Arena Mortal escrita por Nyna Mota


Capítulo 25
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Então chegou a hora de nos despedir do nosso casal favorito!

Boa leitura!
Vejo vocês lá embaixo.



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— Então você vai mesmo sair com Peter? — Perguntei a Alice ainda sem a encarar.

— Sim eu vou. — Ela respondeu simplesmente.

Enfim a encarei.

Não é que Peter fosse ruim, é só que ele era tãaaooo calmo, que chegava a ser chato e dar sono.

— Não me olhe assim Bella! — Ela reclamou dando a volta em um grupo de pessoas e indo pra uma parte mais calma da livraria abarrotada.

— Mas e Jasper? Apesar de todo esse tempo, você ainda gosta dele, certo?

— Existem amores que não eram pra ser.

Olhei pra ele chocada, mas ainda sim compreensiva.

Por muito tempo achei que meu amor não fosse pra ser, mas enquanto olhava meu marido se preparando para fazer mais uma dedicatória não pude concordar.

Toda a luta, toda a distância, o medo, o sofrimento tinha valido a pena quando o via chegar em nossa casa e pegar Lucas no colo, quando me apertava em seus braços e me amava com paixão.

— Na verdade, eu acho que basta apenas querer.

Ela olhou pro mesmo lugar que eu olhava.

— Ainda não consigo acreditar que vocês superaram tudo.

Eu ri do seu ar surpreso e assombrado. Alice sempre torceu por nós, mas foram muitas barreiras.

— Não é como se tudo fossem sempre flores Alice, mas sim, estamos fazendo dar certo.

— Jasper não vai largar a vida badalada de promotor de Detroit para vir pro interior como Emmett fez por Rosalie. E eu quero, não, eu preciso de calmaria Bella. — Alice parou. — Essas idas e vindas, o sexo casual, não é o quero e o que preciso, por isso terminei o que tínhamos.

Concordei com a cabeça, mesmo não concordando com ela.

Eles realmente se gostavam, eu torcia muito pra que ficassem juntos, mas Alice quis ir pra longe, quis alguém presente, alguém calmo. Uma segurança, uma fortaleza. No fundo eu torcia pra que fossem fortes e superassem tudo, mas nem todos tinham a mesma persistência que Edward e eu. Me sentia frustrada porque no fundo eu sabia que Alice o amava, ainda que ela negasse, e como Alice merecia ser amada!

Havia um ano que havíamos mudado de Detroit pra Seatlle. Tanto Edward quanto eu queríamos fugir de tudo que a nossa cidade natal nos lembrava, queríamos recomeçar.

E foi o que fizemos, consegui um emprego no hospital municipal graças a Carlisle. Eu continuava como sócia de Rosalie da clínica, recebendo ainda que não estivesse lá, a loira recusou minha saída, me aceitando no administrativo e me enviando tudo que fosse preciso ser feito por email e por reuniões virtuais.

Com um pouco do recurso que tínhamos Edward abriu uma academia de boxe. Ele era bom naquilo, muito bom, instintivamente sabia como o corpo devia se mover e estava prosperando aos poucos.

Foi difícil me afastar fisicamente dos Cullen, que cuidaram e me protegeram mais que qualquer outra pessoa no mundo, mas eu precisava de um recomeço.

Três meses após chegarmos Alice veio também. Éramos sua família, ela estava cansada da distância, da saudade, e da agitação de Nova York. Ela nunca admitiria e e eu nunca a pressionaria mas sabia que os fantasmas que a assombravam ainda não a tinham abandonado, torcia que uma nova cidade e nossa proximidade a ajudasse.

Se fosse ser sincera, nem os meus fantasmas haviam desaparecido.

O peso de ter matado meu pai ainda me perseguia. Eu ainda tinha pesadelos, ainda acordava achando que ele estava vivo e que iria atrás da gente. E a cada pesadelo Edward estava lá com seus braços protetores, e Luke com seu sorriso sapeca.

Meu filho! Como eu amava Luke e tudo que ele representava.

Peguei o livro que Edward havia publicado. Ele demorou muito pra me contar que estava escrevendo, ele ainda tinha suas ressalvas em se abrir, mas estava melhorando. Só pude ler quando estava completamente terminado, e não me surpreendi. Meu marido era incrível, ainda que não acreditasse nisso, mas eu sempre soube.

Abri a primeira página, com Alice ainda ao meu lado.

“Você pode achar que conhece as pessoas, você pode achar que entende o mundo que está vivendo, mas está enganado. Eu conheci toda a dor e devassidão, eu vi, vivi e fiz muitas dessas coisas. Mas será que não podemos mudar? Não podemos ter uma segunda chance? Penso que algumas pessoas realmente nunca vão mudar, mas outras tem todas as motivações necessárias. Eu estive lá, tive uma segunda e estar aqui é o que me motiva a dizer: Eu sou um filho da máfia, e você?”

Eu era filha da máfia, tantas lembranças assolavam ao ler as palavras. Filhos da máfia era mais que uma biografia de um homem que foi subjugado pela crueldade existente no mundo, era também uma amostra de segunda chance, de recuperação, de transformação.

“Existe dentro de todos os homens trevas e luz, depende de você decidir qual deles vai predominar”.

Edward havia escolhido sua parte boa, não que não tivesse sua parte ruim, tinha dias que eu queria acertar a frigideira no homem cabeça dura, mas tinha orgulho do caminho que Edward trilhou. Do caminho que nós trilhamos. De onde estávamos agora.

Os Cullen se aproximaram de nós. Luke nos braços do avô Carlisle, Rosalie abraçada com Emmett, Esme jogou o braço maternal sobre Alice, que não recuou, apenas se aconchegou um pouco mais.

Cada um deles tinha um exemplar do livro nas mãos, cada um deles veio prestigiar meu marido no que prometia ser uma publicação polêmica, mas que não acovardara o autor em momento algum, e eu amava eles por isso, pelo apoio sem julgamentos, pela presença, pelo amor que nos dedicavam.

Por muito tempo achei que não teria esse sentimento de completude, mas eu enfim, estava completa.

Senti o olhar de Edward em mim, virei pra ele e sorri.

A careta dele fez todos gargalharem. Ele odiava essa parte de publicidade, mas era um mal necessário.

***

No fim da noite todos nos reunimos na minha casa, tomando vinho, comendo pizza, rindo, brincando.

Eu amava aquele clima familiar que por tanto tempo não tive.

Sentei ao lado de Edward que tinha o filho comendo no colo, Emmett contava mais uma piada ruim, Carlisle fazia careta pro genro empolgado e embriagado.

Alice estava sentada no chão da sala, rindo de algo que falava com Rosalie.

Tudo estava quase perfeito, só faltava um detalhe.

Encostei a cabeço no ombro de Edward.

— Preciso te contar uma coisa. — Sussurrei baixinho.

Ele focou os lindos olhos verdes em mim.

Peguei sua mão e coloquei sobre minha barriga.

Eu havia descoberto naquele dia, não erámos mais três, agora seríamos quatro.

Edward demorou um pouco pra entender. Quando enfim seus olhos tiveram um lampejo de entendimento e uma lágrima escapou.

Edward me beijou de pronto, emocionado, sem tirar as mãos da minha barriga.

Toda nossa família nos olhava, a intensidade de Edward era impossível de não ser notada.

— Ok. Vocês podem falar o que ta acontecendo?  — Rose questionou.

Olhei pra todos ali, mas teve um olhar que me chamou a atenção, Alice encarava a mão de Edward na minha barriga, ao invés dos meus olhos. Ela já sabia.

— Nós vamos ter um bebê! — Anunciei animada.

Logo fomos rodeados de abraços, felicitações e tudo mais que se pode esperar de um momento como esse. Durante todo o tempo senti o toque de Edward em mim, ele nunca nos deixaria.

Edward nunca havia me falado, mas eu sabia que doía nele o fato de não ter me visto grávida de Luke, de não ter participado do parto e dos primeiros meses de vida do filho, e agora ele teria a oportunidade de vivenciar tudo aquilo.

Ele ficaria protetor e irritante, e me estressaria durante os próximos sete meses, e apesar de ficar brava eu amaria cada instante pois ele estaria comigo.

Quem olhasse pra ele só veria um homem grande, marcado pelo passado, cheio de cicatrizes e tatuagens, assustador até. Mas eu só via o doce menino que leu comigo sob a lua cheia, o doce garoto que me amou e me protegeu desde que se entendia por gente.

Por mais vezes do que fui capaz a força dele me inspirou, me influenciou, assim como ele me amou em silêncio eu o amei, a dor e o fardo dele sempre foram maiores que a minha e eu queria ser pra ele sempre motivo de alegria.

Agora erámos duas metades de um todo, dois amantes, dois companheiros, uma família.

Ali reunido com todos que amávamos, com aqueles que sabiam todos os nossos pesares, nossas dores, aqueles que estiveram conosco durante os piores momentos me senti em paz e completa.

Havíamos enfim vencido. Estávamos enfim juntos, pra sempre.


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Notas finais do capítulo

Como foi difícil chegar até aqui. Apenas algumas pessoas sabem os percalços do caminho, as dificuldade que todos vivemos todos os dias mas que de uma forma ou de outro temos que prosseguir.
Só eu sei como algumas vezes tive vontade de desistir, de apagar tudo e fingir que nunca estive por aqui, mas consegui terminar e estou orgulhosa do meu trabalho.
Sei que não agradei todo mundo, inclusive recebi comentários falando isso, que esperavam mais, mas eu amei como ficou e tive algum tempo pra refletir que cada um tem uma perspectiva diferente e que deve ser respeitada. Pra algumas pessoas cuidado, as vezes sua crítica não é construtiva e sim destrutiva. A outras pessoas foi um enorme prazer estar aqui esse tempo todo.
Foi lindo e doloroso, eu chorei em cada capítulo, eu sofri em cada detalhe, e tem muito de mim ai, então obrigada por terem lido, por terem comentado, por ter aberto e visto que AM existia.
Sempre é difícil finalizar algo e começar outra coisa nova, mas também é bom fechar um ciclo.
Hoje encerramos Arena Mortal, nos despedimos não com Tiger, sempre caloroso e intenso, mas com a tranquilidade da Bella, sua vivacidade, positividade e seu amor. Esse sempre foi o plano.
Não pretendo escrever extras apenas um spin off da Alice com dois capítulos, o primeiro já foi postado. (https://fanfiction.com.br/historia/797275/Cafe/) Espero que amem e se aqueçam com Café!
A fic que vai suceder AM será Hope, estou com frio na barriga! Já está postada, espero vocês lá! (https://fanfiction.com.br/historia/797276/Hope/)
Mais uma vez, meu muito obrigada!
Lola, Chloe, Kaw, AM não existiria sem vocês! Meus sinceros agradecimentos!
Com lágrimas nos olhos, coração apertado e muito amor declaro o fim de Arena Mortal.
PS. Responderei todos os comentários esse fim de semana!
19/11/2020.



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