Arena Mortal escrita por Nyna Mota


Capítulo 8
Capítulo 7 - Por ela


Notas iniciais do capítulo

Oie, alguém ainda aqui?
Quem é vivo sempre aparece ne! Kkkk
Boa leitura!



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Entrei no carro incomodado. Eu não queria aquilo, aquela proximidade, eu não queria tanta coisa na minha vida, não queria que tanta coisa estivesse acontecendo, mas infelizmente estava.
Sentei do lado do carona enquanto uma Isabella saltitante vinha em minha direção. Era incrível como ela ainda conseguia sorrir em meio a tanta tristeza, tanta sujeira e tanta dor. Eu sabia que doía, sabia que ela sofria, perder Renée foi algo que lhe tirou o chão. De todos na mansão Swan.
Nunca vou me esquecer do olhar de satisfação de Charlie ao contar que após a briga Renée pegou o carro, abandonou a filha, e saiu sem direção, que no meio do caminho teve um acidente. Não dava pra esquecer sua falsidade ao chorar em cima do caixão, enquanto sua filha jazia desesperada nos braços da empregada. Desmaiando e acordando após perder seu porto seguro, sua mãe, seu guia.
Por um tempo achei que ela fosse quebrar, desistir, fraquejar, mas não, não Isabella. Ela se reergueu, levantou a cabeça e sorriu, e continuou, continuou boa.
— Animado, Edward? - ela questionou ao entrar no carro.
Resmunguei baixinho, mas ela ignorou meu mau humor e continuou animada começando a me explicar como funcionava o carro, da forma com ela aprendeu com a mãe dela, já que Charlie nunca teve tempo pra ela.
Seu sorriso era doce, tinha uma pontada de tristeza, mas ainda assim era verdadeiro.
— Entendeu?
Assenti envergonhado, pois tinha perdido toda a explicação prestando atenção em seu sorriso.
Ela saiu da mansão dirigindo devagar, explicando passo a passo do que estava fazendo e do que precisava fazer.
— Você mudou. - Sua afirmação me pegou de surpresa.
— Eu mudei. - Não tinha o que contestar, os últimos meses, sem Renée, tinham mudado tudo.
— Sempre senti algo escuro em você, Edward, mas agora. Agora é como se não tivesse mais nada de luz em você.
A encarei assustado em como ela me lia tão bem.
Éramos apenas dois jovens de 17 anos, com toda uma vida pra descobrir, mas um peso enorme na costas.
Isabella nunca esteve tão certa, quase não tinha mais luz em mim, na minha vida. A única parte boa que restava era ela, e ainda assim eu não poderia tê-la, nunca.
A aula de direção acabou, e com a saída dela de perto de mim tudo de bom ia junto.
Me foquei apenas na luta que teria aquela noite, senti a adrenalina vir. Fui pro quarto, o pequeno espaço que por breves momentos era meu. O saco de areia pendurado em um canto, uma cama de solteiro, uma pequena cômoda, um livro em cima. Era tudo que eu tinha. Meu bem mais precioso se encontrava no andar de cima, se arrumando para ir ao shopping com alguma amiga.
Certa amargura me tomou. Eu nunca iria a lugar algum comum com ela, não junto com ela, mas como guarda-costas dela, um vigia para Charlie. Essa era a função de quem a seguia. Muita pouca proteção.
Tirei a blusa e soquei o saco de areia que jazia ali parado, soquei com toda a força que tinha, com toda fúria, toda tristeza, toda a dor que tinha em mim. E vos digo, não era pouca.
Suor escorria pelo meu corpo, meus músculos protestavam, ainda assim não parei, soquei e soquei, e soquei até a exaustão me tomar e me levar ao chão. Quando o ar saía em lufadas enquanto eu estava caído percebi que era assim que me sentia por Isabella, ela era como o ar que eu respirava, e longe dela me sentia arfante, sem chão. Foi exatamente nesse dia que percebi que a amava com todo meu ser. Que não era só uma paixão jovem, que não era só atração, era o mais simples, puro e complexo amor.
Fiquei jogado ali. Ouvi seus passos ao descer as escadas, ouvi sua voz ao se despedir de Sue, continuei ali imaginando mil cenários onde eu estaria junto. Cenários esses que viveria apenas na minha mente.
Horas se passaram, eu tinha de ir, tinha que lutar. Essa noite eu estaria na Arena. Me banhei rápido, não tirei a barba rala que estava nascendo, odiei os olhos que me fitavam do espelho.
Me vesti e fitei o nada, o vazio que era o quarto vivia dentro de mim.
Gritos me alertaram de problemas, peguei a arma que odiava de dentro da cômoda e saí sem pressa do quarto, fosse quem fosse o inimigo, ali era o fim. Meu único alento era saber que Isabella não estava em casa. Talvez quem sabe ali seria o meu fim, o momento que minha alma desprenderia do corpo e teria paz.
Mas não. A imagem que tive gelou todo o sangue do meu corpo, e então esquentou. Eu achava que já tinha sentido ódio antes, mas ali eu soube o que era ódio de verdade, e ele consumia todo o meu ser. Ryan e Isaac, dois capangas que morreriam, seguravam Isabella, ela chorava, seu rosto estava vermelho devido a alguma agressão, Sue chorava baixinho num canto.
— Sua puta! Você acha que pode sair e se esfregar com qualquer um?! Você faz só o que eu mando, Isabella! Você não vai ser como a vadia da sua mãe.
Charlie levantou a mão pra acertar mais um tapa, mas não na minha frente. Eu jamais permitiria, e faria da minha vida uma forma de proteger Isabella dele.
— Soltem ela.
Minha voz foi firme, grave.
— Mas que diabos você pensa que está fazendo, moleque!?
Ninguém se mexeu.
— Eu mandei soltarem ela! - Um rosnado saiu do meu peito.
Continuei segurando a mão dele.
— Agora, porra! - O grito saiu enquanto sacava a arma.
Os homens se afastaram dela. Ela caiu no chão desajeitada, magoada, ferida.
Empurrei Charlie pra longe dela mas não ousei me abaixar. Não iria cometer o mesmo erro de novo.
— Sue, vá com ela. - A empregada não esperou um novo pedido.
— A partir de hoje, Charlie, você não toca nela ou eu juro, eu mato você, e mesmo morto eu volto pra te assombrar.
Não era a primeira vez que o enfrentava, mas era a primeira vez que ele via a sede de sangue em mim.
Cada pancada que recebi naquela noite eu abracei com amor, afinal, ela estava bem, ela não seria mais ferida. O meu amor por ela era forte demais pra ser algo frágil como uma paixão.
As coisas mudaram, eu mudei, mas o que sentia por ela só se transformou no amor de um menino, para o amor de um homem.
Foi assim, que dali em diante, ela passou a ser usada contra mim.

***
— Voce não vai fumar dentro do carro, Edward! - Ela era mandona demais.
Fechei a cara mas apaguei o bendito cigarro.
Fui pro lado do motorista, enquanto ela entrava no passageiro. Estava empolgada, animada. Uma música pop animada começou a tocar, ela cantalorava me acalmando de um jeito que cigarro nenhum no mundo seria capaz.
Enquanto guiava o carro ela olhava a cidade, às vezes olhando pra mim furtivamente, enquanto eu olhava ao redor com receio de sermos seguidos.
Uma mão travessa foi parar em minha coxa, quase me fazendo perder o controle do carro. Sua mão era quente e macia por cima do jeans, seu cheiro tentador, sua bochechas coradas pela ousadia, seu sorriso confiante. Ela era maravilhosa e seria minha morte.
Encostei o carro de qualquer jeito e a beijei, apertei seu corpo junto ao meu, louco de desejo, de vontade, de saudade.
— Você será minha ruína, gatinha. - Lamurei contra seus lábios arfantes.
— Ótimo! Iremos pra lama juntos. - Ela tentou me beijar de novo, mas me afastei gentilmente.
Era dia, no meio da rua, alguém poderia ver.
— Em casa, gatinha.
Com uma piscadela voltei a ligar o carro, a mão traiçoeira voltou ao maldito lugar que tanto me tentava. Meu membro correspondia ao seu toque. Eu estava fodidamente excitado e com uma ereção com apenas sua mão.
Era tão fácil estar com ela, me entregar a ela, mas não podia, não ainda.
Dirigi até a casa de Rosalie, me controlando pra não atacá-la, sua pequena mão tentadora durante todo o percurso acariciou minha coxa, por diversas vezes quase a tomei bem ali naquele maldito carro pequeno, em plena luz do dia, com todos ao redor olhando e vendo-a gritar meu nome quando chegasse ao ápice do prazer.
Me contive por diversas razões, entre as quais, ela merecer mais do que uma trepada dentro de um carro. Ela merecia flores, velas e champanhe. O risco que corríamos de alguém nos ver e as consequências daquilo. Sua segurança. E todo o prazer dela era só pra mim, só pro meus olhos, ouvidos e olfato. Ela era somente minha.
Parei o carro em frente a enorme casa de Rosalie e a olhei. Ela era minha. Minha garota. Minha gatinha. Sorri e acariciei suas bochechas.
— Você é uma gatinha má, baby.
O sorriso estampado em seu rosto aumentou.
— Não sou má, amor, apenas quero você, todo você.
Não era só de sexo que ela falava, apesar disso estar incluso. Era de mim por inteiro, minhas marcas, cicatrizes, carga emocional e o diabo a quatro que viesse comigo. Ela estava disposta a aceitar tudo. Todas as consequências que estar comigo significavam.
Uma batida na janela me fez pular e ficar em alerta. Inferno! Com ela eu abaixava a guarda.
— Ei, casal, acho melhor entrarem. - Emmett ria, mas tinha um olhar calculado em seu rosto, ele também sabia dos riscos.
Bella riu com ele, não notando aquele fio de tensão.
Saí do carro indo com eles para dentro, Bella tentou pegar minha mão, eu afastei. Se alguém visse, se alguém errado visse, estaríamos perdidos. Ela estaria perdida. E eu jurei protegê-la com minha vida.
Um olhar magoado tomou seu rosto antes sorridente. Era tão difícil lidar com aquilo. Ela precisava entender, colaborar comigo.
Me mantive firme entrando na luxuosa casa da loira que nos aguardava logo mais.
O abraço entre as amigas foi um misto de alívio e compreensão. Era bonito algo assim, algo que eu não tinha.
— Então aí está o poderoso Tiger que nos segue e cuida pelas sombras. - Rosalie falava com deboche, eu não sabia como reagir.
— Obrigada! - Ela se jogou em meus braços e eu não soube o que fazer. - Obrigada por ontem, e por sempre. Bella sempre fala que você fica por perto, eu só… obrigada.
Ela murmurava enquanto me abraçava.
— Sabe, quando uma pessoa abraça outro, é comum que ela passe os braços em torno dessa outra e retribua o abraço. - Eu ri sem graça e a abracei.
Contato humano me era estranho. Os contatos que eu conhecia eram breves apertos de mãos, a pele suada de Hannah enquanto a fodia de todas as formas possíveis. E toques violentos de ossos quebrando, pele inchando. Abraços assim me eram estranhos, mas era estranhamente bom.
Ela me soltou com um pequeno sorriso no rosto. Eu me sentia encabulado, desconcertado, sem saber o que fazer. Olhei pra Bella que tinha um pequeno sorriso no rosto. A puxei pros meus braços, me escondi em seu cabelo, sentindo seu cheiro. Meu lar. Meu lugar.
— Bom, eu disse que ele não mordia, Rose!
— Se eu fosse você eu ia querer mais é que ele morda, um homem desses! - Todos riram e me escondi mais nos cabelos de Bella.
— Ora, homem, saia de detrás dela, vamos sentar e comer. - Emmet saiu nos puxando, eu apenas os segui.
Apesar do luxo da casa, Rosalie era uma garota simples, sentou no chão da sala, encostando sua cabeça na perna de Emmett que estava no sofá. A interação entre os dois era íntima, de quem se conhecia profundamente. Analisei a posição em que estavam, o quão relaxados estavam. Eles estavam juntos, ou ao menos tinham algo.
Minha boca escancarou. Eu não sabia o que dizer.
Era tão fácil pra eles. Senti inveja.
Bella puxou minha mão para sentar como os dois.
Ela no chão, eu no sofá. Uma conversa tranquila fluía, algo sobre o meio ambiente e a poluição. Eles comiam enquanto eu observava, estava fora do meu habitat.
— Come, gatinho. - Isabella colocou um pouco de comida em minha boca.
Sorri agradecido e afaguei seu rosto.
— Cara vocês são lindos juntos. - Sorri abertamente dessa vez.
Rosalie tinha razão éramos lindos juntos.
Meu celular tocando parou a conversa, todos me olharam. Todos esperavam que fosse Charlie, que fosse algo perfurando nossa pequena bolha dentro daquela casa.
A interrupção vinha de outra pessoa, uma outra parte do meu mundo.
— Fala.
— Onde você está? Alice não me diz nada. Boatos correm no nosso mundo, Tiger.
— Estou bem, Hannah. Nada com o que se preocupar.
O olhar de Isabella mudou drasticamente. Olhos em fenda. Ciúmes.
— Pro inferno que não vai falar, Tiger. Alice está comigo, estamos indo pra sua casa.
— Não estou em casa, Hannah.
Bella se afastou de mim, levantou e se sentou no sofá distante. Rosalie e Emmett ouviam atentamente.
— Mais tarde passo lá pra conversarmos.
Bufei exasperado.
— Isabella estará comigo, Hannah.
Todos arfaram, revirei os olhos.
— Isso sim é uma novidade. Enfim resolveu parar de perder tempo. Isso é bom. Uma pena que tenha que te perder por isso.
— Hannah…
— Sem estresse, Tiger, eu e Alice apenas vamos pra conversar, as coisas mudam com isso.
Fechei os olhos irritado.
— Hannah, depois eu converso com você e com a Alice, por ora vou ficar com Isabella, ela precisa de mim.
Ouvi o som dela bufando.
— Estamos aqui por você, Tiger, não se esqueça. - Ela desligou.
Eu nunca esqueceria, não dela e da Alice.
Guardei o celular, e encarei as pessoas da sala.
Pigarreei e encarei Isabella.
— Acho que chegou a hora de tratar de negócios.
O semblante de todos mudaram. Era uma operação tática para acobertar Isabella e eu.
Rosalie e Emmett eram essenciais, assim como Alice e Sue.
Eu não gostava daquilo, eram muitos, era arriscado.
Fechei os olhos implorando por uma solução.
— Não quero que se arrisquem, as consequências…
— Todos sabem do risco, Tiger. - Emmett falou.
— Edward, nós queremos fazer isso, cada um que está se comprometendo a ajudar a ir contra Charlie, não é só por você. - Rosalie parecia tão sensata, seus olhos verdes era tão sinceros. Mas a versão de Charlie que ela conhecia era tão diferente da que eu conhecia.
— Eu só vou perguntar uma coisa, Edward, e a resposta é sim ou não, nada mais. - Isabella estava de pé, me encarando séria. - Você quer ficar comigo ou não?
— Isabella...
— Sim ou não, Edward?
— Sim, mas... - Novamente fui interrompido.
— Então pare! Pare de reclamar, pare de inventar desculpas! Pare de fugir! Todo mundo sabe dos riscos, Edward, todos são maiores de idade! E eu não sou a porra de uma boneca de porcelana! Posso decidir por mim, não sou intocável, Edward.
Eu estava chocado.
— Se seguirmos direitinho o que foi decidido, tudo dará certo, mas… - Emmett quebrou um pouco a tensão, mas sua hesitação deixou as meninas apreensivas.
Mas não eu. Eu sabia o que era, e já tinha um plano.
— Mas o que, Emmett? - A loira questionou.
— Mas esse plano é temporário. Não é algo pra longo prazo. - Eu disse encarando a janela.
Isabella me fitou. Ela sabia o que significava.
— Quanto tempo? - Questionou.
— Não sei.
E eu não sabia mesmo.
Os pais de Rosalie chegaram. Sr e Sra Cullen.
A porta foi aberta, assustando os demais. Virei em direção à porta.
— Olá, crianças. - A Sra Cullen disse sorrindo.
Seu sorriso era gentil.
— Boa tarde. - O Sr Cullen tinha os mesmos olhos calmos e verdes.
— Chegaram cedo. - Rosalie levantou e cumprimentou seu pais, seguida de Bella.
— Não vai apresentar seus amigos, Rose? - Carlisle olhava entre eu e Emmett com a sombrancelha arqueada, ainda com um sorriso de lado.
— Pai, Mãe, esse é Emmett, meu namorado.
Acho que a apresentação pegou Emmett de surpresa pois o mesmo ficou branco e arregalou os olhos.
Não segurei a risada, que era estranha até mesmo pra mim.
— E esse é Edward, tio, meu namorado, mas papai não pode saber!
A risada morreu na hora. Agora eu quem estava branco.
— Ah, minhas meninas namorando, isso não é lindo, Carl!? - A Sra Cullen abraçou as meninas, depois Emmett e então eu.
Seu abraço era apertado, que transmitia cuidado, aconchego.
Retribui de forma estranha. Ela sorriu e deu um tapinha na minha mão.
— Querida, saberei se é uma coisa boa após mostrar pra eles minha coleção de bisturis. Tem alguns bem antigos e enferrujados, mas que ainda manejo muito bem.
Não era medo o que eu sentia, talvez desconforto.
As meninas riram.
— Não seja mau, Carlisle!
Eles sentaram conosco nos sofás, conversando banalidades.
Era uma realidade muito fora do que eu vivia. Me sentia um estranho olhando pro meu corpo ali, conversando sobre as próximas eleições, meio ambiente e a educação nos países em desenvolvimento. Era uma cena que jamais imaginei, era tão comum.
Bella me olhou e piscou um sorriso. Retribui o sorriso com sinceridade. Apesar da estranheza eu amava estar ali com ela, com todos eles, me sentindo parte de algo, de um grupo. Ainda tinha medo do risco ao qual estava os colocando na mira, mas por um instante esqueci de tudo e aproveitei o momento.
Os pais de Rose eram engraçados e joviais, eles gostavam de conversar, de estar com as filhas, porque ali Bella também era filha deles.
Já era fim de tarde, era chegada a hora de ir. Isabella ainda estava distante de mim, e essa distância não me agradava.
— Volte sempre, Edward. - A Sra Cullen me abraçou novamente.
— Vamos marcar uma noite de poker, rapazes, vai ser divertido. - Carlisle era simplesmente incrível.
— Vejo você depois, cara. - Emmett apertou minha mão.
— Tchau, Ed, e relaxa, ela só precisa que você a pegue de jeito pra largar de marra! - Rose beijou minha bochecha corada e foi se despedir do namorado.
Ed… era ainda mais estranho que Edward, mas não me importei.
Dirigi com uma Isabella ainda calada, seu silêncio me incomodava.
— Porra, Bella, fala comigo! - Gritei exausto daquele gelo. Eu já estava acostumado com ela, e só tinha se passado um dia.
— Falar o quê, Edward, se você me trata com uma criança, se você tem medo…
— Eu tenho medo de te perder, medo de alguém se ferir, de sofrer mais, perdão. - Gritei de volta. - Será que não vê? Eu não tenho nada, Isabella, nada pra te oferecer, não sou nada, tudo que tenho são 3 mulheres teimosas na minha vida, que me deixam louco, mas que ao menos tenho que manter vivas, e agora tem Rosalie e Emmett e…
— E a vida é um risco, Edward, e estamos nessa juntos!
Ela ainda não entendia, não a fundo, ou talvez eu que não entendesse, por tanto tempo fiquei só.
— Estamos nessa juntos, gatinho.
Eu havia parado o carro na porta do prédio, ela sentou em meu colo de mau jeito. Ela acariciou meus cabelos, minha barba.
Eu sentia tudo dela, toda sua entrega, eu a queria.
— Eu preciso de você, Bella, preciso tanto.
— Eu estou aqui, amor.
Seu beijo foi quente, duro, marcando presença. Suas mãos se infiltraram na minha blusa, arranhando minhas costas.
Grunhi enquanto mordia seu lábio, empurrei-a contra o volante, me apossando de seu pescoço.
— Quero você, Edward, quero todo você. - Sua fala foi seguida da tentativa de tirar minha blusa.
— Bella… - Ela olhou no fundo dos meus olhos.
— Eu te conheço, Edward, cada lado seu, o bom e o ruim, e amo todos eles, não há nada mais íntimo que isso.
Ela me queria, de todas as formas. Mas não seria aqui, não dentro do carro.
Seria na nossa cama.
Eu não tinha seda ou flores pra oferecer, não tinha dinheiro, posses ou estudos, só tinha a mim, e era tudo que ela me pedia. Eu era todo dela.
Saí do carro com ela, seguindo em direção ao lugar que se tornaria nosso refúgio, onde a tornaria minha de forma plena.


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Notas finais do capítulo

Depois de tanto tempo, enfim apareci.
Eu amo Arena Mortal e não pretendo largar ela, aconteceram algumas coisas que me impediram de postar. Primeiro um bloqueio horrível, depois vieram problemas de saúde, problemas familiares, pós graduação e estudar pra concurso. Tudo virou uma bola de neve na minha vida, estava exausta, mas voltei, e espero que alguém ainda esteja ai kkkk
Kawanne Carrera que corrigiu pra mim! Sua linda obrigada!
Tia Chloé e Tia Lola sempre me apoiando, até quando eu não tinha nenhuma vontade de escrever. Obrigada meninas.
E a vocês, que leram e comentaram, obrigada.
Estou tentando responder os comentários, aos poucos vou conseguir!
Até breve.
Beijinjos
23.07.2018



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