*Taehyung on*

 -Arrumando a mala, arrumando a mala, vamos para praia, arrumando a mala. – Fiquei cantarolando.

—Dá para calar essa boca mano?! A gente já entendeu que você está empolgado! – Escutei Dyen gritar.

—A boca é minha! – Retruquei.

—ENTÃO ENFIE A MALA NA GOELA E MORRA! – Ela gritou furiosa.

—I don’t speak Portuguese.

—Then, stick the bag in your throat and die!! – Gritou Dyen, eu não sabia que ela falava inglês.

—Eu ficaria bem calado se eu fosse você. – Namjoon disse me dando tapinhas nas costas.

Fiquei quietinho e de cara feia.

—Você fez uma escolha sábia Taehyung, uma escolha sábia. – Disse Jimin entrando no meu quarto. – A propósito você tem creme dental extra? É que o meu acabou.

—Aish! Tá ali ó. – Apontei para o lugar onde estava a bendita pasta de dente.

*

Já estava ficando irritado, Dyen não queria sair do banheiro e eu precisava.... Vocês sabem.... Fazer minhas necessidades.

—Dyen!!! – Gritei.

—You can call me monster... – Ela estava cantando EXO. – O que é?

—Eu to apurado! Dá para sair logo?

—Ta, já vou sair.

Mas vocês sabem “Já vou sair” de uma garota, na verdade quer dizer: “Espere mais uma hora que eu já saio”.

A hour later......

Deus me ajuda que eu vou mijar nas calças! DEUS!

—Dyen! Tenha misericórdia.

 Ela saiu bem devagar só para me irritar, eu confesso ela não é tão fofa agora, também admito que tenho medo dela, mas as vezes me dá muita vontade de joga-la pela janela de novo.

De repente Jungkook brota do meu lado, isso fez com que minha irmã ficasse furiosa.

—Então quer dizer que a filinha do papai resolveu sair do banheiro. – Jungkook a provocou.

 Jungkook é de provocar, mas ele tem medo da Dyen, me pergunto se ele estava com vontade de morrer, porque a menina não faria nem um esforço em mata-lo, talvez ele queria ir para as estrelas, mas tinha medo de tomar a iniciativa, então foi buscar ajuda de sua irmã. Diferente de mim ele não fez uma escolha sábia.                  

—Acho que você pretende morrer, não é? – Dyen o olhou de um jeito fuzilante.

—Você não era grossa comigo quando me chamava de Mark e dizia que me amava.

—Eu fiz o que?!

—Ave Maria, a coisa ta preta. – Falei.

De repente a vontade de ir ao banheiro passou, agora a vontade era de ficar ali e ver a treta que se formava.

—É melhor você ser boazinha comigo agora, pelo contrário, eu contarei para todos. – Ferozmente Kookie mostrou seus dentes (modo de falar).

—Você quer que eu, Park Dyen, seja boazinha com você? Então ótimo, serei um doce. – Ela disse me deixando boquiaberto.

—Não?! Essa é sua resposta? Eu já adivinha... Pera aí... O que disse? Eu escutei bem? Você vai ser um doce? – Senti nessa mesma hora Jungkook estremecer. – Ô mãe! Chama o médico que a Dyen não ta raciocinando bem, sinto que ela irá bater as botas já, já.

Nessa mesma hora Jimin apareceu correndo.

—O que aconteceu com ela? – Ele perguntou.

—Falou que seria um doce. Eu só estava me preocupando porque ela não é e nem chega perto de ser um doce. – Falou Jeon já pedindo seu túmulo.

—Você vai sentir o meu gosto azedo assim que eu fincar o meu pé nos seus lugares baixos! – Ela gritou.

*Jungkook on*

Taehyung lentamente entrou no banheiro e claramente ele estava com medo.

—Olha menina! Me respeita que eu sou mais velho! – Falei.

—Respeitar a tua fuça Jeon Jungkook! – Quando ela me chamava assim eu sentia algo... Tipo um tremor dos pés à cabeça, mas permaneci firme e forte na jornada.

—Boa sorte para vocês cão e gato, to indo tchau. – Jimin sumiu em meio ao corredor.

—Olha, garota, hoje nós vamos na casa da praia da nossa tia em Busan e eu quero que você faça tudo o que eu mandar, como: trazer água, arrumar meu café da manhã, eu pensarei em mais tarefas quando chegarmos lá.

Paralisei por conta da dor, senti minhas bolas sendo esmagadas pelo pé da menina à minha frente.

—Eu tenho cara de empregada? – Ela perguntou e eu a imaginei pisando em mim.

—Se eu te dissesse que você tem sim uma carinha de criada, o que você faria?

—Provavelmente te faria ver Pokémons depois tiraria suas tripas.

—Você tem mais cara de Cruela. – Então senti alguém pular em cima de mim.

Xxx

—Então meus maknaes, como vocês brigaram hoje de madrugada enquanto se arrumavam para vir para cá. – Mamãe começou. – O castigo de vocês será... Não irem para a praia e ficar cuidando do seus primos os gêmeos... Tchanam.

—O que?! – Dyen me olhou feio.

Mamãe logo saiu com os outros e titia deu uma lista de como cuidar dos nenês, provavelmente iriam almoçar na praia e voltar só de umas seis horas da noite.

—Muito obrigada Jungkook, a culpa é toda sua! Minha chance de rever meus amigos, você arruinou!

—Ei! Foi você que pulou em cima de mim!

—Ah, esquece! Não dá para ter uma conversa com você! – Dyen sentou no sofá.

Escutei um choro e logo em seguida outro. Ah, não, eu terei mesmo que cuidar desses bebês?

—Calma aí pequenos o primão já ta indo. – Gritei. – Ai que emoção.

Subi as escadas até o quarto dos gêmeos. Peguei um deles no colo, acho que era o Hong SangTae... ou será que era o Hong SangTao?

—Qual é a primeira coisa da lista? Hum... Dar mamadeira... Preparar o leite.... Ta como faço isso?

—Toma. – Dyen me jogou uma mamadeira. – Oi fofinho, você quer mamar é? Deixe-me ver, você é o Hong SangTao.

—Como sabe o nome dele? Os dois são iguais.

—Está na pulseira duh. – Ela revirou os olhos.

*

O tempo inteiro Dyen ficou babando nos pequeninos, ela brincava e sorria, coisa que a gente não via todo dia. Ela não parecia ser a mesma garota que eu conhecia.

Talvez ela não seja com eu penso, talvez ela tenha outro lado para mostrar e é por isso que Jimin mima a irmã.

—Posso te fazer uma pergunta? Mas se você deixar prometa que não vai me matar. – Eu disse estendendo a mão para ela fazer o juramento.

—Você já fez uma pergunta e se você acha que eu vou jurar não te matar, está enganado. – Ela disse afastando minha mão.

—Por que você me odeia? – Perguntei fazendo ela ficar séria.

—Porque você me irrita e me odeia também.

—Quem disse que eu te odeio? – Protestei.

—Eu. – Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

—Eu nunca te odiei, quando você chegou eu fiz de tudo para causar uma boa impressão, para finalmente conhecer a única garota da família, mas tudo ocorreu ao contrário e continua acontecendo.

—Oh, jungkook, não me faça de vilã, isso não é legal. – Ela negou com a cabeça.

—Você sabe come eu me sinto? – Nessa hora eu senti firmeza para desabafar tudo em cima da irmã que eu tanto... Que eu menos gosto. – Eu sou chamado de filhinho da mamãe na escola, vivo com meus irmãos e minha mãe as vezes me irrita quando me mima de mais. – Dyen arregalou os olhos quando falei. – Meu pai sumiu do mapa quando eu nasci, eu nunca o conheci. Você tem tudo Dyen, tudo, você tem irmãos que te amam e um pai e uma mãe, todo mundo te ama, mas por que parece que odeia todo mundo?

—Você acha que é fácil assim? Eu nem sabia que tinha mais irmãos, eu nem sabia que tinha uma mãe até meus treze anos, você acha que foi fácil passar por tudo sozinha, eu nunca tive uma presença feminina na minha casa e nunca pude conversar coisas de meninas com a minha mãe, porque eu não tive uma! – Ela desabafou também, eu vi as lágrimas em seus olhos, mas ela não as deixou sair. – “Dyen odeia todos” é isso que todos pensam, mas eu nunca me senti melhor, eu tenho a presença da minha mãe, embora a gente não se fale muito, eu finalmente conheci meus irmãos, mas sabe qual o problema Jungkook? É que eu não sei demonstrar meus sentimentos! Satisfeito?!

Uau que facada eu levei agora, a vida dela conseguia ser mais miserável que a minha, eu senti ela cuspir nas minhas palavras.

—Ta bom... – Fiquei sem graça.

Ela suspirou.

—Você jogou sujo, contei coisas a você que eu nem sonhava em contar a alguém. – Ela disse.

—Estamos quites então. Mas agora podemos parar de brigar, já que sabemos que não odiamos um ao outro? Amigos? – Estendi a mão.

—Fechado. – Ela disse ignorando meu gesto.

—Ok.

Então permanecemos calados por um tempo, algo quebrou o silêncio, ou melhor um cheiro quebrou.

—Oh, não, acho que ele está precisando trocar a frauda. – Olhei para Dyen estendendo SangTae.

—Você acha que eu vou trocar? Pode ir tirando o pônei da chuva.

Aff, eu teria que fazer aquilo, então coloquei uma máscara e luvas e fui trocar. Vocês acham que eu saí em pune? Ah, coitados, sabe o que foi? Simmplesmente o bebê mijou na minha cara.

—Ah! Não, não! Dyen me ajuda! – Tentei desviar do jato.

Vocês acham que ela me ajudou? Ahaha ela riu da minha cara.

*Dyen on*

Eu estava vendo uma cena imperdível, eu me acabava de rir. Amei aquele garotinho, ele tinha uma mira ótima.

—KKKKKKKKKKKKKKK. – Eu me acabava só não me joguei no chão porque estava com Hong SangTao no colo.

Mas algo que eu odiei aconteceu.

Jungkook começou a ter um infarto de tanto rir de mim.

Fechei a cara e coloquei a criança no berço.

Sabe o que o pestinha fez? Ele vomitou todo o leite em mim.

—Menininho mau! Isso não se faz! – Olhei para o garotinho que somente dava risada.

Eu sabia o que ele queria dizer com aquele riso e era mais ou menos assim: “Hahaha que tosca essa menina, vou vomitar nela agora para mostrar que quem ri por último ri melhor, depois irei dar uma risada de santinho para que ela não me mate”.

Olhei para minha camiseta do Monsta X, ela estava cheia de um treco branco e pastoso, só de olhar me deu vontade de vomitar.

XXX

Todos chegaram em casa e por incrível que pareça os pestinhas estavam dormindo.

—Hum, parece que se comportaram. – Falou mamãe. – Agora vão arrumar suas coisas, iremos em bora depois de comer.

—Mas já? Eu nem encontrei meus amigos e nem fui a Praia. – Choraminguei.

—Desculpe querida, mas eu tenho que voltar para Daegu amanhã, eu falei para sua mãe ficar, mas ela não quis. – Titia disse tocando em meu ombro.

—Não, tudo bem, eu mato o culpado quando chegar em casa. – Dei de ombros, Jungkook que estava ao meu lado deu dois paços para longe.

*

Quando o jantar ficou pronto comi feito uma porca, eu estava faminta, já que o que comemos o dia inteiro foi umas balas que ficaram na mesa.

—Certo, meninos, como todos já comeram, e todas as coisas já estão na mala, sigam para a van e se arrumem, eu vou ajudar a tia de vocês com as crianças. – Mamãe informou.

Eu caminhei até a van e sentei no último banco ao lado de Jimin.

—Estou exausto, vou dormir um pouco, boa noite mana. – Ele levantou o capuz do casaco e se encostou na janela pegando no sono.

Eu sentia que estava esquecendo alguma coisa, ah já sei, meu fone de ouvido. Levantei e entrei na casa novamente.

Me deparei com Jungkook.

—O que está fazendo aqui ainda? – Perguntei pegando meu fone de ouvido que estava em cima do criado mudo.

—Não consigo achar meu celular. – Ele franziu a testa. – Me ajuda?

Então fui ajuda-lo (só dessa vez) a encontrar o maldito telefone.

Procuramos em todos os lugares, mas não achamos o maldito.

—Temos que ir, se não formos agora ficaremos aqui. – Falei o puxando.

—Mas, meu celular eu preciso dele. – Choramingou Jungkook.

Então ele colocou a mão no bolso.

—Ah, achei rsrsrs. – Ele me olhou.

—Eu te mato!

Descemos as escadas, mas quando fomos abrir a porta advinha só... Ela estava trancada. Ah, de novo não!

—MÃE!!!!!!!!!!!!!!!