O Retorno de Tim Drake escrita por Coelho Samurai


Capítulo 9
Lições Difíceis e Práticas




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No dia seguinte, Tim e Bart almoçam juntos no refeitório, depois de uma longa jornada matinal de aulas maçantes e duas provas escritas, Tim está mais exausto do que o normal, a noite que passou com Karoline foi surpreendente para ele, principalmente para Cassie, que não parava de ligar no celular de Tim, e ele sempre com uma boa desculpa.

— Ah, de novo¿

— Cassie¿ - Disse Bart, enchendo as bochechas de babatas fritas.

— É. Droga, ela não deveria estar lá ontem, não era pra ela ter nos visto. Me sinto mal por ela.

— Claro, deve ser pelo fato de que ela ainda tem sentimentos por você, mas o grande Timothy Jackson Drake é orgulhoso demais para tentar reatar. – Disse Conner, ao lado de Tim.

— Ela está com as Amazonas agora, gente. Meu Deus, já falamos sobre isso, e pare de repetir meu nome completo, me dá agonia.

— Ah, tá bom. E seu informante, te disse algo revelador¿ - Perguntou Bart.

— Mais do que você imagina. O Açougueiro morreu na prisão.

— Está brincando comigo... – Bart pergunta e Conner e Megan arregalam os olhos.

— Não, mas ele voltou à vida, em outra forma. Unido de um espírito maligno direto das fortalezas de Ra´s Al Ghul.

— Ra´s sabe disso¿ - Perguntou Megan

— Falei com ele essa noite, ele negou saber de qualquer coisa, mas eu sempre devo estar com um pé atrás quando o assunto é Ra´s Al Ghul. Ele até me chamou de “Detetive”, foi bem animador. Até hoje, só vi ele chamar o Bruce desse jeito.

— Bom, boa sorte. A tal da Karoline falou com você de ontem pra hoje¿ - Perguntou Conner.

— Mandei uma mensagem pra ela, mas ela não respond—Tim arregala os dois olhos quando avista Karoline se aproximando, ela está com uma expressão de choro e terror, todos olham para ela, assustados, ela apenas caminha pelo refeitório com sua bandeja, quando se aproxima de Tim, ele segura seu braço. Ela para, todos ao redor deles continuam olhando, Tim se levanta, e segurando o queixo de Karoline, olha o outro lado de seu rosto, um hematoma gigantesco.

— Quem fez isso com você¿ - Perguntou uma garota curiosa na mesa ao lado.

— Ninguém! - Responde ela. Tim sabia que era mentira, o ex-namorado dela fez aquilo. Henry Xavier, o jogador astro da Gotham High. – Ninguém - Disse ela olhando diretamente para Tim, que olha pra ela e depois para os titãs, que embora preocupados, pareciam também muito concentrados em seus devidos almoços, mas Megan não desfazia por nada seu olhar de consternação. Tim cerra a expressão, está com uma raiva inimaginável.

 - Aonde ele está¿ - Perguntou Tim. Mas Karoline não responde, apenas se encolhe como quem vai começar a chorar outra vez. Tim procura pelo refeitório até que sua vista enfurecida da de encontro com Henry e mais dois jogadores. – Eu volto já. Sente-se no meu lugar. - Tim começa a andar pelo refeitório, com um andar pesado em suas roupas de estilo grunge, camiseta preta, jeans e all star. Karoline se senta na mesa em frente à Bart, que interrompe seu refrigerante para realizar um comentário.

— Esses caras estão tão ferrados.

— Como você sabe?

— Espere e vai ver. – Disse Bart, ainda tomando seu refrigerante. Conner se esforçava para segurar a risada, e Megan, bem o ao seu lado, desaprovava o gesto do namorado.

Tim chega ate a mesa dos jogadores.

— Posso me sentar?  - Pergunta ele. – Quero falar com você sobre o olho roxo da Karoline.

— Drake Frangote, bom te ver. Fique a vontade... Pessoal. – Os dois jogadores abrem espaço para Tim, que se senta no meio deles. – Fiquei sabendo que ela ficou com outro imbecil ontem, e ninguém fica com a minha garota.

— Achei que tivessem terminado, Henry. Por que diabos ela ainda seria a sua garota?

— Por que sim, Drake Frangote. Já tem sua resposta, agora vaza daqui antes que eu te quebre no meio.

— Você e uma pessoa ridícula, Xavier, bater numa garota e algo que eu não posso aceitar em nenhum lugar.

— E o que vai fazer, seu palhaço? E por que eu deveria me importar? Semana que vem os olheiros do Gotham Gorgoyels vem me ver jogar, vou ganhar uma bolsa pra universidade e ainda por cima vou virar um jogador e profissional e famoso, e terei a Karoline de volta em um piscar de olhos. – Ele coloca as mãos na mesa. Tim sorri.

— Poxa, que plano incrível. – Diz Tim, com ironia. – Só me tira uma dúvida, como você vai jogar futebol... Com os dedos quebrados? – Os outros jogadores olham para Tim.

— Do que você esta falan—Antes que terminasse a frase, Tim da um forte impulso com as pernas, derrubando o banco para trás, os outros jogadores caem no chão. Ele quebra o suporte da mesa retrátil do refeitório e dobra-a fazendo com que caia nos dedos de Henry, que grita de dor. Então puxa a bandeja logo atrás dele e acerta um dos jogadores que tenta se levantar, e faz o mesmo com o outro, completando com um golpe no rosto, que o faz desmaiar com o nariz sangrando. Henry ainda grita de dor, e todos param o que estão fazendo para olhar. Tim da a volta na mesa, sobe no banco e pisa em cima da mesa dobrada onde os dedos de Henry estão, esmagando-os ainda mais. Depois retira a mesa dobrada de cima dos dedos e vê o estrago que causou. – SEU FILHO DA – Antes que completasse novamente a frase, Tim acerta um soco no maxilar de Henry, o mesmo cai no chão, com os dedos completamente esmagados.

— Vermes como você, não merecem nada. – Tim se aproxima de Henry e sussurra algo em seu ouvido, e depois grita. - VOCE ME ENTENDEU?

— SIM!- Berra Henry.

—Ótimo.- Do outro lado do refeitório, Bart diz a Karoline: “Eu não disse?”. Karoline esta amedrontada. “Onde ele aprendeu a fazer isso?”, “Foi tão rápido, tão preciso, era como se ele fosse um ninja ou coisa do tipo”. – Tim caminha de volta ate a mesa.

— Ele não vai mais incomodar ninguém nessa escola, muito menos você.

— O que você sussurrou pra ele?

— Que se ele encostar em você outra vez, arranco a cabeça dele.

Tim sai do refeitório, Karoline vai atrás dele.

Tim sabia que se Bruce descobrisse o que ele fez, iria acabar com a raça dele. Os Robins eram proibidos de exibirem-se dessa forma, Tim estava ferrado de qualquer jeito, ele já estaria com sorte se Henry os seus pais não o processassem por agressão. Mas enquanto andava pelos corredores da escola, com as mãos nos bolsos e com uma expressão de: “que se dane”, Tim realmente não ligava para o que Bruce ou qualquer outro iria fazer ou dizer, ele estava se sentindo livre, Henry era o pesadelo de todos na Gotham High, e Tim acabara de frustrar todos os seus planos de ir para a faculdade. “Ele é um cretino, ele mereceu isso”, disse em pensamento. Karoline corre atrás dele.

— Tim!- Ele não responde. – Tim! – ainda nada. – TIMOTHY JACKSON DRAKE, pare de andar! – Dessa vez ele para e se vira. Karoline caminha até ele. – Por que você fez aquilo¿ O que você pretende fazer agora, se ele quiser poderia até te expulsar da escola. Por acaso não pensou nisso¿

— Ele vai ficar bem, vai poder mexer os dedos em 3 semanas e vai poder voltar a jogar do mesmo jeito de antes em até 6 meses. Sei o que fiz.

— Onde você aprendeu a fazer aquilo¿¿ Parecia até o Jackie Chan.

— Algumas pessoas gostam de futebol, outras de basquete. Eu gosto de Krav Maga... E xadrez.

— Eu agradeço de verdade por me defender, mas não precisava fazer aquilo. Ele merecia, eu sei. Uma parte de mim estava torcendo pra algo assim acontecer com ele. Mas não era certo. – As palavras de Karoline faziam efeito rápido em Tim. Como se ele realmente se arrependesse agora de ter feito o que fez. – Além do mais, eu—Tim corta a fala de Karoline com um longo beijo. Ela não esperaria que fosse naquela hora e naquele lugar, principalmente depois do acontecido. Ela o abraça e o beija de volta.

— Desculpe, ver seu olho desse jeito... Eu não estava agindo coerentemente. Você tira toda a minha sanidade nos momentos mais oportunos.

— Nossa, o nerd que gosta da patricinha.

— Hey, a patricinha começou a gostar do nerd primeiro. Entendo de linguagem corporal, moça. – Eles riem e continuam se beijando.

Tim chega na Batcaverna, e quando percebe, toma um enorme empurrão e cai no tatame de treino.

— Ah, Bruce. – Ele se levanta. – Você enlouqueceu¿ - Bruce chega perto dele, vestindo uma malha cinza escuro.

— Fiquei sabendo do que houve na escola hoje.

— Não foi nada. – Ele empurra Tim novamente.

— O que foi que conversamos¿ Você fez um juramento, não iria mostrar suas habilidades, muito menos pra machucar seus colegas.

— Ele bateu na Karoline.

— Sua namoradinha pode se ajeitar sozinha. Mas você... Você quer brigar¿ Quer mostrar suas habilidades em luta pros outros¿ Ótimo. Alfred pode se interessar muito. – Bruce, segura o braço de Tim e o contorce, depois o agarra e o atira para o outro lado do tatame. – Levante e lute, valentão.

— Não vou brigar com você.

— Você não queria mostrar que era bom de briga pra aqueles jogadores¿ Pois agora tem um adversário que pode e vai de derrotar, então está fugindo. Não criei nenhum covarde, meus soldados são homens de verdade, se você não lutar comigo, eu te demito.

— Muito bem. –Tim avança para Bruce, que rapidamente o segura pela perna e atira no chão.

— Não foi assim que eu te ensinei a lutar, garoto. – Tim se levanta novamente. Eles se encaram, posicionados. – Kung Fu! – Tim e Bruce começam a trocar golpes e tapas, tiram sangue um do rosto do outro, mas Tim obviamente está apanhando muito mais. Bruce está sendo extremamente piedoso com seu aprendiz. – Karatê! – Bruce acerta um chute forte no peito de Tim, que quase não consegue se defender devidamente, e cai no chão, sentado, ele rapidamente se recompõe e volta à forma. Avançando novamente contra Bruce, Tim tenta um golpe de Krav Maga, mas Bruce previu e o desarmou, trancou seu braço atrás de suas costas e o fez deitar no chão. – Você ainda tem muito a aprender. – E finaliza Tim, levantando seu corpo do tatame e o atirando novamente ao chão. Tim está caído e desorientado. – Eu confesso que fiquei envergonhado com o que fez hoje, e com seu desempenho aqui. Não foi assim que eu te treinei. Você sabe fazer melhor que isso. Aquela garota está mexendo com a sua cabeça, cuidado com ela. Se brigar na escola novamente, se entregar sua identidade secreta, se te desmascararem, nós todos estaremos perdidos, e a culpa será toda sua, Timothy. Controle-se. Vá deitar numa bacia de gelo e depois vá dormir. Isso é uma ordem.

Alfred se aproxima do corpo de Tim, tentando se recompor.

— O senhor, aceita um chá¿ Irei preparar seu banho gelado.

— Gostou do show¿

— De forma alguma. Não gosto de ver meus meninos se machucando. Mas o senhor precisa admitir, o senhor mereceu o que o Patrão Bruce fez.

— Eu sei. Não sei onde estava com a cabeça – Diz ele se levantando.

— Patrão Tim, quando eu tinha a sua idade, eu fui aceito nos fuzileiros e mais tarde em uma força tarefa especial e meus treinos eram tão intensos quanto o seu aqui. Nós aprendíamos a defender nosso país, a lutar de forma digna e forte. Impiedosa e cruel. Recebíamos armas e podíamos carrega-las conosco nas ruas. Éramos uma espécie de equipe especial, ninguém podia saber quem éramos de fato e para o que nós estávamos treinando. – Eles caminham juntos pela Bat-caverna. – Um dia, eu estava andando na rua, e avistei uma antiga amiga da escola. A academia me afastou de meus amigos, então aquele momento era extremamente raro. Começamos a andar juntos e lembrar do passado. Poucos minutos depois, um ladrão apareceu. Colocou um revólver no rosto dela, e disse para entregarmos tudo. No instante que ele abaixou a guarda, eu puxei meu Winchester e atirei no bandido, na frente dela. Ele caiu morto e eu com sangue nas mãos. Quando fui prestar depoimento, a perícia me disse que a arma usada pelo ladrão era de mentira. O sargento da minha unidade apareceu lá, e me deu uma bronca tão violenta, que eu chorei igual uma criança na frente dos oficiais. Foi humilhante. Eu matei um homem que usava uma arma de mentira, minha colega ficou traumatizada, e fui expulso da equipe. Voltei aos fuzileiros convencionais, eles me mandaram para o Vietnam. Sabe, Patrão Tim, às vezes, é melhor deixar as coisas como estão. Mesmo que possamos, e as vezes devamos mudar. Eu entendo o que se passou pela sua cabeça naquele momento, pode ficar tranquilo. Creio que nem mesmo o Patrão Bruce compreenda, mas eu sim.  Não lamente pelo o que fez. Lamente pelo o que poderia ter feito. Aquele garoto talvez nunca mais jogue futebol profissional em sua vida, talvez as pessoas agora te tratem diferente, com medo, e Deus sabe mais o que. Talvez aqueles outros dois jovens apareçam nas fotos de formatura com enormes cicatrizes nos rostos. Talvez não fosse seu dever vingar aquela doce jovem de quem o senhor tanto gosta. E eu entendo, quando a senhorita Cassandra estava em apuros, ó, o senhor movia o céu e a Terra para ajuda-la e vice e versa. Vocês jovens de hoje, são mais parecidos com nós do que imaginam. Fique bem, Patrão Tim. Durma um pouco, ok¿

— Sim, Alfred.


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