O Retorno de Tim Drake escrita por Coelho Samurai


Capítulo 1
Capítulo 1 - A Vida de Um Soldado do Medo




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No alto de uma gárgula presa às margens expostas de um prédio no centro, iluminado pelos carros e pela essência da vida noturna de Gotham, o comunicador dispara. “Red Robin”, diz o menino, com os pés firmes na criatura patrono da cidade feita de pedra, com os joelhos dobrados e os olhos fixos ao binóculo de calor corpóreo. “Como estão as coisas”?”, responde a voz do outro lado do comunicador,” Encontrou o alvo?”. Do outro lado do comunicador ouvem-se bips e sons de teclados e circuitos em pleno funcionamento da mais alta tecnologia disponível no mundo. “Localizado. Andrew McCallister, 35 anos, 78 quilos, A positivo. Cafetão. fratura na perna esquerda depois de uma provável partida mal sucedida de rugby, ele joga na defesa, costas curvadas; Cachecol envolto do pescoço, possível resfriado de dois dias, possa estar carregando aspirinas no bolso ou alguma outra coisa ilegal.” Responde o garoto com voz viril. “Como está o braço?“, ele pergunta. “Melhorando, em breve estarei de volta às ruas. Você vai voltar tarde hoje, então pedi ao Alfred que lhe preparasse algo para comer assim que chegasse, boa sorte na missão, Tim. Cuide-se”. “Obrigado, Bruce.” A conversa se encerra. O jovem Timothy Drake se levanta e agora está em pé sob a gárgula, ele olha fixamente para o alvo enquanto guarda o binóculo e salta para o precipício da selva de pedra, espera alguns segundos e metros de queda e em seguida abre a capa, formando uma asa de pássaro que sobrevoa o clima frio e tenso de Gotham nesta fatídica noite. Ele espera seu alvo entrar no beco da rua 26 ao lado da loja de bebidas do velho senhor Flynn, e o acerta com um certeiro chute no peito. O homem não sabe de onde veio ou se é uma alucinação, ele levanta confuso e com dores e tenta correr, mas o menino  puxa de volta com o rapel.

— Andrew McCallister. Vamos conversar. – Diz o menino enquanto segura as pernas do homem e o leva para cima do prédio com a ajuda do rapel.  O homem grita em desespero pela vida e se debate como alguém acoplado a uma cadeira elétrica esperando que seu coração pare de bater, que nas mãos do Robin Vermelho, a sensação é quase a mesma. Ao chegar ao topo do prédio, no telhado coberto com neblina e fumaça dos escapamentos de ar dos aquecedores ligados, que levam o calor aos bons e degradados lares do edifício, o homem tosse e tenta respirar, Drake pisa em seu peito. – O carregamento humano. Onde está? – O homem está assustado, intimidado e com muito frio, mal consegue gaguejar.

— Eu... Não tenho nada a ver com... A-A-A-qui-quilo. – Ele tosse mais uma vez.

— Você possui os contatos dos principais nomes e codinomes do mundo de exportação de pessoas em seu celular que já foi grampeado pelo FBI, pela Interpol, e depois, por mim. Você não é muito cuidadoso, McCallister, para a minha sorte. Minta pra mim de novo e eu quebro suas costelas, e aí sim, vai ficar difícil pra você respirar. Seu resfriado não é comum, pelo chiado do seu peito isso pode se tornar uma tuberculose, e pelo que sei, você não tem nenhum plano de saúde em nenhum dos hospitais de Gotham, o que complica ainda mais a sua situação. FALE. – O homem hesita.

— O carregamento vai chegar na semana que vem, no píer 2 do porto de Gotham. São 23 mulheres entre 12 e 30 anos. A entrega será feita às 3 horas da manhã da próxima quinta feira. É tudo que eu sei, eu juro. – O peito do homem agora está mais leve, não nenhum coturno pesado bloqueando seu ar. A chuva começa a cair e Tim Drake volta ao topo da gárgula. Seu uniforme é novo, mais leve, feito de um tecido especial de kevlar resistente mas que não dificulta seu combate corporal, embora o forte dele nunca fosse esse, e sim suas habilidades de hacker, pesquisa e dedução. Porém, ele dava para o gasto. Aos 17 anos é faixa preta em judô e kung fu. O comunicador toca mais uma vez.

— “Red Robin”.

—“Oi, Tim.” – Responde uma voz muito sem graça, mas que Tim reconheceria em qualquer lugar. – “Tudo bem?”.

— “... Cassie... Eu—Eu estou ocupado”.

— “Ah, desculpe, eu estou em Paris, nem me toquei com o fuso horário. Posso te ligar mais tarde?”.

— “Até logo, Cassie, nos falamos em outro momento”.

— “Certo, desculpe atrapalhar.” – Ela desliga. Tim coloca as mãos no rosto como se quisesse esconder sua expressão de raiva misturada com dor. Ele se recompõe e olha para seu relógio: 2h30 da manha. “Amanhã eu tenho aula de física logo cedo, o Sr. Kuhl vai entregar as notas”, pensa ele. O comunicador toca outra vez.

— “Red Robin”.

— “Dá pra acreditar que os Lakers perderam?”.

— “Pelo amor de Deus, não me diga que você apostou de novo, Connor. Você sabe que a defesa dos Lakers está fraca, nós analisamos isso”.

— “Eu sei, cara, mas é que dessa vez eu estava mesmo confiante”. – Connor Kent, o Superboy. – “Como vai, amigão?”.

— “Eu já estive melhor, não vai acreditar em quem acabou de ligar”.

— “Não me diga que...”

—“É, a própria”.

— “Ah, Tim, já falamos sobre isso. Vocês terminaram de forma pacífica, concordaram em não deixar seus sentimentos interferirem no trabalho de vocês, você me prometeu que seria profissional. Ela foi treinar com as Amazonas, cara, vocês nunca poderiam ter um relacionamento saudável nisso ou depois disso. Foi melhor assim e você sabe disso.”.

— “Con, eu sei disso tudo, e prometi que seria profissional. Mas fica difícil com ela me ligando de madrugada”.

— “Eu entendo isso, amigão, mas não se preocupe; Tudo vai se ajeitar, eu prometo”.

— “Eu sei, Con”. – Tim já está exausto. – “Eu preciso desligar, tenho que ir pra casa”.

— “Claro, cara.” – Responde Connor. – “Se cuida aí”.


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