Butterfly Fly Away escrita por Mandy-ama-anime


Capítulo 12
Capítulo 12 - Rasteira


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem o// Esse saiu até mais rápido que eu esperava. ^^



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— É mentira! Mentira!! Você está mentindo!! – Winry gritou, irritada, e correu passando ao lado das pernas do homem enquanto lágrimas desciam por seus olhos.

— Garotinha, espere! – O homem levantou a mão tentou chamá-la, mas em vão. Pinako abaixou a mão dele, com os olhos ainda vazios e sem expressão.

— Deixe-a ir. – Ela disse. – Ela vai voltar, quando anoitecer.

Logo, seus olhos se encheram de lágrimas.

 

—flashback-

 

— Er... Eu tenho uma notícia muito ruim pra dar...

Assim que ele pronunciou estas palavras, Pinako apareceu, posicionando-se ao lado da neta.

— O que aconteceu? Não me diga que... – Pinako engasgou. Não podia ser... Não podia ser verdade... Não era aquilo.

— Me desculpe, senhora, mas sou apenas um mensageiro. Não escolho as notícias que venho trazer. – Ele deu um suspiro triste. – Eu estou aqui pra informar que o casal de médicos Sara e Urey Rockbell acabaram sendo mortos em campo de batalha. A guerra estava terrível, muitos médicos desistiram e deixaram o local, mas eles insistiram em ficar. Se me lembro bem, disseram: “Não vamos deixar pessoas morrerem apenas por incompetência e falta de cuidado médico. Médicos vivem para o bem das outras pessoas, vocês deviam se envergonhar por fugirem covardemente”. Realmente médicos extraordinários, uma grande perda... Meus sinceros pêsames.

Pinako estava estática, paralisada, imóvel. Era como se tivesse congelado, queria se mexer, mas seu corpo não correspondia os comandos enviados por seu cérebro. Impossível para descrever com palavras a sensação de solidão, perda, dor e confusão. Vamos tentar mesmo assim... Imagine que você está em um deserto, com apenas uma pequena garrafa com água. Aí então essa garrafa derrama e não sobra nem uma gota, e você está a beira de morrer de sede. Agora imagine que você caiu em uma duna e de alguma forma quebrou a perna, torceu o tornozelo... que seja. Você não pode mais andar. E o sol está causando insolação, você vê como miragem alguém que você ama indo em sua direção e esse alguém lhe estende a mão, uma salvação. Você está prestes a agarrar a mão da pessoa que ama, com esperanças, aí então descobre que era apenas uma miragem, uma brincadeira de mau gosto do deserto. Agora multiplique isso por 3. Chega muito perto do que ela estava sentindo no momento.

— Ah, senhora Pinako, isso estava na mão de seu filho quando foi encontrado morto. – O homem estendeu a ela uma foto de Winry usando um chapéu de palha de Sara, suja de sangue na quina superior esquerda. Pinako apanhou a foto, e sentiu seu rosto arder. Ela não podia chorar... Não agora, tinha que ser forte por Winry.

— Isso... É uma brincadeira não é? – Winry sorriu forçadamente em pânico. – Papai, eu sei que você está aí, pode sair! Não vai me enganar!

Ela correu em volta do carro, imaginando o pai e a mãe pulando em sua frente e gritando “surpresa!” e envolvendo-a em um caloroso abraço.

Mas não aconteceu. Não havia ninguém no carro, fora alguns militares.

— Mamãe, papai, parem de brincar! Eu não to gostando dessa brincadeira! Saiam logo! – Ela gritou, com uma lágrima saindo por seu olho, seguida de outra e outra. – Por favor, parem com isso! Vovó! – Ela correu até Pinako e começou a puxar seu avental. – Manda o papai parar de brincar! Isso não tem mais graça!

Pinako virou o rosto, para que Winry não visse sua cara apreensiva e algumas lágrimas que saíam por seus olhos. Winry olhou para o homem na esperança de que este dissesse que aquilo tudo fora apenas uma brincadeira de mau gosto.

Silêncio.

— Moço, me diz que isso é uma brincadeira! Me diz! Papai e mamãe estão escondidos não é? – Os olhos dela praticamente imploravam para que ele dissesse que sim.

— Me desculpe... Mas tudo o que eu disse é verdade. Seus pais não vão voltar.

— É mentira! Mentira!! Você está mentindo!! – Winry gritou, irritada, e correu passando ao lado das pernas do homem enquanto lágrimas desciam por seus olhos.

— Garotinha, espere! – O homem levantou a mão tentou chamá-la, mas em vão. Pinako abaixou a mão dele, com os olhos ainda vazios e sem expressão.

— Deixe-a ir. – Ela disse. – Ela vai voltar, quando anoitecer.

Logo, seus olhos se encheram de lágrimas.

 

—-----

 

Winry corria sem rumo por entre as planícies verdes, lágrimas escorriam por seus olhos e se mesclavam ao orvalho na grama ligeiramente molhada. Ela não podia acreditar, não conseguia aceitar... E quanto todas as promessas que eles fizeram? Todas em vão? E quanto a voltarem pra casa, levarem-na com Ed e Al ao parquinho, como naquele dia tão maravilhoso e especial pra ela? As lembranças de seus pais brincando no balanço, lembrou-se de sua mãe e Trisha brincando de pega-pega, rindo e se divertindo, da sorveteria, e do mirante... O pôr do sol que assistiram juntos, todos abraçados... O momento em que ganhou Den... As noites de tempestade nas quais sentiu o calor do abraço do pai, acalentando-a... Cada lembrança fazia mais lágrimas escorrerem pelo rosto de Winry incontrolavelmente, fazendo-a se perder entre soluços e choros.

— Porque? Porque justo eles?! Eles não fizeram nada pra merecer nisso! NADA! – Ela gritou para os céus, correndo em direção à floresta onde ficava o rio. – Porque isso tem que ser tão injusto?!

Ela sentou-se à margem do rio, sujando os sapatos e a borda do vestido na lama, e começou a chorar incontrolavelmente. Não havia ninguém para julgá-la, ninguém para criticá-la, porém tampouco não havia ninguém para confortá-la. Mas não havia ninguém que pudesse confortá-la naquele momento. Apenas queria ficar sozinha e chorar tudo que fosse necessário.

 

 

Ela perdeu a noção do tempo que passara ali naquele mesmo lugar. Suas pernas estavam começando a formigar de tanto tempo paradas, sua face ardia, seus olhos estavam inchados e havia vestígios de lágrimas por todo o seu rosto. Ela soluçava e, abraçada aos joelhos e com o rosto escondido entre seus braços, ficava se lembrando de todos os momentos felizes... Que falta sentia deles. Sentia como se houvesse um buraco em seu coração, como se tivessem arrancado a força um pedaço significativo de sua alma, e agora sentia um vazio, um vácuo tremendo em seu peito. De repente sentiu uma mão quente tocar-lhe as costas. Com esperanças, imaginou ver seu pai e logo atrás dele sua mãe, mas encontrou Alphonse, que massageava seus ombros, como em um acalanto. Logo atrás vinha Edward, igualmente preocupado.

— Desculpe ter te assustado Winry. Não devia me aproximar em silêncio. – Disse Alphonse.

— A vovó nos contou o que aconteceu. Ela estava realmente triste... Nós também estamos muito tristes. A mamãe então... Chorou muito assim que soube, e nós estávamos te procurando por todo lugar. – Disse Edward, com uma cara triste e preocupada.

— Não precisavam se preocupar comigo. – Winry disse, com a voz rouca e fraca de tanto chorar, ainda com o rosto escondido entre seus braços.

— Nós tínhamos que ver como você estava. – Disse Al, realmente preocupado, até mais que Ed com sua amiga. – Se quiser desabafar, eu to aqui.

Winry levantou a cabeça e olhou para Al, que estava com o olhar doce e preocupado. Agora o garoto podia ver os olhos inchados de Winry e seu rosto vermelho. Vestígios de lágrimas por todo o seu rosto.

Ela abriu a boca para balbuciar algumas palavras, mas nada saiu. Seus olhos foram se enchendo de lágrimas novamente, e ela abraçou o amigo com força, e começou a chorar no peito dele. Lágrimas molhavam toda a camisa azul-marinha do garoto, que apenas a abraçou forte e deixou que ela a enchesse de todas as lágrimas que quisesse derramar. Ed se sentou do lado direito de Winry e começou a massagear seus ombros, tentando confortá-la como o irmão estava fazendo. Vê-la naquela situação, daquele jeito realmente doía no coração dos dois, que sempre tiveram um carinho muito grande por ela. Mesmo que Ed muitas vezes parecesse grosso e não se importar com os sentimentos de Winry, escondia apenas o tamanho do carinho e o sentimento grande de amizade que sentia por ela. Ela era pra ele como uma irmã, e vê-la assim machucava muito. Era como ver o próprio irmão sofrendo.

Winry não conseguia pronunciar sequer uma palavra, apenas chorava e chorava. Ed e Al deixaram escapar algumas lágrimas de seus olhos, vendo a amiga naquele estado deplorável, mas logo se recompuseram. Não podiam demonstrar fraqueza para ela, não agora.

O céu começou a ficar alaranjado no horizonte,anunciando que o sol iria se pôr logo. Winry já tinha parado de chorar, e agora apenas abraçava Al, tentando preencher o vazio em seu peito, mas em vão. Por mais que estivesse agradecida por ele oferecer seu colo a ela em um momento como esse, no fundo não eram esses os braços nos quais que ela queria estar. E esses braços que queria ela nunca mais iria ter para confortá-la...

— Winry, consegue se levantar? – Al perguntou, passando a mão na cabeça dela, em um carinho. – O sol está se pondo e a vovó e minha mãe vão ficar preocupadas.

— Sim... – Ela disse, esfregando os olhos e se levantando.

Foi a vez de Al e Ed se levantarem, e Ed chegou mais perto e deu um beijo na bochecha dela, seguido de um abraço caloroso. Winry corou levemente, e seu coração bateu mais forte. Alphonse sorriu ao ver o irmão carinhoso assim. “Já tava na hora de ele perder a vergonha.” Al pensou.

— Desculpe por só poder fazer isso por você. – Ed disse, enquanto a abraçava. Winry sorriu levemente, por um momento, e correspondeu ao abraço.

— É tudo o que eu preciso, obrigada. – Ela disse, e depois de um tempo eles se soltaram e Ed sorriu pra ela, que sorriu para ele. O rosto de Winry ainda estava úmido, mas por hora se sentia um pouco melhor.

 

 

Assim que chegou em casa, Pinako a envolveu em um abraço. Estava preocupada com Winry, e seu rosto também estava inchado de tanto ter chorado em sua ausência.

— Pra onde você foi?! Quer me matar de susto?! – Ela disse, abraçada a Winry. Já tinha anoitecido.

— Desculpe, vovó. Eu só estava muito triste... – Winry abaixou a cabeça, envergonhada pelo que tinha feito. A avó suspirou.

— Tudo bem... Agora venham comer. Eu falei com a mãe de Ed e Al e ela deixou vocês virem jantar aqui hoje. Temos ensopado!

Ed e Al sorriram, e Winry também. Eles comeram e depois do jantar, Winry chamou Pinako para conversar.

— Vovó, Ed, Al e a tia Trisha podem dormir aqui hoje? – Ela perguntou, e Pinako se surpreendeu.

— P-podem, mas será que Trisha vai querer dormir aqui?

— É que... – Winry olhou para baixo. – A tia Trisha, Ed e Al me contaram que ela ficou muito triste e chorou muito quando ficou sabendo. Eu só não queria que ninguém dormisse sozinho hoje.

— Claro que podem. Vá falar com eles. – Pinako sorriu, e Winry foi falar com Ed e Al.

Winry explicou a Ed e Al, e eles adoraram a ideia. Não só queriam dormir com Winry, mas também não queriam que a mãe ficasse triste. Eles foram rapidinho falar com Trisha.

— Será que eles vem? – Perguntou Winry a Pinako, com receio.

— Eu não se... – A voz de Pinako foi interrompida por batidas na porta.

Quando Pinako abriu-a, encontrou Ed, Al e Trisha de pijama e com travesseiros nas mãos sorrindo. Den começou a correr pra todos os lados e Winry sorriu, feliz.

Eles brincaram, fizeram guerra de travesseiros e uma festa do pijama, e depois de muitas risadas a trupe foi toda pra cama, dormindo Ed, Al, Winry e Trisha na cama de casal de Sara e Urey. Trisha entre Ed e Al e Winry do lado de Ed. Ela abraçou-o para ir dormir, e este corou e abraçou a mãe, assim como Al que estava do lado. Winry fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos sobre seus pais que entravam em sua mente agora.

Ela se lembrou novamente dos pais, dos momentos felizes, sentiu aquele mesmo vazio que a atormentara antes, e Ed sentiu uma gota quente escorrer por suas costas. Winry soluçava baixinho. Ele se virou e beijou Winry na testa, e sorriu.

— Não chora, Winry, vai dormir. – Ele disse, voltando a abraçar a mãe. Winry sentiu seu coração acelerar e sorriu, abraçando Ed ainda mais juntinho. Essa fora a melhor ideia que teve o dia todo. Com todos dormindo juntos, cada um supria o vazio no coração do outro.


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Notas finais do capítulo

Reviews? ^^
Eu confesso que lágrimas borraram as teclas do teclado quando eu estava escrevendo esse cap... ^^; bom, esse com certeza foi o mais triste, mas para manter o equilíbrio que gosto de fazer coloquei algo rconfortante no fim do cap. Esse é o penúltimo cap, não percam o próximo, hein? o// É o último XD
Esse deve ter sido o maior que já escrevi, mas na minha opinião pelo menos foi um dos melhores... Também tiveram bastante momentos EdxWin (coisas para animar o coração de uma fangirl XD). Desculpa se ficou cansativo .-.