A Princesa do Olimpo escrita por Timelady


Capítulo 2
O ataque a Nova York e o encontro inesperado




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Naquela manhã, acordei com alguém aos gritos, dizendo que eu estava atrasada... Eu não liguei e me virei para o outro lado, ouvi mais alguém entrando no meu quarto e se aproximar, começando a me sacudir:

— Sofia! Sofia Stevens, pula já dessa cama! Você está atrasada! - disse a pessoa que eu reconheci ser Diana quando abri os olhos

—atrasada pra que? - disse com uma expressão sonolenta, esfregando os olhos.

— como assim pra que? Para a turfe! - disse clara sentada ao fundo da cama.

— Ai meu Deus! Eu me esqueci! - disse me levantando num pulo.

— o que seria de você sem nós? - riu Diana.

— sinceramente? - eu disse enquanto colocava uma roupa confortável branca e uns all star preto. - eu não sei... - sorri

— vai logo! - pediu Clara.

Arrumei o meu cabelo num rabo de cavalo e fomos as três para o estábulo onde estavam os cavalos, cada uma subiu no seu e foram rapidamente para o lugar onde se realizava a turfe.

Ao chegarem lá, Diana e Clara, entregaram Luz e Caramelo para um rapaz franzino que cuidava dos cavalos. Ao olhar para Nero o rapaz franziu o cenho e perguntou:

— desculpe a pergunta senhorita, mas como a senhorita conseguiu montar o cavalo, se não traz rédeas?

— digamos que ele gosta de mim. - disse sorrindo

— é um belo cavalo, senhorita, mas será que é rápido o bastante? posso? - perguntou esticando a mão para acariciar Nero.

Nero relinchou em desagrado, fazendo algumas pessoas pararem para ver o que acontecia, e o rapaz afastou a mão:

— melhor não... - disse acariciando o seu focinho- ele não gosta de estranhos...

— mas senhorita, os cavalos tem de ficar a meus cuidados enquanto a competiçao não começa... Desculpe mas tenho que tentar...

O cavalo relinchou mas desta vez mais alto fazendo todas as pessoas presentes olharem pra nós:

— eu gostaria de ve-lo tentar... Este cavalo só obedece a mim, nem as minhas amigas, Diana e Clara - disse apontando para as duas ao meu lado - conseguiram doma-lo, e encontrei-o há quase um ano. - disse olhando desafiadoramente para o rapaz à sua frente.

O rapaz olhou para as outras duas como se perguntando se era verdade, as duas assentiram. E não estavam mentindo, desde que o encontramos naquela floresta, Nero obedece apenas a mim e nao permite que mais ninguém lhe toque.

— veremos! - respondeu o rapaz

Ele mandou chamar a equipe para controlar os cavalos. 5 homens, 1 cavalo. E Nero levaria a melhor, conheço Nero, sei do que ele é capaz.
Os homens cercaram Nero para não ter como fugir e começaram a se aproximar. O rapaz que começou toda aquela "festa" Disse para todos se afastarem de Nero, assim como eu, Diana e Clara. As duas se afastaram, mas eu não me mexi, permaneceria com meu cavalo, seria fiel assim como ele é comigo desde o primeiro momento.

—se afaste senhorita, não queremos machuca-la. - disse um dos homens

—seus idiotas! Não entendem? É o meu cavalo é fiel a mim, então, serei fiel a ele!

Todos ali me olhavam com ar de dúvida ou espanto, exceto Diana e Clara que sabiam como aquilo terminaria:

—Muito bem tirem-na de perto do cavalo! - disse o rapaz

Um dos homens se aproximou de mim, e eu Sussurre para Nero:

— vamos a eles, Nero! - ele relinchou em resposta.

O homem agarrou no meu braço, para me arrastar, mas antes que o fizesse Nero lhe deu um coice tão forte que este não se levantou do chão tao depressa. Se aproximaram mais dois homens, o que fez Nero perder a paciência e se apoiar nas suas patas traseiras, com toda a sua elegância e majestosidade, pisando os dois nas pernas e braços para não machuca-los seriamente.
Os dois últimos, junto com o rapaz , se afastaram um pouco, intimidados pelo belo cavalo que se erguia à sua frente.
Nero ia em frente para os assustar ainda mais, mas eu o impedi, toquei no seu pescoço e disse calmamente:

—Nao, já foi o suficiente. Eles aprenderam a liçao. Não é? - perguntei para os homens em minha frente. Eles assentiram rapidamente de olhos arregalados- ótimo!

Nero se virou pra mim e eu lhe afaguei a crina e o pescoço, quando retirei a mão, o cavalo abaixou a cabeça, como uma vénia e abaixou o corpo para que eu subisse no seu lombo, assim o fiz e depois de Nero se erguer novamente, todos que presenciaram aquela cena começaram a murmurar elogios e a colocar preços no Nero, pela sua obediência. Nero passou pelo rapaz que conversou comigo antes e eu o avisei:

—tome cuidado, rapaz! Não julgue um livro pela capa! Por eu ser a única mulher a entrar em competiçao, não significa que seja menos competente!

Mais à frente, desci de Nero e avistei Diana e Clara correndo na minha direçao:

—aquilo foi demais! - disse a primeira

—arrasou miga! - disse a segundo com um enorme sorriso.

—vocês acham que fiz aquilo para me vangloriar de ter o cavalo mais rápido? Para me exibir? Não o fiz por isso, o fiz porque aquele idiota menosprezou o Nero, apesar de Nero ser o melhor eu o amo, nunca na vida eu lhe iria por uma rédea, e sinceramente tenho pena dos outros cavalos que sofrem nessas competições, mas infelizmente nao há nada que eu possa fazer! - disse tristemente

Rapidamente o sorriso das duas se desvanesceu dando lugar a expressões de culpa e arrependimento.

—desculpa! - disse Clara

—não fizemos por mal. - disse Diana

— nos concordamos contigo, sabes disso, mas não podes dizer que não foi uma cena ótima ver aqueles infelizes tentar domar o Nero! - Disse Clara fazendo Diana assentar com um pequeno sorriso.

A minha expressão mudou e de seria passou para uma feliz e animada.

— eu sei, mas agora vamos lá ganhar essa corrida!

As três rimos e eu fui com Nero para perto dos outros participantes... É impressionante o clima tenso que se instala minutos antes de se anunciar a partida, todos alinhados, sentados em seus cavalos, uns com proteções, outros sem, mas todos com chicotes para alcançar a velocidade máxima dos seus cavalos pela dor. É uma lástima... Eu sou a única mulher ali totalmente sem proteçao, sem sela ou rédeas no meu cavalo, por isso todos me olhavam com deboche achando que por esses motivos estava destinada a perder.
O homem à minha esquerda, loiro de olhos verdes, me olhou e sorriu com deboche e disse:

— é sem dúvida nenhuma o cavalo mais bonito que eu já vi! É uma peba estar nas suas mãos e ser desperdiçado tanto potencial!

— não ligue pra ele! Sempre foi assim nunca deu aos animais o respeito que merecem... - disse o Cavaleiro ao meu lado este diferente do loiro, tinha olhos cinzentos e cabelos ruivos, possuía uma beleza única. Este também não tinha chicote ou proteçao de cavaleiro.

— algumas pessoas são egoístas e fúteis de mais para apreciar a beleza dos cavalos! - eu falo

O loiro bufou e ia dizer algo, mas foi interrompido quando um homem de meia idade começou a falar e a apresentar cada um dos cavaleiros.
Por fim deu a partida e todos começaram a chicotear os seus cavalos para ganhar velocidade.
Olhei para as minhas amigas, elas torciam por mim...
Me abaixei para falar com Nero e disse:

— vamos Nero, mostre o que é capaz!

E então Nero começou a correr, assim como os outros a diferença é que os outros começaram um pouco antes, mas não tinha importância, Nero era mais rápido...
Obviamente, os Cavaleiros começaram a olhar pra mim com fúria, claro, quem não ficaria chateado se se preparasse para uma competiçao e de repente aparecesse uma garota de 17 anos com um cavalo lindo, sem rédeas mas que mesmo assim era capaz de superar todos aqueles cavalos juntos? Depende do ponto de vista...
Mas foi exatamente isso que aconteceu, Nero passou todos os outros cavalos facilmente, enquanto eu me segurava no seu pescoço. Chegando aos Cavaleiros que estavam na frente, Nero abrandou um pouco e eu disse para os dois ao meu lado:

— Boa sorte com isso! - apontei para os chicotes e talas em suas mãos.

Nero voltou a correr se afastando dos outros, nós estávamos em primeiro, as pessoas que assistiam estavam num misto de admiração e espanto. Logo depois a partida acabou, comigo em 1° lugar, aquele rapaz ruivo em 2° e o loiro em 3°.
Este último não ficou nada feliz, e quando desceu do seu cavalo, tirou o equipamento a bufar e a murmurar alguma ofensa a mim e ao outro homem. Depois de retirar o capacete o loiro resolveu que era uma boa ideia atira-lo na minha direçao, que já tinha descido do lombo de Nero.
O meu cavalo, nada feliz com a afronta, se colocou na minha frente fazendo o capacete ricochetear, como se Nero fosse feito de ferro, e acertar o homem loiro.
Todos que assistiram aquilo ficaram boquiabertos e enquanto acariciava a frente de Nero, ouvia os murmúrios das pessoas, alguns como "aquele cavalo foi bem treinado" Ou " Será que se eu pagar uma quantia boa ela me da o cavalo?" Ou ainda "aquele cavalo é fascinante, e é muito lindo também, sem dúvida é o cavalo mais bonito que eu já vi!"
Eu admito, aprecio mais o último comentario, por isso sorrio quando o ouço.

Momentos depois, vieram as premiaçoes, um homem tentou colocar as rédeas para guia-lo mas Nero não deixou, acabei por dizer que Nero saberia o caminho.
Fui andando até dar de caras com Diana e Clara, que me abraçaram e me parabenizaram pela vitória. Chegaram os repórteres com seus câmeras, caminhando na minha direçao perguntando como foi e bla bla bla... Passei reto... Cheguei ao lugar das premiaçoes onde me entregaram um troféu de ouro, ao ruivo um de prata, e ao loiro um troféu de bronze. É uma pena terem barrado Nero na entrada, mas eu pedi pra ele ficar, era o meu momento... Mas não por muito tempo, depois de receber o troféu, quando ia começar a sessão fotográfica, Nero interrompeu a multidão correndo na minha direçao deixando todos fascinados e eu com um sorriso no rosto.
Nero se ergueu nas patas traseiras ao meu lado, e os flashes apareceram, querendo tirar todo o momento dali e publicar em jornais e sites por toda a internet.

..... ..

— esse é um cavalo esperto! - disse um homem loiro, de olhos azuis, vestia calças jeans, uma camisa Xadrez azul e uma jaqueta de couro.

— sim ele é... - disse acariciando a frente de Nero.

Olhei para as minhas amigas reparei que ambas olhavam para ele com desejo, revirei os olhos, não que não o achasse bonito, ele de facto era... Mas fiz uma promessa a mim mesma...

—me diga uma coisa, você venderia esse cavalo por que preço? - perguntou ele

—eu não o venderia, não está à venda, nunca vai estar, mesmo se o vendesse ele não obedecerá ninguém senão eu. - disse calmamente.

— certo... Então me diga, garota, qual o seu nome? - disse ele com um sorriso simpático

—Sofia Stevens. Essas são minhas amigas Diana Archer e Clara Tyler - falei apontando para as duas ao meu lado.

—oi! - responderam elas

—oi, como vão? - perguntou com um sorriso sincero.

— bem, agora que foi esclarecido que eu não vou vender o meu cavalo, me perdoe mas devo ir, assim como elas... - falei um pouco tímida.

— claro, até à próxima - disse ele acenando enquanto nos via a subir nos cavalos.

— até! - respondi depois de Nero começar a galopar.

Chegamos a casa, demos comida para Luz, Caramelo e Nero, limpamos o estábulo e no fim de tudo isso, Clara decidiu ver uma série qualquer que passava na TV.

—Nossa! Tou exausta! - disse Diana se atirando no sofá.

— pois, eu também! Mas antes vou tomar um banho... - eu disse andando até ao banheiro- depois eu assisto essa série em que vocês insistem em dizer que o personagem principal é muito gostoso!

— não pode dizer que ele não é! - reclamou Diana

— calem a boca! Que ta começando! - pediu Clara jogabdo uma almofada na cara de Diana.

— suas doidas! - reclamei seguindo para o banheiro.

Sai do meu banho coloquei um top preto e uma calça meio larga bordô e me sentei no meio de Diana e Clara:

—cheguem pra lá suas gordas! - ri eu

—gorda é você! - murmurou Clara

—fala baixo! A Diana adormeceu... - sussurrei para Clara que pediu desculpas baixinho.

A verdade é que de nos as três a mais velha era Diana, é como uma irmã mais velha pra mim e Clara... É ela que nos acorda, que cozinha e nos apoia nas nossas decisões... Quando se trata de tristeza, quem anima a coisa é Clara, com seu jeito simpático, animado e excêntrico... Já eu sou mais aquela pessoa que protege os seus amigos...
Nos vamos a boates, discotecas e bares... A sóbria sou eu, se alguém se aproveitar delas por elas terem bebido ou tentarem alguma coisa que elas não queiram, eu já parto pra cima... Aprendi por mim mesma luta corpo-a-corpo ou a usar um arco e flecha... Mas não deixo de simpatizar com as pessoas dependendo do seu comportamento... Digamos que sou a mais desconfiada sou eu, mas se a pessoa é amiga eu posso ser amigável.

Depois daquele episódio acabar, Clara se levantou para atacar a geladeira, quando eu acendi as luzes, Diana que ainda cochilava no sofá se moveu e virou a cara.

Clara deu a ótima ideia pra ir a uma boate, até ai tudo bem... O grande problema era acordar Diana, eram 22:00 horas mas Diana que passou a noite em branco ainda dormia, e a situaçao era assustadora, porque se a acordarmos... Ela vira uma leoa pronta para atacar...
Decidi acorda-la de maneira suave e quando ela acordar, eu a persuado a ir conosco pra boate, sei que ela não resiste...

— ok, vamos lá! Eu a acordo, você fica atrás dela, se ela me atacar, você segura pra eu conseguir falar com ela certo?

— ok, mas você tem certeza que vai funcionar? - disse clara baixinho,na cozinha, enquanto eu me dirigia ao sofá onde Diana dormia.

— não sei mas temos que tentar... - clara ficou atrás do sofá pronta para segura-la. Eu suspirei - vamos a isto. Diana! Acorda Diana! Tenho que falar com você! ACORDA! - gritei cutucando ela

—quê? Que aconteceu? - ela se sentou no sofá rapidamente, olhando em volta.

—preciso te dizer uma coisa... - disse me afastando um pouco

— O QUÊ?? VOCÊ ME ACORDOU PRA FALAR COMIGO? E NEM PIZZA ME OFERECE?? EU VOU MATAR VOCÊ!!!! - ela berrou se levantando pra me bater, mas Clara a segurou.

Diana não gosta de ser acordada, porque depois ela não vai conseguir dormir, a não ser que esteja totalmente bêbada. E a comida favorita dela é pizza...

— Calma, eu tenho algo muito melhor que pizza! Eu tenho uma ida à boate! O que você acha? - perguntei sorrindo maleficamente

—à boate? - ela perguntou

—sim

—você paga as bebidas?

— sim - suspirei

— e vai nos aturar?

— infelizmente.... Sim

— horas?

— a noite toda!

— ok, por mim tudo bem! Desde que esta palhaça me largue! - exigiu olhando de lado pra Clara

— desculpa, é por segurança. - respondeu Clara afastando as mãos de Diana

— ótimo! Vamos arrasar essa boate, garotas!

Rimos como retardadas, e finalmente todas nos vestimos e maquiamos para a ocasião:
Diana colocou um vestido preto com cinto dourado, passou uma sombra preta nos olhos, mas não muita e um batom vermelho vivo, deixando os cabelos soltos.
Clara colocou um vestido também preto, mas este deixava os seus ombros à mostra, passou umas sombras pretas e bordo nos olhos e um batom rosa claro.
E eu coloquei um top e uma mini saia justa e alguns colares de ouro no pescoço, fiz um coque desajeitado e passei uma maquilhagem simples com o mesmo batom de Clara ( que a propósito é meu, mas nos três partilhamos tudo).

Entramos no carro de Diana e fomos em direção à boate. Chegamos lá por volta das 23: 30 porque é necessário uma hora e meia para Clara decidir o vestir... Enfim... Entramos na boate, onde se ouvia a música de um Dj, no palco, aos altos berros, uma multidão de gente dançando aos pulos, com holofotes de várias cores insidirem sobre eles... Muita dessa gente já estava bêbada, ou quase...

—vamo curtir!! - berrou Diana correndo pra pista de dança

— o que será que aconteceu pra ela ficar assim? - perguntei a Clara

— não tenho ideia... Mas espero seriamente que uma vodca ou wisky alivie o que quer que seja... A propósito quer um? - perguntou a loira

— concerteza! - respondi puxando minha amiga pela mão até ao bar. Sentamos e começamos a beber.

— ela está mesmo dentro... - comentou Clara enquanto observavamos Diana dançando com um homem que não conhecia

— eu acho que ela precisa de um drink... - falei indo na direçao da ruiva com um copo de vodca - hey, sua ruivinha doida! Aqui! Pra você!

—oiii!! Obrigado Sofia! - falou agarrando o copo e bebendo tudo num gole...

—hey, o que é isso garota? O que aconteceu?

— aquele desgraçado do johnny acabou comigo...

—como assim? Eu pensei que estavam juntos... - falei confusa

— não mais...

—ta vendo! Sempre falei que se envolver romanticamente com alguém não é boa ideia, mas você está certa. Arrasa essa porra toda!! - brinquei sorrindo

—é isso ai! - respondeu Diana voltando a dançar.

Resolvi dançar com ela e passamos um bom tempo dançando, olhei e vi que eram 2 da manhã. "Já? Passou tão depressa" , pensei.

Quando voltei para o lado de Clara percebi que ela não estava mais só, ao lado dela estava um homem moreno de olhos castanhos, forte e alto... Ele era bem bonito, os dois desencadearam uma conversa, mas eu conseguia ver que ele queria mais do que uma conversa da minha amiga. Limitei-me a sentar num banco ao lado de Clara, em silêncio para não ser notada. Consegui ver também que Clara já tinha bebido além da conta, ela nunca foi muito resistente a álcool.
Eu não queria ser notada mas logo os dois repararam em mim:

—ahh oi Sofia. - disse Clara sem graça.

—não não. Continuem, finjam que não estou aqui, Clara me perdoa. - falei com um copo a mão

—não tem problema. Esse daqui é o Thomas, Thomas essa é a Sofia, minha amiga.

—oi... Nossa mas você é tão gata! - ele falou com o olhar cheio de luxúria

— é o que? - perguntei atónita

— Thomas você estava comigo... - reclamou Clara.

— ok, vamos esclarecer uma coisa aqui, Thomas você estava com Clara, por isso vai continuar com ela, e eu vou deixar os dois a sos para vocês se conhecerem melhor, adeus! - falei me levantando e preparando pra ir embora.

Thomas se levantou e puxou meu braço antes que eu me afastasse e disse:

—mas eu quero você, porque voce, Sofia é mais bonita que sua amiga, mais doce.

—me larga... - disse perdendo a paciência

—e se eu não quiser? - falou ele me puxando pela cintura, pra mais perto

—me larga! Ou você não vai gostar do que acontece depois!

—ah é e o que acontece depois? - ele perguntou indo na direçao do meu pescoço.

—isso! - falei enquanto dava uma joelhada nas partes íntimas dele, fazendo-o recuar alguns passos antes de beijar o meu pescoço.

Dei um soco na sua bela face e Thomas caiu de joelhos, levantei sua face, agora com sangue escorrendo do seu nariz, e falei encarando-o com raiva:

—posso ter uma cara bonita, mas nunca , nunca pense que sou doce e simpática por isso! - tirei a mão de seu rosto e me virei para Clara- vamos embora! - pedi quando notei algumas pessoas olharem na minha direçao.

—Belo soco! Ta doida? eu vou é ficar aqui e... - ela tentava andar um pouco desajeitada e soluçando - curtir a noite!

— o que aconteceu? - perguntou Diana com uma expressão de preocupaçao

—uma noite difícil! Leve Clara pra casa... Eu preciso apanhar um pouco de ar... - pedi

Diana ainda estava sobria, o que realmente me impressionou, ela passou a noite inteira a dançar... E ela sabe que quando digo "Apanhar ar" eu quero dizer "fugir com Nero pra fora da cidade e ninguém me encontra se eu nao quiser".
E foi isso que aconteceu, sai da boate, assobiei, como Nero fazia aquilo, eu não sei, mas sempre que eu assobiava num certo ritmo, o mesmo me encontrava, onde quer que eu estivesse... E assim alguns segundos depois ele apareceu cavalgando na minha direçao, pelas ruas de NY. Um cavalo em NY e as pessoas param tudo pra olhar, parece até que nunca viram um cavalo na vida, talvez a maior parte nunca tenha visto mesmo, mas não é motivo pra me olhar como se eu fosse um extraterrestre.

Subi no lombo de Nero e galopei para fora da cidade. Ninguém sabia pra onde eu ia, nem Diana e Clara sabiam pra onde eu ia nessas "escapadas" que eu dava para fora da cidade, quando estava triste, irritada ou o misto dos dois, que significava que alguém fez ou disse algo que me lembrava o meu passado. Que era o caso. Thomas me fez lembrar da pior noite da minha vida... Por isso fujo agora.

Depois de 1 hora cheguei ao meu destino, um grande campo aberto, coberto de flores iluminadas pela luz branca da Lua, lindo... O meu lugar de paz...
Ao longe consegui ver uma pequena casa de madeira, não era uma casa, era muito mais pequeno, como aquelas casinhas de madeira nos quintais dos vizinhos. Não era suposto eu dormir lá, não tem cama... Mas tem algumas roupas minhas e alguns arcos e flechas que eu mesma construi, todos feitos de madeira... Mas nada comparado ao Arco que minha avó Helena me deu... Esse também estava lá... Parecia brilhar em comparação aos outros, com sua madeira refinada e seus desenhos entalhados e por incrível que pareça nunca quebrou nem mesmo quando o meu pai o tentou quebrar com um machado ( o machado se partiu ao meio) e minha avó fez ele parar com aquela cena, acabando por murmurar algo que não consegui perceber a não ser pelas últimas palavras que foram "Ainda não é a hora para ela saber quem realmente é " nunca entendi essas palavras e era pequena demais para tentar entende-las...
Sorri, pensando na minha avó, sempre simpática e amável...

Pausei o arco no seu lugar, troquei de roupa, para um moleton vermelho e calças pretas do mesmo conjunto e soltei o cabelo. Sai e tranquei a porta da casinha de madeira. Vi Nero deitado no gramado verde e me aconcheguei a seu lado, ouvi meu celular tocar algumas vezes vi quem era: "Diana e Clara". Já suspeitava.

E foi assim, absolvida em pensamentos, que adormeci no gramado ao lado de Nero que me aquecia com o seu calor corporal.

Acordei com Nero me sacudindo. Abri os olhos e percebi que meu celular tocava, era Diana, resolvi atender desta vez.

—onde você está? - perguntou ela com um tom desesperado na voz.

—hey calma ai, você sabe que estou com Nero fora de Nova York, mas porque? - falei sonolenta

— você é doida? - indagou ela- já passa do meio dia, além disso tem um buraco no céu e um exército de criaturas estranhas passam por ele!!! - gritou ela ainda mais desesperada. Ao fundo consegui ouvir os gritos de desespero das pessoas e prédios sendo destruídos.

Me levantei em alerta, tentei falar com Diana mas a chamada caiu. E foi nesse momento que eu a vi à minha frente. A minha avó. Aquela que eu deixei em Londres, sozinha, estava à minha frente sem ter envelhecido uma única ruga.

— Parece que chegou a sua hora! - disse ela me fazendo encará-la e Nero relinchar.

 


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Notas finais do capítulo

O que será que acontece depois?



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