Need You Now escrita por A Cavalaria


Capítulo 3
Impronunciável


Notas iniciais do capítulo

Na capa, temos o Morro do Pão de Açúcar, lindo! Você quer, @SãoPaulo? Boa leitura!!!



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— Que merda, Chris... Se tivesse dito, me arrumaria mais! Não passei nem um batonzinho...

— Você é linda do jeito que é, relaxa! – ouvi-lo dizer aquilo, fez seu rosto esquentar. Nunca se achou bonita, nem era vaidosa. – Vou pedir um pedaço de bolo pra mim. Vai querer também? – desconversou, ao vê-la ruborizada.

— Claro! Quero qualquer um que tenha chocolate. – deu uma piscadela.

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Chegaram ao hotel no qual estava hospedado. Abriram a porta do quarto vagarosamente, ao passarem pela sala, ouviram alguém dar um pequeno grito com sotaque estrangeiro:

— Ai, não acredito! Você deve ser a Beatrice! – corou violentamente e aproximou-se da mulher loira que era, pelo menos, vinte centímetros mais alta que ela. O salto fino que usava ajudava a intensificar a diferença.

— Prazer, sou Beatrice...

— Prazer, meu nome é Andrea. Sou mãe dessa coisinha fofa que tá do seu lado. – passou as mãos nos cabelos de Chris, o constrangendo. – Você é tão linda! Parece uma bonequinha! –apertou com força as bochechas da garota, a qual implorou mentalmente para que aquela louca a soltasse. – Meu filho tem bom gosto... – sorriu orgulhosa. Em seguida olhou o relógio. – Ah meu Deus, estamos atrasados... Vamos chamar logo o táxi para o aeroporto!

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Dentro do avião, o falso casal sentou junto. No corredor ao lado, Andrea os olhava encantada, deixando-os envergonhados. Desviou o olhar para ler um livro em inglês, língua nativa da Austrália, seu país de origem.

— Não liga pra minha mãe... Ela é maluquinha assim, mas é maneira.

O piloto anunciou que o avião ia decolar. Beatrice encostou-se na cadeira demonstrando pânico em seu olhar.

Coé, você nunca viajou de avião?

— O máximo que fui até hoje, foi pro litoral. E fui de ônibus! – replicou.

— Pô, me dá sua mão... – olhou-o confusa. – Quando eu era pequeno, tinha medo de voar. Minha mãe segurava minha mão e dizia que tudo ficaria bem. Ajudava a me acalmar, sabe!?

Receosa, abriu os dedos e aproximou sua mão direita da esquerda dele. Encostou sua palma na dela, entrelaçando-as. Gostava de reparar como era pequena e delicada perto dele. Parecia que sumiria em meio à do mesmo.

[x]

Chegando na porta da casa de Christopher, já notou a diferença com seu lar. Tinha um enorme portão, era sozinha no quintal, foram atendidos por uma empregada.

— Boa tarde, senhora e senhor Hemsworth. Seus convidados os esperam na sala de estar.

“Convidados? Oi?”— foi tudo o que passou em sua cabeça antes de avistar algumas pessoas.

— Beatrice, querida, venha cá... – Andrea a envolveu num abraço. – Esta é minha mãe, Kylie. Estes são meus sobrinhos Luke e Liam. Esta é minha irmã, Elsa. As outras três pessoas ali são meus empregados Mário, Diego e Lucas.

— É um prazer conhecer todos vocês. – sorriu, tentando ser simpática.

[x]

Estava desconfortável por ficar no meio de tanta gente cheia de classe. Eram elegantes no modo de andarem, se vestirem, comerem, até de rirem. Olhava para si mesma usando a calça jeans levemente desbotada pelo tempo, a camiseta com decote um tanto aberto e não se enxergava em meio àquelas pessoas.

Todavia, todos a trataram com muita educação. Aparentaram gostar muito dela.

Kylie e a filha eram as mais falantes, portanto, não demoraram a questioná-los sobre o namoro que começara tão inesperadamente:

— Onde vocês se conheceram para se apaixonarem tão depressa? – a avó de Chris questionou.

— Na escola. – falou Beatrice.

— Na internet. – Hemsworth falou concomitantemente.

A senhora fez uma expressão confusa.

— Bem, na verdade, nos conhecemos pela internet, marcamos um encontro em frente a uma escola, perto da casa dela. – Christopher tentou consertar. Bea queria rir, porém, se segurou. – Francamente, já estava apaixonado só pelas nossas conversas online. – exprimiu, fazendo-a enrubescer levemente.

— Oh, que lindo! – a mãe expressou. – Nunca acreditei muito nessas coisas de relacionamento pela internet, mas isso parece sério. – sorriu.

— Querida, você tem roupa para o baile de máscaras que teremos na empresa da Andrea? – Elsa perguntou, surpreendendo-a.

Antes que respondesse, a falsa sogra a interrompeu:

— Ora, mil perdões! Havia me esquecido completamente de te falar sobre a festa...

Um dos empregados chegou trazendo uma garrafa de vinho importado nas mãos.

— Você gosta de vinho Gewürztraminer? – interrogou-a, deixando-a sinuosa com a pronúncia.

— Desculpe, como? – foi tudo o que pôde dizer.

Todos gargalharam. Christopher simplificou a pergunta:

— Gosta de suco de uva? É quase a mesma coisa que vinho, só que sem álcool! – riram baixo e ela assentiu.

[x]

Horas mais tarde, todos já haviam ido embora após uma longa e agradável noite. Os empregados já subiam as escadas para seus aposentos, enquanto a dona da casa preparava um banho de sais.

O casal estava finalmente só, quando o rapaz lhe propôs que fossem à varanda apreciar o universo.

Pegou em uma de suas mãos, enquanto com a outra levava duas taças e o tal vinho com nome impronunciável.

Sentaram-se sob a luz do céu maravilhosamente colorido de azul escuro, cheio de estrelas, com um belo luar. As cadeiras eram estranhamente mais confortáveis que o sofá da casa dela.

Admiraram a paisagem em um silêncio profundo. A única coisa perceptível eram suas respirações. Seu coração ainda estava disparado por sentir a mão macia e grande de Chris sobre a sua. Somente aquele pequeno contato era capaz de desestabilizá-la, não entendia o que exatamente estava acontecendo consigo.

Ele se desuniu por alguns instantes, abriu a garrafa da bebida, serviu um pequeno gole em cada um dos copos.

— Um brinde à nossa magnífica atuação! – ergueu o cálice. – Cheers! – saudou em inglês.

Cheers... – tentou repetir a palavra.

Ouviu-se um leve barulho agudo devido ao toque dos cristais.

— Vamos comprar um vestido pra você amanhã. Escolha o mais bonito que conseguir. Você vai ser a mulher mais bela do baile! – sorriu abertamente.

“Deus, como um homem pode fazer isso comigo?!”— analisou.

Poderia jurar que as duas pequenas quantidades de vinho que bebera esquentaram seu corpo. Contudo, não poderia distinguir se isso não era consequência da presença à sua frente. Nunca experimentara nada tão forte, então, seria plausível colocar a culpa na bebida para realizar o desejo que a consumia naquele instante.

Sem demora, encarou aqueles orbes azuis. Queria mergulhar naquele oceano. Aproximou-se, até que pudesse sentir o sopro gélido de sua respiração contra seu rosto. Fechou os olhos, suspirou e antes que soltasse todo o ar, beijou-o rapidamente.

Quando se afastou, sentiu-se encabulada. Olhava-a incrédulo, mas para sua surpresa, gargalhadeou em seguida.

— O que foi isso?

— Um treino. Se vamos mesmo fingir que somos namorados, uma hora ou outra teremos que sustentar esta mentira! – foi a melhor escusa que obteve.

Chris pareceu gostar. Sim, gostava de jogos, principalmente os de sedução. Mordeu o lábio, riu levemente. Prontamente se achegou ao seu rosto e envolveu seus lábios nos dela.

Seu âmago festejava alegremente. Beijá-lo naquele cenário, com o Morro do Pão de Açúcar ao fundo, na famosa “cidade maravilhosa”, era algo que poderia se repetir pelo resto da noite. Por isso, não hesitou em prolongar o contato. Muito pelo contrário, fez questão de acariciar sua nuca só para vê-lo arrepiar um pouco.

Separaram-se por alguns instantes, pois o fôlego faltou. Entretanto, não tardou para que volúpia surgisse nos olhares de ambos e os fizessem repetir a dose.

Havia uma química ali. Algo inédito, inesperado para ambos. Então, não se sentiram culpados em continuarem. Apenas aproveitaram o momento.

Quando amanhecer, a gente continua

No céu azul que eu nem sei descrever

Tomando um vinho que eu nem sei pronunciar

Depois de passar a noite inteira com você

Baby, o que mais posso querer?

(NX Zero – Nessa Cidade)


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