Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 8
Para o aeroporto


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpa a demora! É q às vezes eu ficava com dor de cabeça, às vezes, sem criatividade... Enfim, mas agora tá aí! O penúltimo capítulo desta temporada p vcs! Ah e obrigada, terceira pessoinha, pelo acompanhamento! :)



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Clipe musical: "24 Horas" por Joaquim, Samuca e Téo.

***

Ian empurrou os meninos para dentro do carro, logo em seguida, foi para o banco da frente e começou a dirigir numa velocidade muito alta. Os Cuecas estavam assustados (por um lado, Joaquim até achava legal andar de carro numa velocidade tão alta, mas estava assustado), ainda mais depois de ouvir de Davi que o "Tio Ian" era um ladrão. Ao parar em frente à sua casa, o homem ordenou aos três garotos:

— Não saiam do carro! — E entrou na casa.

Obviamente, os meninos tentaram sair do carro para fugir de Ian, mas, além de ele tê-lo trancado, seus três seguranças estavam de braços cruzados e com caras ameaçadoras vigiando os pequenos. Ian foi para casa porque precisava de sua carteira de identidade falsa, na qual seu nome era registrado como Geraldo Saldanha. Após pegar a tal identidade, ele voltou para o carro e dirigiu na mesma velocidade de antes.

— Para onde estamos indo tão rápido? — Perguntou Téo, amedrontado.

— Pro aeroporto. Temos que chegar logo no Rio de Janeiro, é lá que começa a turnê de vocês.

— Sabe, eu tava pensando... o Davi disse uma vez que turnê não era uma coisa boa para crianças...

— O Davi não sabe de nada, vocês não devem ouvir o que ele diz. Decidiram morar comigo, lembram? Estão sob minha responsabilidade, eu sei o que é melhor para vocês.

E lá se foram para o aeroporto de Guarulhos.

***

A polícia demorou um pouco para atender ao telefonema da gravadora. Quando atendeu, Arthur contou que 50% do dinheiro de sua gravadora estava indo parar na conta de seu diretor executivo, Ian. A partir daí, a polícia resolveria o problema, ficaria tudo bem para a gravadora e os meninos, obviamente, voltariam a morar com Davi. Só que Arthur e Davi não contavam com a fuga de Ian da cidade. Ok, eles sabiam da turnê, mas achavam que, na situação em que se encontrava, Ian não fugiria para fazer a turnê dos Cuecas, assim, seria muito fácil ele ser encontrado. De qualquer forma, a polícia disse que tentaria descobrir onde o criminoso estava.

Davi não conseguia para de pensar no assunto e, principalmente, não conseguia para de pensar nos meninos. Se Ian queria fugir da polícia, por que os tinha levado com ele? Não fazia sentido... Em meio a esses pensamentos, ouviu uma música vindo da TV (que ele tinha ligado para tentar se distrair, mas, até o momento, não tinha funcionado). As vozes que cantavam, ele conhecia muito bem: eram as dos Cuecas. Assim que ouviu, ele olhou rapidamente para a televisão, era uma propaganda falando da turnê dos Cuecas pelo país, mostrava todas as cidades em que haveria shows e suas respectivas datas. 

Por um momento, ele ficou com pena dos fãs que tinham comprado os ingressos, já que certamente não haveria nenhum dos shows. Mas, depois, começou a pensar se os shows realmente não iriam acontecer. Ele lembrava que Ian estava obcecado com a tal turnê, obcecado demais para desistir de última hora... Davi chegou a pensar que, talvez, a turnê fosse, para Ian, um daqueles objetivos que nada nem ninguém (incluindo a polícia) poderia impedir. Então o compositor decidiu fazer umas pesquisas. Descobriu que, naquela semana, os shows aconteceriam no Rio de Janeiro.

Ao chegar no aeroporto, procurou saber se um homem chamado Ian Falcão havia sido passageiro de algum avião com destino ao Rio de Janeiro naquela manhã. A resposta, em todas as vezes que perguntou, foi negativa. Entretanto, por mais que as chances fossem poucas, Davi não ia desistir. Ele faria de tudo para encontrar seus meninos e algo lhe dizia que eles estavam no Rio e fariam os shows. Então Davi comprou uma passagem para o primeiro avião que partisse para lá, que, infelizmente, era um das 17h do dia seguinte. Enfim, o jeito era esperar.

Ele voltou para casa e não conseguiu dormir à noite. No dia seguinte, ficava o tempo todo olhando para o relógio, até que, quando deu 15h, decidiu tomar um banho e ir direto para o aeroporto.

***

Em um dos seus momentos de ócio, as Chiquititas assistiam televisão, quando viram o anúncio da turnê dos Cuecas.

— Nossa! Dá pra acreditar que eles já vão sair em turnê? — Exclamou Janete.

— Que injustiça! — Reclamou Eleanora. — A gente mora na mesma cidade que eles, podia muito bem esbarrar com eles na rua, mas nenhuma de nós nunca viu eles. E agora, crianças do Brasil INTEIRO vão ver!

— Ah, mas isso e porque a gente nunca sai de casa, né? E Deus me livre pedir pra Tia Flora deixar a gente ir a um show deles! Nem à escola ela nos deixa ir...

As duas meninas mais novas notaram o silêncio de Sandy e como ela parecia triste ou com raiva. Até que Janete decidiu perguntar:

— O que há com você, Sandy?

— Vocês querem saber o que é injustiça? — A mais velha, por fim, se manifestou. — Esses meninos são iguais à gente: são órfãos, têm a nossa idade, cantam, dançam... Com a diferença de que são super famosos, tudo porque, por acaso, moram com um cara que trabalha numa gravadora, simples assim. Por que a vida tem que ser tão fácil pra umas pessoas e tão difícil pra outras?

— Ah, Sandy, também não é assim, né? Pelo jeito que você fala, parece que a nossa vida é horrível! Além disso, a gente não convive com os Cuecas pra saber se a vida deles é assim tão perfeita...

— Eles são ricos e famosos! Não tem como não ser...

— Sabe o que eu acho? — Interveio Eleanora. — Que você tá com in-ve-ja! Só porque a banda deles tá fazendo sucesso...

— Eu não tô com inveja! Só tô dizendo que é uma injustiça, porque é.

— Tá bom, Sandy — disse Janete. — Você quer injustiça? Então que tal isso: antes de ficarmos órfãs, nós morávamos numa casa grande com um pai e uma mãe perfeitos e estudávamos numa escola maravilhosa. Em uma entrevista que vimos dos Cuecas, eles disseram que moraram em um orfanato até fugirem e passarem uma semana na rua passando fome e tendo dificuldade para achar lugar pra dormir pra só depois serem encontrados por um homem que, por acaso, trabalha numa gravadora. E você vem falar de injustiça...

— Pois é, Sandy. Eles são órfãos praticamente desde sempre! Nem devem lembrar como eram os pais deles... Só agora as coisas começaram a dar certo na vida deles e eu tô muito feliz por isso. A única coisa que queria era poder conhecê-los pessoalmente mesmo...

Após as palavras das irmãs, Sandy ficou sem fala. Ela já sabia de tudo aquilo, mas estava tão cega pela inveja que pareceu ter esquecido. Mais do que as outras, ela queria por tudo no mundo ser famosa e a ideia de que isso acontecia com outras crianças e não com ela lhe dava muita raiva. Enfim, pelo menos, naquele momento, suas irmãs conseguiram colocar a cabecinha de Sandy no lugar e, depois de alguns minutos, ela até chegou a dizer que também estava feliz pelos Cuecas.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Daqui a pouco eu posto o último! Até mais!



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