Padecendo no Paraíso escrita por Pink U


Capítulo 10
Capítulo X




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Ele estava sentado em um dos bancos da praça (praticamente estirado, na verdade) com um livro nas mãos e milhares de letras sob os olhos. A grande maioria das pessoas diriam “Internet” mas, para Raziel, aquilo em suas mãos era a melhor invenção humana.

Nosso anjo estava completamente perdido entre páginas enquanto sua fiel companheira (como a própria Praguinha estava se chamando nos últimos dias) corria em círculos e com os pequenos braços abertos em volta do banco fazendo vários sons de avião com a boca.

Raziel tirou os olhos do livro ao ouvir alguns sussurros e colocou-se a olhar em volta. Alguns adultos olhavam a correria de sua amiguinha com desprezo e outros com dó e os cochichos vieram de algumas senhoras próximas, mas o pior foram as crianças, falavam em alto e bom som sobre como era ridículo a garotinha não ter pais.

Nesses últimos dias, já que a pequena garota era a maior tagarela que já conheceu, Raziel aprendeu e descobriu muitas coisas... Uma dessas coisas conseguiu lhe abalar o coração: a Praguinha sofria por só viver com o avô. Muitos da vila davam de ombros e a tratavam com um sorriso, mas a maioria das crianças riam dela, às vezes por não ter um lanche na creche, às vezes por não ter quem a consolasse quando tropeçava, às vezes só porque eram ruins mesmo.

Ela era tão amável ao ponto de ver as asas de um anjo, mesmo assim, eles nunca brincaram com ela (então Raziel brincaria).


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