My Madness escrita por Beni Oliveira


Capítulo 4
Trocando umas palavras.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Bom, como ces podem ver, desta vez eu não demorei tanto para postar (rs).
bom, eu vou fazer o possível para postar pelo menos 2 vezes por semana ou 3, vai depender de como a historia vai se desenrolando.
Estou grata por vcs, caros leitores, estarem aqui para acompanhar mais um capitulo.
Espero que gostem ♥



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Perdi a conta de quantas vezes repassei a mesma cena na minha cabeça em uma única noite. Cogitei várias vezes a ideia de sair do meu dormitório de noite e ir à sua procura, até cheguei a abrir a porta algumas vezes, mas ao me dar conta do quanto isso soaria estranho, fechei a porta abandonando de vez a ideia estúpida. Além de eu não saber onde encontrá-lo, o que eu diria caso o achasse? “Oi, eu sou aquela menina que você impediu de cair escada a baixo mais cedo... eu não sei porque, mas acho que estou obcecada por você...”. Tratei de dormir ao notar que eu imaginava um diálogo entre mim e o rapaz.

Hoje eu não fui para o café da manhã, como se isso fosse uma novidade. Acordei um pouco mais tarde hoje, comi um biscoito, li algumas páginas de um dos livros que Nathaniel havia me dado, o mesmo do romance policial.

Tentei de vários modos me concentrar na minha leitura, mas eu sabia que estava chegando a hora do almoço, sabia disso pois Agatha tinha entrado para me chamar e porque minha barriga protestava contra minha resposta negativa à sugestão de Agatha para comer junto dela. Eu sabia que minha barriga não se conformaria apenas com biscoitos e salgadinhos, ela queria carne, arroz, feijão, batata e seja lá o que mais tivesse no refeitório. Porem a ideia de comer junto a todos aqueles loucos era indiscutivelmente, não, não e não. Segundo turno, disse a mim mesma, mas ao me imaginar entrando na cozinha com alguns funcionários ainda lá sem Nathaniel do meu lado me agoniou, se mesmo com ele eu me sentia desconfortável quando alguns funcionários me olhavam, mesmo que discretamente, imagine sem ele! Aguarde mais um pouco, eu falei a minha fome.

...

Tentei não parecer uma orca faminta quando fiz meu prato, apenas tentei. Apesar da comida fria, o lado bom do terceiro turno era poder comer sozinha na cozinha. Mas quando ele entrou, então foram reveladas todas as mentiras que meu subconsciente havia criado apenas para pode ver ele. Ele parou na porta, me olhou com um expressão indecifrável, deu de ombros e se sentou na minha frente. Imediatamente abaixei meus olhos para o prato e tentei comer da maneira mais silenciosa possível.

— Obrigada – demorei um pouco até perceber que ele havia dito algo –

— ...Como? –

— Obrigada – ele repetiu – Isso era o mínimo que você podia dizer depois que eu salvei sua vida ontem... –

— Então... obrigada... – ele deu uma risadinha sarcástica – Do que está rindo? –

— Gratidão não é o seu forte, não é mesmo? – ele tinha um sorriso irônico estampado no rosto –

— Bem... levando em conta que eu quase cai escada abaixo por sua culpa, não tenho muito pelo que ser grata, me segurar era um mínimo que você deveria fazer – seu sorriso se desfez, e eu abri o meu –

— Você esbarra em mim como se fosse cega e a culpa é minha? – Revirei os olhos – O que foi? Ficou desnorteada com a minha beleza? – ele havia arredado seu prato, cruzado os braços pondo os cotovelos em cima da mesa e me olhava com aquele maldito sorriso – Tudo bem, eu sempre causo esse efeito nas pessoas -

— Você é sempre arrogante assim? – perguntei irritada –

— Depende com quem eu esteja falando, e você? É sempre tão distraída e ingrata? – bufei –

— Você é insuportável! –

— E mesmo assim você ainda está no mesmo ambiente que eu –

— Preferia você calado –

— Será mesmo? -

— O que você quer? Que eu faça uma estátua de ouro com os dizeres “Obrigada seu babaca”? – Ele riu –

— Não foi o babaca aqui que acabou de derramar suco em si mesmo – senti algo molhado em meu moletom, então me dei conta de que havia acabado de derramar meu copo de suco sobre a mesa e que escorria em mim. Bufando me levantei e fui até a pia procurar uma esponja, quando abri a torneira para umedecer a esponja, percebi que só havia agua quente nos chuveiros –

—  Cuidado para não congelar – ele riu quando eu estremeci de frio –

— Idiota... – disse com raiva, mas quando esfreguei a esponja no meu moletom, vi que por descuido, alguém havia deixado uma faca de serra na pia. Não era como as facas de plástico que eles colocavam no refeitório, essa era de verdade, de metal. Eles nunca deixavam facas assim, mesmo comendo ali dentro durante um certo tempo eu nem fazia ideia de onde guardavam os talheres. Era uma faca pequena, mas não relutei em pegar ela e escondê-la em baixo do meu moletom o mais rápido que pude. Neste lugar eu estou em perigo e sei disso, preciso dar um jeito de me defender. Não importa o que digam sobre os muros e guardas, eu não confio na “segurança daqui”.

— O que houve? O frio congelou seu cérebro – o rapaz me deu um pequeno susto ao notar que eu não havia me movimentado há algum tempo. Tive medo que ele tivesse me visto pegar a faca. Voltei a esfregar a esponja em meu moletom e estremeci quando o objeto metálico encostou em minha barriga –

— Qual o seu nome? – perguntei tentando parecer o mais normal possível, eu nunca fui boa com mentiras –

— O que isso te importa? – ele disse ríspido –

— Você é tão grosseiro! –

— Me desculpe se não sou tão amorzinho quanto seu amiguinho Nathaniel – ele estava claramente irritado, então me lembrei do desconforto de Nathaniel ao falar sobre o rapaz.

— Ele sabe ser educado e é uma ótima pessoa! –

— Claro que é – eu percebi que falar de Nathaniel irritava ele, óbvio que me aproveitaria disto.

— Qual o problema? É inveja dele? – falei sorrindo –

— Não enche! –

— Ah, é isso não é? - observei ele serrar o punho – Tudo bem, ele deve causar esse efeito nas pessoas – falei rindo da sua visível irritação –

— Cala a boca garota! – ele berrou socando a mesa. O gesto brusco me deixou em alerta, desconfie de sua sanidade, tentei não me mostrar abalada pelo soco. Ficamos nos olhando por um tempo, eu podia sentir meu coração quase saltando para fora, ele respirou fundo, passou a mão no cabelo, merda, ele sabia que havia me assustado.

Ele se levantou com firmeza, e sem dizer mais nada, jogou sua comida no lixo e saiu.

De repente, ouvi um barulho alto de sirene, uma luz vermelha se acendeu na cozinha, abri a porta rapidamente e vi que o barulho de sirene e luzes vermelhas se estendia por todo o hospício, pessoas saíram correndo para dentro dos alojamentos, até mesmo alguns funcionários e eu não tinha ideia do que estava acontecendo, alguém tentou puxar meu braço, era Agatha.

— A gente tem que sair daqui agora – a voz dela estava carregada de medo e desespero. Vi uma figura correr em nossa direção, Agatha soltou meu braço e saiu correndo, a figura pulou em cima de mim me fazendo cair no chão.

Meu coração parou. Tinha um homem em cima de mim com uma cicatriz horrenda no rosto, um dos olhos era branco, tinha a barba por fazer, ele encostou a boca no meu pescoço, senti um calafrio terrível me subindo a espinha.

— Venha aqui boneca – eu tentava me puxar para longe, mas o homem me segurava, sua mão estava por dentro de minha calça, ele mordia meu pescoço. Eu estapeava, gritava, ninguém vinha, sua mão calejada e grossa agarrava minha cintura com tanta força que machucava – Vamos nos divertir – ele ria de uma forma estrondosa e assustadora, puxava me cabelo -

— Me solta! – gritei chutando com toda força possível sua parte intima, mas eu havia errado o golpe e acertei sua coxa, ele gemeu de dor e me deu um soco no rosto – Sua puta! É isso que você é! Uma puta, agora de para mim! – Alguém empurrou ele de cima de mim, me arrastei o mais longe que pude e vi que era o rapaz que agora caia de soco em cima daquele monstro. O homem conseguiu sair de baixo dele e começou a lhe dar socos no rosto e na barriga com algumas joelhadas, eu gritava horrorizada com tudo aquilo, ninguém aparecia para ajudar. Eu estava vendo sangue espirrar para os lados. O rapaz já estava fraco de mais, não conseguia nem ao menos lhe acertar um único golpe, pensei que ele iria desmaiar a qualquer instante, eu precisava fazer algo, então me lembrei. Eu tinha uma faca. Eu tentava me mexer mais não conseguia paralisada pelo terror daquelas mãos apalpando minhas partes intimas, então, desejando profundamente que o rapaz olhasse para mim, tirei a faca de dentro do meu moletom e joguei para o rapaz, a faca havia caído um pouco longe, ele viu a faca, tentou pegar ela de uma forma frustrada, o mostro lhe deu um soco no estômago lhe fazendo gemer alto de dor, ele tateou o chão e finalmente agarrou a faca e acertou a barriga daquele homem com muita força, eu vi sangue jorrar e ouvi o grito estridente daquele monstro horrível, o rapaz acertou mais uma vez e outra, e então apagou.


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Notas finais do capítulo

Devido aos fatos ( e que fatos, en?) vou fazer de tudo para postar o próximo capitulo o mais rápido possível ainda essa semana (provável ser domingo) ♥
Bjs, até o próximo ♥



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