Além do Castelo escrita por LC_Pena, SpinOff de HOH


Capítulo 9
Capítulo 9 Ilvermorny/Mahoutokoro


Notas iniciais do capítulo

Antecipado em algumas horas, aleluia, irmãos!



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Capítulo 9

Hall dos Patronos, Ilvermorny, 06 de Setembro de 2021

Albus continuava encarando aquele imponente Thunderbird feito de uma pedra cinza, escura, da mesma cor que o piso com um grande nó górdio dourado e intrincado desenhado sob seus pés. Era o mesmo nó que tinha bordado em seu uniforme, em homenagem a uma das fundadoras da escola, possivelmente a principal.

Na noite da seleção, naquele mesmo lugar, a ave de pedra havia escolhido ele, tinha aberto suas asas em cima do pedestal depois de alguns longos, quase eternos, segundos e havia escolhido ele, finalmente.

Albus passou todo o verão pensando qual das quatro Casas da escola americana o reclamaria para si e não ficou surpreso ao ver que tinha sido a dos aventureiros e exploradores, na verdade...

Ficou aliviado.

Isso porque as casas de Ilvermorny eram parecidas com as de Hogwarts apenas no número, já que exigiam de seus estudantes características diferentes e a seleção não se tratava de uma distribuição feita por um objeto te enviando para um lugar e sim de quatro estátuas gigantes decidindo quase que no par ou ímpar a qual lugar você pertenceria.

James, por exemplo, havia sido escolhido pelo Thunderbird e pelo Pukwudgie e acabou optando pelo segundo, a casa coração, que fazia muito sentido se você levasse em consideração o quanto o grifinório parecia disposto a proteger tudo e todos.

Já Frank havia sido reivindicado pelo Wampus e pelo Thunderbird, escolhendo a primeira, a casa corpo, aquela dos guerreiros, a que Albus chamaria, no jantar de depois, carinhosamente de “Casa dos bíceps”. Frank não gostou da insinuação de que sua nova casa usava pouco o cérebro e mesmo estando lá há dois segundos, já era leal até o último fio de cabelo.

Típico.

Quando chegou a sua hora de ficar sobre o nó górdio, o nó impossível de ser desfeito, o filho do meio de Harry Potter rezou para todos os seus ancestrais para que apenas uma estátua o escolhesse, rezou para não ter que decidir novamente a que Casa pertencer, como havia feito em Hogwarts.

De volta a seu lar, poderia ter ido para a Sonserina, o Chapéu Seletor havia vendido bem a ideia, havia dito isso apenas em sua mente: lhe contou que lá faria grandes amigos, pertenceria a um lugar e a um grupo, mas no fim das contas, Albus desejou forte, com todo o seu ser, que se fosse digno da Grifinória, que fosse colocado lá, junto com sua família.

Provavelmente o pior erro da sua vida, mesmo que todos digam que o Chapéu Seletor nunca erra.

Se tivesse ido para a Sonserina, talvez tivesse que ouvir piadinhas dos primos por um tempo e teria ganhado imediatamente uma nova perspectiva da história que seus pais e tios contavam, o que não seria tão mal, porém Albus só se dera conta mesmo de seu engano quando viu Lily ser sorteada para a Casa das Serpentes.

Ela estava tão confiante naquela noite... Tão confiante quanto esteve a sua vida toda, na verdade, parecendo grande em meio a seus colegas assustados, como se seu destino já estivesse selado e ela gostasse muito dele.

Lily não conseguiu disfarçar sua surpresa e então desapontamento quando o chapéu a enviou para a Sonserina sem nem sequer hesitar. Em sua mente arrogante e mimada, ela nunca, jamais, teria imaginado que a vida a colocaria em um caminho que ela não queria para si.
Talvez o Chapéu só estivesse reparando um erro de alguns anos antes, quem sabe?

Albus nunca fora o irmão protetor, ele era aquele que fingia estar brincando de pique-esconde só para prender sua irmã menor no armário da dispensa, James era aquele quem sempre corria em seu socorro.

Mas naquela noite, há um pouco mais de dois anos, quando viu sua irmã caçula assustada e confusa com algo que havia assustado e confundido ele aos 11 anos também, Albus não pensou duas vezes, foi ajuda-la a enfrentar o que era o pior medo dela e o seu também: o infame mundo das Serpentes.

E desse ato de coragem, que marcava os bravos como sendo leões, ele nunca havia se arrependido.

— Acha que o pássaro vai mudar de ideia e desistir de você? - A voz levemente aguda de sua irmã soou alta no Hall vazio, iluminado pelos raios solares vindos do teto abobadado de vidro. Albus sorriu para a provocação. – Seria o primeiro estudante que nenhum dos patronos quis para si: o Rejeitado.

— Se ele for desistir de alguém, nós sabemos que ele vai fazer isso com o restinho de magia que o casal Potter nem devia ter posto no mundo. - Olhou a irmã com a superioridade típica dos mais velhos e ela lhe brindou com um sorrisinho arrogante. – Sim, estou falando de você, Lily, o quinto pneu no carro da vida.

— Restinho de magia? Ah bom, ao menos paramos com aquela história de que você e James acharam meu ovo no bosque e ajudaram mamãe e papai a me chocar. - Lily deu de ombros e Albus deu risada.

— Era uma história adorável, envolvia mantas quentinhas e tortas de maçã recém-saídas do forno! - Lily deu seu melhor olhar de desdém para Albus, que completou sua defesa, debochado. – Acho que devíamos ter te mostrado o vídeo do seu nascimento...

— Você é tão ridículo. - Lily revirou os olhos, espanando uma poeira imaginária da sua adorável saia xadrez azul e cranberry, quase vinho, que fazia um jogo de cores bonito com seu cabelo ruivo.

— Se você acha que uma cobra devorando um pobre roedor é a coisa mais sangrenta que a natureza fez, definitivamente você devia ver um bebê sendo expulso da...

— CALA BOCA, ALBUS! - Lily devia ter acordado até os mortos com seu grito, mas a única consequência prática disso era seu estúpido irmão dando risada de sua cara. – Você é tão infantil! Eu vim falar de coisa séria, vim falar do Oca...

— Shiu, idiota! - Albus parou de rir abruptamente só para tapar a boca de sua irmã caçula irritante. – Você vai acabar nos entregando!

Lily imitou Albus, olhando de um lado para o outro e teria alegremente informado a ele que aquele sim era um comportamento suspeito, que entregaria tudo, mas estava impedida, com a mão fedorenta e pestilenta dele ainda tapando a sua boca.

— Não sei onde Cesc estava com a cabeça quando te contou sobre o nosso grupo de estudos... - O garoto de cabelos rebeldes pôs os olhos em fendas, avaliando a irmã com um toque de sarcasmo. – Você ainda é uma pentelha sem noção, Lily e sempre vai ser!

Ela arrancou a mão do irmão de seus lábios com um puxão violento.

— Se eu quisesse um julgamento seu, eu me jogava num fosso cheio de vermes, que ia dar no mesmo!

— Disso eu ia gostar...

— Olha aqui, seu demente, só vim falar com você, porque já se passaram dois dias desde a última edição do... Enfim, eu acho que já está mais do que na hora da gente começar a trabalhar na próxima história, porque aquele artigo só serviu para dizer que ainda estamos vivos, agora a gente tem que provar o que diz!

Lily falou determinada, com as mãos nos quadris, do jeito que sua mãe fazia, que sua avó fazia e provavelmente como todas as mulheres Weasley fizeram e farão ante e depois dela. Albus cruzou os braços, com impaciência. Não era a toa que Lily tinha caído na mesma Casa que ele.

Duas vezes.

— Bem, eu estou trabalhando nisso, não é como se a pacata Ilvermorny tivesse muitos podres a espreita... - Albus olhou ao redor, como se o tal “podre” fosse saltar de detrás de uma das estátuas para fazer um “ploft” nojento bem na sua frente.

— Eu não gosto dessa história de caçar podres, Albus, soa muito com jornalismo sensacionalista pra mim. - Lily disse emburrada, cruzando os braços como o irmão.

— Desculpe te informar, minha cara irmã fedelha, mas para o você sabe o quê dar sua lições moralistas, alguém precisa fazer o trabalho investigativo primeiro. - Albus falou sarcástico e Lily o olhou com uma careta inconsciente. – E geralmente sou eu que faço o trabalho sujo.

— Por que não estou surpresa...

— Porém, infelizmente me encontro em um beco sem saída, porque aqui nesse lugar esquecido pela bruxandade, não vai rolar muita coisa, devíamos ter ido para Salem, o pessoal lá ao menos é abertamente purista, a gente podia fazer um bom trabalho de limpeza lá. - Albus ignorou a irmã, apontando com melancolia para a porta, na direção em que devia estar a passagem que dava na Biblioteca central da base da montanha que Ilvermorny dividia com a outra escola bruxa.

— E quanto as outras escolas? Talvez os outros tenham alguma coisa a dizer, quem sabe Aidan não tenha...

— A notícia precisaria estapear Aidan na cara lá no Japão para ele nos mandar algo de útil. - Albus falou com ironia, fazendo Lily voltar a sua postura de garota Weasley.

— Aidan não é burro, Albus, nem toda esperteza precisa ser venenosa como a sua! - Não iria deixar seu irmão ser malvado com uma pessoa tão legal como Aidan, Lily havia ficado muito feliz de ver que o lufa-lufa fazia parte do Ocaso!

— Ele quase se deu de presente para acromântulas, Lily, mas quer saber? Não vamos entrar nessa discussão, porque Aidan está lá no Japão fazendo o que quer que os japoneses façam para perder seu tempo e a gente precisa focar no aqui e agora.

— Tá, que seja, eu... Para onde você vai? - Lily apressou o passo para alcançar o irmão, que já saía do Castelo, tomando a direção do Jardim lateral, construído na provável única área que não era um pedaço acidentado de montanha.

A árvore protetora do lugar brilhava levemente prateada lá, como uma entidade mágica ao longe.

Lily ainda olhava meio que hipnotizada para o grande emaranhado de raízes, caules finos e galhos que se contorciam como milhares de serpentes até formar a imensa árvore nascida das cinzas da varinha de Salazar Sonserina em pessoa, quando viu o irmão apressar o passo naquela direção.

Uma das suas primeiras aulas havia sido ao ar livre e aquela árvore sinistra ficou balançando ao ritmo da brisa vinda do bosque, como se estivesse sussurrando planos indecentes de dominação global, caos e um monte de outras coisa ruins.

Lily podia ser sonserina, mas não gostava nem um pouco do que o fundador de sua casa representava.

— Al, por que estamos indo para essa árvore? - Perguntou incerta, ante o caminhar determinado do irmão.

— Eu gosto dela, me ajuda a pensar melhor. - Lily fez uma careta que Albus não viu, mas sentiu, já que se virou para repreende-la. – É uma árvore legal, Lily, dizem que as folhas tem poderes curativos, então, no fim das contas, é o lado legal de Salazar Sonserina.

— Dizem que a varinha que deu origem a ela foi fiel as trevas até o fim... - A sonserina filha de grifinórios sussurrou baixinho, enquanto se abraçava por conta da brisa que balançava as folhas compridas de um verde muito escuro e levantava alguns fios de sua trança quase desfeita.

Albus revirou os olhos para o tom assustadiço da irmã. Escolheu uma raiz suficientemente larga para caber os dois e apontou o lugar a seu lado para a ruivinha hesitante.

— Senta aí, Lily, nós temos que ter uma conversa de Iconoclasta para Iconoclasta.

~AdC~

Casa dos Hataya, província de Shiga, Japão, 06 de Setembro de 2021

Akira assistia o seu “irmão” devorando alegremente o jantar, enquanto ensaiava algumas trocas de palavra em japonês com o avô. O velhinho estava muito satisfeito com o progresso de Aidan, vestes vermelhas em Mahoutokoro e controle do sonuit da família na mesma semana?

Quem diria?

O novo queridinho da família Hataya pareceu sentir o olhar avaliador do irmão caçula - era isso ou o fato de que Akira ainda não tinha tocado em sua comida - e o encarou de baixo para cima, formando a ordem “coma” nos lábios.

O garoto de 12 anos começou a comer rápido, repetindo em sua mente “que má ideia! Que péssima ideia ter o viajante aqui!” e seu avô deu outro sorrisinho, dessa vez em sua direção.

— Aidan-kun, está compartilhando os ensinamentos com o seu irmão? - Akira levou alguns segundos para traduzir a frase em japonês do seu avô, mas Aidan havia feito que sim com a cabeça, imediatamente, porém aquilo não queria dizer nada, era só sua tática para ganhar tempo.

O mais velho dos irmãos Hataya ainda bebeu um gole de chá e limpou a boca no guardanapo antes de responder.

— Sim. Estamos... Trabalhando. - O avô acenou satisfeito e Aidan voltou a comer, demorou alguns minutos antes de voltar a falar, o jantar estava quase no fim agora. – Vamos nos recolher mais cedo, Akira, temos muita coisa para aprender.

Ele havia falado essa parte em inglês e ainda assim o avô assentiu com uma nota de orgulho. Aidan flutuou suas louças para a pia e as lavou com magia em um simples aceno de varinha. Ainda aguardou na mesa até que o caçula acabasse e fizesse o mesmo.

Quando ambos entraram no quarto que dividiam, Akira fechou a porta atrás de si, assistindo o garoto mais velho começar a mexer na mochila, acrescentando mais dois livros a já pesada carga. Continuou encostado na porta, mas tomou coragem para falar, finalmente.

— Olha aqui, viajante, eu não gosto de você e preferia sinceramente que você tivesse ficado com Kurai. - Falou tudo de uma vez, fazendo o outro parar de arrumar a mochila e o olhar irritado.

— Pela milésima vez, Akira, eu não sou uma criatura das trevas ou que quer que você... Eu sou seu irmão! - Aidan falou exasperado, porque era só o que faltava, ter que se explicar para o idiota do seu caçula uma coisa que já estava estabelecida há 12 anos! – Ok, vamos deixar isso quieto... Por que não dorme um pouco? A chave só vai ser ativada em algumas horas, nós ainda temos tempo.

— Dormir para quê? Para você me apunhalar pelas costas? Não, obrigado, estou muito bem aqui.- O segundanista cruzou os braços teimoso e Aidan revirou os olhos.

— Faça como quiser, eu vou tirar um cochilo, porque a noite vai ser longa. - O garoto mais velho se jogou na cama e colocou o braço sobre os olhos. Akira continuou parado, observando aquela versão do irmão de meias, com jeans escuros e sua camiseta favorita da Comic Con de 2020 em San Diego, na Califórnia.

Obviamente Aidan não tinha ido no evento, mas quem poderia dizer se esse cara sinistro aqui não esteve lá? Akira com certeza não. O encarou por mais alguns minutos de pé, depois apagou a luz e continuou vendo o movimento ritmado da respiração do vilão, subindo e descendo como se fosse real.

Se sentou na sua própria cama, de braços cruzados. Akira não tiraria os olhos dele por um segundo, seria como um...

— Acorda, está na hora! - Sentiu o toque e a voz de Dan, piscou confuso por alguns segundos, mas depois se lembrou da situação em que estava.

Akira levantou em um salto, assistindo Aidan fechar o moletom preto até o final, colocar o capuz e adicionar mais uma camada sinistra em sua já muito assustadora persona das trevas.

Estava lidando com o Dark Aidan, não podia esquecer!

Vestiu o seu próprio casaco escuro, antes de seguir o garoto porta a fora. Os dois foram silenciosos até sair de casa, mas quando começaram a descer a pequena estradinha que ia em direção a vila trouxa mais próxima, Aidan aumentou a velocidade, fazendo a mochila bater e fazer um barulho engraçado nas costas.

— Para um vilão você é bem burro, por que não fez um feitiço de expansão na mochila? - Akira perguntou realmente curioso, o cara a sua frente só levantou a mão com o punho fechado, fazendo sinal para pararem. O menino sussurrou assustado dessa vez. – O quê? O que foi que você ouviu, Dan?

O Japão não era chamado de terra do Sol Nascente a toa, porque quando a noite chegava, aquele lugar ficava bizarro, cheio de sombras e mau agouros, exatamente como esse na forma de seu irmão mais velho, ao seu lado.

— Não ouvi nada, só queria que você calasse a boca. - Aidan falou divertido, mas depois voltou a ficar sério, tirando o pequeno botão com o símbolo de um losango semipreenchido de negro de uma forma estilizada, que Kurai havia entregado ontem. – Essa é uma chave de portal praticamente individual, então certifique-se de que seus dedos estão bem fixos na moeda, ok?

Akira fez que sim com a cabeça sem dizer mais nada. Sempre ficava com medo em viagens com chaves, porque o risco de estrunchar era muito alto, já havia acontecido com seu pai e com seu avô e ele definitivamente não queria ser a terceira geração tendo que correr para ser remendado em um hospital.

Aidan conferiu o relógio no pulso oposto do sonuit, agora faltava menos de um minuto para o objeto mágico ser ativado. A paisagem rural era erma, tinha certeza que, depois da meia-noite, todos naquela região estavam dormindo.

A moeda começou a brilhar e o familiar puxão no umbigo levou os irmãos Hataya para um beco escuro de Kyoto, cidade onde Kurai morava. Aidan conferiu rapidamente se Akira estava inteiro, tocou na mochila a suas costas e depois fez sinal para que os dois saíssem para a rua principal.

Kurai havia sido muito específico sobre o lugar em que ele morava, era um grande e luxuoso prédio, onde precisariam mostrar a moeda na recepção para entrar. O japonês mal-encarado atrás do balcão apontou um elevador afastado do conjunto de elevadores sociais e quando os dois meninos finalmente chegaram no andar de Kurai, tiveram que passar por uma revista minuciosa.

— Vim ver Shinoda Kurai e meu irmão gêmeo. - Aidan falou em um japonês arrastado, mas nem mesmo seu rosto familiar o livrou de uma revista agressiva. – Ei cara, são só livros!

O segundo grande japonês mal-encarado da noite revistou todos os bolsos de sua mochila, inclusive olhou com atenção redobrada o estranho objeto no pulso esquerdo do garoto mais velho.

— É uma relíquia de família inofensiva. - Isso Aidan falou em inglês, dando de ombros, mas o homem não deu sinal de que tinha ouvido ou se importava. Passou um detector de algo longe de ser metal em seu pulso e o liberou com a cara ainda enfezada. – De que família você disse que Kurai era herdeiro mesmo, Akira?

O garoto sonseiro olhou para cima, para os lados, fingindo que estava pensando muito para lembrar quando havia mencionado a família de Kurai em alguma conversa honesta com o irmão.

— Ele é herdeiro dos Shinoda, que não, não tem nada a ver com aquele rockeiro trouxa, foi a primeira coisa que Kurai me disse. - Akira falou inocentemente e Aidan o encarou com suspeita. – Eles comandam um negócio respeitável chamado Yamagushi-gumi.

— Eles são tipo magnatas de doces e gomas de mascar? - Aidan perguntou esperançoso e Akira fez uma careta para isso, porque adoraria dizer que sim.

— Err... Eles estão mais para a principal família da Yakuza. - Aidan parou de andar pelo corredor comprido do apartamento que devia ocupar todo o andar do prédio luxuoso, só para encarar o irmão caçula e sua cara cínica. – Não é tão ruim quanto parece.

O Lufa-lufa colocou a mão na boca em desespero, porque havia poucas coisas que o mundo todo conhecia sobre o Japão: samurais, ninjas, gueixas, sushi, flor de cerejeira, saquê e... Uma das maiores máfias da história!

— Eu tô na casa de um membro da Yakuza? - Aidan perguntou sem ar. – Aqueles caras lá fora, eles são capangas cheios de tatuagem que dão sumiço em gente que o chefão não gosta, é isso?

— Não surta, Dark Aidan, você é a última pessoa do mundo que pode julgar o estilo de vida de alguém... Vai saber o que você andou aprontando em suas viagens? - O garoto mais novo apontou e assistiu impassível o outro fazendo um verdadeiro show de mímica raivosa no corredor deserto.

— Isso é coisa séria, Akira, é a máfia! Eles... Eles traficam drogas, pessoas... Eles matam gente! - Aidan falou desesperado, com medo de ser ouvido e assassinado por uma colocação malfeita.

— Kurai me disse que eles não são assim, pode olhar no Google, a família dele pratica ajuda humanitária nos desastres naturais e... Quando eu falo família, me refiro a todos eles, os yakuza levam essa coisa muito a sério. - Akira concluiu como se aquilo fosse uma coisa boa.

— Eu sei que eles levam a sério, é por isso que a gente tem que pegar o...

— Para de chatice, os caras ruins são o da outra família, a arqui-inimiga! - Akira pois o dedo em riste na cara do suposto irmão, porque Kurai tinha lhe contado um monte de coisas iradas sobre a máfia desde o primeiro dia de aula, ele sim era um cara muito legal!

— Tem outra família?

— Tem várias, mas esse não é o ponto, o ponto é que essa aqui é legal, ajuda as pessoas, eles não vão cobrar impostos dos comerciantes pequenos, por exemplo! Eles na verdade compram algumas ações de grandes corporações e pressionam o Conselho a pagar as taxas de manutenção da comunidade, super bem empregadas, como você bem pode ver!

Akira abrangeu o enorme apartamento moderno em uma das melhores zonas da cidade japonesa. Aidan maneou a cabeça, porque seu irmão era obviamente uma causa perdida.

— Ok, Akira, que seja! Um problema de cada vez, depois lidamos com essa coisa de máfia, certo? - Aidan encerrou o assunto e passou pelo irmão terminando de caminhar pelo corredor, abrindo a porta final sem bater, porque algo dizia a ele que estava no lugar certo do apartamento.

No ambiente a meia luz, havia uma tela enorme tomando toda a parede principal, um computador com cinco monitores em um dos lados, uma cama King size e um monte de outros aparelhos eletrônicos espalhados pelo quarto, até mesmo um robô que devia ter uns dois metros de altura!

E dois seguranças armados de cada lado da porta, claro.

Aidan respirou fundo, porque aquilo era muito, muito intimidante. Duas poltronas negras pareciam ocupadas e uma delas se virou para recepcionar os visitantes.

— Vocês estão atrasados, tiveram problema para achar o prédio? - Kurai perguntou, enquanto jogava o controle do videogame que estava jogando de qualquer jeito no chão.

Levantou para cumprimentar Akira informalmente e logo em seguida dispensou os capangas com um gesto seco de mão. Os dois saíram silenciosamente do quarto.

— Trouxeram os livros do seu avô? - Aidan fez que sim com a cabeça, passando a mochila para o garoto de 12 anos que, em seu território, realmente agia e parecia o herdeiro de um mafioso poderoso. – Ok, Good Aidan, chega de videogames por hoje, hora de trabalhar!

A segunda poltrona do quarto se virou finalmente e um garoto de ascendência metade japonesa, metade britânica sorriu para o seu irmão caçula e sua exata e bizarramente perfeita cópia vestida de negro da cabeça aos pés.

— E então, Dark Aidan? Essa é ou não é a melhor prisão que você já viu?


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Notas finais do capítulo

Ilvermorny está só engatinhando ainda, tenham paciência com ela, já Mahoutokoro... Tá confuso? Depois piora, rsrsrs
Todas as informações sobre a Yakuza são verídicas, da mesma forma que as informações sobre Ilvermorny são cannon, do uniforme a árvore e casas, somente a Biblioteca dividida com Salem sendo um acréscimo meu.

Bjuxxx



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