P.O.V. Edward Cullen

Ele mais uma vez passou a faca no meu braço, me fazendo gritar irritado e com dor, eu sentia meus braços úmidos do sangue dos outros cortes, que estavam doendo e pulsando como o inferno.

— Hum, será que faço mais um? Ou já encerro meu servicinho? – Perguntou pensativo.

— Você vai pagar por cada corte desses. – Rosnei irritado. Eu estava possesso de ódio, a perda do sangue me enfraqueceu um pouco, mas nada me faria odiar menos esse cara.

— Eu ainda tenho Irina Denali para matar, depois eu posso partir daqui e mudar de nome, Cullen. Simples assim, a Swan está presa no meu porão sem qualquer forma de se comunicar, só vai sair de lá quando e se eu for lá. Posso deixá-la lá para apodrecer. – Ele falou, me olhando com um sorriso sarcástico. Usei toda a minha força para dar uma cabeçada nele, o fazendo gemer.

— Não ouse fazer nada a Isabella, seu cretino.

— Isso vai ter um preço. – Ele falou, rindo e limpando o sangue que escorria no canto da boca.

— Você que tem um preço a pagar, por todos que você matou!

— Ah, eles eram inúteis. – Falou, fazendo pouco caso.

A cada momento eu ia ficando mais tonto, mais fraco. Ele pegou a faca e fez mais um corte, dessa vez foi na perna, e o local começou a arder imediatamente.

— Seu filho da puta!

— Não xingue minha mãe, é um alto preço. – Falou ironicamente. – Mas vou te matar de qualquer forma, até...

Ele foi interrompido por um som alto de pneu derrapando, o que o deixou confuso.

— Vou ver o que diabos é isso, depois acabo com você. – Ele falou, pegando sua arma que aparentemente estava grudada embaixo de uma mesa próxima, mas antes dele sair, falaram alguma coisa:

— Caius, nós sabemos que você está aí, saia daí imediatamente. – Draco falou, me fazendo suspirar aliviado. Onde Bella está?

— Como descobriram que eu estava aqui? – Ele perguntou, aparentemente nervoso.

— Nós temos nossos meios, agora saia com as mãos levantadas.

— Eu não vou sair porcaria nenhuma! Eu tenho Edward aqui dentro, eu posso muito bem matá-lo se eu quiser.

Ouvi uma série de xingamentos lá de fora, depois houve uma resposta.

— Você está cercado, acho melhor se entregar.

— Não tenho nada a perder!

— Tem sua carreira, sua casa, tudo seu. – Harry falou.

— Foda-se tudo isso, eu não quero saber de nada disso. – Ele respondeu, parecendo meio transtornado.

— É só se entregar e confessar seus crimes, quem sabe você não pega uma pena menor.

— Eu sei que vou pegar perpétua, nem vem com esses textinhos ensaiados para cima de mim. Se esqueceu que eu estou nesse ramo à anos? – Ele alternava olhares entre mim e a porta, parecendo discutir sobre o que fazer.

— Então você deve saber que se entregar é o melhor a fazer.

— Eu não vou para a droga de lugar nenhum.

— Vai por bem ou por mal, Caius. – Bella respondeu. Ainda bem que ela está a salvo.

— Veremos. – Ele falou, dando uma risada sarcástica.

Sons de tiros ecoaram no local, ouvi eles gritando mas tudo apagou.

(...)

Quando me senti consciente eu escutei barulhos de bips, eles estavam apitando com alguma frequência. Quando tentei abrir meus olhos a claridade fez meus olhos arderem, então fechei e tentei abrir novamente.

— Edward?

— Bella? O que aconteceu? – Perguntei, começando a analisá-la.

— Você está sentindo alguma dor? – Perguntou, ignorando minha pergunta e passando a mão em meu rosto com cuidado.

— Eu gostaria de um pouco de água. – Falei, sentindo minha garganta seca.

— Certo. – Ela falou e ia saindo quando eu segurei a sua mão.

— Estão todos bem?

— Sim, quando trouxer a água eu explico o que aconteceu. – Respondeu, dando um sorriso pequeno e eu soltei sua mão.

Ela se foi e eu olhei ao redor, vendo apenas o quarto branco do hospital e uma bolsa na poltrona onde ela estava. Pouco depois ela voltou com um copo e me deu a água.

— Tem certeza que não está doendo? – Ela perguntou, passando as mãos nos curativos em meu braço.

— Não, estou bem.

Então ela fez o inesperado, me deu um soco no ombro.

— Nunca mais faça isso de novo, Edward Cullen! – Ela exclamou.

— Não precisa me quebrar todo também. – Reclamei irritado. – Não vai me dizer o que aconteceu?

— Eu acordei no porão do Caius, tentei me comunicar com Draco pelo nosso comunicador e deu certo, por mais que eu tenha me achado meio idiota. – Ela falou, rolando os olhos. – Eles não demoraram muito a chegar com reforços, eles me tiraram do porão e um dos policiais achou o aluguel daquele galpão, então nós fomos atrás de você. Eu nunca senti tanto medo. – Ela falou, passando a mão em meu rosto novamente, eu beijei a palma dela. – Nós tentamos fazer Caius se entregar, mas ele não queria ser preso. Draco foi um imbecil e tentou arrombar a porta, porque não estávamos te ouvindo. Quando ele abriu, Caius deu um tiro no abdômen dele.

— Ele está bem? – Perguntei alarmado, quando tentei fazer força com os braços para sentar eles doeram.

— Sim, a bala não atingiu nenhum órgão. – Ela respondeu, sorrindo. – Inclusive ele está à três quartos de distância daqui. Enfim, Harry vinha atrás dele e atirou em Caius, quando a ambulância chegou não tinha mais jeito.

— Ele morreu? – Perguntei surpreso. Ela assentiu.

— A bala atingiu três órgãos dele, não tiveram muito o que fazer. Você perdeu muito sangue, teve que receber o do seu pai para melhorar, ele e Esme estão na cafeteria agora, devem estar vindo.

— Ele não te machucou, sim?

— Não, estou bem. Mas quase morri de preocupação vendo você coberto de sangue e cheio de cortes, pensei que iria te perder. – Ela falou, sussurrando a última parte.

— Desculpe.

— Você não tem com o que se desculpar, queria que Caius pagasse na cadeia por tudo o que ele fez. – Ela falou frustrada.

— Eu também, Bella. Prometo recompensá-la por toda a sua preocupação. – Falei, dando um sorriso culpado.

— Você não teve nada a ver com isso, mas eu adoraria ter um tempo de qualidade com você. – Ela falou.

— Eu aprecio a ideia também.

E talvez eu consiga dizer a ela as três palavrinhas que estavam engatadas em minha garganta.