Troublemaker escrita por Lily


Capítulo 17
17




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—O papai noel vem esse ano? - Emma indagou a Don, seu irmão tirou os olhos do livro e a encarou. 

—Eu não sei, Em. Você quer que o papai noel venha esse ano?

—Não.

—Por que não? - ele questionou surpreso.

—Porque o papai noel não vai me dá o que eu quero.

—E o que você quer que o papai noel não vai te dar? - Don deixou o livro de lado e se virou totalmente para ela, Emma torceu a boca.

—Eu quero o papai aqui. - disse. Don soltou um suspiro melancólico. - Eu quero papai em casa, ele disse que iria voltar. Ele prometeu.

—Ah Emma. - Don a puxou para um abraço apertado. Ele podia ser alguns anos mais velho, mas entendia muito bem o que ela estava sentindo. - Ele vai voltar. Papai nunca descumpre uma promessa.

—Mas e se ele nunca mais voltar?

—Isso é impossível, papai sempre volta, sempre.  

Emma puxou o ar pelo nariz e o soltou pela boca. Repetiu o processo até esta seu coração bater mais devagar.

—Oliver não vai tirá-los de lá e Caitlin e Barry sumiram. - Lydia falou vestindo a jaqueta sobre a blusa preta.

—Eles estão na casa da vovó, uma tempestade os pegou e eles tiveram que passar a noite lá. Mamãe ligou hoje de manhã e disse que iria direto para o laboratório.

—Quero ver quando ela souber que não dormimos na casa de Cisco.

—Quando ela souber vai me matar, te matar e matar ele. - disse amarrando o tênis e ficando em pé. - Vamos?

—Claro.

Emma acelerou com Lydia até o laboratório, parou na frente das portas do elevador. Lydia apertou o botão e esperou ele descer.

—Meus pais estão na cidade. - ela disse, Emma virou a cabeça rapidamente e acabou sentindo uma torção em uma das veias, fez uma careta de dor e massageou o local.

—Como assim?

—Captei um sinal de um salto temporal hoje de manhã. - Lydia explicou e discretamente apontou para o relógio em seu pulso, Emma sabia que aquilo era apenas um mini computador criado por Cisco e patenteado por Felicity, porém aperfeiçoado por Ray e dado de presente para Lydia.

—Você acha que eles já estão aqui?

—Não sei, mas acho que sim. Vou amar ver meus pais. - ela ironizou enquanto ambas entravam no elevador.

Emma sabia que no momento em que as Lendas pisassem o pé em terra firme elas estariam mortas. Sara não pouparia esforços para mandá-las de volta, a menos que não fosse a mãe de Lydia, mas sim uma versão mais nova dela.

—Não se mexam, diga que está tudo bem e que passar a noite na minha casa foi ótimo. - Cisco pediu assim que elas saíram do elevador. Emma arqueou a sobrancelha e riu.

—Deixa eu advinha, Caitlin chegou. - falou fazendo o engenheiro bufar e empurra-la em direção ao córtex. - Papai veio junto?

—Não, foi direto para a delegacia. Caitlin está com Felicity e Sara…

—Sara está aqui? - Lydia indagou segurando o braço de Cisco. - Sara de qual tempo?

—De um em que ela ainda não te conhece. - ele afirmou em um sussurro as jogando para dentro da sala.

Emma sorriu gentilmente enquanto se apresentava para as Lendas. A conversa correu tranquilamente, Lydia evitava ao máximo se aproximar de Sara, pois assim como Emma, ela era muito parecida com a mãe fisicamente. Havia algo no rosto da garota que se assemelhava muito a mulher mais velha, Ray dizia que eram seus olhos ou o formato de sua boca, ou o jeito como ela lidava com todos a sua volta, algo tão Sara Lance que por vezes tinha que lembrar que diferente da mãe, Lydia às vezes podia ser infantil e bem mais sentimental que a maioria.

—Mamãe mal está aqui e eu já estou com vontade de implorar para ela diminuir o meu castigo. - Lydia disse se jogando na cadeira ao lado de Emma. - Papai perguntou se a gente se conhecia, pois eu sou muito familiar para ele.

—Imagina se eles descobrissem quem é você.

—Castigo pelo resto da minha vida e além. Mamãe fará questão de me deixar com vovô e vovô fará questão de me trancar em casa.

Emma riu balançando a cabeça. Caitlin então se aproximou delas, seu olhar nervoso e seus gestão apreensivos mostravam que algo estava errado.

—Meninas preciso que venham a um lugar comigo. - a doutora disse, Emma podia notar que sua mãe tentava não mostrar qualquer expressão de ansiedade, porém ela a conhecia muito bem para saber quando Caitlin escondia algo.

—Outro ataque? - indagou, Caitlin assentiu. - Argonautas?

—Ainda não temos certeza, mas é melhor vocês irem para um lugar seguro. Venham.

Caitlin as levou até o cofre do tempo e pediu para ficarem ali até ela voltar. Emma não insistiu em saber o que estava acontecendo, até porque ela tinha uma leve noção do que estava acontecendo. Os sete dias haviam acabado e os Argonautas logo atacariam, eles não destruiriam a cidade, pois seu alvo era somente o laboratório onde eles sabiam que ela estava. Realmente seria mais seguro ficar presa lá dentro do que no meio da confusão que logo se seguiria.

—Tio Wally está aqui. - disse. Lydia resmungou alguma coisa que Emma não soube dizer o que era. - Se Jesse estivesse aqui iria ser muito engraçado.

—Foi engraçado no dia do casamento dele com Berlim. - Lydia falou, ela estava agachada na frente do painel de controle e segurava alguns fios em suas mãos. - Fui a melhor pajem que alguém poderia querer.  

—O que está fazendo?

—Tentando tirar Cami e Tommy da pipeline. Os Argonautas nos deram uma distração e como tio Mick sempre fala. Distrações como essas são coisas preciosas.

—Mick fala isso? - indagou com a sobrancelha arqueada.

—Não exatamente com essas palavras. - Lydia murmurou e então soltou uma exclamação suja, Emma revirou os olhos. - Quando isso tudo acabar vou querer férias.

Emma riu deixando Lydia fazer o que ela tinha que fazer. Se apoiou na parede de frente para o manequim vazio.

—Você consegue imaginar o quão louco é a nossa vida? Nossos pais são super-heróis, crescemos em meio a constantes ameaças de ataques, alguns de nós tem poderes sobrenaturais, outros QI acima da média, bem acima. Não tivemos ou teremos vidas normais.

—Culpe nossos pais por suas lástimas. - Lydia falou um tanto distraída, então ela soltou um gritinho entusiasmado. - Isso! Pipeline aberta!

Emma se arrastou até onde ela estava, Lydia observava as câmeras de segurança pela tela do seu mini computador. A câmera da pipeline mostrava as portas se abrindo e Tommy saindo, logo atrás dele vinha Camille, Emma sorriu para Lydia. Seus amigos estavam livres.

—Vamos encontra-los. - Lydia disse já se levantando, mas Emma a puxou para baixo.

—Ainda não. Nossos pais estão lá fora. Não podemos sair daqui sem chamar atenção, então temos que esperar e ajuda-los daqui. - argumentou. Então virou para olhar para as câmeras. Tommy e Camille corriam através dos corredores em busca de alguma saída, Emma sabia que se Cami usasse seus poderes acabaria acionando o alarme. De repente um bip insistente soou irritando os ouvidos de Emma.

—A máquina está pronta. - Lydia disse desligando o barulho. - Temos que dar um jeito de sairmos daqui.  

Emma assentiu e olhou para cima, na havia câmeras no lugar, e muito provavelmente todos estavam ocupados para notar o sumiço delas.

—Ainda tem aquele aparelho de teletransporte?

—Apenas me diga para onde. - Lydia disse com um sorriso malicioso.

[...]

—Como isso funciona? - indagou olhando para a máquina em cima da mesa. O aparelho não era maior que uma caixa de sapato, porém fazia Emma tremer por dentro, tanto de receio, quanto de medo.

—Vamos, literalmente tirar a essência do seu sangue. Pois, segundo o que tia Caitlin disse, a essência do velocino está circulando junto com o seu sangue, faz parte de você, entretanto vamos usar esta máquina para separar a essência de você. Vai ser rápido, indolor e seguro. - Lydia explicou começando a se preparar para o procedimento. Emma se sentou em uma das cadeiras e tentou respirar com calma.

Estar naquela nave era um pouco estranho por conta do silêncio, já estava tão acostumada em estar rodeada de pessoas falando alto que será incomum poder ouvir apenas sua respiração. Bateu levemente as unhas no braço da cadeira ritmicamente até que ouviu um suspiro, olhou para Lydia se questionando se havia sido ela, porém ao notar que sua amiga estava totalmente imersa em seu próprio problema, Emma se levantou seguindo a origem do suspiro e parou ao notar o corpo adormecido no meio de alguns mantas grossas em um dos cantos da nave.

—Lydia. Você não vai pode vir aqui um minuto. - pediu.

—Emma estou ocupada, se não for o fim do mundo, não me importo.

—Na verdade é quase como. - disse então se agachou e esticou a mão para acariciar o rosto delicado de Kasie Matthews. - K, hora de acordar. - sussurrou, a garotinha de cabelos claros se remexeu abrindo lentamente os olhos azuis. - Olá querida.

Kasie encarou feliz e então pulou em seus braços, Emma riu e a abraçou.

—O que você está fazendo aqui? - indagou, a garota se afastou e a olhou como se ela fosse uma boba.

—Vim te resgatar. -  Kasie disse sorrindo.

—Aí Kas.

Emma ajudou a pequena a se levantar e então colocou as mãos na cintura respirando fundo.

Ela deveria ganhar um oscar por aquele momento em sua vida. Era tanta merda em cima de merda que mais parecia que mais parecia um filme dirigido por Tommy Wiseau. Agora Kasie estava ali e muito provavelmente seu castigo aumentaria.

—Agora a gente está ferrada de vez. - Lydia rosnou olhando para Kasie. A pequena não era muito parecida com sua mãe, Kara Danvers, na verdade Kasie lembrava muito Mon-El.

—O que fazemos agora? - indagou.

—Você precisa voltar pro laboratório. - Lydia falou apontando para ela.

—Eu? - Emma a olhou confusa. - Por que?

—Plano B. Logo você vai entender. Apenas vá.

—E o velocino?

—Teremos tempo. Agora vá e não saia do cofre até alguém aparecer.

—Lydia, o que você está planejando? -questionou. A Palmer apenas a empurrou para fora da nave. Emma bufou e acelerou de volta ao laboratório direto para o cofre, se jogou no chão no momento em que a porta se abriu e Barry entrou.

—Hey, você está bem? - ele indagou. - Onde está Lydia?

—Eu não sei. Ela saiu, disse que voltaria logo, mas até agora nada. - mentiu. Barry estendeu a mão a ajudando a se levantar. - Aconteceu alguma coisa?

—Vem comigo.

Barry não soltou sua mão enquanto eles caminhavam pelos corredores até o córtex. Eles mal haviam chegado perto da sala quando Emma ouviu os gritos em alto e bom som.

—Pelo amor de Cristo, parem de apontar isso um para a cara do outro. Hijo de la madre. Yo sabía que debería estar en el Hawaii una hora de esas, pero no, vamos a acampar apenas para você se pegar con ella. - Camille gritava com toda a sua potência vocal apontando irritada para Thomas que tinha sua flecha direcionada a Oliver, que por sua vez mantinha o arco direcionado ao garoto.

—Sem violência por favor. - Felicity pediu um tanto aflita. Todos na sala, Lendas, Time Arrow e time Flash observavam a cena um tanto desconcertados.

—Qual o problemas de vocês homens? Sempre tentando ver quem é o mais forte! Parece que sólo piensan con la cabeza de abajo. Tío Oliver pelo amor de Cristo. Él es su hijo! Familia no hiere a familia.

As palavras de Camille saíam atrapalhadas em uma mistura de espanhol com sua língua materna. Emma sabia que ela só fazia aquilo quando estava nervosa.

—Ah porra. - sussurrou. Embora sua cara fosse o mais puro desespero, não vencia a cara de Cisco que entendeu cada mínima palavra dela.

De qué estás hablando? - ele indagou fazendo Camille se virar para ele e ignorar o duelo de egos que Tommy e Oliver travavam.

Mi nombre es Camille Ramon y yo soy del futuro, querido papá. — ela disse com um sorriso um tanto misterioso. Emma não entendia muito bem espanhol, tinha pouca prática nesta língua, mas entendeu muito bem o que Camille falou.

—Como é que é?! - Cisco olhou para um tanto perplexo, Emma observou enquanto o engenheiro lentamente sentava na cadeira atônico. - Hija?

Si, quer dizer, sim. Sim. Oi papai. - Camille sorriu. Toda a tensão na sala pareceu reduzir a pó. Emma segurou o riso que tentou escapar de sua garganta, porém Tommy passou na frente e gargalhou alto abaixando o arco.

—Isso é tipo nossos almoços em família, obviamente sem a comida e as piadas sem graça. - Lydia comentou e Emma levou um susto ao notar a garota ao seu lado.

Kasie cruzou a sala e abraçou Caitlin de uma vez, a doutora olhou para a garotinha e depois olhou para todos um tanto confusa. Emma bufou. Belo jeito de começar as coisas. 


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