Troublemaker escrita por Lily


Capítulo 15
15




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Caitlin não dormiu em casa. Emma não sabia se ficava feliz ou nervosa com aquilo. Sabia perfeitamente que sua mãe estava com Barry naquele momento, mas não poderia deixar de pensar que talvez o tempo estivesse mudando.

 

 

 

 

 

—Se você não parar de andar vou te dar um soco na cara que vai quebrar seus dentes perfeitos. - Lydia ameaçou. Emma parou olhando um tanto perplexa para amiga, pensou em maneiras de retrucar, porém sabia que Lyds cumpriria a ameaça. - Olha, sei que está nervosa por isso, por mudar a linha do tempo, mas querida, a história deles já é complicada. Se lembra que até hoje eles não tiveram um casamento decente.

Emma ignorou aquele comentário. Sabia que seus pais eram realmente complicados, mas não precisava ficar espalhando por isso. Sentou no sofá mordendo a ponta do dedão tirando o esmalte da unha com os dentes. O relógio marcava meia noite e meia, Emma se jogou contra as almofadas e fechou os olhos, poderia dormir por algumas horas até sua mãe chegar, se ela estava com seu pai, com certeza ela estava bem.

—Você já sabe qual será seu castigo quando voltarmos? - Lydia indagou com a voz sonolenta. Emma não abriu os olhos, mas negou com coma cabeça mostrando que estava ouvindo ela. - Eu já sei o meu, primeiro mamãe vai começar a ditar tudo o que eu já fiz, então papai vai entrar na conversa dizendo que eu já o devia ter pegado a nave sem permissão, por fim ela vai me mandar para a casa do vovô para umas férias/castigo.

—Seu avô não é tão ruim assim.

—Não, nem vovó Donna, mas sei que mamãe iria fazer uma lista de tarefas para eu fazer enquanto estiver lá.

—Peyton vai amar estar ao seu lado durante algumas semanas. - disse, Lydia riu.

—Eu não me importo com aquele resto de aborto.

—Lydia. - a repreendeu, embora Peyton e Lydia não tivesse um relacionamento tão fraternal quanto Lance queria, Emma sabia que Lyds gostava do “tio”.

—Tô brincando. Peyton vai amar me ter lá, quem sabe eu leve Cami para dar um volta por lá.

—Se tia Cindy não manda-la para casa do avô também. - resmungou.

—Verdade.

—Lyds. Você perguntou a sua mãe sobre aquilo?

A loira se mexeu desconfortável ao lado dela e Emma abriu os olhos para encara-la.

—Não. Mas também não vou. Eu já tenho um pai e é isso que importa.

—Ray Palmer é um ótimo pai. - falou esticando a mão para entrelaçar na de Lydia.

—O melhor que eu podia querer.

[...]

Emma não soube dizer que horas Caitlin chegou. Quando acordou a doutora já estava preparando o café, se ergueu do sofá e encarou por cima do ombro Caitlin cantarolando alguma música enquanto preparava os ovos, se virou para Lydia que ainda dormia serenamente.

And wouldn't it be nice to live together. In the kind of world where we belong.

—Parece que alguém acordou de bom humor. - falou atraindo a atenção de Caitlin.

—Bom dia Emma. - ela a saudou com um sorriso brilhante. - E desculpa por ter te abandonado ontem.

—Não tem problema, Cisco me deu a chave reserva. Mas onde você estava? Disse que ia sair rapidinho, mas não voltou ao laboratório. Tive que implorar para Cisco ir embora dizendo que eu e Lydia sabíamos nos cuidar sozinhas. Jantamos batata frita.

Caitlin riu e murmurou desculpa.

—Olha querida, tive um pequeno contratempo e acabei me enrolando. Prometo que nunca mais te deixo sozinha.

—É melhor mesmo, porque eu sou muito carente. - brincou. Caitlin riu e desligou o fogo colocando a frigideira na mesa.

—Vá tomar um banho e depois venha comer. Deixa que eu acordo Lydia.

Emma assentiu saindo quase correndo do sofá e seguindo até o banheiro. Tomou um rápido banho e foi para o seu quarto. Lydia estava sentada na cama quando ela entrou.

—Tia Caitlin acha que vai conseguir arrancar algo de mim nesta conversa regada a ovos mexidos. - ela disse retirando a blusa branca que usava e a jogando sobre a cama, Emma balançou a cabeça indo pegar seu vestido azul na pequena gaveta que Caitlin havia separado para ela.

—Mamãe está desconfiada de você.  

—Claro que está, todos estão, eles não são burros. - Lydia disse tirando a calça jeans e ficando apenas de lingerie. Emma arqueou  sobrancelha diante da cena. - Como se nunca tivesse me visto nua.

—Mas eu nunca te vi nua. - frisou jogando uma das toalha que Caitlin havia deixado na cômoda para Lydia.

—Quinze anos e nunca viu uma mulher nua, que vergonha.

—Vou fingir que não ouvi isso. Agora vá banhar que eu te desloco uma roupa aqui.

Lydia saiu assobiando alguma canção conhecida. Emma terminou de se vestir e saiu ao encontro de Caitlin, porém parou ao notar a figura familiar sentada na mesa do café conversado com Caitlin.

—Barry, o que faz aqui tão cedo? - indagou chamando a atenção para si. O velocista a olhou e sorriu.

—Vim conversar com Lydia. - ele disse.

—Ela está no banho. Mas o que você quer com ela? - se sentou na mesa de frente para ele.

—A algumas coisas na história dela não batem. - ele falou colocando um pouco de café em um xícara e estendendo para ela, Emma negou.

—Não gosto de café puro. Mas o que não bate? - questionou colocando creme no café e mexendo.  

—Coisas Emma, algumas coisas. - Barry disse um tanto cauteloso como se não quisesse falar mais que o necessário. Emma pegou o pão e passou geléia, Caitlin e Barry entraram em uma conversa sobre alguma coisa fútil da vida, mas estranhamente Emma viu algo naquilo, os olhares intensos e os toques fora de hora. Ele dizia algo, ela ria graciosamente tocando de leve a mão dele.

Então Emma notou, as faces avermelhadas de Caitlin e o olhar atento de Barry. Aquilo era o nascer de um novo sentimento.

[...]

Barry não conversou com Lydia assim que ela chegou a mesa. Na verdade ele parecia mais entretido na conversa que eles estavam tendo sobre o multiverso e suas inúmeras facetas para chamar a atenção de Lydia sobre alguns furo na sua história. Emma ficou imensamente grana quando eles chegaram ao laboratório, Caitlin logo tratou de se aprofundar em um dos inúmeros casos que ainda tinham para resolver enquanto Barry corria para a delegacia.

—Emma. - ouviu Harry a chamar, girou os calcanhares e encarou o cientista.

—Sim, vô?

O uso da palavra, mesmo que curta, fez Harry a olhar com surpresa e perplexidade.

—Ainda estou novo para ser seu avô.

—Não no meu tempo. - retrucou fazendo-o balançar a cabeça levemente, um tanto incomodado. - Algum problema?

—Sim. Quem é sua mãe, Emma?

—Por que saber disso agora? Não faz o menor sentido fazer isso agora.

—É a Caitlin, não é?

Emma piscou perplexa e demorou um pouco para responde-lo.

—Por que acha isso?

—Além de você ser muito parecida com ela fisicamente. Vejo a maneira como trata, como recorre a ela toda vez que algo está errado. - ele disse e ela instintivamente abaixou a cabeça. - Tenho certeza que Caitlin deve ser uma ótima mãe ou se não você já teria contando a verdade.

—Ela com certeza é um mãe maravilhosa. Mas não é apenas por isso que não contei a verdade. Mamãe e papai estão tentando se acertar, Harry. - falou tentando fazer com que ele entendesse seu argumento sem precisar usar mais palavras, Emma tinha problema em se expressar por meio de palavras. Elas pareciam complicadas, grandes ou pequenas demais para representar qualquer sentimento. - Não posso jogar essa bomba em cima deles e fingir que é normal, além do que ainda tem coisas inalteradas na linha temporal que ainda tem que acontecer.

—Que tipo de coisas? - Harry a olhou intrigado.

—Logo você vai saber, apenas espere. Agora tenho que achar Lydia, você a viu?

—Estava com Cisco e Ralph na sala de treinamento.

Emma assentiu e acelerou em direção a sala, parou na porta.

—Eu posso lutar contra você, mas já avisando que você vai perder. - Lydia disse a Ralph, o detetive bufou com desdém.

—Blasfêmia! - Ralph exclamou. - Passei anos treinando na academia para me tornar polícia, um garotinha de doze anos não vai me vencer.

—Dezesseis, cara. - Lydia o corrigiu um tanto irritada. Emma não precisava nem olhar para saber o que iria acontecer.

Ralph não sabia, porém Lydia havia sido treinada por uma das melhores mestres que poderia existir. Sara Lance. Os últimos dezesseis anos da vida de Lydia foram entre treinamentos, aulas e aperfeiçoamento, era óbvio que ela não havia dedicado todo o seu tempo a isso, Ray nunca deixaria sua filha se tornar um pequeno monstro sabe tudo que pode quebrar o pescoço de alguém apenas com um golpe, ele sempre prezou para que Lydia tivesse uma infância normal a bordo da nave. Emma se lembrava de alguns encontros que havia tido com Lyds quando ambas eram mais novas, a garota nunca calava a boca e insistia em comandar todas as brincadeiras, seu espírito de liderança batia de frente com o de Tommy, o que acabava por gerar uma mini discussão que por muitas vezes se seguia de socos e chutes providos dos dois lados.

—Diga-me quando quiser parar. - Lydia disse sorrindo para Ralph que arfava um tanto cansado. O não uso de seus poderes acabava prejudicando seu desempenho em combate corporal.

—Eu...eu tô bem. - ele disse um tanto ofegante. Emma riu. - Segundo round?

—Se você quer. - Lydia se preparou novamente para o combate, mas para a sorte de Ralph, Caitlin os chamou para o córtex dizendo ter uma nova pista sobre o Argonautas, porém, antes de sair, Cisco indagou em voz baixa.

—Quem é ela?

Emma então se lembrou que não havia tido tempo para falar com Cisco sobre Lydia.

—Essa é Lydia Lance. - disse, ele então a olhou incrédulo.

—Filha de Sara?

—Totalmente.

Cisco riu perplexo e saiu sorrindo como se tivesse acabado de saber que Hogwarts existe. Emma riu e se virou para Lydia.

—Você não devia ter feito isso. Não devia ter dito a verdade a ele.

—Mas eu não disse. - se defendeu diante do olhar acusador da garota loira. Lydia arqueou a sobrancelha e cruzou os braços, pose típica de Sara Lance, Emma riu novamente. - Olha, sei que Ralph guarda o sorvete em um pote escrito picles no fundo do congelador, acho que podemos comer um pouco antes dele notar.

—Só se for de morango.

—Não posso assegurar isso, mas cruze os dedos. - falou passando o braço pelo de Lydia e a puxando para fora da sala de treinamento.

[...]

Emma não podia ver o futuro como Cisco ou viajar constantemente para ele como Sara, mas ela podia muito bem prever quando algo daria errado apenas de olhar para uma situação.

Embora Oliver e Felicity estivesse sorrindo com calma, Emma sabia que em algum momento aqueles sorrisos iriam desaparecer dando lugar a expressões preocupadas ou levemente irritadas.

—Visita surpresa do tio Ollie e da tia Feli? Ah não, algo vai dar merda. - Lydia resmungou parecendo concordar com o pensamento de Emma.

—Não é exatamente surpresa já que eles haviam avisado ao papai hoje de manhã. - disse em voz baixa sem olhar para o casal um pouco mais a sua frente. - Foi por isso que mamãe chamou Cisco e Ralph, eles haviam chegado para falar sobre o Argonautas. Tia Feli ainda está irritada porque quebraram a janela da casa dela e tio Cisco está irritado porque quase quebraram a cabeça dele.

Lydia se remexeu ao seu lado e ficou na ponta do pés pra olhar para dentro da sala. Emma se agachou elevando de leve o corpo para frente.

Então de repente Emma sentiu um arrepio subir pela sua espinha, olhou para trás e o viu. Sua primeira reação foi virar totalmente o corpo o que acabou por desequilibrar Lydia a fazendo cair totalmente para frente e sobre ela, acabando com a espionagem das duas.

—Tommy. - sussurrou baixinho, estava tão perplexa com o fato do Queen estar ali que mal notou os passos que apressados saíram do córtex e pararam no corredor.

Tommy arregalou os olhos para algo atrás de Emma, a garota se virou dando de cara com Oliver.

—Quem é você? - o arqueiro indagou, Tommy não teve tempo de responder pois logo que Oliver terminou a pergunta um portal se abriu do lado do garoto que pulou nele desaparecendo.

Emma pareceu observar tudo em câmera lenta enquanto todos a sua volta corriam para achar o garoto misterioso. Por um único instante ela achou que Tommy havia conseguido escapar, porém, assim que Barry entrou no córtex minutos depois, ela pode ver em seu rosto o que mais temia.

—Eles não conseguiram fugir. Os prendemos na pipeline. - ele informou contente com o último ato. Emma tentou evitar sua cara de desespero, mas a única coisa que conseguiu foi uma cara de constipação.

—Espera, e são dois? - Felicity indagou surpresa.

—Uma menina e um menino. - Barry disse. - Mas não quiseram dizer os nomes.

—Por quanto tempo eles vão ficar lá? - Emma questionou tentando não passar o temor em sua voz.

—O quanto for necessário. - foi Oliver quem respondeu, sua voz autoritária fez Emma tremer por dentro. Eles estavam tão ferrados.


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