Quadras escrita por Alisson França


Capítulo 17
Pôr do Sol


Notas iniciais do capítulo

E é aqui o meu adeus.
Panda Lux - Jung 2



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Os três amigos saíram do cinema bastante contentes. Quer dizer, quase isso.

“Na verdade eu tenho uma reclamação.” Disse José Bonifácio.

“E qual seria?” Lune perguntando entregando o refrigerante a Heloísa.

“Como assim o Finn e o Poe não ficaram juntos no final?”

“É verdade.” Elô fez que sim com a cabeça “Eu super torcia pelos dois!”

“Parecem que vocês nasceram ontem. É claro que não ia rolar um casal gay numa franquia desse tamanho. Com sorte talvez ainda saia um filme independente esse ano.” Lune disse.

“Aos filmes independentes então!”

Elô ergueu o copo e tomou um gole, logo depois passou para Lune e José que fizeram o mesmo. Os três continuaram conversando e caminhando pelas ruas de Niterói quando Lune se viu enfeitiçado pela pelo pôr do sol que mergulhava na orla da cidade. Sem perceber ele parou e ficou a admirar a paisagem. Alguns passos a frente, Elô pensou em chamá-lo, mas José a interrompeu. O garoto supôs que Lune devia estar falando com alguém do seu cluster.

“Ei, ele faz isso às vezes.” Ele se dirigiu a Elô “Ele nos alcança na faculdade. Vamos logo.”

Os dois seguiram para o terminal deixando Lune sozinho. O mais sozinho que ele conseguia estar pelo menos. Comfrey o acompanhou até o gramado e juntos eles se sentaram de frente para o mar. O californiano se pôs a distraidamente dedilhar simples melodias no violão em seu colo enquanto eles apreciavam a presença um do outro sem uma palavra. Até que Lune quebrou o silêncio.

“Como está Roberta?”

“Eu não poderia estar melhor.” A garota sussurrou.

Os três sensates se viram no leito de Dona Sales. Havia balões multicoloridos espalhados pelo quarto e todos os irmãos de Roberta também estavam lá. Todos reunidos ao redor da maca onde a matriarca assoprava as velinhas de seu bolo de aniversário com a ajuda dos gêmeos. Como sempre, Roberta estava um pouco afastada deles, encostada na parede. Mas diferente das outras vezes ela agora apresentava um sorriso que ia de orelha a orelha. Comfrey encostou a cabeça no ombro esquerdo da irmã e Lune segurou em sua mão direita. De repente Anna surgiu ao lados deles rindo baixinho.

“É engraçado né? Até um mês atrás a gente tava tão desesperados, tão perdidos. Mas olha pra gente agora. Tudo sem eu devido lugar.”

“Eu não falaria dessa forma.” Roberta pegou a cerveja da mão de Anna no clube secreto “Mas até estamos bem.”

“Estamos ótimos!” Lune se deitou no puff preferido de Anna apenas para irritá-la.

Sem se abalar, Anna simplesmente se sentou no colo de Lune e ali ficou a observar enquanto Danila e Aleksei disputavam uma partida de basquete no vídeo game. Os homens de sua vida. O pensamente esquentou o coração dos quatro, que logo se viram na traseira da caminhonete vermelha de Comfrey. Enquanto Sam conduzia o veículo o garoto fazia palavras cruzadas na garupa agora na presença de seus irmãos de cluster.

Os quatro aproveitaram o vento noturno lhes bombardear o rosto. Quando Sam mudou de faixa Comfrey lhe perguntou aonde ela estava indo, no que ela gritou sobre o vento:

“Eu não aço idéia!”

E começou a gargalhar contagiando todos os outros que estavam no quarto. De repente lá estavam eles de novo apreciando o pôr do sol em Niterói. Os quatro se abraçaram e assim permaneceram sentindo o calor um do outro.

“Anna o cara do BPO foi na sua casa de novo?” Roberta perguntou.

“Não. Acho que a pista falsa do Aleksei funcionou mesmo. E quanto aos doidos que perseguiam a Sam?”

“A Yorkie deu a entender que eles não nos procurariam mais, mas eu não me convenci. Nem a Sam.” Comfrey explicou.

“Ninguém perguntou, mas eu continuou sendo invisível.” Lune disse “As vantagens de ser pobre!”

Os quatro riram e mais uma vez ouviram ecoar a frase de Anna em suas mentes. Tudo em seu lugar.


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