Depois de arrumar seu quarto, Lilly ligou para a sua melhor amiga, Claire. Claire tinha cabelos castanhos avermelhados e olhos castanhos escuros, de estatura baixa.

Deitada de barriga para cima, a mão esquerda segurando seu celular na orelha e a mão direita apoiada na barriga.

— Hey! Claire advinha, eu fiz uma tela de um momento em que você registrou – disse Lilly com um sorriso logo atrás quando Claire atendeu seu telefonema.

— Nossa! É difícil, o que eu mais faço é tirar foto, mas acredito que para você me ligar deve ter sido uma de você e o senhor certinho – Disse Claire com um suspiro de curiosidade e certeza.

“Senhor Certinho”, é o apelido que ela tinha dado para Barry, não com o intuito de ironia ou sarcasmo, pelo contrário, um gesto de carinho, pois Claire o via como um irmão mais velho. As duas meninas ambas tinham a mesma idade, 21 anos, só que Lilly é a mais velha de um período de seis meses.

— Hahahaha, você tem a essência de fotografa, minha cara – disse Lilly depois de uma risada, observando o quão bem, a baixinha a conhecia – Mas, você acertou, é a foto que dei a Barry junto com o LP do ‘Snow Patrol’ — Disse colocando o celular na orelha direita e apoiando sua mão esquerda em cima da cabeça.

— Awww – Suspirou Claire – Já mostrou a Barry?

— Já e inclusive dei de presente para ele

— Nossa! A senhorita Lilly reservada, que demonstração hein – disse Claire espantada e orgulhosa – Que progresso! Estou orgulhosa – disse em um tom sério.

Lilly se sentindo feliz por deixar a amiga orgulhosa se sentou na cama com as pernas cruzadas e com um suspiro olhou para a sua janela e aquela sensação de que algo iria mudar tinha voltado. Inquieta, decidiu se abrir com a velha amiga, pois sabia que sempre teria seu apoio.

— Claire. Estou muito feliz e estou em um ótimo momento da minha vida, em todos os sentidos. Mas, tem algo dentro de mim que diz que mudanças virão e que nem todas serão boas, estou com medo – Confessou tudo em um só folego de tão nervosa que estava.

— Oh querida, não sou muito boa em dar concelhos, mas sou uma boa ouvinte. Não importa a hora, a situação ou o local, me chame! Sempre estarei aqui por você e para você – Disse Claire compreensiva, preocupada com a amiga. Lilly sorriu e percebeu que com Claire, poderia enfrentar o mundo.

— Só você por me acalmar e saiba que é reciproco, eu tenho suas costas! – Disse Lilly, depois de um momento voltou a falar – Estou com um pouco de medo com o meu futuro, especialmente como será a minha relação com o Barry – Claire ficou atenta, pois era a primeira vez que sua amiga tinha mostrado incerteza pela relação.

— Querida! O que aconteceu? – Perguntou Claire. Lilly não sabia como responder, se ela amava Barry, com certeza, mas não sabia ao certo como seria daqui pra frente.

— Eu não sei, é só um pressentimento, eu amo o Barry, mas... – Lilly deixou a frase no ar, angustiada por ter falado estas palavras em voz alta pela primeira vez.

— Lilly, eu tenho suas costas! Não importa o que teremos que enfrentar – Com um sorriso Lilly só disse uma frase que simplificava tudo.

— Aqui e agora – E com estas duas palavrinhas o telefonema terminou. E diante de seu estado emocionou Lilly decidiu tirar uma soneca e quando acordasse iria jantar na casa dos pais de Barry, o quão ela os tinha como seu segundo pai e sua segunda Mãe.