Estávamos andando sem falar nada durante aproximadamente vinte minutos, que pareciam horas, quando eu pensava no Bill. Ele precisava da tal Fonte Pura e a gente andando calmamente, sendo guiados pela Anna e pela Maryanna. Eu estava começando a achar que elas nem sabiam o que era a Fonte Pura:
— Ei, vocês sabem onde a Fonte Pura fica, né?
— Claro! Sabemos tudo sobre a Fonte Pura! — Anna começou — Os unicórnios maiores e especialistas nos contaram sobre ela... Disseram que ela cura qualquer um, mas quem cair dentro da Fonte Pura, MORRE, porque nenhum ser aguenta tanta pureza! Hahahahah!
Elas riram como se não fosse nada estranho, nem assim... Mabel ainda não parou de morder as asas da Maryanna, ela disse que tem gosto de mashmellows.
— Chegamos! — Maryanna disse, abrindo as asas, fazendo Mabel cair pro lado — A Fonte Pura!
Eu tenho certeza que fiquei lá boquiaberto durante cinco minutos. Parecia água, mas era muito mais cristalina e brilhante, tão brilhante que parecia ser cristais líquidos. Não dava para saber de onde que a água vinha ou onde caía, parecia uma cachoeira sem fundo e sem início. Tinham algumas flores por perto... Flores mortas... Mas muito lindas e coloridas.
— UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAU! — Mabel disse se aproximando para tentar ver o fundo — Isso acaba aonde?
— Isso não vai acabar... — Anna disse e elas se aproximaram — Mas talvez vocês vão!
— Espera, o que- ?!
Fui interrompido por uma tentativa de coice da unicórnia, mas consegui desviar.
— AAAAAAAAAH! — Mabel gritou, chamando minha atenção
Olhei assustado para ela:
— O que?!
Maryanna estava segurando ela pelo sweater, voando por cima da Fonte Pura.
— ME LARGA, SUA PÉGASO ESQUISITA!
— Okay-...!
— NÃO, NÃO, NÃO, NÃO! MUDEI DE IDÉIAS! NÃO ME LARGA!
Maryanna estava numa certa altura em cima da fonte, se largasse a Mabel, ela ia claramente cair na Fonte Pura.
— Ei! — Gritei — Devolve a Mabel!
— Não! — Anna respondeu, se aproximando de mim, me fazendo recuar — Falamos com um amigo e ele quer vocês dois mortos!
— O QUE?! "AMIGO"?! — Gritei confuso — PORQUE UM AMIGO IRIA PEDIR ISSO?!
Anna sorriu:
— Ohohoh, ele não pediu! Fizemos um acordo: vocês dois e o resto da família Pines eliminada, nós conseguirmos ser oficialmente unicórnios puros e lindos!
— A- Acordo...?! — Perguntei, baixando a cabeça e lembrando do Bill — Não... Não pode ser...
Anna tentou outra vez um coice, mas desviei, quase caindo. Maryanna estava prestes a soltar a Mabel na Fonte Pura e...

Ela soltou a Mabel.
— MAAABEL!!!
Ela prendeu a respiração enquanto caía... Tentei esticar o braço para ver se pegava ela com algum tipo de milagre, mas... Não... Foi a cena mais horrível de um segundo que eu já tive na minha vida... Mas, de repente, "vloshhh", Mabel começou a flutuar, com um brilho amarelado a volta dela:
— Uh?!
— Meninas... — uma voz adulta feminina — ... estou decepcionada!
Vi uma unicórnia bem maior, tinha cabelos arco-íris, pele azul turquesa bem claro e um chifre enorme e brilhante, brilhando o mesmo brilho amarelado do que estava contornando a Mabel.
— C- Catharinna!! — elas falaram, olhando para a grande unicórnia, acho que se chama "Catharinna"... — Estávamos só- ...
A tal Catharinna fez um gesto e elas se calaram, depois olhou para mim, deitando devagar a Mabel nos meus braços(como não sou tão forte, quase caí) e disse:
— Sou CatharinnaBelleSantaah, a encarregada dessas duas. Peço desculpa por qualquer incômodo que elas tenham causado. Quem são vocês humanos e porque desejam ver a Fonte Pura?
Ela falava MESMO que nem um adulto... Limpei rápido as mimi-lágrimas dos meus olhos, que tinham se formado quando Maryanna soltou a minha irmã e respondi com uma cara séria para tentar parecer mais velho do que pareço:
— Sou Dipper, essa é a Mabel e viemos aqui por causa do nosso amigo, Bill. Ele está doente e a cura é a Fonte Pura... — desanimei na última frase
Ela fez uma cara de quem obviamente não ia aceitar e disse:
— Não podem levar a água da Fonte Pura.
— O que?! — Eu e Mabel ficamos surpresos — Porque?!
— Porque é água pura, não pode cair em mãos erradas. — ela respondeu
— ... Mas nós... — comecei a ficar chateado — ... Nós tivemos que aturar essas duas criaturas tentando nos eliminar na Fonte Pura e você simplesmente diz pra gente que nós não podemos porque é PURA?! VOCÊ ACHA QUE A GENTE VEIO PEGAR ÁGUA PURA PORQUE A GENTE ACHAVA QUE NÃO ERA PURA?!
Ela ficou calada durante um tempo e depois perguntou:
— Vocês estão mesmo dispostos a ajudar o amigo de vocês?
— Quê? — respondi — Sim!
Ela virou, séria, foi até a margem da Fonte Pura e arrancou uma das flores que estavam lá.
— Peguem. — Ela entregou na mão da Mabel — Essa flor viveu da água pura dessa fonte. Um simples chá com essa planta deve curar o amigo de vocês.
Olhamos para a flor, surpresos com a resposta dela.
— O- Obrigado... — Respondi
— BILL! — Mabel me lembrou — TEMOS QUE IR, DIPPER!
— Certo!
Fomos correndo de volta para a Cabana do Mistério com a flor na mão. Lembro de ter ouvido Anna se desculpando depois de uns metros. Abrimos a porta desesperadamente.
— Eu faço o chá — Mabel disse — e você vai ver como ele tá!
Concordei e subi as escadas correndo para ver o Bill. Para a minha surpresa, encontrei Ford lá também, sentado na cama, lendo um livro aleatório e notou minha presença com a força que abri a porta:
— Dipper! Está de volta!
— O Bill?! — perguntei, tão ofegante que só consegui dizer essas duas palavras
— Ah... Ele dormiu a um tempo... — Ele respondeu — Estava recusando dormir, mas acabou caindo no sono.
Suspirei e fui ver ele mais de perto. A franja dele foi afastada para que o pano úmido pudesse ficar na testa dele e dava para ver bem o seu único olho fechado. Gotas de suor escorriam pela testa dele e tinha um termômetro na sua boca. Temperatura: "- - - °C". Eu sei como ele tava... Quente e frio, mudando sempre. Mas agora tava numa temperatura tão quente quanto fria, acho que é algo grave...
— PRONTO! — Mabel chegou, com uma chícara grande na mão
Ela levou a chícara até mim e dei na boca do Bill.
— Por favor, funciona, por favor, funciona, ... — Eu torcia para que funcionasse
— ... Hm...? — Ele murmurou — ... O que que aconte- ?
Interrompi, abraçando ele forte.
— ... Pine Tree!
Odeio quando ele me chama disso. É estranho.
— Abraço grupal! — Mabel disse, se jogando em cima da gente — Conseguimos!
— Ei! — Bill tociu — vocês podem sair de cima- ?!
— Crianças, deixem ele se recuperar! — Ford disse, tirando a gente de cima dele
— Tivô Fooooord! — Mabel disse, sorrindo — Ficou cuidando do Bill enquanto estivemos fora?
— O que?! Não! Odeio ele! Fiquei vigiando ele enquanto vocês estiveram fora! — Ele respondeu, dando ênfase na palavra "vigiando" — Só isso.
Mabel riu e abraçou o Ford, obrigando ele a retribuir o abraço:
— Você ficou aqui vigiando ele por nós, não foi?
Ele riu uma risada simpática como resposta e depois perguntou:
— E vocês, o que fizeram, uh?
— Uhhh... — Respondemos, nos entreolhando — Nós fomos colher essa flor...
Rimos sarcasticamente, mas ele notou, então tivemos que passar meia hora falando sobre o assunto de não confiarmos em tal coisa, não morrer, etc... Mas valeu a pena. Quando acabamos de falar já era tarde e fomos comer alguma coisa para passar o resto do dia assistindo TV, quer dizer, pelo menos até o Bill lembrar de algo muito importante:
— Ei, se eu comi aquela torta para experimentar, significa que aquela velha vai dar torta pra todo mundo?
Todos nos entreolhamos, e, assim, passamos o resto do dia fazendo chá de flor pura, até às 10h da noite. Depois jantamos algo bom na Cabana do Mistério, enquanto fazíamos algumas piadas e conversávamos. Acho que o Tivô Ford já está se acostumando com o Bill!