Sara se jogou sobre a poltrona suspirando. Aquela demora toda de Luna já estava a irritando. Quando finalmente a loira apareceu no salão comunal, Sara até mesmo cogitou a idéia de se jogar no chão agradecendo.

— Até que enfim! — Exclamou se levantando da poltrona, indo até a amiga. — Achei que teria que ir sozinha.

Luna riu levemente por conta do exagero da amiga, o máximo que ela havia demorado era uns 20 minutos.

— Podemos ir?

— Já devíamos está lá. Quase todo mundo já foi. — Sara comentou olhando ao redor, vendo pouquíssimas pessoas ainda no salão.

Assim, as duas foram caminhando até o salão principal. Enquanto conversava com a loira, Sara não conseguia parar de pensar na loucura que sua vida havia virado. Até agora não podia acreditar que sua vida monótona e sem graça havia se transformado naquilo. Nunca que ela sonharia que fantasmas realmente existem ou que podia fazer feitiços, principalmente morando com os Dursley.

Quando chegaram ao salão principal não conseguiu não olhar ao redor impressionada. O salão principal fora decorado com morcegos vivos, as enormes abóboras de Hagrid tinham sido recortadas para fazer lanternas, elas eram tão grandes que Sara tinha certeza que caberia pelo menos três homens dentro.

Além dos boatos que Sara havia escutado de que Dumbledore havia contratado um grupo de esqueletos dançarinos para entreter o pessoal.  

— Uau! — Ouviu Luna exclamar completamente admirada ao seu lado. Os morcegos voavam por suas cabeças enquanto as velas flutuavam pelo teto estrelado.

— Surpresa Laninha? — Fred perguntou parando ao lado dela.

— Pela cara dela sim. — George falou ficando do outro lado do irmão.

— Isso é simplesmente incrível! — Sara exclamou dando um pulinho animado.

George e Fred simplesmente riram, antes de saírem puxando a ruiva para dentro do local. Iria ser um jantar, mas enquanto ele não começava Dumbledore autorizou que os alunos fizessem uma “mini” festa.

Sara reparou que ao fundo tocava uma musica bastante agitada, enquanto Fred a puxava delicadamente pelo salão, ela observava todos os detalhes que Dumbledore havia feito questão de colocar.

Estava tão entretida observando tudo a sua volta que não reparou quando o ruivo parou de andar a fazendo bater levemente em suas costas.

— Ai! — Resmungou.

— Essa aqui é a Alana, acho que já ouviu falar dela. — George falou apontando para a garota.

— Já disse que não é Alana! É Sara. S-a-r-a. Sa-ra! — Falou bufando e cruzando os braços. Observou os gêmeos tentarem prender a risada, falhando.

— Ela não é uma graça, quando está irritada? — Fred falou rindo. Sara acertou um tapa fraco em seu braço.

— Prazer, sou Lino Jordan. Amigo desses patetas, ai. — Falou apontando para os gêmeos, e em seguida estendendo a mão.

E foi nesse momento que Sara reparou que havia outro garoto ali. Já o tinha visto outras vezes junto dos gêmeos. Ele era mais alto que ela, tinha a pele morena e os cabelos crespos e negros, além de um sorriso contagiante.

— Prazer. Sou Sara. — Respondeu sorrindo e apertando a mão estendida do garoto.

Foi só nesse momento que a ruiva percebeu que Fred ainda segurava seu pulso. Soltou-se delicadamente, de modo que o garoto mal percebeu. E antes que percebesse, a conversa continuou fluindo de modo super natural. Quem visse não diria que ela tinha acabado de ser apresentada ao garoto, e sim que já fazia parte do grupo dos três há muito tempo.

(...)

Draco Malfoy terminou de pentear seus cabelos e passar seu perfume importado. Olhou mais uma vez seu reflexo no espelho antes de sair do quarto.

Enquanto caminhava até o salão principal, onde estava ocorrendo o jantar em comemoração ao dia das bruxas, o loiro se permitiu pensar naquilo que ele evitava a todo custo. Uma certa pessoa de cabelos ruivos, sardas e que se dava muito bem em porções.

A verdade é que o Malfoy simplesmente não conseguia entender como que aquela garota conseguia tomar conta de todos os seus pensamentos, e o pior, nenhum deles envolvia ele a humilhando como devia ser.

Qual é? Ela é uma Potter, ele devia a odiar e não ficar pensando nela 24 horas por dia.

Bufou irritado com seus pensamentos, chutando o ar em seguida.

— Draquinhooo! — Ouviu Pansy gritar correndo em sua direção. Draco revirou os olhos quando notou que a garota já estava agarrada ao seu braço.

— Me larga Pansy! E não me chame de Draquinho. Você sabe que eu odeio esse apelido. — Falou se soltando dos braços dela.

— Nossa Draquinho! Pra que isso? — Perguntou fazendo um bico, o qual o garoto achou particularmente ridículo. — Ei, você ta sabendo que o Dumbledore permitiu que os alunos fizessem uma mini-festa antes do jantar?

Draco não respondeu, na verdade não precisou, pois quando percebeu já estava no salão principal, onde havia varias pessoas, além de musica e as mesas repletas de doces.

— Anda vamos procurar o pessoal. — Pansy o chamou caminhando por meio das pessoas. Draco deu de ombros seguindo-a. Quando finalmente encontraram Crabby e Goyle, Draco percebeu que um pouco mais a frente a Potter estava conversando junto dos gêmeos Weasleys e Lino Jordan. Não conseguiu não encará-la. Seus cabelos normalmente soltos e levemente enrolados, estavam presos em uma trança lateral, o que a deixava “fofa” na visão de Malfoy.

— O que diabos eu estou pensando? — Indagou-se baixinho sacudindo a cabeça.

— Draco? Tá tudo bem?

Só então o loiro percebeu que seus amigos o encaravam de uma forma estranha.

— Anh. Sim, eu... eu só vou ali pegar algum doce. — Falou saindo dali rapidamente. — Droga, droga, droga! O que está acontecendo com você Draco? Recomponha-se! — Falou para si mesmo empurrando as pessoas que ficavam no seu caminho.

Quando chegou a uma das mesas que ele nem fez questão de saber qual era, ele segurou-se firmemente na madeira.

— Por Merlin, Fred! Olha aqui, se vocês dois não calarem a boca, eu juro que faço vocês engolirem uma maçã goela a baixo! — Ouviu a voz da Potter um pouco atrás de si.

O Malfoy já estava pensando em alguma coisa para falar para a ruiva, quando Dumbledore se posicionou no seu já habitual local e fez um barulho chamando a atenção de todos.

(...)

Eu realmente queria saber qual era a formula mágica que Dumbledore usava para calar aquela multidão de pessoas em instantes, não demorou muito para que todos fossem se sentar nas mesas de suas respectivas casas. Depois de Dumbledore dar alguns avisos, agradecimentos e outras coisas do tipo, ele finalmente liberou o jantar, fazendo os inúmeros docinhos serem substituídos por um verdadeiro banquete.

Após o jantar, fomos todos liberados para irmos aos dormitórios, saímos do lugar, completamente animados e conversando, porém ficamos instantaneamente calados ao virar o corredor e darmos de cara com a madame No-r-r-a pendurada e os rostos de Harry, Rony e Hermione.

Sara precisou cobrir a boca para abafar o grito que soltou, ao encarar a gata completamente dura, como se estivesse morta. Os olhos de todos ali estavam arregalados e não era só isso que a assustava. Mas também a mensagem na parede, que dizia:

“A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA. INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO.”