Quantas voltas escrita por DiHen Gomes


Capítulo 29
29 - Valdir




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A cada semana tenho visto mais a bênção de Deus sobre minha vida!

Em três meses minha empresa cresceu tanto que a primeira filial já está a caminho! Estou arrebentando, para a glória de Jesus!

Porém há uma grande barreira em meu caminho.

— Wilson, onde estão seus resultados?

— Mas, chefe, eu estou tentando, tá difícil.

— Já são quase três meses, Wilson. Quantas vezes te falei pra tirar essa palavra da sua boca? Tá difícil. Assim fica difícil pra mim.

— Não, chefe, não é minha culpa. São os clientes que não compram nada de mim.

— Não mesmo, desse jeito!

Tiro meu celular e coloco sobre a mesinha onde fica a garrafa de café e uns biscoitos.

— Pega aí. Vende pra mim este celular.

Preciso insistir, pois até as mãos do Wilson tremem um pouco ao pegar o aparelho.

— Então, olá, senhor Valdir, tudo bem? Olha só, eu estou vendendo este celular de última geração. Um aparelho completo, com tela 3D, projetor de retina, som potente… Baratinho, oferta especial.

Cruzo os braços e viro o rosto. Wilson abaixa a cabeça e diminui um pouquinho a voz.

— Dá uma olhada aqui, que tela bonita. Esta tecnologia economiza até cinquenta por cento de energia, e o senhor pode ficar mais tempo longe da tomada, hein!?

— Não, obrigado. Já tenho um celular.

— Tem certeza que não quer este? É última geração.

— O meu também é.

— OK então. Boa tarde.

— Está vendo, Wilson? Você desistiu muito rápido!

— O cliente não quer, fazer o quê?

— Primeiro, você deve fazer amizade com o cliente. Saber do que ele gosta e não gosta, e fazer a propaganda em cima disto. Em cima das necessidades e gostos dele. Se eu estivesse de fone, eu gosto de música, você poderia falar da capacidade de armazenamento, quantas músicas cabem aí, a potência do som, o falante direcional, se esse modelo tivesse, e por aí vai.

— Mas eu não sei fazer amizade. Nem conversar direito.

— Ninguém nasce sabendo. Wilson, você tem toda a condição. Eu acredito em você, mas se você mesmo não acredita, aí eu concordo com você. Tá difícil!

Dou alguns passos para voltar à minha sala, onde tenho um job para terminar.

— Wilson, não tem como eu fazer nada. Passa no escritório depois do expediente para fazermos um acerto.

Essas coisas me deixam tão nervoso que até minha pele preta fica corada. O cara é homem barbado e não tem coragem de conversar com desconhecidos? Pelo amor de Deus, né? Vai ser mole assim não sei onde.

Tenho certeza de que a Ariana desempenharia mil vezes melhor a ocupação. Além de que ela tem espírito de guerreira, o que me faz pensar que poderia deixar a filial inteiramente sob sua responsabilidade. Se ela tem sido fiel na loja pequena dela, creio que seria fiel numa loja grande também.


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