Alien Love escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 15
Hope Volturi




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P.O.V. Hope.

Ter uma vida como a minha não é fácil. Uma mãe híbrida alienígena, um pai vampiro, um padrasto lobisomem.

Lidar com a sede de sangue, as emoções ampliadas, a força sobre-humana. Pelo menos tenho a minha prima e sempre serei assim como ela, a garotinha do papai.

Meus pais e padrasto sempre lutaram com unhas e dentes por mim. Desde o momento em que souberam da minha existência. E eu sou muito grata por isso, mas quero mais que isso. Quero ter amigos. Ser normal ou ao menos tentar.

—O que foi Hope?

—Quero ir a escola.

—Á escola? Nem pensar.

—Pai.

—Dimitre, acho que ela deveria ir. É importante que socialize.

—Eles são mortais. Vão envelhecer e morrer, só que ela não.

—Não importa. Quero ir na escola. Não podem me manter presa aqui pela eternidade. Eu mereço ser feliz não acha?

—Querida, esta família tem lutado com unhas e dentes para mantê-la viva, segura desde o momento em que soubemos da sua existência.

—Eu sei pai, mas eu não posso viver sempre com medo. Encarcerada. Isso não é vida. Isso não é viver, é existir. Não quero existir, quero viver.

Meu pai respirou fundo desnecessariamente.

—Por favor, pai. A Jean vai á escola.

—Muito bem. Muito bem.

—Legal! Obrigado! Obrigado! Eu te amo mais agora.

P.O.V. Demitre.

É difícil deixar a minha garotinha ir. Hope herdou minhas habilidades de rastreador, assim como Jean herdou a névoa de Alec e os demais dons de sua mãe. E é claro que Hope tem seus próprios poderes.

Então, Amara a matriculou na escola.

—Não vá com muita sede ao pote. Fique longe dos membros do time de futebol, eles são uns babacas e gostam de testar o nosso controle.

—Tudo bem.

Amara lhe ajudou a escolher a roupa mais bonita, a fazer o cabelo. Não que Hope precisasse. Afinal, herdou minha beleza sobrenatural. 

—Querida, você é milagrosamente bem ajustada.

—Acha que vão gostar de mim?

—É claro que vão. E se não gostarem, azar o deles.

Ela deu um beijinho na bochecha de nossa bela filha.

—Agora vai. Eu programei o GPS do carro para te levar á escola.

—Sou rastreadora.

—Mas, não está rastreando algo ou alguém. Você se perde no shopping! E vamos lá quase toda semana.

—Está certa. Te amo.

—Te amo.

Ela foi embora.

—Ah, a nossa garotinha tá crescendo.

Disse Amara com orgulho, colocando a mão no meu ombro.

P.O.V. Hope.

A escola estava lotada. Bom, tão lotada quanto uma escola de cidade pequena pode estar. 

As aulas foram muito boas, muito instrutivas.

—Classe, por favor recebam a nossa nova aluna. Hope Volturi. Façam-na se sentir bem vinda. Só por curiosidade, alguma ligação com Jean Volturi?

—É minha prima. Oi Jean.

—Senta ai.

Minha prima foi muito simpática comigo. Como sempre.

—Sinto muito por estar invadindo seu espaço.

—Ah, a gente se acostuma. E eu to feliz por você ter saído para ver o sol.

P.O.V. Charlie.

Ela é muito linda.

—A garota nova, a outra Volturi é muito gata. E está disponível.

—Parece ser meio tímida Damon.

O Damon meu melhor amigo, foi batizado assim por causa de um personagem de série de TV. A mãe dele era mega fã.

—Ela parece feliz, mas infeliz ao mesmo tempo.

Hope Volturi passou o horário de almoço inteiro sentada numa mesa, seu cabelo loiro ondulado amarrado num rabo de cavalo. Estava escrevendo num caderninho de capa de couro vermelha que tinha uma tranca. 

Imagino que seja um diário. Garotas tem manias de diários.

P.O.V. Hope.

Eu tenho um diário. O meu medalhão de coração é a chave, minha mãe sempre fala que as respostas que procuro estão sempre no meu coração.

A capa de couro vermelha, toda decorada é linda. Acho que tá mais para vinho que pra vermelho. 

Como não tenho ninguém pra conversar, ainda. Passei o intervalo todo ouvindo música The Fray para ser mais específica e escrevendo no meu lindo diário. Na contracapa está o meu nome e uma inscrição que sempre me deu forças para continuar quando as coisas ficam difíceis.

"A coragem não é a ausência do medo, mas o que decidimos fazer diante dele. O corajoso pode não viver para sempre, mas o cauteloso não vive plenamente."

—Com licença.

—Pois não?

—Posso me sentar?

—Claro. 

—Sou a Madeleine, mas pode me chamar de Maddie.

—Hope.

—Eu sei.

—Muito prazer.

—Igualmente.

—Sabe, eu queria ser gata que nem você.

—O que? Mas, você é bonita.

Olhei bem para a menina á minha frente e ela era bonita.

—Me acham esquisita. E estão certos.

—Quem define o que é normal? E as pessoas falam mesmo só pra encher linguiça. As palavras só vão doer se você deixar elas importarem, se não... é só conversa fiada.

—Nossa! Eu queria ter a sua confiança.

—Não deixe as palavras vazias dessa gente descabeçada te afetarem. Gentinha desocupada que não sabem absolutamente nada sobre você.

—Pior é que eles sabem. Eu tenho dupla personalidade e ataques de pânico.

—Não são ninguém para te julgar, eles não te conhecem. Não sabem pelo o que você passou. Então, deixa pra lá. Ouvidos surdos para palavras vazias.

—Obrigado.

—Disponha.

Ela se levantou.

—Ei? Pode ficar aqui.

—Posso?

—Pode. Podemos almoçar juntas sempre que quiser.

—Sério?

—Muito.

—Não fica preocupada que isso vá afetar sua popularidade, seu status?

—Que se dane isso.

—Uau! Estou chocada. De que planeta você veio?

Tudo o que eu fiz foi rir. Se ela soubesse quem é a minha mãe, o meu avô.

—Depois de algum tempo, a gente começa a perceber que essas coisas de status trazem benefícios sim, mas são apenas coisas vazias, superficiais. Mais vale um bom amigo do que todo o dinheiro do mundo. Não se compra um amigo verdadeiro, amor, confiança, lealdade. Essas sim são as coisas mais importantes do mundo.

—E você me considera sua amiga?

—Até o momento? Sim. Você tem ataques de pânico e dupla personalidade, mas e daí? Ninguém é perfeito.

 


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