Medellín escrita por Sorvete Ed Sheerano


Capítulo 1
Ato 1


Notas iniciais do capítulo



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Você tem seu H. P. Lovecraft

Seu Edgar Allan Poe

Você tem seus corvos cruéis

E seu assassinato de corvos

Cílios maliciosos e sua capa de Drácula

Tem um flash triplo ao passar

Pelos portões do cemitério

Porque você é tão sombria, querida

Mas eu te quero tanto

Você é tão sombria, querida

Você é tão sombria

You're So Dark - Arctic Monkeys

Segunda feira, 19 de Novembro de 2013

6:45 A.M

Washington D.C, Estados Unidos

— Bom dia, Mlle*. – Adrien passa pela garota com o sorriso presunçoso de sempre, os cabelos sempre arrumados ficaram para trás junto com seus sete anos. Agora era um homem vinte anos mais velho, formado em TI e um dos melhores agentes do FBI, com cargo e salário extras pelo diploma e professor de mandarim dos outros agentes. E claro, cabelo desgrenhado.

— Não enche! – sussurra a mais nova, seu cabelo quase azul de tão negro está preso no alto da cabeça e o uniforme impecável.

Seguia os passos do pai e havia entrado na CIA aos vinte e três, aos vinte e quatro entrou para o FBI e reside como Agente Especial há dois anos, e claro, ter Adrien fazendo parte de sua equipe, ou seja, além da sua vida social estar acabada a sua paciência já nem existia.

— Credo chefinha, só porque eu havia trazido seu café com creme desnatado sem adoçante e cafeína. – o loiro se encosta na mesa, orgulho de sua boa memória e fazendo graça ao revirar os olhos a cada ingrediente dito.

— Me dê! – Marinette arranca o copo de papel das mãos do loiro sem desviar os olhos das fichas criminosas e do computador, dá um grande gole no líquido quente e se encosta novamente na cadeira.

— Fiz certo dessa vez, Mlle? – puxa uma ficha da mesa e tenta esconder o sorriso malicioso, rindo de sua própria piada sem graça em seguida.

— É, desta vez soube fazer algo certo, agora vá procurar algo para hackear! – diz autoritária, e mais uma vez o sorriso alegre do moço desaparece devagar e o peito aperta.

Adrien amava Marinette desde o primeiro dia que foi anunciada no escritório e que o nerd faria parte de sua equipe, tentou se aproximar da garota e durante esses dois anos foi ignorado. Já havia se acostumado com o jeito frio da chefe e ele não queria nem um pouco “ir brincar na neve” como já dizia Anna de seu filme favorito. Todas as missões ele foi ignorado ou ela escolhia algum estagiário aleatório, e aquilo doía. Afinal, quatro anos de faculdade e cinco anos de FBI o tornaram o melhor hacker do seu setor como Ciberguerra, Crime Organizado, Colarinho Branco e era um dos responsáveis pela atualização da tecnologia. Foi transferido para Marinette contra os Serial-Killers que aterrorizavam os Estados Unidos, e desde 2011 ele se sente um inútil cuidando apenas da Atualização já que a chefe não “confiava” o bastante no loiro.

Estava saindo da sala quando escutou a voz rouca e forte da menina chamar seu nome, voltou rapidamente e encheu as duas esmeraldas de brilho e expectativa.

— Da próxima vez que revirar os olhos para mim, eu meto uma bala no meio da sua testa... – disse calma e o encarando pela primeira vez com os azuis frios como o inverno, estava virada para ele com as pernas cruzadas na cadeira de couro falso giratória. – Dispensado. Mon Chaton.

—______________________________________________________________

— Tadinho Mari, ele só estava tentando te fazer rir!

— Falou certo Tikki, “tentando”. – a mais nova é irredutível, o que faz a irmã bufar e fechar os olhos, “tentando” se acalmar.

— Não quer mudar de assunto? – Alya, a prima das meninas, respira fundo quase perdendo a paciência. Marinette não mudou de assunto desde que foram buscar Tikki no aeroporto, foi o caminho inteiro zombando de Adrien e sobre o modo “idiota” que ele agia, rotulando-o como mesquinho e que se achava por todos os títulos decorridos de seu cérebro inteligente. E isso estava irritando Alya mais do que o normal por ter Adrien como um irmão mais velho.

— Não, só acho engraçado o esforço dele para entrar nas minhas calcinhas. – diz rindo mais uma vez enquanto corta os legumes para o jantar, um barulho estrondoso a faz largar a faca calmamente, tinha um ótimo reflexo e já imaginava essa reação da prima previsível.

— Quando vai deixar de ser tão mala? É difícil tentar ser menos cretina uma vez na vida? Em nome de todos os seus funcionários? – bufou irritada e esfrega o rosto com suas mãos, trabalhava com sua prima, mas em outro setor, e estava cansada de abraçar Adrien todas as vezes que ele segurava as lágrimas de raiva da menina mesmo sabendo que se ela passasse em sua frente ele estaria tentando chamar novamente sua atenção.

— Já acabou? – ergueu uma sobrancelha para a morena, que grunhiu e deixou a cozinha pelo jardim dos fundos, onde estava estacionado o seu carro.

Estava chateada e puta de raiva da prima mais nova. Trabalhava no setor Linguístico e conheceu Adrien por ele ter sido seu primeiro contato naquele lugar, assistia todos os dias os olhos verdes brilharem e o garoto prontamente ir buscar o café sussurrando os ingredientes com um leve sorriso no rosto, por mais que ela não tivesse pedido. Sabia que o amigo apenas queria poder vê-la e escutar a voz de sua Lady, mas hoje de manhã, ao sair da sala da chefe com os olhos vermelhos, inventou uma desculpa qualquer e foi embora sem ao menos falar com a morena.

Todos no andar sabiam dos sentimentos de Adrien pela chefe, menos a própria.

— Alya, por favor, Mari só está cansada e... – Tikki foi interrompida pela morena chorosa, sempre fazia isso quando estava cansada, assim como ria sem parar quando estava com vergonha.

— Não Tikki! Cansada está você que voltou ontem do espaço, quem está cansada sou eu criando um filho pequeno sozinha, quem está cansado é o Adrien que é pisado pela Marinette todos os dias e recebe a mesma notícia durante esses três anos que sua mãe não foi achada! Só avisa pra ela que isso não vai trazer Kim de volta! Isso não vai trazer Juleka de volta! Ser uma completa vadia e achar que é a única que está sofrendo não vai trazer nem um dos dois! Nem Kim, muito menos Juleka! – e depois de despejar toda a raiva, sabendo que Marinette ouviu tudo com sua mania horrível de ficar atrás da porta, a morena secou as lágrimas e correu para o Porsche Espotivo prata, procurando ir embora o mais rápido para os braços de seu bebê.

Tikki suspirou, segurando as lágrimas. Realmente estava cansada, havia ficado três anos vagando no espaço, a missão era apenas uma tentativa à Marte, mas algo errado o fez mudar a rota e ficarem perdidos. Tikki fez de tudo para que sua irmã não desconfiasse de nada e chegou à Terra sã e salva depois de entrarem em contato com a nave e conseguirem voltar com o Foguete. Esse seria seu primeiro jantar em família depois de tempos, e estava arruinado.

Atrás da porta, para Marinette, sua família já havia acabado há tempos.

—______________________________________________________________

Um, dois, um, dois. Gira, arrasta o pé dela, a vira de costas, alisa a lateral do corpo, contrapasso.

— Chloé, eu não aguento mais! – Adrien se encosta na parede espelhada e escorrega até o chão. O loiro amava dançar mais do que tudo, não chegava aos pés de sua Lady, mas ele amava ainda mais dançar com a irmã e ajudá-la em suas coreografias como coreógrafa profissional.

— Quem não aguenta mais sou eu, sua cara “bati meu pé na quina” está me assustando. – a loira se joga ao lado do gêmeo não idêntico duas horas mais novo.

— Ei, a sem noção espacial aqui é você, tá? – aperta a ponta do nariz dela e a afasta após um leve tapa.

O silêncio voltou a reinar entre os dois, e ela não gostou nem um pouco, cheirava a mulher e uma que ela conhecia muito bem por sua arrogância.

Era a sensitiva dos dois, Adrien era o impulsivo. Chegou em casa mais cedo e encontrou o irmão encolhido e abraçado às pernas na banheira, um jato gelado em suas costas o arrepiava como um gato assustado. Fechou o registro, o secou, ajudou a se vestir e o puxou até o grande quarto da loira daquele duplex que dividia com o irmão.

Amplo e branco como um estúdio, uma parede de vidro para a visão dos arranha-céus da North Capital Street, cama box KingSize de costas para os prédios, uma penteadeira de madeira branca velha ao lado de uma grande arara cheia de roupas organizadas por cores e tamanhos. A maioria amarela.

Puxou o irmão para o centro e o ajudou a se alongar, colocou uma música latina e o ensinou a mais nova coreografia que estava montando para um evento de dança. Se conectaram ali, o ritmo sedutor e rápido não os abalava, ali eles eram um só, eram uma só dança.

— Desembucha, kitty. O que aconteceu hoje naquele escritório? – estava preocupada, ele era o alegre e ela a resmungona, não o contrário.

— Sabe que se eu te contar, terei que te matar. – brinca, desviando o olhar da loira. Era péssimo mentindo.

— Eu tô falando sério, Adrien. – Chloé não tinha muita paciência, era bem exigente e mandona, ser professora ajudava nesse quesito. E estava se irritando com o irmão por não confiar o bastante nele para desabafar, sempre fora fechado em relação aos seus sentimentos principalmente depois do divórcio de seus pais quando tinha sete anos, e piorou o estado quando, há três anos, sua mãe desapareceu.

— Eu tô morrendo de fome, e você? – se levanta como se estivesse fugindo de um interrogatório que vale o seu pescoço.

— Sabe que uma hora ou outra você vai me falar sobre seus sentimentos, não sabe? – Chloé continua sentada, suspirando pela falta de confiança de seu irmão.

— Sabe que até lá eu vou fugir de você, não sabe? – fala sorrindo e abrindo os braços, como se fosse a coisa mais simples.

Eles se desconheciam desde a partida da mãe, Chloé não conseguia mais se comunicar direito com seu irmão se não fossem as piadas idiotas e sem graças que escondiam os verdadeiros sentimentos. Acabou depressiva, estava visitando um psicólogo sem o irmão saber há mais de um ano, foi o período exato em que ela limpou e vendeu tudo que estava no quarto antigo, todo o luxo foi embora e a patricinha que era há três anos atrás já não existia mais graças ao crescimento mental tão rápido e bruto. Preferiu o quarto tranquilo e limpo como estava agora, ajudou em suas crises que antes corria ao banheiro agora corria para o rádio e as barras; a loira praticou bulimia na adolescência e depois do flagra do primeiro namorado, Nathaniel, não tinha motivos para se machucar e acabou enterrando aquilo que, antes estava no passado, voltou com mais força.

Os Agrestes? Estavam tentando se manter ainda em pé no palco.


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Notas finais do capítulo

Oi oi lindinhos,
Queria primeiro me apresentar como a moça que teve essa ideia de “reconstruir” nossos queridos heróis: prazer, TributoAssovertado, uma alguém que terá 16 em cinco dias!!!!!! E eu acabei de reparar que é meu aniversário daqui a cinco dias, leve!
Enfim, eu conheci Ladybug (risos nervosos de vergonha) pelo meu irmão... De quatro anos. Acontece que viciei e ao ir para a casa do meu pai e brigávamos para ver quem assistiria primeiro: Ladybug ou Patrulha Canina. Exatamente, quinze contra quatro, agora dá para entender a risada nervosa?
Enfim, nessa fic eu queria trazê-los para o mundo real e numa idade mais livre já que tirando uma fanfic que eu li (Eu Sem Você, só não li tudo porque não entra na minha cabeça o Adrien com outro alguém que não seja a Mari, tipo o Peeta e a Katniss) onde o Adrien estava com vinte e pouquinhos. Mas em Medellín eles estão beirando os trinta, afinal, criar uma carreira ótima e sólida no FBI precisa de tempo (a idade para entrar na unidade é de 23 anos). E, já esquecendo, aqui os personagens para tudo ser mais real, procurei o mais perto possível com a feição mais madura.
Bom, acho que é isso, digam-me se está bom ou não pois já excluo se não tiver futuro. Beijos e mais beijos!



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