl_progressive,q_70,w_576/produto_809059_2267358_1393708914.jpg

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