P.O.V. Dimitre.

Ela acaba de me dizer não?

—Ela é minha filha.

—E é minha filha também. Você não vai levá-la.

—Eu sou o pai. Tenho direito de...

—Na verdade, a Amara tem custódia total. Ela é a guardiã legal da Hope, se você levá-la sem a autorização da mãe, é sequestro.

—Ninguém pediu a sua opinião cachorro.

—É. Mas, quando ela precisou eu estava lá só que você não.

—Eu sou o pai dessa criança. Você não...

—Já chega! Faz alguma ideia do que você tirou de mim?

Ela me atacou.

—A mesma coisa que você jurou tirar de mim, a chance de criar a nossa filha.

—A sua gente vai arruinar a vida dela.

—A minha gente vai salvar a vida dela enquanto você vai brincar de esconde esconde, na floresta.

—Você é tão iludido assim, Dimitre?! Aqueles três idiotas nos amaldiçoaram, todos os lobos por quem eu lutei, todos os meus amigos, tiraram todos de suas famílias!

—É. A sua preciosa matilha de lobos. Aquela família que você escolheu ao invés de nós e ao invés da Hope.

—É isso o que estava planejando contar pra ela quando ficasse mais velha e perguntasse por mim? Que eu abandonei ela?!

Amara me atacou de novo.

—Os pais do meu tio largaram ele! Você nem se lembra dos seus! Ela merece algo melhor do que o que nós tivemos! É tudo o que eu sempre quis pra ela, algo melhor! Revida! Revida desgraçado!

Então, eu vi. Ela olhou também.

—Ai Meu Deus! Ela está andando. Quando ela começou a andar? Eu perdi. Eu perdi tudo.

Amara segurou Hope no colo e lhe deu um beijinho na bochecha. O lobisomem veio correndo acudi-la. Minha filha começou a chorar.

—O que aconteceu? Você está bem? A maldição foi quebrada?

—Estão seguros, por enquanto. Vou encontrar uma solução permanente.

—Que bom, eu vou pedir para lhe prepararem um quarto.

—Essa é a minha casa. E o único jeito que eu vou ficar sob o mesmo teto que você é se eu tiver num caixão!

—Se você acha que eu vou permitir que a Hope fique fora da minha proteção por um segundo...

—O que você vai permitir, não importa Dimitre. Bem vindo á uma batalha judicial por custódia do século vinte e um. As mães ganham elas agora.

—Talvez haja uma terceira opção. Os apartamentos do outro lado da rua foram recentemente renovados, eu vou visitar o gerente e compramos um pra nós. Assim Hope não vai ficar fora das suas vistas, talvez isso aplaque a sua paranoia.

—Então, terei que assistir enquanto minha filha é criada por selvagens?

—Porque todo mundo aqui é tão fodidamente civilizado.

—Dimitre, você criou o problema. Essa pode muito bem ser a solução.

—Ness. Coloque a casa no nome do Jackson, Dimitre não será convidado a entrar.

—Você percebe que eu não preciso de convite. Certo?

—Na verdade, considerando que o Jackson é um lobisomem. Um ser sobrenatural... precisa.

—O que?!

—É verdade. Sem um convite dele, você não passa pela porta.

—Eu não sou lobisomem, exatamente.

—Como assim?

—Você é um híbrido. Mas, eu não criei você e nem a Jean, então como...

Os olhos castanhos da híbrida só faltaram saltar pra fora da cara.

—Hope.

—Pois é. 

—Mas, ela não é uma Petrova. Ela é vampira, alienígena, mas...

—Chame de milagre.

—Bom, agora você faz mais do que bem em mantê-la a mil léguas submarinas dos Mestres. 

—Eles sabem sobre a Jean?

—Não. E eu pretendo manter a assim.

—Alec sabe?

—Não.

Híbrido? Como a Cullen e a Jean criariam híbridos? E o mais importante, híbridos de que?